Túmulo
Se levar meus projetos e sonhos para o túmulo e ali sepulta-los, como fez Jesus, e ressuscitar na presença daquele que tudo criou, que motivos terei para fugir da morte, se esta é a passagem para a vida?
A democracia, maravilha que não tem nada a oferecer, é, ao mesmo tempo, o paraíso e o túmulo de um povo. A vida só tem sentido graças à democracia, mas a democracia carece de vida.
A Páscoa de Jesus nos tira da solidão do túmulo das emoções machucadas para depois ressurgir com glória, alegria e vida nova.
A pedra do túmulo foi removida, Jesus vive e está entre nós e nos devolve a possibilidade de realizações dos sonhos que estavam adormecidos e enterrados.
Final
Uma pomba, inocente
pousa sobre um túmulo
Os corpos estão aqui,
- suponho -
Onde estarão suas almas?
Desconfiada me observa.
Estou vivo!
- Grito.
Eu fico.
Ela voa...
Busca o montanhoso
ponto do Condor
iluminado pelo sol
Vai tornar-se alma.
Eu sou as estrelas suaves que brilham à noite. Não fique perto do meu túmulo, chorando. Eu não estou lá, eu não morri.
Em meu túmulo as principais gravuras que quero, ou melhor a única gravura que quero é a frase ''Paz a todos, juízo aos bons''
Em trevas o crepúsculo...
Parece o mundo um túmulo
Não há o estrelado manto...
Restou-me o desencanto...
As flores foram desfolhadas...
Estão perdidas sobre as calçadas...
No extinto e no porvir...
Só ouço suas mentiras e mais nada...
Colho o tédio...
Que já está maduro...
De olhar morto...
Escondido atrás dos óculos escuros...
Horror do mal, do feio em todos os caminhos...
Alma e coração em desalinho...
Arrastando a fraqueza e a simplicidade...
De maneira tão triste e louca, essa dura verdade...
Os ventos adormeceram...
A brisa não me beija mais...
Quero ficar só...
Como nunca estive jamais...
Sandro Paschoal Nogueira
Por favor, quando eu morrer não vá ao meu túmulo me visitar no dia de finados me levando flores, faça isso em vida.
Prof. Mendes
Vivendo em amor e nascido dentro do amor, o que sobra no túmulo quando a vida termina também não é nada mais que o amor.
Século De Mãos
Cada criança que nasce é um tumúlo,
Que se abre no útero da sepultura,
Da consciência intra-uterina da alma humana.
Nascer é ser parte do fatídico da vida.
Viver é provar que a degradação não é congênita.
Ó caminhos da existência sobre a vereda da morte!
Ah, mãos da minha infância!
Da infância que ainda hoje sou.
Da adolescência que não tive.
Mãos que sustentam outras mãos.
Ah! – Deus! Deus! Deus!
Por que ainda fecunda-nos com mãos infantis?
Mutilações, substituições! – E sempre novas mãos!
E quanto a mim, que sou outra criança?
Então é uma criança a cuidar da outra?
Deus! – Há na terra um pacto de mãos.
As mãos infantis ardem!
O dramaturgo da vida é Deus.
Minhas mãos estão cansadas de tanto rezar! Abro-as!
Renego a tudo – Aos gritos!
– Mãos oriundas da criação do orgulho a dois.
Progenitores de séculos de mãos!
Não, eu não preciso de mãos para me proteger.
Talvez precisasse de Deus...
Mas cadê Deus? Onde está Deus?
As desgraças sempre foram distribuídas entre as mãos humanas.
Eu estou sozinho e o evangelho sumiu.
Eu me sinto como se estivesse em uma prisão abandonada
Estou presa entre meu túmulo da mesma forma que estou presa entre o além desconhecido
Estou de luto pela minha morte
Um luto, sombrio pela pessoa que um dia eu fui
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