Trânsito
Do livro SER EM TRÂNSITO" (1979)
Amigo,
daí o meu silêncio
esse olhar ambíguo e um certo ar viajante de quem
não está-estando
a mão pendida numa mala ausente.
E daí esse soluço
que me trava a voz, se na flor da boca
um nome irrompe como um sol nascente.
...
Mas por que agora me dói teu nome
e ao ouvir teus passos me estremeço?"
Trânsito sensacional. Placas, faixas e sinaleiros são meramente decorativos. Seta é acessório opcional - na hora de comprar o carro você opta “sem seta” e ganha um desconto básico. Motoqueiros se multiplicam como gremlins. Atirar lixo pela janela, para muitos, é atitude escusável. A cada parada, você acumula um panfleto, assiste de camarote a um show de malabarismo e é quase coagido a compartilhar sua renda com pedintes e flanelinhas. E ainda há aqueles que pensam garantir sua vaguinha no céu estimulando a miséria e a mendicância.
Voltei feliz, embora cansada.
O trânsito era infernal,
mas me deixava ver as vitrines.
Me ative às de lingerie,
pensei numa camisola nova.
Viajei pela janela molhada
e turva da chuva fraca
imaginando a sedução da seda.
Te vi, meus olhos sorriram.
Experimentemos hoje, a sensação de caminhar contra as tendências.
Os maus-hábitos.
No trânsito, diante da "barbeiragem" do colega, sorria!
Se o barbeiro for você, peça desculpas, ainda que o colega te xingue.
No cruzamento, deixe o colega passar.
Se cair algo no chão, abaixe-se e entregue ao colega.
Na porta do banco, segure a porta aberta para que o próximo possa entrar.
Diga bom dia aos velhinhos.
Sorria aos deficientes, olhando-os nos olhos.
Elogie alguém.
Escute!
Achas tolice tudo isso?
Então jamais saberá o quão gratificante é ter um sorriso sincero de quem menos esperamos ter.
Desafie-se e pratique a nobreza!
Se um dia me perguntarem o que eu penso das placas de aviso de fiscalização eletrônica no trânsito, responderei que a ideia delas são a mesma de colocarmos placas de aviso para delinquentes pararem de cometer atos ilícitos, pois a polícia está logo à frente.
Não faço mais planos,apenas transito entre os extremos do sonho e da realidade. E luto todos os dias para fazer com que ambos se tornem o mais próximo possível.
Uma mera discussão no trânsito, quando não importa quem estava errado, ocasiona uma série de atos concatenados que levam a uma tragédia.
Parei no transito e reparei nas pessoas rostos amargurados, marcados como uma estrada sem destino, um sofrimento, um tédio... Qual seria o seguimento: a estrada de cicatrizes em seus rostos, ou uma estrada infinita de gestos inadequados de desilusões? Ah, não terei resposta, pois ainda não cheguei à estrada, só sei que vou segui-la sem destinos.
Fiz dois cursos no SENAT
De João Pessoa. Te digo:
Primeiro de instrutor de trânsito,
Depois de transporte coletivo.
Um outro fiz no SENAI,
E não sei se serve pra lavoura.
Esse foi em Pernambuco,
O de motoniveladora.
Ponto infinito
Dimensões espelhadas
Colisões e despedidas
Em todas as versões
Trânsito de temporadas
Me lembra quem eu sou
Dribla o tempo e espaço
Guarda meus sonhos
Entrelaça as passadas
A ponte, a estação e a casa
A vida e semelhante a uma Estrada
existem buracos , as vezes o transito está grande.. enfim nada disso pode ti impedir de prosseguir!
No trânsito intenso da vida, evite fazer as bandalhas para não pegar a contra mão e bater de frente com uma realidade que não te pertence
Gosto de olhar pra pessoas desconhecidas na rua — quando o transito para, quando ando pela cidade ou quando vou a um bar. Gosto de imaginar qual é o problema que as mantém acordadas a noite, o quê as motiva pra levantar da cama e enfrentar mais ou dia ou se elas acordam com sede durante a noite. Gosto de analisar seus rostos, porém tentar olhar através disso. Porque é engraçado como as pessoas passam por você na rua, te olham no sinal e te cumprimentam nos bares, mas não tem noção do que você carrega por baixo. E é engraçado como você dá o seu melhor sorriso e todos os seus medos, esperanças, sonhos, tudo sobre você, fica escondido por baixo dele.
O transito da cidade congestionada, é como o sangue que corre em minhas veias, sou urbano. O sol sob o pixe mal posto e esburaco pela chuva de um clima tropical com cheiro ruim, é minha pele. Sou o supra sumo do consumo, do gasto desenfreado pelo desnecessário. O cheiro de notas novas que saem junto ao barulho metálico dos caixas eletrônicos por toda parte. Sou as seis da tarde acompanhada do cheiro de combustível, inflamando seus pulmões, sou urbano, e gosto disso, não nego.