Vendaval
Viagem
Uma viagem sem fim, sem volta.
E ela nunca acaba, nem antes, durante ou depois.
Não há vendavais e tormentas;
É uma maré lenta em uma embarcação que está mais que cheia, porém vazia.
Vazia? Esvaziando o vazio das viagens ao lado.
Vou vivendo, vida vai!
Vais vencendo, vida vais!
Vai vagando, vida vai!
Vaga vida, vaidade!
Venerável vendaval!
Vulnerável vida!
Vida voa!
Virtuosa vontade...
Viver!
Sou brisa leve, mas saliente
Permeada por gotículas de água
Que hidratam o ambiente
Dispersando a luz em prisma
E também sou vendaval,
Com gotas frias e dolorosas,
Que remexe o material e imaterial,
Bagunçando a _eco_ por cisma
Mas nem todo temporal
Vem pra atrapalhar sua vida
Alguns limpam caminhos
Revelando como a brisa é colorida
O homem esforçado no produzir, deve se manter firme quando vem o tempo desfavorável, no mínimo deve se curvar, como faz o bambú ao chegar o vendaval.
"A leveza de ir",
Faz a beleza chegar,
De mansinho",
E esta bonança chegada,
Traz ventos coloridos,
Ventos falantes,
Esperanças vendavais,
Nosso caso é bruma que se desfaz feito a rapidez de um vento veloz, que arrasta para longe o aguaceiro esperado por uma terra sedenta.
Sim! Somos um vendaval de paixão, um sentimento torrencial que acontece apenas dentro de nós e nada mais. Cessado pela razão de não poder nos pertencer.
Fico pensando, se fosse real tudo que sentimos?
Digo se pudéssemos nos ver, encontrar nossos corpos que queima de vontade de estar juntos.
Mas somos bruma em tarde de verão, que cai sem deixar marcas.
Olhando pelo retrovisor vejo um passado acenando para mim.
Vejo nada além de fantasmas, de faces borradas e enevoadas; pois já não são o que foram.
Vejo amigos de escola que nunca foram meus.
Miro os amores impossíveis que tive, daqueles que nunca se estabeleceram.
Fito os fantasmas dos quais peguei carona, um a um...
Ficaram perdidos no passado, esquecidos em uma curva ou jogados ao limbo em uma parada qualquer.
E com o passar do tempo, resolvi que amar era bobagem. Bobagem tamanha que; Oh, Deus! Quantas infindáveis vezes me apaixonei.
As metas que tinha ficaram num canto esquecido, oculto, ou quem sabe se foram com um sopro, ou num suspiro, tal como um fantasma que sempre fui.
Um fantasma sem rosto, sem forma e sem raízes.
As metas que tinha se foram com o vento, provavelmente por estarem pessimamente presas num varal qualquer, estendidas num quintal que nem ao menos lembro-me qual era... Talvez porque, no fundo, rábulas não tenham memória. Rábulas não tem passado.
O que sobra-me, afinal? O que fica?
Pois olho no passado e, fixando-me nele, não vejo nada dele refletido no que sou. Nada além de um borrão.
Porque meu passado, minhas metas, meu anseios... Se foram... Todos levados por um vendaval.
Na profundeza de teus olhos
Há mistérios que não ouso desvendar.
Neles há verdades profundas que não me permito entender.
Mas, se em tuas mãos suaves deixo perder-me
É em teus braços e abraços que permito à você me encontrar.
Me perco em riscos calculados
Mais uma vez o ledo engano do controle
De algo que não devemos dominar.
Entre minhas idas e vindas, entre tuas chegadas e partidas
Permito que, de mansinho, você possa me desvendar.
Neste turbilhão de emoções,
Nesse vendaval que nos invade
Em cada tempestade que nos transpassa e nos inquieta
Concedo o passo, aos poucos, para que você possa em meu coração entrar.
Cada traço teu me conta uma história
Que, tal qual menino maroto, escuto atento para que nenhum detalhe ladino eu deixe escapar.
Se há fundamento ou razão
Juízo, motivo ou circunstância
Quem há de saber?
Com quantas palavras ou olhares possa alguém isso responder?
Porque esta ânsia que nos inunda?
Qual a causa deste desassossego?
Somos intensos
E tudo nos transborda
Eis a razão!
Nas tuas esperas e permanências
Nas minhas entradas e saídas
Quero você perto
Bem perto
Tão perto
Que fiquemos despertos
Para não haver chance
De nos perdermos
Nem ínfima probabilidade
De não nos deixarmos
Um ao outro abraçar
Dama do Vento
Quisera eu ser o vento forte
Para bailar no seu cabelo
Roubar sua atenção
E sentir seu cheiro
Quisera eu ser a brisa da manhã
Para tocar seu rosto
Acariciar sua pele macia
E te deixar feliz
O restante do dia
Quisera ser um vendaval
Para levantar o seu vestido
Descobrir os seus segredos
E guardar comigo
Quisera eu ser um vento fino
Num dia de frio
Soprar bem mansinho na sua nuca
E lhe provocar arrepio
Quisera eu numa noite fresca
Com todo luar
Com você sozinha
Poder te abraçar
Num dia de sol
De muito calor
Soprar o seu corpo
Refrescar você
Com todo amor
Quisera eu poder te cobrir
Poder descobrir
Você ao relento
Ser você a única
E verdadeira dama do vento
Cigano Romani Em 23/11/18
Fb Romanipoesias
Direitos autorais reservados®