Trabalho Escravo
Abolição da Escravatura
Forças internas lutaram
pela Abolição da Escravatura
e a luta tomou outras formas e continua,
A Princesa Isabel assinou
a Lei Áurea que foi decretada
no dia de hoje e as chagas provocadas
pelo Colonialismo ainda persistem,
Somos uma Pátria que prossegue
pela sua própria liberação
porque os efeitos do mal da escravidão
prosperam por parte de alguns
que praticam a luz do dia a negação,
Uma Nação que corrige e aprende
com o passado é uma Nação
que está predestinada a ter futuro.
Ao entender a pressão externa sobre à abolição da Escravatura Brasileira, entende-se a realidade das Evoluções Políticas Brasileiras nos últimos anos.
“A escravatura interna existia antes e durante o tráfico árabo-muçulmano e transatlântico [europeu]. Foram os árabes muçulmanos que começaram o tráfico de escravos em grande escala”.
Se a beleza não carece de ambição e escravatura
E a alegria permanece e a mocidade me procura
Liberdade é quando eu rio na vontade do assobio
Faço arte com pandeiro, matemática e loucura
Lamentações, Negra ao Muro
Preciso me comportar.No dia da Abolição da Escravatura, que mal lembram, vale dizer que, se existir, Ele é preto e pobre! Não precisamos de um dia da consciência negra, branca, parda, amarela, albina... Precisamos de 365 dias de consciência humana. Se o muro que me impede de avançar é o racismo, vou derrubar com minha consciência negra. As mulheres que não são vaidosas na sua roupa de vestir são vaidosas de não serem vaidosas na sua roupa de vestir e ,todas às manhãs, ela deixa os sonhos na cama, acorda e põe sua roupa de viver.
Muro que nos separa, é o muro da igualdade, já este, atrás, organizado verticalmente, presença de filito na parede e cloritas baixo grau metamórfico e fração xisto-verde com mica-xisto e quartzito, só posso afirmar que seja Ouro Preto,e é.
Então, aquilo que a seleção natural vem fazendo desde o surgimento do homem (e da mulher), há mais de dois milhões de anos, na África, como se sabe, definindo diferentes padrões de fenótipos, a globalização pode mudar. Este processo caminha no sentido contrário ao da seleção natural, que diferenciou, e agora tende a unificar, um padrão médio de indivíduo, assemelhando-os no fenótipo e na cultura. O intercâmbio cultural e a miscigenação estão descaracterizando a língua, a alimentação, as vestimentas, a música e mesmo o tipo físico e o corpo das pessoas.Este fato concreto nos dá a certeza, pouco divulgada, de que o ser humano, quando surgiu, tinha menor porte, era coberto de pelos e tinha pele negra. A migração para o norte da África, Europa, Ásia e América, com a perda da melanina e a influência da vitamina D, com o isolamento, em sucessivos cruzamentos, com a seleção natural, a adaptação ao meio e as mutações genéticas, clareou sua pele negra.Mudando da água para o vinho, linda tonalidade, amarelo ao negro,minha preferida, viva a mulher negra, viva, bela, nossa e dela, viva para viver, marque a sua pegada, pise com força, martele o preconceito com o meu martelo dialético, premissas nem sempre são bem vindas, viva de postulados, esqueça a teoria, sobreviva ao teor, abale as estruturas, balance o alicerce, sufoque o sistema, me afogue em seu colo, suplique em voz alta, clame por nossa ajuda, soma-se à minoria, suma-se dos mesmos caminhos, abata o próprio mal, combata o nosso bem, afague aquela ajuda, lhe ajude à ajudar, grite em meus ouvidos, entorpeça a nossa alma, vislumbre o meu olhar, esqueçam às outrora, retire a roupa da manhã e acenda o fogo em teu mar.
Ontem o continente africano foi o suporte da escravatura negra e da riqueza do homem branco, hoje o negro africano é o suporte da "novus-escravature" e da pobreza do homem africano com a conivência do Ocidente.
Infelizmente na historia do Brasil, sabe se que a Abolição da Escravatura Negra, não se deu por ímpetos humanitários, religiosos e civilizatórios, apesar dos discursos inflamados de vários intelectuais abolicionistas. A Abolição da Escravatura no Brasil, se deu por interesses comerciais dos grandes produtores rurais para o comercio exterior, a falência financeira do regime imperial e grandes interesses republicanos políticos.
Escravatura, advém de pessoas inescrupulosas,
que se sentem donas da verdade mentirosa,
e das pessoas de seu entorno,
até que estas assim permitam.
Pois viver sem identidade,não é viver.
Se eu tivesse que responder à seguinte pergunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar: É o assassinato, o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer de um homem escravo equivale a assassiná-lo. Por que, então, a essa outra pergunta: O que é a propriedade? não posso responder simplesmente: É o roubo, ficando com a certeza de que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais que a primeira, transformada?
Se por preguiça não nos dermos ao trabalho de pensar, outros o farão por nós! E para que assim não seja, teremos nós de o fazer sob pena de passarmos ao lado do que, normalmente oculto e manipulado, ocorre à nossa volta, nos envolve e nos domina, escravizando-nos!
Mãe é mãe.
Ó, Lei Áurea, porque foste tão falha em não garantir as pessoas de pele escura, para não dizer escravos, uma "liberdade" plena? Ó, Lei Áurea, se somos teus filhos, por que nos abandonastes?
Por que deixastes tantos filhos orfãos a sofrer de uma carência afetiva que eles mesmos não escolheram?
Foste hipócrita, a tal ponto de jogar nas periferias, sem direito algum, sem subsídio algum, aqueles que tu mesmo, Lei Áurea, disseste proteger e cuidar.
Tiveste uma dívida eterna. Não pagaste, não supriste, marginalizaste.
Disse com palavras e desdisse com suas próprias atitudes.
Disse livres, no entanto, virem-se.
Disse agora são gente, com o pequena diferença, o tom da pele.
Disse agora podem viver, com o que tem, é o bastante.
Não há reparo quando as marcas estão na alma.
Pois, pior que o abandono é olhar pra trás e não se sentir pertencido.
Porque é assim que um filho abandonado se sente, "mãe áurea", e o que resta pra esse filho é seguir, contruir sua própria história, em detrimento ao que lhe restou.
Um filho só quer ser filho.
.
Chico
Barulho de corrente que azucrina.
Tapas fortes.
Chicotes.
Essa e a cina.
De quem nasceu com forte cor.
Suor na testa.
Nenhuma fresta.
De amor.
O ódio queima o coração branco.
Sem trégua, com ardor.
Impaciente.
Guerreiro que nada teme.
Surge no meio do mar.
Forte, guerreiro, sábio.
Tomou as rédeas da situação.
Lutou pra proteger seus irmão.
Fez por onde os libertar.
Enfrentou todos e tudo.
Se mostrou forte e guerreiro.
“Não há força bruta nesse mundo, que faça reabrir o porto negreiro”
Donos de terra.
Obrigados a libertar seus escravos.
Meu Deus que coragem.
Foi perdendo o que conquistou.
Mas o guerreiro não desistiu.
Persistiu.
Os escravos libertar.
Com bravura com vontade.
Parou os portos do Ceará.
Com beleza e sem vaidade.
Esse jovem de verdade.
Era um dragão do mar.
O dia 14 de maio
Acordei, no dia 14 de maio, esperançoso de auroras resplandecentes. Liberto, sim, mas ainda preso. Meu nome, outrora oculto nas sombras da escravidão, ansiava por um reconhecimento que jamais parecia chegar. Caminhei pelas ruas, indiferentes à minha nova condição de homem livre. A liberdade, dizem, é a mais preciosa das conquistas; todavia, ela se apresentava como uma dama esquiva, vestida de promessas que não se cumpriam.
Eu, que trazia a senzala na alma, vi-me entre o cortiço e a favela. Estes novos lares eram apenas novas formas de cativeiro, onde as correntes invisíveis da miséria continuavam a me atar à dura realidade. Subi as encostas na esperança de um dia descer, mas a promessa de descida era tão ilusória quanto a liberdade conquistada na véspera. Sem nome, sem identidade, sem retrato, eu era um espectro vivo; do lema da bandeira, conheci apenas as vielas do progresso.
No dia 14 de maio, ninguém me deu bola. Tornei-me mestre na arte da sobrevivência, fazendo do trabalho árduo meu sustento em um campo onde o futuro se mostrava tão incerto quanto o destino dos muitos que, como eu, foram libertos na letra, mas não na vida. A escola, um sonho distante, fechava suas portas, negando-me a instrução necessária para ascender aos degraus da dignidade.
Minha alma, contudo, resistia. Meu corpo, acostumado à luta, sabia que o bom, o justo, também deveriam ser meus. A certeza de minha própria existência, de minha identidade, tornou-se a âncora que me impedia de sucumbir às tempestades da indiferença. Mudanças só nos anos; sinto que ainda vivo no dia seguinte à abolição.
“A escravidão não produzia mais a ponto de compensar os gastos e custos que acarretava, por isso morreu; mas ao morrer, deixou atrás de si um espinho venenoso: o trabalho produtivo tornado ignóbil para os homens livres...”
"O arvorecer do capitalismo, assim, exige a manutenção das áreas coloniais como escravistas. O desenvolvimento capitalista posterior exigirá a suspensão do tráfico negreiro e do trabalho escravo" (História da Burguesia Brasileira)
O Brasil tem uma grande divida social com a cultura negra da mesma forma que tem uma grande divida cultural com a cultura indígena. A nação cultural e educacional brasileira devem promover estes ajustes mas com historias verdadeiras e não esbranquiçadas e politicas.
O trabalho é a melhor e a pior das coisas: a melhor, se for livre; a pior, se for escravo.
A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.
Nota: Trecho adaptado do "Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa (heterônimo Bernardo Soares).
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