Valsa
Os primeiros reflexos
No mar é lançado
Seus raios fulgurantes
No grande espelho refletido
Dançando a valsa da brisa
Pelo jardim dos meus pensamentos, ramos e folhas se espalham ao chão ... No caule desabrocha uma rosa, toda formosa ... Onde dança sutilmente siluetas ao vento, embalando uma valsa, nas batidas do seu coração.
Dentro de mim, reside um universo de sentimento e experiências, onde a dor e a força dançam em eterna valsa...
Todos sobrevivemos a uma sociedade narcisista e mantemos o status quo dela sem parar de dançar a valsa da sua fantasia.
Amar é ir além. É multiplicar os sinônimos, conjugar o verbo a dois, é perder os sentidos e ganhar novos sentimentos todos os dias. É perder a bússola para se encontrar. É se perder nos limites sem fim para recomeçar. É fazer uma história em segundos e registrar um momento como secular. É infindável o romance, porque busca sempre o amar.
Amar é ação. Faz amor nos gestos proferindo palavras gentis que tocam o coração. Arrepiando a pele que tocada pelo amor dança uma valsa. É calma a paz que o amor canta sua canção. Dedilhando o interior transborda a essência da alma.
Amor é amar. Sem querer mudar, transforma e direciona o que melhorar. Porque o amor cresce, amadurece, evolui e compreende. O amor é. Não deseja ser. O amor é. Não impõe o querer. O amor é. Do jeito que for. Porque o amor não se nega a nada. Compõe o todo. O amor é tudo que nos faz amar sem sofrer. Porque o amor é o único e verdadeiro poder.
Uma doce recordação de uma grande emoção
há muito tempo vivida, e jamais esquecida...
E já se passaram 65 anos...
O amor é lindo, quando vivido com sinceridade,
amizade, respeito e diálogo...
UMA VALSA PARA NÓS
Marcial Salaverry
A orquestra começou a tocar...
Sorriste-me... chamei-te para dançar...
Enamorados, principiamos a valsar...
Os suaves acordes espalhando-se pelo salão,
entrando diretamente em meu coração...
Contemplando tua linda imagem,
embarquei em doce viagem...
Uma viagem ao mundo do amor...
Inebriado, mergulhei em doce torpor...
Em teus olhos vi tanta doçura,
tanto amor, tanta ternura...
Logo descobri que jamais poderia deixar-te...
Descobri que iria assim amar-te,
por toda minha vida...
Uma valsa cheia de Fascinação,
trouxe para minha vida uma suave emoção...
E continuamos sempre valsando pela vida a fora,
sem jamais querer ir embora...
E agora, com os limites impostos pelos anos de vida,
ainda seguimos valsando com nossas lembranças,
e nossa imaginação, enquanto Deus nos permitir...
Marcial Salaverry
O POETA E O VERBO AMAR...
O amor que a poesia ilustra
O poeta é o figurante do verbo amar
Um dia foi bater à porta do céu
Conversar com Criador
Por favor, Senhor
Tire a venda dos olhos de gente feia
Com aparência de bonita
Abra a porta da felicidade, retirando as lágrimas dos olhos de quem grita
São pequenos sussurros que ecoam do outro lado do mundo
Sente a palidez dos rostos desfigurados
Seria este o amor que o poeta escreve?
Ou a perda de um amado
Fugitivo que se esconde num recanto feito um pássaro alado...
O poeta vislumbra o belo
O amado, o esfomeado, o desesperado, o alucinado...
Sem esquecer que há o luar, sem amar
Há vida, sem sentido
Há repouso, sem sono
Uma lição que vem dos firmamentos...
Em forma de bênção ou de assossego...
O poeta conjuga o verbo amar
Em que ama o abstrato
Sem toques e mágicas
Vem d’alma este Amor
Nas entrelinhas que escreve.
Sente que há amor em cada linha escrita
Um amor perfumado
Que exala entre seus dedos e da própria vida
Este é dom mais sublime que há
Amar, amando o Amor que há de ser eterno...
Nas linhas que o lápis dança a valsa do escritor...
Conjuntado o verbo em busca do Amor...
Na altura dos olhos,
muito mais altas
do que os sonhos,
as nossas mãos
começaram serenas
a se enamorar no ritmo
da Valsa de Mão Trocada,
Que num estalo fez
de mim por ti gamada.
Os gaúchos e as prendas
a rodopiar começaram
no salão a se alternar,
Não quis fazer nenhum
esforço para disfarçar.
A poesia romântica
do seu perfume a partir
deste dia nunca mais
eu consegui olvidar:
Você não vai se segurar.
Algo vem dizendo
que chegou o tempo
do amor em rebento,
Com a melodia e a poesia
contidas nas tuas palavras
que carregam pelos braços
como estivéssemos
em pleno baile dançando
a valsa do passeio,
Não há nada que disfarce
que só cresce o desejo.
O lenço girando na sua mão,
as esporas tocando o chão,
Você sabe que eu quero
ouvir a batida do seu coração,
Nesta valsa do lenço
vamos rodopiando pelo salão,
O quê eu tanto nessa
vida desejo é te cobrir dos pés
a cabeça com os meus beijos,
Embarcados não somos passageiros,
e nem nunca na vida seremos.
A gente está se envolvendo,
o amor da gente só
vem todo o dia crescendo,
o desejo nos conduzindo
dançando a valsa campeira,
Tenho plena consciência
do que em ti transborda,
em silêncio me namora
e quando chegar a hora
nada precisará ser dito
porque você me dará
todos os sinais para
que possa ser tocado.