Tristeza e Solidão
Na noite fria e tão vazia,
Descanso meus olhos cansados,
Adormeço meu coração apaixonado,
Fitando teu retrato...
Sentado à beira da minha vida, observo-a passar,
Procuro os momentos em dela participei,
Esmiúço minhas lembranças procurando os atos que conduzi,
Nas atitudes que tomei para chegar ate aqui,
O incrível que descobri,
É que na trama da minha vida,
Não tive o papel principal!
Não atuei na vida que escrevi...
Por isso, sentado aqui,
Continuo a olhar, vendo minha vida passar,
Não há papel principal, nem texto à decorar,
apenas na plateia, assistindo minha vida passar!
"O pior é perceber que diante das pessoas estamos muito só, que diante de nós estamos muito só. Que estar só hoje não é agradável. Hoje solidão se faz solidão em todos os sentidos."
No dia que a que a alma enxergou
A razão e irracional, os sentidos não sentem, o certo anseia pelo errado, a tristeza quer ser feliz, a solidão implora por uma companhia, o molhado anseia pelo seco, mas o molhado sabe que somente quando a razão der lugar para o sentido sentir e que ela deixará de ser irracional, e só nesse momento a tristeza se tornará feliz, e ai a solidão terá sua tão esperada companhia, nesse dia não haverá solidão que dará espaço ao molhado, o molhado se seca; se seca não mais pelo sol da obrigação de existir, mas seca por não mais ser desobrigadamente obrigado a molhar, se seca pelo calor que solucionou o problema da solidão. um ponto de fuga, um refugio em palavras não ditas, agora escritas, prontas a serem entendidas, pela visão de quem não as vê com os olhos do corpo...
Devaneios
Em minhas noites solitárias
Eu penso em você
Em meus devaneios e loucuras
Chamo teu nome
Mal posso respirar
Meus pulmões gritam por ti
Em meu último suspiro
Teu nome sussurraria
Em meu desespero
Clamaria por ti
A morte teria pena
Desse pobre amante
Que em seu último fôlego ainda te ama
E daria a oportunidade de te amar
E suspirar teu nome pela derradeira vez
Não permita que a mórbida Senhora
Leve-me ao Castelo de Hades
Sem ao menos dizer
Que sem ti não posso viver
Amo-te mais que posso conter
Não me deixes morrer
Sem que possa dizer...
Amo-te!
Eu sonhei com você.
Fazia mais de uma semana que eu não me importava mais com sua presença. Faz muito tempo que você desistiu. Mas hoje eu tive uma das maiores dores da minha vida. O sonho foi real.
Eu estava em alguma festa, não faço a mínima ideia de onde, deve ter sido a festa que meu coração fez quando te conheceu. Você estava sentada ao redor de uma mesa com os amigos. Vestia um vestido lindo, azul, ele brilhava, tão lindo que só existia você ali. Seu cabelo estava amarrado, seu sorriso era a luz que iluminava o local. Eu vestia, novamente, a mesma roupa.
Foi então que você perguntou: "Não vamos conversar hoje?". Eu respondi com um sorriso e caminhei em sua direção. Você sentada, eu sentei no chão, sim, eu me sinto bem sentado no chão. Começamos a conversar, eu te dei a mão, sua mão tão macia, me senti acalentado e minha solidão foi embora por um tempo que eu não faço ideia. Você me abraçou, novamente eu senti o que eu não devia e senti que naquela abraço eu poderia viver a eternidade.
Não, não houve beijo. Até em meus sonhos você sente vergonha de mim.
Lembrar-me que um dia fiquei bem em estar ao seu lado, é perturbador.
Nos meus sonhos você volta, pra eu não me esquecer de ser humano. Até em meus sonhos é real a dor que sinto.
O Bêbado
Ultimamente tenho evitado estar sóbrio, pois assim consigo te manter fora da minha mente. Fico bêbado todo o tempo, tentado esquecer esse seu lado cômico de me fazer sofrer.
vou em frente,
tombando,
torto,
caiu,
levanto.
Sou um bêbado com abstinência do seu amor por mim. Sou um bêbado, delirante, errante, a cima de tudo, sou amante.
Mas, graças aos ventos que sopram à favor do amor, estamos aqui no olho de um furacão, numa dança de almas.
Eu já vi pessoas confundirem-se no uso das palavras Melancolia e Nostalgia.
O melancólico sente uma tristeza sem motivos, profunda, porém vazia de porquês. O nostálgico entristece movido por lembranças, saudades e alegrias que morreram.
Os gatilhos de uma, moram no cérebro, com suas sinapses. Da outra, no coração, com razões que a razão desconhece.
A melancolia oferece um caminho de volta para a euforia, embora acabe dando o ar da graça novamente, nos momentos mais inoportunos. Já a nostalgia, agarra-se na periferia das nossas emoções, oferecendo-nos a felicidade das memórias passadas, mesmo que diluídas em fragmentos de adeus.
Pense nos idosos, talvez esqueçam o presente, com o intuito de matar a tristeza sem causa, e vivam com a satisfação de serem nostálgicos, viajando ao passado sem bilhete de retorno à realidade, pelo simples fato, de que nela, reside a solidão.