Trilhos
Pinheiro Marcado
Na terra onde nasci os trilhos cortavam o pequeno lugarejo como brilhantes luzindo à luz solar”
Terra adorada da minha infância,
Meu belo berço natal,
Vivi alegrias e pujança
Meu amor por este chão é sem igual.
Não fossem as contingências do supremo,
De lá não sairia nenhum minutinho.
Fronteira municipal bem no extremo,
Lindo distrito no interior de Carazinho.
O ruído do trem de longe se escutava
A estação, de gente, certamente se enchia,
Surgiam em minha imaginação
As emoções de quem chegava ou partia.
Terra de tantos sonhos sonhados,
De agricultura e reais belezas
Do meu primeiro aprendizado
De vivências intensas com a natureza.
Da Escola Veiga Cabral de eternas lembranças,
Do amor inocente platonizado,
Trago grudado em meu peito às heranças
E gratidão ao meu chão: Pinheiro Marcado.
(Projeto AVL- Meu Berço meu orgulho)
REFÚGIO
Os trilhos do amanhã
O seio da gratidão
O amor da inquietude
A tradução oculta percebida pelo ato de indiciar.
O toque almejado
A luz no anoitecer
O reluzir da compreensão.
A que vieras?
Serás do infortúnio a mente sã?
Consumista de energias
que reluze as notas de circulação
Transformista de dores em compaixão.
A que vieras?
Es tu mente sã do infortúnio?
Alguns dizem que nunca amaram, outros que o amor é passageiro vem e vai como os trilhos de um trem...
Eu digo que só se ama uma vez na vida e que estamos
fadados a solidão.
Tudo está nos trilhos, você me faz bem... Para que a pressa se posso aproveitar cada sorriso seu?
Sentindo-me sozinho lhe procuro e encontro a paz... Para que pular os estágios se posso desfrutar de cada momento ao seu lado?
O pudor, recíproco - sim, recíproco! -, aquece a minha alma... Para que permanecer gélido se há uma chama que se chama paixão?
Não sei e nem pretendo encontrar definição, mas para quê? Se eu certifico tal sentimento, não existe motivo para definições posteriores. Ainda que tornem-se póstumas estas memórias, permanecerá vivo o amor nascido no coração. Não importará qual verme roerá primeiro minhas carnes frias, qual das caveiras serei eu... Para para que preocupar-se com isto se eu posso simplesmente deixar que tudo aconteça naturalmente?
Entenda, portanto, que independerá a circunstância. De nada valerá a prova. Inúteis serão as tentativas de eternizar algo que um dia se finda; mas que enquanto perdura, afronta a oposição, dá cabo da melancolia e alegra o coração.
O destino nos trilhos,
o coração na máquina.
Sentmentos em vagões de ferro que o amor entrelinha pelas estações.
Adeus primavera,
adeus minha flor.
A saudade dos meus filhos
dói, machuca, me amordaça...
Eu comparo aos velhos trilhos
por onde o trem já não passa.
Dos trilhos por onde caminhei
os riscos da solidão
os riscos da contramão.
Dos mares que naveguei
as ondas que me quebraram
e as ondas que me levaram.
Agora restou a história,
versos e dramas.
De um coração,
a viva memória.
A velha vontade de lustrar os trilhos do trem com meu próprio sangue surge novamente com força infindável.
Caminhos(in)versos
Desnudam-me a arte, o espelho, o tempo e os trilhos.
Mostram-me quem sou, quem não sou,
quem poderia ter sido...
Quem não deveria ser de jeito nenhum!
Ao reverberar em mim, a arte, faz surgir a poesia.
No espelho, meu corpo adquire forma,
enquanto desconforma a vida em sua imensa sabedoria,
conforma-se meu corpo, na silhueta errante refletida no espelho.
O tempo, dá-me, os limites de que preciso.
Na exatidão de teu agir, molda-me a seu bel-prazer
com a precisão cirúrgica de um bisturi.
Os trilhos são os descaminhos, os segredos guardados, os espinhos.
Neles, sigo em apresentação solo, sem platéia ou aplausos
sigo, errante como sempre, e fazendo um monte de merda.
Hoje pelo caminho
Os trilhos me pareciam tristes!
Já não se via neles o mesmo brilho dourado de sempre.
Os seus caminhos eram tortos, tortuosos, sem graça.
Hoje a noite, a chuva veio:
-Caiu devagar sobre as ruas da cidade.
-Não se via nela a costumeira beleza de outrora.
O frio que trouxe consigo era de amargar:
de fazer tremer todo o corpo,
de fazer trincar os dentes,
de fazer arder a pele.
Tanto frio...Tanta chuva...Tanta dor...Tanto silêncio.
Onde estará esse trem?
Ele nunca se atrasa!
Terá ele se escondido do frio e da chuva...
Terá ele se perdido no caminho em meio a retas e curvas...
Será que embruteceu em meio aos carros e ruas,
enlouqueceu na selva de pedras enquanto tentava voltar para casa?
Terá ele brigado com os trilhos,
desencantado da lua,
padecido só e abandonado em uma cova rasa na vida?
Onde está o trem que me leva?
O brilho dourado que euforiza-me?
(Trilhos e Trem) -
Por onde vocês andaram?
Estive a espera de vocês por dias a fio,
estive a espera de vocês por horas.
ÚLTIMA ESTAÇÃO
Quando nascemos,
tomamos um vagão
na locomotiva da vida.
Os trilhos, são destinos já traçados.
Não temos como muda-los.
A viagem é breve e termina na proxima estação.
Quanto ao teu vagão na locomotiva,
voce pode transforma-lo
num salão de festas ou
um cortejo fúnebre.
Você pode escolher.
Mas lembre-se, voce está pagando por essa viagem.
Então, faça valer a pena, até o apito final,
até a última estação.
Sofia é o seu nome......
lá vai a pastora com as ovelhas,cabras
percorrendo as estradas, trilhos,
de caminhos árduos entre fragas,
giestas, estevas, castanheiros,sobreiros.
Chora a pastora de dor "são lágrimas de amor,
porque casa dentro de uma semana"..
Está à espera do noivo...os preparativos estão
quase prontos..chora como uma folha caída
varrida como no outono da vida...
Lá vai a pastora senhora/menina dos seus 40 anos..
sonho com amor, como o dos seus pais..
cara bonita expressiva alegre coradinha boa pessoa,
espera pelo noivo à mais de oito anos, o seu António,
espero que sejam felizes a pastora e o tratador de porcos....!!!
Quando olho para ti me sinto louco, quando falo contigo eu saio dos trilhos.
Só penso em você,se te esqueço é por que não te amo mais.
Meu vicio é você, não preciso de mais nada, por você eu mudo o mundo, eu faço um impossível.
Por você eu esqueço te ti.
Ventos do Amor
Livre como os ventos,
andarei somente por trilhos certos,
o caminho seguirei sem olhar para atrás,
e não voltarei em questão alguma ao ponto de partida.
Posso ser totalmente livre ou
não andar por aí sozinha,
posso seguir o vento ou
deixa-lo ir pelos ares.
Posso Tentar enxergar além do que posso ver ou
fechar meus olhos e somente ouvir a tua voz.
Tanto fiz que cheguei à lugar algum,
se tenho você é porque viestes para mim e
como poderei ir se me distanciarei de ti.
Estes ventos livres me trouxeram o amor.
TRILHOS
Eduardo B. Penteado
Olhos, olhos e tudo o mais
Vi teus olhos hoje na praça
Correndo soltos nos olhos do velho
Fitando os olhos do menino franzino
Iluminando as luminárias das Neves
E foi somente nesta praça
Flutuando num outro tempo
Fustigada por outros ventos
Que a chuva alagou os trilhos do ontem
E como nos filmes antigos
Tudo ficou mudo e foi-se a cor
Tudo pode, nas histórias de amor...
A chuva encheu o ar com o cheiro de teu suor
Num rompante, sem conter tal ardor
Peguei minha saudade pela mão
E dancei na praça uma valsa
Um rock, um baião
Refrescando na chuva torrencial
Os sintomas da minha paixão
E dançando uma coreografia de raios
Canalizei o que havia fantasiado
Para um ponto inerte do meu passado
Até achar-me num nicho imaginário
Um segundo além do presente
Sempre um segundo distante
Mas vi-te passar tantas vezes de carro!
Com tantas pessoas conversaste!
Um segundo após o raio
Tudo era de novo uma grande ausência
Como a chuva caindo nos trilhos do bonde
Que hoje não quis se molhar.
Antes de sair de casa peça graça a Deus para que o desejo de honra não saia dos trilhos da humildade.
Adaptações de Provérbios 18:12