Vento
Ao longe vejo uma folha cair sozinha e solitária, antes de ir ao chão observo o vento acolhê-la e leva-la, e nesse calor abrasador esse aconchego seca-la, ao chegar perto essa folha que agora vejo se juntou ao chão frio e molhado, que felicidade a dela por saber que voltará a sua velha morada. Voltando a sua família renascerá, dessa forma saberá que nada vai permitir ao chão toca-la sem antes ter aqueles que sempre hão de ajudá-la.
penso só queria ter VC aqui
em uma noite estrelada me sento ao vento olhando o luar há em uma linda noite ha espera de você se as lágrima cair é saudade se a tristeza me cerca chamarei teu nome e não cansarei
SOU SOU
Sou uma pequena folha
Sou a erva fresca
Sou o som do vento
Sou a gota de orvalho
Que vive suspensa numa flôr
Sou a sombra da árvore
Sou a luz do sol
Sou uma núvem que passa
Sou a ave que canta
E voa até às estrelas
Sou um poema com o ritmo
Dos sons ao amanhecer
Sou uma raposa que vive na serra
Sou o lobo que uiva forte
No chamamento de cada poesia minha.
🌺 🌺2018
PELO OLHO D’ÁGUA, fotografo a chuva de estrelas, escuto em silêncio o cio do vento, música volátil de pássaros e peixes. Viro outra página... Reconheço-me noutras palavras. Asas de sonhos esquecidos, cinzas de ossos dos meus mortos: Oceânica Busca, messiânica Dor. Canto o Amor, enquanto encanto estrelas no chão de flores. Efêmero fragmento de luz deste turbulento tempo. Ofereci a mão. Devolveram a cruz. Andarilho da estação flor-estrela decodifico mantras, mandalas, identifico eneagramas. Reflito o livro da Vida que não li: VOCÊ! (Escritor/jornalista Eugenio Santana)
Ouço o vento atrevido assobiando lá fora, Essa noite não vou mais sonhar com você. Hoje a noite vou construir novos sonhos, não tenho asas, mas na mente e coração...Posso alçar Voos altos ir alem da imaginação onde a sombra e a nostalgia me esqueça posso ver ao longe a lua de prata amiga conselheira a espera da sua noite de amor marcado para o próximo eclipse.
Meu coração é como o mar: agitado pelo vento, impossível de beber e difícil de chegar nas regiões mais profundas.
Janeiro...
Novos ventos chegaram e o vento do novo tempo com ele vieram.
A música do renovo se apresenta novamente a algo que ainda é incerto porém não somos reféns.
Janeiro com seus encantos chega e mostra que o tempo passa rápido e puft...Janeiro já se foi mais uma vez..
(...) esta noite tocarás para as estrelas,
esta noite, tocarás ao som do vento ...
Tudo porque as estrelas são belas
e a vida não passa d'um momento.
Sinto vontade de largar tudo e sair correndo sem destino,apenas em direção do vento,senti-lo no rosto e deixar para traz tudo que insiste em me acompanhar e atormentar,que o meu suor possa me livrar daquilo que por toda minha vida me acompanhou,poder respirar com mais suavidade e poder seguir a vida com mais felicidade.
Razão da minha festa
Hoje estou assim
Tão folha ao vento
Tão cheiro de alfazema
Tão passarinho comendo o fruto do azevinho
Uma alegria de viver
Um acalento no coração
Canção
Voz e violão...
Sensação de banho de chuva
Abraços de veludo e beijos de açafrão
Hoje estou assim
Despretenciosamente feliz
Com um quê bobo de quem não sabe o porque.
... Medo de confessar a razão
e a poesia escapar pelos dedos da mão
Mas consinto e não minto
A razão da minha festa hoje, é você.
Elisa Salles
O vento que vadiava pelos sete mares e sete continentes em busca da minha alma gêmea, hoje passeia na orla da minha praia, brincando com as nossas pegadas e abençoando nos dois..
odair flores
É madrugada profunda
o vento das relvas bafeja
como se chamasse pelos guardiões da noite.
Meu peito é tácito e meus pulsos trepidam
Meus olhos são vaga-lumes encandecidos pelos faróis dos portos
Nenhuma luz trasmontana
Nenhuma estrela fugaz
Tudo é silêncio, escuridão e vazio.
Quase vento
Sopra o vento,mas tão suave o faz
que mais parece brisa.
Resvala de leve em teu cabelo, não o
desmancha, apenas o alisa.
Tens o rosto voltado ao céu.
Que pensamentos tu terás, estarei eu,
entre eles?
Quem dera estar.
Como o vento gostaria eu de ser.
De leve roçar teus cabelos, em teu
rosto como um carinho minha mão passar,
e entre uma brisa e outra, nele pôr
bem de leve um beijo , e em teus lábios...ficar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Uma escada escarlate
de inconstantes degraus e sonhos de prata
Onde o vento passeia
E um silente poeta
Seus sentimentos semeia
MORTAS OUTRAS
o vento balança verdes folhas
que, vivas, mantêm-se atadas
ao lado
de mortas outras
próximas entre si
porém distantes
VENTO
eu vi um violento vento
que no último lamento
mostrou o seu tormento
destruiu neste momento
madeira, ferro e cimento
antes forte, agora lento
já não é mais turbulento
dissipou-se o forte vento
foi, e passou a ser alento
NERO MORDIA ATÉ O VENTO, MAS MUDOU DE COMPORTAMENTO
CRÔNICA
Na cidade nem tanto, mas, na roça o ‘melhor amigo do homem’ era de muita serventia, principalmente para as caçadas. Hoje nem tanto, devido à proibição dessa atividade.
Seu Romualdo, feliz da vida com o cão que ganhara de Zé de Dôra, de Monte Alegre; viu papai e foi logo contando as boas novas:
- Seu Natãn: demorei, mas encontrei o cachorro dos meus sonhos. O bicho é bão demais!...
- Como o senhor soube disso?! Já fez alguma caçada com ele?
- Não, mas vou explicar pro senhor: tudo que ele ver pela frente, parte pra pegar; numa valentia!... Num respeita nada; outro diinha desses, ele fez uma bramura: botou um caminhão pra correr.
- Passou devagarzinho, um bichão desses de carregar boi nas costas (caminhão-gaiola), lá na frente de casa e ele latia com bravura aquilo; vançando nas rodeiras pra pegar mermo. O motorista teve que sair numa velocidade..., mais ele continuava vançando tentando rancar pedaços. E foi botar o bruta montes longe... bem longe. Voltou de tardinha morrendo de canseira. Agora veja o senhor, se ele enfrentou um aranzé daqueles... se pôr esse bicho no mato pra caçar, num vai sobrar nada que ele não pegue...
Mas Nero deu pra morder as pessoas. Crianças, idosos e não havia tamanho de homem, paus, pedras... Nada fazia Nero recuar. E os problemas de relacionamento com a vizinhança foram acumulando-se de tal maneira que dentro de pouco tempo Romualdo já queria ficar livre da fera que botara dentro de casa.
Estava determinado: Iria matar o Nero. Não aguentava mais aquele suplício. Mas Florisbela, a esposa, tinha amor pelo cachorro, e saltou na frente:
- Se você fizer isso, eu te largo na mesma hora! Bela não aceitava uma atrocidade daquelas. E, mais: quando o marido se ausentava da propriedade,não contando com mais companhias, se sentia protegida, tendo Nero por perto.
Mas Romualdo, com raiva, aproveitando que Bela estava pra casa da mãe, deixou o cachorro amarrado sem proteção de uma sombra, o dia inteiro; sem comida e sem água. Queria-lhe dar um castigo.
Ainda bem que apareceu alguém para salvar o bichinho daquele sofrimento! E Filipe fora o outro anjo da guarda de Nero.
Geralmente numa crise surge alguém com alguma ideia ou sugestão interessante para resolução de um problema. Filipe, seu velho conhecido, e proprietário de um terreno pros lados da Venerana; viu que poderia aproveitar o Nero nas caçadas que fazia por lá; juntamente com seus cachorros treinados.
E garantiu que, se ele lhe desse o cão, iria dar um jeito nele, e não morderia mais ninguém. Então Romualdo não pensou duas vezes: deu o Nero de presente ao amigo. E lhe entregou também um cambão para condução do cão pela estrada.
Alguns dias depois pela manhã, choveu. E, geralmente quando isso acontecia, os caititus iam fuçar a beira da lagoa, na mata remanescente, nos terrenos de Felipe; pra comerem os tubérculos dos pés de caités, abundantes por lá.
Então o Nero teve sua primeira oportunidade de dar um passeio e conhecer de perto os habitantes da floresta...ter contato com um outro ambiente. E foram para a caçada costumeira.
Seus colegas eram treinados, e conhecia cada palmo daquele chão e os bichos que moravam nele; mas, para Nero, aquilo era um mundo totalmente estranho. Os outros cães adentraram naquela densa florestal. E Nero não parava de pisar nos calcanhares dos caçadores - o tempo todo.
E por fim, pintou a primeira e única caça no trajeto dos cães farejadores de Felipe! Cãe!...cãe!...cãe!... Nero saiu derrubando tudo pela frente pra ver o que estava acontecendo. Se fosse uma caça pequena, só daria para uma bocada das dele.
Acuaram a caça, e os caçadores correram pra lá. Na cabeça de todos eram os caititus. Mas ao chegar ao local de difícil acesso, tipo uma gruta, ainda na mata fechada, avistaram uma imensa onça pintada que não crescia mais encima de uma rocha, e ouviram os gritos desesperados e doídos de Nero - vindo no sentido contrário do enorme felino que avista.
A dor de barriga de Nero, no momento que viu o bicho, foi tão intensa que era percebível pelo mau cheiro das fezes líquidas que vazavam sem parar, do seu intestino. Nero desapareceu na floresta escura; correndo e gritando até não se ouvir mais. Caim!...Caim!...Caim!...
Infelizmente mataram a onça; e ao regressarem à sede da fazenda, perguntaram por Nero, e contaram o que aconteceu. Ninguém deu notícia dele.
Penduraram o animal no alpendre, nos fundos da casa para tirara couro depois. Não demorou e Nero adentrou-se na casa, morto de cansado, com um palmo de língua de fora, procurando uma água, uma comida, na cozinha. Olhou pro quintal e avistou a onça pendurada... Deu novamente seguido gritos, pulou para trás e desapareceu daquela casa para sempre. Caim!...Caim!...Caim!...
Com uns anos apareceu na casa de Felipe o outro dono de Nero, Seu Manoel dos Reis, que morava a muitos quilômetros de distância, no Pouso Alto, trazendo notícias dele: - Nero apareceu lá em casa e não saiu mais. Está bem!... Todo mundo gosta dele! Ponderou o senhor. E continuou com os relatos a seu Felipe:
- Tá gordo que nem um capado; não ataca as pessoas e não late. É incapaz de ofendes uma mosca. Não vai ao mato por nada desse mundo, e o seu trajeto é da lagoa do caldo pro morro do pirão. Um AMOR DE CACHORRO!
Morder as pessoas inocentes, e o vento, é fácil, quero ver é encarar uma onça nervosa.
Ainda bem que Nero aprendeu com seus erros do passado! (15.02.18)
"Gosto dos dias cinzentos, espero a chuva levar meus lamentos, o vento frio arrepiando a alma, e a lua brilhando como um astro no céu.
Em dias assim meu canto atravessa colinas e montanhas, chegando até você e revirando suas entranhas como um predador espiritual.
Sou apenas um anjo de olhos vermelhos, feito de sonhos e pesadelos, me escondendo com meu capuz, evitando o desespero.
Agonia e solidão, se esvaíra do meu ser, pra dar lugar a minha razão, um motivo para viver.
E com o coração dilacerado...eu então segui.
~N.G.K.