Trevas
E vinha vindo a noite por entre os pinheiros...
E vinha a sonhar...
E perguntava-me ...
Por que te devo amar?
Porque há vida...
A doer com as mágoas...
A rolar as lágrimas...
Por que andas de repente...
Entre idas e voltas...
Dos que esperam a luz...
Em densas trevas...
No vácuo mudo...
De um desolado coração...
De quem não espera...
A sua compaixão...
Do esquecimento inviolável...
E olvida, como quem está já morto…
E, interrogando o destino...
Sente desconforto...
Verdade...
Qual delas?
Que estão além das cousas transitórias. ..
Correr do tempo onde o amor se perde...
Para onde vais...
Sem eu poder ficar?
Sandro Paschoal Nogueira
Eu era um rapaz que vivia na noite a cantar
Fazia espetáculos para o público alegrar
Um dia encontrei um vampiro o qual por seu ódio aminha vida queria desgracar
E do meu sangue queria queria se alimentar
Eu cantava na noite escura
A qual a minha áurea era colorida sem frescura era alegria pura
Com todas as cores do arco-íris
Me enfeitava
Me empolgava
Me amava
E a tua vida alegrava
Hoje sou uma vampira
Mas meu amor pela vida colorida ninguém tira
Me alimento do teu sangue
Mas tua vida não levo pro mangue
Apenas quero o teu sangue
A minha treva não é escura
Pois não vivo de amargura
Sou uma vampira que procura a cura
Não quero viver na rua da amargura
Quero viver com os humanos e do teu sangue me alimentar
Sem os machucar
Sou uma vampira drag do bem e não tiro a vida de ninguém
Doe seu sangue para mim
E felizes viveremos em fim.
10-11-22
Ignorante, não é aquele que não sabe. Ignorante é aquele que diante da verdade tendo uma oportunidade de aprender e saber, por ignorância, falso poder e vaidade burra continua preferir viver no acomodado erro.
A paz é própria dos grandes seres humanos em qualquer tempo, os menores, os covardes, os parias e desajustados de qualquer cultura, preferem a guerra, como oportunidade marginal de se sentirem vivos.
A ignorância, a burrice, o analfabetismo digital e a brutalidade arrogante hoje caminha em todos os sentidos para uma escuridão social, trevas humanitárias e automação planetária muito alem da velocidade da luz.
DESPERTO
Vazio na escuridão
Estridulando o sono
Medos em prontidão
Da paz eles se adonam
Invocação de Força
Aos céus levanta as mãos
Anseios vão à forca
Numa genuflexão
Lá vem mais uma aurora
Vai engolindo as trevas
Com Fé renova agora
Porvir de novas eras.
Vivemos uma era da escuridão entre luzes,
onde os caminhos iluminados,
não conduzem ao clarão das ideias,
mas às trevas da ignorância.
Tenho os lábios secos...
Arde-me a cabeça...
Tenho febre...
Vejo o presente, e também o passado e o futuro...
E tudo me assusta...
Já nem sei mais o que digo...
Penso em deixar de pensar...
Trago perdido o que o espelho não mais retrata...
Sem o cortejo das estrelas...
Sem o que me enfeita...
Inocência...
Aonde deixei ficar?
Vens oh lua...
Espantas com o teu clarão as sombras que me perseguem...
Todos os lugares são o mesmo...
Com um coração que tem que pulsar...
Dizer a Verdade quem poderá?
E do esquecimento inviolável...
Nas trevas sondo, fixo e absorto...
Interrogo o intrépido destino...
Além das cousas transitórias...
Das paixões e das formas ilusórias...
Em meu refúgio...
Continuo sonhando...
Onde me perdi...
Também me encontrei...
E dos cálices de absinto que bebi...
Nessa Babel velha e corrupta...
Muitos outros sei...
Que ainda os beberei...
Sandro Paschoal Nogueira
Sobre os que habitam as sombras…
Há, na vastidão da vida, criaturas que não conhecem o ímpeto de criar, nem o ardor de conquistar. Sua existência se arrasta como um nevoeiro denso, alimentando-se não daquilo que oferecem, mas do que sugam de outrem. Estas almas, tão desprovidas de força para erguer a própria morada, preferem rondar as ruínas alheias, como aves que não sabem cantar nem caçar, mas que vivem à espreita do cessar de um coração.
Vou te contar sobre os urubus. Eles não possuem garras para o ato feroz, tampouco asas para o voo nobre. Não derramam sangue por um combate justo, nem se encharcam na coragem de um enfrentamento direto. Sua subsistência é a morte alheia — um banquete que não provocaram, mas que esperaram pacientemente, com olhos vazios e fixos, na esperança de que a vida, por si só, lhes conceda o que não têm coragem de buscar.
E o que dizer dos homens que se assemelham a essas aves? Há quem passe os dias não vivendo, mas observando. Seus olhos não enxergam horizontes próprios, apenas os passos titubeantes dos que ousam caminhar. Não se movem pela criação, mas pelo colapso. Não brilham, mas se alimentam da escuridão. Esperam, no silêncio de suas sombras, que o fracasso de outro lhes sirva de sustento, como se a queda alheia pudesse, de algum modo, preencher o abismo dentro de si.
Mas eis a ironia: os urubus, tão acostumados à calmaria fúnebre, tremem diante da luz e do movimento. A claridade os cega, o ritmo os desorienta. Da mesma forma, essas pessoas que vivem à margem, à espreita, só conseguem se aproximar de quem se detém, de quem apaga o próprio brilho para caber na penumbra que elas habitam.
Então, se desejas manter os urubus — humanos ou não — longe de ti, a resposta é simples: brilhe. Não um brilho qualquer, mas um que irradie tua essência, tua verdade, tua capacidade de criar, mesmo em meio ao caos. E não pares. O movimento contínuo é o antídoto para os olhos que vigiam e as mãos que esperam. Quem brilha e avança não deixa espaço para os que vivem da espera.
Pois, no fundo, a luz não apenas afasta as sombras; ela as dissolve. E o movimento não apenas confunde; ele liberta. Que tua jornada seja uma dança incessante de luz e vida, um espetáculo que os urubus jamais poderão alcançar.
Algumas pessoas não vão gostar de você pelo simples fato de você ser luz. A claridade que há em ti ofusca os olhos de trevas medonhos delas.
Tenho profunda admiração por pessoas que sabem caminhar sendo luz nos trechos do caminho feito de trevas.
Por mais decepcionada que eu esteja, não desejo o mal a ninguém, desejo que Deus derrame a luz da sua benção sobre aqueles que insistem em semear trevas em meu caminho.
Quando tudo em mim era escuridão, você chegou vestido de luz, trazendo claridade aos meus olhos tão acostumados com as trevas.
Toda pessoa tem um lado escuro que em contato com a nossa luz se ilumina. Então, que sejamos luz na vida dos outros e não trevas.
Não foi por você que eu escolhi priorizar o teu lado bom e fazer vista grossa para o ruim, tampouco, porque sou boazinha, santa ou desprovida de pecados. Seria pretensão demais, né? Priorizo o teu lado bom em respeito a mim mesma, porque eu não mereço conviver com o teu pior, com esse lado negro medonho que sobrepuja a tua luz.
Não acredite nos mentirosos; caso contrário, sua religião continua atraindo discípulos da mentira, cujo pastor é das trevas.
Não demora revelar o que está oculto em seu coração, porque seus pés tropeçarão de dia, caindo por terra o que estava escondido pelas trevas.
Se tu passas ao lado de buracos, põe os teus pés em terra firme, porque muitos perdem o equilíbrio mental, a fé, a autoestima e a vida, matando apenas uma simples curiosidade no mundo das trevas.