Versos de Carnaval
Teve o sonho roubado e acordou despedaçado.
O coração era confete pelo chão.
Descobriu que o mundo é carnaval e sentimento é fantasia que a gente cria.
Se pra me amar você não serve
Pra beber deixa que eu me sirvo
Cerveja quente e mulher que não ferve
Não indico pra nenhum ser vivo.
No meu copo quero espuma
Loira suada, gelada a zero grau
Porque se não a cobra fuma
Eu faço um fusuê no carnaval.
Seja no copo, na latinha ou no gargalo
A cerveja vai pro ralo
A boca beija, eu deito e rolo
Na quarta feira
Depois do cantar do galo
Aí é que eu quero colo.
Olha que cara de pau
Agora quer dar moral
Quer ciscar no meu quintal
Esse papo de casal
Só depois do carnaval
Meu Brasil de Orixás
Levanta poeira
Gira roda gira,
Gira roda baiana
Verde e branco na avenida.
Vem meu amor,
Esse enredo é todo presente.
Os deuses ficam contentes
Com esse luau de esplendor.
Todos os diabos estão soltos,
Loucura é sinônimo de paixão,
Nanã é deusa da chuva,
Xangô é deus do trovão.
Omulu, o rei dos cemitérios
É a força da transformação,
Dono da vida e da morte
Me dê paz nesta vida de ilusão.
Quero ter o seu amor,
A magia começou.
No terreiro sou a gira,
Sou a raça multicor.
A caça é o vício de Oxossi,
É deus dos caçadores,
Protege a natureza generosa,
Aumenta a fartura de amores.
E por falar em amores,
Iansã se apaixonou por Xangô.
Sensualíssima e fogosa,
É tormento na avenida, Vem Quem Quer!
Vem quem quer meu pai Obá,
Vem girar ô mãe Nagô,
Quero ver você suar
Esse corpo de Oxalá.
Samba-enredo com escolas
na avenida, desfilando.
Gafieira, vou sambando
ao som do mestre Cartola.
Com cavaco ou viola,
componho samba-canção,
ou de Ary, exaltação.
De breque, partido-alto,
no morro ou no asfalto,
canto samba com emoção.
Trio elétrico não teve
Nem baile nem Pierrô
As cinzas antecipadas
Mestre-sala não sambou
Não lançou a serpentina
A pobre da colombina
Fevereiro sem calor
CIDADE DO FREVO
Recife é a cidade
Da cultura popular
Onde se dança o frevo
Que consiste em pular
Segurando a sombrinha
Ouvindo o Vassourinhas
No carnaval a tocar
GALO DA MADRUGADA
Sua crista é coral,
a espora é afiada,
ele também é de briga:
o Galo da Madrugada.
Vem saudando o carnaval,
chamando o pessoal
e também toda a moçada.
Renovação
A Páscoa é um tempo de renovação,
Mas que renovação é essa afinal?
Se a vida é só sofrimento e aflição,
E a morte é inevitável e fatal?
Entre a luta do bem contra o mal,
Não há esperança de paz e união,
A vida é um eterno carnaval,
Onde impera a dor e a desilusão.
Mas eu não me curvo ao desespero,
Nem desisto da luta interior,
Acredito que há um caminho certo,
Através da nossa evolução,
Podemos alcançar a nossa redenção,
E transformar a nossa vida em luz e amor
E na avenida, fui além
Meu ser, em sua espera,
Morreu num terremoto
Estrondos, escombros, estilhaços
Neste móvel, só há poeira
Poesia de beira
Esfarelou-se feito um fato
Fatídico, faminto, farto
Figuras de linguagem,
Assim como blindagem,
Fazem toda diferença
No carnaval
Ainda persistem a falta de centros de cultura no Estado do Rio de Janeiro. A exemplo disto podemos citar, da cultura do carnaval, da cultura do folclore
fluminense e da cultura indígena dos tamoios e tupi e seus diversos desdobramentos que conviveram com a sociedade carioca desde sua fundação.
"Me dê mais"
Eu já vi luas mais bonitas em dias mais normais
Amores mais infames em dias racionais
Vazios enormes em dias de festival
Prostitutas mais baratas no carnaval
Você sabe qual é a próxima rima
FCarnaval trás desgraça !
Os que desceram a sepultura,
já não são mais lembrando.
O que interessa para os governantes é que outros sejam sepultados.
Carnaval trás desgraça, mas também trás dinheiro.
Agora às portas se abrem, pra receber os estrangeiros.
Depois que a festa passar, vai haver lamentação, pois o vírus vai atacar,
sem dó e sem compaixão.
Eu lamento carnavalescos, pela grana que ganharam, mas o povo que hoje choram,
é porque foram otários.
nos mistérios dessa noite virginal
as máscaras que escondia aquela dor
nessa noite especial
caíram entre beijos de amor
enquanto sozinho vi passar o carnaval.
Autor: Geraldo Neto
Oceano
Tão livre quanto o oceano
Tão livre mas até quando?
Tão livre mas nem tanto.
Ondas vão
Ondas vem
Elas te mostram que tudo e vai vem.
O carrossel nunca para de girar
Tudo que você faz um dia irá voltar.
Dance
Nade
Mostre para o mundo que você não mereçe nada menos que a intensidade.
Areia ,mar e sal
Você parece aquela lenda de uma bela sereia que curtia o carnaval.
Carnaval chegou
Carnaval passou
E a minha sereia linda para o mar voltou
-andreise vitória.2020
O menino fantasiado de realidade vende balinha no farol, a ALEGORIA passa, mas não dá a mínima para o garoto que canta o ENREDO da miséria.
A COMISSÃO DE FRENTE, formada pelos irmãos mais velhos, entoa o SAMBA da sobrevivência.
A batucada no vidro dos carros incomoda os fantasiados de arrogância.
A HARMONIA é quebrada com a chegada da polícia, que ganha DESTAQUE no quesito pancadaria, bate tanto no pequerrucho franzino que a camisa branca fica vermelha, brilhando luzes de sangue, um prato cheio para agradar os espectadores do carnaval do horror.
O CONJUNTO se parte, e o pequeno esquecido continua tirando zero na EVOLUÇÃO educacional e social, enquanto, aguarda o fim do carnaval, para ser mais bem visto pelos integrantes da ESCOLA DE SAMBA do Partido Eleitoral.
O falsos deuses já vilipendiaram nossa forma, não é como se fosse novidade!
Os programas que assistimos não são os nossos, as ideologias que exclamamos vem de outro lugar, até as discussões que temos são estrangeiras, uma região sem vida, sem glória, sem boa história e de presente devastado...onde estão os nossos heróis?
Boa dúzia deles permanecem acorrentados em alegorias de carnaval, cravados em lantejoulas e escorados em cordas e paus, que duram tanto quanto cera esquecida no sol, assim somos nós brasileiros, um monumento rachado, esculpido por outros e quebrados pelo tempo!
E fantasiados com as cores do amor da folia chegamos ao fim,
De mais um suspiro profundo que antecede o sono de quem está com a quebreira do dia,
Difícil de encarar mas sempre fácil de sorrir,
Levamos com orgulho a bandeira da escola da vida,
Graciosamente dançamos com as surpresas das horas sem escorregar e deixar o chapéu cair,
Tocamos a bateria com vigor e entusiasmo,
Muita marcação no Surdo de primeira, Surdo de segunda e de terceira,
Na caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim e cuíca,