Vendaval
Vento de verão
De outono ventania
Da primavera vêm a brisa
Do inverno vendaval
De comum todos concordam
O vento é belo, belo vento
Trás as novas, já vai tarde
Na esteira da mudança
Muda a vida, trás mais sorte.
a palavra habitual
é hábitat natural
nesse vendaval
de poesia.
é um sarau
sem roupa no varal
sem açúcar no canavial
é tudo tão trivial.
soa bem
tipo oração
então, amém
escrevo com o coração.
VENDAVAL (soneto)
Entre a saudade, a aridez do cerrado
ressecando as lembranças tão sós
adormecendo luas e sóis para nós
em suspiro e soluço ali amargado
Eis que um vendaval de tão feroz
arrombou-nos os sonhos sonhado
deixando o intervalo assim atado
num amarrilho lamento, num retrós
Aí, neste embaraçado, eu atordoado
Oh! Amor, nem sei se estou acordado
ou tão pouco adormecido na ilusão
Só sei que pouco a pouco aqui calado
na solidão, o coração tão esperançado
em vigília, que aporte de novo na paixão...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
TOCAIA (soneto)
Ao sopro do vendaval no cerrado
No céu azul da vastidão do sertão
Segue veloz os sonhos do coração
Entre os uivos do já e do passado
A quimera, se acautela na ilusão
Prudente, contra o sentir errado
Tenta equilibrar estar apaixonado
Pra não sufocar a sofrida emoção
Na procela no peito esganiçada
Brami uma dor abafante e escura
Que perambula pela madrugada
E, em aflitivos véus da sofrência
Dando-lhe, assim, ar de loucura
No amor valência é ter paciência
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro
VENDAVAL EM CANTILENA PROSA
Cai no cerrado, ó chuva, e nos beirados
Sussurrando sons que o apavorar fiança
Em pingos d’água numa enfada dança
Purgando áridas angustias e pecados
Temporal no sertão, e tão agitados
Escoam nas planícies numa pujança
Deitando melancolias numa trança
De saudades e suspiros desolados
Do teu copioso gotejar, o luzidio
Relampejar, eriçando em arrepio
Que agita a tempestade tão furiosa
Troa lá fora, em um agravo vitupério
Estrondeando e envolto em mistério
De um vendaval em cantilena prosa...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/11/2020, 20’51” – Triângulo Mineiro
VENDAVAL NO CERRADO (soneto)
Áspero, entre os uivos, em lufadas nos buritis
De um constante sussurrar de uma ladainha
Prelado em prece, bailam nos galhos os saguis
Na imensidão, quando a tempestade avizinha
Rezas sobre a melancolia, agitam os pequis
Sobre o cerrado, badala o sino da igrejinha
E, em refrega, no céu, desenha o arco-íris
Grassando poeira tal qual a erva daninha
Bufa, num redemoinho em tal longura
Que abres no horizonte em chiar bravio
Gemendo o sertão num suspiro funeral
E invade, como guerreiro, toda a secura
Do chão, num comando do seu assobio
Avança atroz no planalto... o vendaval
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2020, Cerrado goiano
Xô vendaval
Tu conta
Ou eu conto?
Canto, encanto, encontro
O murmurar do sol rachando
_ Ah, ainda tem canto em algum canto
Vinho na taça
Flor no quintal
Amor na vida
E fé para continuar
Ainda tem chão
Roupas no varal
Sorriso de criança
E amor para curar
Poema curto autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 22/10/2021 às 23:40 hrs
Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues
Folha seca no vendaval
Sempre igual, normal
Ora bem, ora mal
Diário escrito semanal
Baixo estima, alto astral
Como seus ouvidos pudessem respirar
A melodia se encaixava como areia e mar
Trilha sonora da solidão
Fone de ouvidos cala a multidão
Sob o céu cinza prata
Sob o chão cinza chumbo
Sob rejeição e criticas
Erga a cabeça, ninguém nasceu pra ser vitima
Apanhei, cai
Levantei, eis me aqui
Tico e teco batem sem coordenação
Tic tac rouba minha atenção
Você é o vendaval, que me traz calmaria.
Você é o vento violento, que me arrasta sempre para perto.
Seu abraço é a maior loucura, que preciso enlouquecer (...).
Sei que por vezes o coração parece que tem um vendaval correndo por dentro. Como se tudo se resumisse a um nada, a um instante que já não existe no agora, e é nessa hora que a gente precisa acalmar a tempestade que nos tira da direção do porto, do lugar seguro. Respira, respira, mais uma vez respira fundo, há um lugar onde o mar é calmo e você merece chegar lá.
Nildinha Freitas
VENDAVAL
No peito um vendaval
Pronto pra içar as velas
Melhor segurar a nau
Do que ao mar lançá-las.
O vendaval formou nas areias
Um pequeno ciclone,
O vendaval levou até longe
Uma pequena semente,
A flor da duna adormecida
Que na livre altura oculta,
Uma ternura resoluta
Que embala toda uma vida.
O vendaval cantou no meu ouvido
Uma coisa que eu não havia percebido:
Que até nos teus passos eu dou sentido.
O vendaval plantou na duna,
Ele fez a boa semeadura,
Eu hei de abrir-me florida,
Nas tuas mãos carinhosas,
Por todo o amor que haverá nesta vida,
O vendaval trouxe-me da altura,
Para viver das venturas mais amorosas,
E depois fingir-me nos teus braços adormecida.
Não existe vendaval ou força contrária que vá tirar você de mim
Nosso amor está no coração de Deus e, com Ele, iremos até o fim.
"Se você está passando por uma tempestade de vendaval...lembre-se que o vento de DEUS não é para destruir; e sim colocar as coisas no seu devido lugar."
─By Coelhinha
O vendaval das paixões ao atingir a mais simples choupana interior transforma-se no palácio do amor ao ser tratado com ardor na imensidão da vida