Tristeza e Solidão
Eu ainda me lembro das noites em que eu ficava sentado no chão frio do banheiro, com água quente caindo sobre o meu corpo. Eu fechava os olhos e deixava as lágrimas se misturarem com a água, como se assim pudesse dissolvê-las e fazê-las desaparecer. Mas, mesmo após tantas lágrimas derramadas, eu ainda me sentia sufocado pela tristeza que tomava conta de mim.
Eu passei anos tentando me encaixar em mim mesmo, tentando aceitar a minha condição, mas a verdade é que eu não sabia como fazer isso. Eu me sentia sozinho e isolado, como se ninguém pudesse entender a dor que eu sentia. A sociedade parecia estar sempre a minha volta, me julgando e me condenando por algo que eu não tinha controle.
Eu só queria ficar bem, só isso, mas isso parecia cada vez mais distante. Eu me afundava cada vez mais em uma escuridão que parecia não ter fim. Eu me perguntava se algum dia iria conseguir superar essa dor, se algum dia iria conseguir ver a luz novamente.
Eu não conseguia encontrar uma saída. Meu caminho parecia escuro e sem fim. E o peso do estigma do HIV parecia estar sempre lá, pesando sobre mim. Cada dia era uma batalha para encontrar a força para me levantar e seguir em frente. Muitas vezes, pensei em desistir. Afinal, o que eu tinha a perder?
Eu me sentia preso em um ciclo sem fim de tristeza e desespero. Não havia nada que pudesse me tirar desse abismo de solidão e desesperança. E o gigante letreiro "HIV" continuava a piscar em minha mente, me lembrando constantemente de que eu era diferente, que eu estava doente, que eu era um risco para os outros.
O choro, o chão, o chuveiro eram a minha única forma de escape. Ali era meu lugar. E assim, muitas vezes eu chorava, onde ninguém podia me ver ou ouvir. Eu gritava internamente, desesperado por alguém que pudesse me entender...
Eu estava só, mas algo dentro de mim, meu eu, minha alma, veio me abraçar. Ela pegou em minhas mãos, olhou fundo em meus olhos, os olhos dela também choravam, sorriu e disse: "Nós vamos conseguir".
O destino me presenteou com um pedaço de ti
este pedaço eu plantei em meu coração
Fiz ornamentos e o balaústre para um jardim
o qual veio a ser uma parte de mim
...
Graçolei o tempo que me trouxe as alvíssaras
Meu sorriso irradiava aquela casa
Jocoso, cômico era o tempo do orgulho daquela ímpeto
E não se via igual a nenhum outro
...
Veio a chuva e eu o protegi
Veio a tempestade e eu o cuidei
Fiz a minha mocidade em teu leito
com suor, amor e dedicação
E não se via igual a nenhum outro
...
Era belo como Afrodite cultuando o amor
Era apenas eu e o meu jardim
Era apenas eu e o meu amor
Havia um motivo para se viver
...
Mas de tão belo assim culminou em seu sepulcro
Cujo único pecado que justificasse tua dor
era não ser igual a nenhum outro
...
Sua beleza, cor e majestade atraiu os forasteiros
Cobiçaram minhas alvíssaras ao teu lado
Cujo significado era tu para a minha alma
...
Pisotearam minhas rosas Juliet as quais cultivei com tanto amor
Podaram meus lírios laranja que cuidei com tanto carinho
Minhas camélias foram esmigalhadas com denodo e devoção
...
Olhei sem a crença de que era apenas um pesadelo e não pude acreditar
Dei minha vida para o que me destes do fruto
que alimentava minha felicidade
E assim se foi em segundos
tudo aquilo que me deste um motivo para viver
...
Voltei em pó sobre os ombros da tristeza
o rancor e o ódio me deram as mãos
os mais próximos diziam que eram apenas flores
um parte de mim morreu naquela ocasião
e nunca mais voltei a ser quem eu era
...
Os anos escorriam em minhas mãos
Em um nascer do Sol me motivou a tentar novamente
Arei a terra, adubei e a cerquei
Recordei meu velho jardim
Escohi as melhores sementes, semeei e reguei
Em algum nascer do Sol, me deslumbrei com um broto que me sorria
...
No escurecer não adormecia
Me tornei a vigilia daquele jardim
A cada ruído dos animais na terra
Eu não mais conseguia ter a paz e a felicidade que pude ter um dia
...
Velei noites e dias
As flores cresciam sem pressa e com esplendor
Me trouxe alguns sorrisos e reascendeu a chama do amor
Com medo tapei o meu jardim
cerquei de todos os lados e fiz dele meu segredo
...
Os anos novamente escorriam em minhas mãos
A flores ja não cresciam com tanta beleza
e morriam apesar do meu amor
Não pude perceber, cego pela preocupação,
que dentre meus cuidados a luz era seu alimento
e assim renasci a minha dor
...
Os mais achegados diziam que eram apenas flores
um parte de mim morreu, pela segunda vez, naquela ocasião
e me afundei na solidão
...
Os anos novamente escorriam em minhas mãos
olhando para a terra que um dia cuidei
voltei a plantar sementes de algodão
Arei a terra, adubei e a cerquei e doei meu coração
embora em pedaços
era o melhor de mim
...
Ao ver que tudo era bom,
destrui o meu jardim
e matei o meu amor
Os mais achegados diziam que eram apenas algodão
e a culpa era minha pela solidão
...
O que não contam
é sobre a morte do meu coração
Da mesma forma que colho
aquilo que não semeei.
Meus último dia de vida é um adeus, singelo a quem amo, a quem odeio, a quem conheço, não sei se isso é bom ou mal.
Minhas raízes estenderam pelo vale de minha mente perturbada, meu corpo se entregou a fome e a insônia.
Meus olhos são escuros e sem luz, minha alma não possui o brilho de uma estrela cadente.
Apenas existo nesse mundo sem fim e sem brilho.
Quero afogar meus vícios nesse mar negro, como irei se ainda tenho vontade de curtir o verão passado nessa areia cinzenta que tanto me feriu, são memorias de um antigo alguém, tão gostoso seu sabor e perigo, foi essa mesma caipirinha gelada que deixei-me levar pelo prazer até perder minha consciência, só quando meu bolso vazio acordo sozinho, nu, em um bar que fechou a porta sem dor quando precisei me levantar, tentei insistir, mas esse bar já tinha anos de experiências, recebe bem e cuida de seus estrangeiros até o dia que encontrar o freguês das quantias noturnas.
Em meio a toda essa fumaça tenho tentado me manter acessa.
Sem conseguir fungir
não enxergo nada nessa prisão,
paredes e paredes.
Enquanto minha chama cessa,
Fumaça e Fumaça.
É estranho se sentir assim, estranho essa vontade de chorar, esse sentimento de impotência.
Sim, você não se sente capaz de agir, não sabe nem por onde começar a agir, mas para que saber? Não há forças para tal ação.
É engraçado, em um dia você está bem, ciente e contente de tudo que lhe cerca, e no outro dia já tem uma nuvem escura lhe cobrindo, lhe assombrando, lhe causando os incômodos mais inconvenientes e obscuros que lhe pode acontecer. Você se sente perdido, se sente exausto, mas porquê? Por que essa reviravolta? Porque esse sentimento se espalhou e te corrompe de tal forma?
Muitas perguntas talvez sem uma resposta concreta. Você chega a duvidar da sua própria sanidade, é certo isso?
Não acredito que não seja, mas qual ser humano é completamente estável? Mais um questionamento que te reconforta e ao mesmo tempo te deixa preocupado.
Tem momentos que você acredita que tudo está resolvido, que a sua cabeça está em paz com seus pensamentos mais obscuros, bem controladas.
Você se importa demais com o que os outros pensam.
Você dá muita atenção para as opiniões alheias, principalmente as que mais machucam.
Você não se valoriza, você está mentalmente esgotado por atitudes suas e de pessoas que te cercam, que você permite que te abale.
Você está perdido em pensamentos do passado, em acontecimentos que te feriram. E consequentemente, te fere cada vez que retorna a lembra-los.
Não é certo, talvez não seja justo, é isso que você se questiona, é justo tudo que lhe acontece? Mas você acredita que também não é justo tudo que fez no decorrer da sua vida.
É justo ofender em pensamento? É justo criticar as pessoas mesmo sem conhecer? É justo desejar até o mal de algumas pessoas? É justo não se importar com o sentimento de alguém, só porque não é do seu convívio? É justo brincar com as pessoas?
Talvez você só se exija demais, com a justificativa de que ninguém é perfeito, que todos erram, uns mais que outros, porém todos erram.
Quando você vai perceber que muitas das suas ações afetam não somente aos outros, mas principalmente a si mesmo, e não é um afetar de forma saudável, machuca, dói e dói muito, as vezes até mais do que você pode aguentar, mesmo você fingindo que está tudo bem, que é forte e aguenta tudo, não é? Você é só mais uma pessoa que está se acovardando usando alguns atos de justificativa para seu comportamento irracional e incoerente.
Isso mesmo, irracional, é assim que você age quase todas as vezes, é a irracionalidade que te move, que te guia, e isso não está te fazendo nada bem.
Você sabe que está mal, mas o que fazer para conseguir mudar esse estado, voltamos ao posicionamento inicial, você se sente impotente e incapaz para fazer algo para mudar!
Isso é extremamente triste, saber que está nesse caminho, que escolheu trilhar esse caminho, afinal não dá para imaginar, não é? Ninguém te contou o que aconteceria no decorrer do percurso que está seguindo, e sabe porque ninguém te contou? Porque foi você quem escolheu!
Foram as suas escolhas que te trouxeram até aqui, querendo ou não, aceitando ou não, somente você é culpado pelo caminho que decidiu trilhar, só você pode ser responsabilizado pelo caminho que decidiu percorrer. E isso é frustrante, sim é muito frustrante, mas é isso que te faz ser forte, que te fará resistir a certas situações, talvez demore até se conscientizar, mas chegará um momento que será como um estalo e verás até onde suas ações te levaram, e espero que não seja tarde para mudar de rumo, mudar a direção. Espero que ainda dê tempo de pegar o próximo retorno, pegar a próxima saída que te leva para longe dessa estrada que te guia.
Você vai vencer, você sabe que vai, então acredite e confie fielmente nisso, você irá superar essas barreiras que te cercam e te afligem, e talvez ainda sinta orgulho do caminho que trilhou, é isso que desejo a você!
"Existe sempre essa cobrança da existência para você existir. Estou cansado de existir, por favor, me deixe descansar um pouco."
Penso, logo existo, dizem os sábios, mas contigo, não sinto a essência,
Sem ti, minha existência desvanece, rumo à decadência.
Sou apenas um eco das tuas escolhas, um mero consentidor,
Tuas atitudes, teus conceitos, são compassos que me levam ao delírio, ao torpor.
Não posso apenas chorar ou me calar, é preciso falar, protestar,
Reclamo porque me importo, por ti, pela vida que tento moldar.
Alegrias e evoluções, contigo encontro, mas no sofrimento também há lugar,
Você não captou este poema, então, serei direto, sem hesitar.
Não permanecerei imóvel nesta corda frágil, nos últimos suspiros,
Seu nome ecoará, em meio às lágrimas e aos suspiros.
Triste fim
Um dia vou jogar no mar minha vida.
É o mar minha única saída...
Tentei viver uma vida normal...
Mas estou tão imersa em minha dor
Que mato todo sinal de amor...
que de mim se aproxima.
Triste mesmo esta minha sina.
Tenho meus segredos.
Tenho meus planos.
Tento viver meu lado mais humano...
mas meus atos são sempre tão desumanos.
Hoje não está nada bem.
Trovões e solidão povoam meu coração.
Um dia eu mato essa dor.
quem não me conhece, talvez vá chorar...
vai pensar: 'por que será que ninguém fez nada pra ajudar?'
É... ninguém fez...
ou... fez sim...
quem podia ajudar me empurrou ainda mais para esse triste fim.
E fim!
"Dor, eu pensava que sabia o que era dor,apenas pela ausência do amor,mas agora percebo, que a solidão absoluta é ainda mais confortável, do que estar ao lado de alguém te faz senti-lá"
Desculpe o mal jeito , é que hoje não consegui fingir minha alegria muito bem , amanhã será um novo dia , vocês não irão nem notar meu desespero prometo!
A vida sem ter amor
É triste melancolia
É um circo sem palhaço
Sem um truque de magia
É brasa que se apagou
É fogueira sem calor
Apagada em noite fria
“Você chegou na beira do abismo e voltou. Eu continuo a olhar o abismo, esperando ele olhar de volta.”
Quando se sentir só, siga assim mesmo; algumas portas da vida só permitem a passagem de uma pessoa por vez.
Que o chão desabe sobre meus pés
E que não sobre nada ao meu redor
Que o céu nublado desabe em uma torrencial tempestade
E arrefeça a já não existente planície
Que a neblina cubra todo o meu entorno
Para que eu não veja mais o abismo abaixo de mim
Nem o céu escurecido
E unicamente sinta os pingos de chuva sobre meu corpo
Levitando no vazio do nada.
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