Trechos de Livros
Folhas soltas...
Os dias passam,
páginas são viradas
e livros novos lançados,
contam novas histórias.
O vento vem
e leva embora
algumas páginas
que ficaram soltas
e resolveram seguir
outros caminhos
para alegria de alguém
que ao vê-las partindo,
descobre seu talento
de poeta ao imaginar
o motivo das páginas
desejarem tanto voar.
"Eu amo ler livros novos...
Autores desconhecidos...
Mas, seus olhos...
Seu sorriso sereno.
Tão simples...
E minha leitura preferida!
Todos os dias
Eu te leio
E você nem rabisca."
ESTOU GRÁVIDA
De livros abortados
De leituras interrompidas
De contos inacabados
De remédios ingeridos
De poemas iniciados
De amores mal resolvidos
De palavras mal pronunciadas
De versos não construídos
De rascunhos rasgados
De noites mal dormidas
De crônicas não anunciadas
De acrósticos obstruídos –
Sinto-me enjoada, pesada,
Preciso parir.
Quem é ele?
Diziam que Víctor tinha hábitos estranhos, que colecionava livros de ocultismo, artefatos antigos e totens indígenas. Uns falavam que ele era um bruxo; outros, um sádico terrorista. Havia até quem afirmasse ser ele um alienígena. Tinha noites em que se podia ouvi-lo murmurar palavras indecifráveis que mais pareciam grunhidos a evocar entidades. Um amigo meu me disse certa vez que um terceiro lhe havia dito que alguém teria visto Víctor conversar com estatuetas de cobre enquanto fazia gestos esquisitos com um punhal de prata. Segundo ele, esse alguém teria sido vizinho de Victor. Relatou-me que esse tal vizinho teria visto a cena por meio de um binóculo, espionando através da janela da casa onde Victor morava. Nunca acreditei integralmente em tudo isso. Mas a presença dele realmente incomodava. Talvez por conta das histórias, não sei. De fato, ele era muito obscuro. Victor parecia não ter sentimentos, falava só o necessário, apenas respondia pausadamente, com voz baixa e grave, a quem ousava dirigir-lhe a palavra. Não sei por que nem para que tinha vindo a nossa cidade. Ele pouco saia. Na verdade, Víctor só podia ser visto em público depois que o sol se punha; ou melhor, quando o sol não se fazia presente. Aliás, isso o tornava ainda mais misterioso. Seria ele um vampiro? Se eu acreditasse que vampiros existissem, ele seria a pessoa mais suspeita do mundo. Confesso que o vi pouquíssimas vezes. Talvez umas quatro ou cinco. Ainda assim, não o vi direito... quero dizer: não vi detalhes de sua aparência, por causa do capuz. Só dava para perceber que ele tinha uma pele muito branca, rosto alongado, nariz comprido e fino. Mesmo seus olhos sempre pareciam fechados, na penumbra do capuz, voltados para baixo. Figura sinistra, sem dúvidas. Era bem alto, um tanto quanto corcunda, não se misturava. Dentre outras coisas bizarras, criou-se uma espécie de lenda em que se dizia que Victor não olhava para as pessoas porque, ao olhar, poderia capturar os pensamentos e até mesmo a alma delas. E isso seria um fardo para ele. Por conta dessas histórias, todos desviavam os olhares de Víctor, embora se sentissem misteriosamente atraídos por aquela pobre criatura. Quando o vi pela primeira vez, senti como que se ele pudesse me observar mesmo sem olhar para mim. Sentia também que ele podia ver a tudo e a todos mesmo sem usar os seus olhos. Sempre que um fato inusitado ocorria na cidade, desconfiava-se dele, como que se ele pudesse interferir inclusive na natureza do mundo. Sinceramente, eu tinha muita pena daquele homem, tanto que por não poucas vezes expulsei meninos que atiravam pedras na casa dele para depois darem no pé sem olhar para trás, com medo de se transformar em estatuetas de cobre.
Livros são os melhores presentes.
O governo do DF (Distrito Federal) sancionou Lei que proíbe a fabricação e venda das armas de brinquedo. Um ato bastante polemizado pela mídia e cidadãos engajados com as questões educacionais.
Alguns se posicionaram contrários à medida defendendo a idéia de que crianças precisam brincar de heróis e mocinhos, e que tais práticas podem reforçar nos pequenos, a noção de justiça.
Outros avaliaram positivamente a atitude do Governo, uma vez que ela vai ao encontro dos anseios da sociedade de se frear a violência no país.
Se esta medida será eficaz ou não, somente a próxima década nos dirá. As crianças que não receberem suas armas de brinquedo nesta, serão o objeto de estudo comparativo com as que receberam, no passado, as suas pistolas, metralhadoras e outras afins.
Entre os prós e os contras de tal ação, há que se fazer uma análise mais detalhada dos primeiros, pois, razões robustas e contundentes exigem que nos debrucemos sobre elas antes de escolhermos de qual lado ficaremos. Vejamos:
Sabe-se que a infância é um período fértil para toda e qualquer aprendizagem: música, línguas, dança etc. Há, ainda, quem defenda a idéia de que nas brincadeiras infantis de imitações podem desabrochar aptidões e habilidades que conduzirão o individuo para atividades afins na fase adulta.
Com certeza, o leitor contumaz adquirirá maior capacidade de abstração que é o meio mais eficaz para mover-se com êxito no mundo hodierno. Também é a leitura é uma ferramenta potente no desenvolvimento emocional e imaginativo das crianças.
E por ser a infância a fase onde todos os hábitos são formados que devemos difundir boas práticas para coibir desvios de más condutas, o máximo que pudermos.
Outro argumento salutar nos apresenta um diversificado mercado de brinquedos que estimulam a inteligência e desenvolvem as fantasias dos pequenos.
Então por que não prover nossas crianças com coisas belas e úteis? Bons livros são construídos e editados todos os anos, e estão entre os melhores presentes. Desenvolver o hábito da leitura ainda na infância é preparar cidadãos com competência de realizarem uma leitura crítica do mundo. Ler é fundamental para a aquisição do conhecimento e a história comprova que bons leitores serão os ótimos escritores do futuro.
Retomando o tema violência, a sua queda passa, sobretudo pela elaboração de medidas capazes de dirimi-las desde a sua origem até as suas conseqüências.
Governo e sociedade têm de somar esforços para atingirem tal fim. E todas e quaisquer ações neste sentido devem ser bem vistas e recebidas com muita disposição.
O que mais sinto falta nos livros é o passar do tempo.
A pausa entre as vírgulas, e o espaço de acontecimentos que existe entre o ponto final e o próximo parágrafo.
Você leu vários livros...
Fez vários cursos...
Interpretou diversidades...
Frequentou várias tradições...
Isso não te faz ser dono da verdade,
não adianta querer ser,sem ter humildade,
do zero se começa,
dedicando-se sempre com amor e prestando caridade.
esse negocio de amor, de reciprocidade, de companheirismo
é coisa de filmes, de músicas, de livros e novelas.
a vida real é cruel, ninguém morre por ninguém
é tudo um jogo de interesse, quando o que você
pode oferecer acaba, acaba a história.
simplesmente assim, a vida é cruel.
e o amor é só mais uma ilusão
no meio de tantas que existem.
Tantos livros e artigos para ler, tantos lugares para ir, tanta coisa para se aprender, tanta comida para provar, tantas pessoas para conhecer, tanto dinheiro para ganhar, tantos sonhos para se realizar, é tanta.. tanta.. tanta.. coisa.
Os livros também podem provocar emoções. E as emoções às vezes são ainda mais problemáticas que idéias.
Eu tenho consultado vários livros de Sócrates a Shakespeare, tentando achar uma forma de expressar com palavras o quê nós sentimos um pelo outro, mas eu percebi que não há palavras para isso, quando você sabe que tem, você confia, você acredita, você se arrisca, fica disposto a sacrificar tudo, para manter custe o que custar.
Desconfiar dos livros em busca do conhecimento na prática é como escalar a mais alta montanha em busca de calor por estar mais próximo do Sol.
A decepção causada pelo frio intenso é substituída por uma paisagem nunca antes vista.
A conclusão é alterada:
Frio, porém belo.