Uma Amiga com Depressão
Hoje choveu.
No silêncio do quarto choveu. Choveu como nunca havia chovido antes.
Apenas choveu.
As nuvens já estavam carregadas há um tempo.
Temporal.
Torrentes de água.
Levou-me.
Lavou-me.
Vendaval em meu quarto.
Enquanto o sol brilhava lá fora.
O sorriso pode não vim da alma, mas ameniza a dor, e nos prova o quanto somos capazes.
Apesar da dor ainda posso doar alegria.
Coração ferido cicatriza, lágrimas secam, mas a pior dor da alma é ter que passar chorando nos lugares que conhecemos sorrindo.
Acontece que eu tenho medo de me apaixonar de novo e sofrer novamente. Confiar de mais e me arrepender. Chorar por quem não me deu um ''pingo de amor''. é isso que eu tenho medo.
Voltar aos braços daquele que te feriu é como deitar-se sobre ponta de uma faca, você sabe que irá te trazer uma ferida.
falam que é besteira é bobagem, mais quem sofre de repressão e ansiedade e escuta isso, só está se aprofundado pra escuridão cada vez mais.
Quando eu já nem sentia
O cheiro de cigarro e suor não me injúria
A água do chuveiro doía
O som do quarto ligado eu nem mais ouvia
O cabelo engrenhado de 7 dias eu já nem sentia
E quando eu já nem sentia
Nem o espelho eu mais via
O filme que preferido virou alegoria
De quando eu sentia
E agora, a sujeira na casa eu já nem mais via
E nem lembro de quando sentia
Quem busca felicidade em coisas, quando deixa de ter as coisas se torna infeliz e depressivo. Procure ser feliz com o que tens agora.
Lixo de vida.
Lixo de humanos.
Lixo de sol.
Lixo de luz.
Lixo de ar.
Lixo de dia.
E assim acaba minha poesia.
Que é um lixo, todavia.
Lembranças, saudades, vontades e amores
Necessidade de ser lembrada.
Angústia, medo, remorso, infernizando-se para eles
Por eles? Instintos sufocados, morte certa
Vontade de ser agrupada.
Pedaços do que fui confrontam metades do que jamais serei
Completa, inteira, suficiente.
A dor do não ser, do nunca estar, do nunca partilhar
Felicidade! Poderei um dia encontrar-te?
Do teu mel, algum momento, provarei?
Só sonhar.
Torpor, inércia, falsa calmaria
Um momento de sossego compensa uma vida de agonia?
Póstumas ruínas de mim mesmo
Outrora senti-me bem,
agora não há conforto,
Emerge uma Ágora dentro de mim,
Uma reunião conflitante,
Caótica
Confusa e anárquica,
Onde o único lesado sou eu.
Ao olhar para trás,
Sinto-me amordaçado,
Sensação de impotência,
Uma corda em meu pescoço?
Ah, não, é apenas a angústia corroendo-me lenta e sadicamente
Enquanto submerjo em prantos falhos que de nada valherá,
Cada segundo me vejo mais distante de mim ou de quem já fui,
perdoe-me pela lamúria
Eu precisava disso
O vazio
Eu me sinto vazio,
Como se não houvesse nada dentro de mim.
Estou tão vazio que não consigo sentir nada.
Não sinto amor,
Não sinto alegria,
Não sinto tristeza,
Não sinto nada.
Estou completamente vazio.
Eu sou um buraco negro,
Uma lacuna no universo.
Eu não existo.
Eu sou o vazio.
Porque é que eu sou assim?
Me sinto forte e a mais fraca do mundo ao mesmo tempo,
Tudo parece o fim.
Tudo e nada depende de mim.
Entre brumas, ao longe, surge a aurora.
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu risonho,
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu tristonho,
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino geme em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
☁
Quando tudo desabar
Quando não restar mais
nada nem ninguém
Quando tudo embaralhar
Quando não mais se reconhecer diante do espelho
Tente se lembrar de onde veio e de quem você é.
Saudades de mim
Sinto saudades do tempo em que conhecia meus sentimentos. Do tempo em que sabia o motivo pelo qual eu chorava ou sorria. Dos momentos em que eu vivia plenamente minha vida. Sinto saudades de tudo o que vi e vivi, porque sei que minha alma estava tranquila nesses momentos.
Hoje quando tento me encontrar te vejo em tudo. A mesma dor, as lembranças das promessas vazias, tão vazias que nem mesmo você acreditava, das juras de amor que me faziam sonhar e que com o tempo foram me dominando. Por mais que eu tente não consigo entender como pude me entregar a um amor tão esnobe, um amor incapaz de amar, de fazer feliz, de se permitir ser feliz.
Hoje vejo todos os defeitos que antes me pareciam preciosidades. Hoje sinto um vazio que ainda não sei explicar o que é e que talvez um dia o tempo me permita entender. Hoje sei que de todas as coisas ruins que você me fez sentir a pior ainda esta comigo: a lembrança de saber que alguém como você ainda existe.
Sinto tanta falta de mim que só vou me reencontrar quando conseguir dizer com toda serenidade que não me lembro quem você foi, é ou será. Infelizmente um amor nem sempre vem como amor.
Caminhar sozinha? Apenas não consigo. Sua mão me ajudava, me levava a querer mudar, ser melhor, era o meu sustento, o meu renovo. A cada passo que dávamos juntos, me sentia cada vez mais forte, cada vez que olhava fundo nos seus olhos podia ver a verdade e o amor que me fortaleciam, em cada abraço sentir o calor do seu amor, em cada sorriso, a felicidade, em cada gesto sua vontade.
Hoje levo comigo a saudade dos momentos de amor, carinho e felicidade, sigo calada, meus olhares falam por mim, sigo outro rumo, uma nova direção, vivendo e aprendendo com o coração. Não posso negar, o amor ainda está aqui, te levo comigo, nos meus infinitos pensamentos, pensando que tudo que vivemos foi uma linda história de amor.