Tinta
Sentimentos que sinto
A tinta vai peando
E a folha servindo de chão
A mente vai exprimindo
Belos sentimentos do coração
Floresço-me em cada verso
E desconheço-me no mesmo
E já não é em terceto disperso
Que a quadra me vê com sarcasmo
Sou artista de mim próprio
Sinto poesia circulando na veia
Assim como alguém se embriaga com ópio
Poesia e mais poesia, sempre a mesma ideia
Alegro me quando me exprimo
São sentimentos que eu sinto
É por isso que o que sinto é esquisito.
VIDRO NEGRO
Pintei minhas paredes de tinta negra
Minhas janelas todas pregadas
Cortinas rasgadas e enegrecidas
E eu vivia dentro de vidro negro.
Sonhava com a borboleta que fugiu,
Entrei para procura-la e cá fiquei.
Não sei no que tornei,
Se um cão que corre atrás de cadelas no cio
Ou se uma aranha que atrai para a sua teia
Tudo isso num mundo feio do vidro negro
Mas você rompeu meus conceitos,
Atrás da porta que era de rosca você estava
Precisei olhar para os seus olhos
Entender que éramos de mundos diferentes
Que éramos de gerações diferentes
Que a perfeição não existe
Que Jesus não foi perfeito,
Ele explodiu no templo
Chorou para o Pai,
E na imperfeição de seu ser aprendi a te amar
Hoje mesmo você me deixando triste te amo
Queimo as cortinas velhas
Destravo as janelas
Lixo as paredes tão negras
Desfaço de meus relicários
Espero seguir o rumo que você tomar
Mas venha comigo
Vamos quebrar este vidro negro
Vamos criar um mundo
De podas e moldagens
De uma vida inteira para frente
De ter um filho e cria-lo
E lá na frente sentar na cadeira de balança
E ao olhar para trás e ver o vidro negro largado do canto
Ter certeza que cumprimos a nossa missão
Que foi de ser feliz e nos amar
Nunca desista de mim.
André Zanarella 11-12-2012
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4670415
TATUAGEM
O índio é um cara inteligente.
Nunca picha o corpo com
tinta permanente.
Cada dia, um desenho diferente.
Mostra seu senso coerente,
prá não se arrepender eternamente.
BRASEIRO
Quero tinta, tinteiro
para escrever ao mundo inteiro
colorir, esses desejos de amor.
Assim, tão puro e verdadeiro
vou rascunhando toda a felicidade
e atirando ao léu, toda forma de dor.
Não quero com isso...
Escrevinhar a tão falada esperança
e pontuar a verdadeiro botão de flor.
Com firmes pinceladas de confiança
desenharei orvalho e amanhecer do labor
e a goteira do oitão, serenando o coração.
Quero tinta, tinteiro
braseiro de um corpo inteiro
a queimar a volúpia de minha paixão.
Antonio Montes
Tinta de caneta num prisma de papel
Certo dia a caneta disse ao papel:
_Ei papel, eu sou melhor que você! Sabia?
O papel respondeu:
_Ah é! E porque você acha isso?
_É que eu sou o instrumento que os poetas usam para escrever o que estão sentindo. Palavras são só palavras se não tiverem tinta para serem vistas. Eu tenho a tinta que elas necessitam - o fluido necessário para a combustão.
_Muito bem minha querida caneta. Pode ate ser você quem da cor e vida às palavras dos poetas e dos profetas. Mas sou eu quem as eternizam. É em mim que as profecias ficam registradas. É em mim que as poesias são pinceladas. Sou em que os diversos dedos alheios tocam, pegam e levam-me à altura dos olhos. É você que eles enxergam, ou melhor, sua tinta; mas sou eu quem é dobrado com carinho e guardado lá no meio do livro, da bíblia ou do diário.
Rick Almeida Reis (17.04.12)
Moral: "Nós - canetas - escrevemos todos os dias no papel - a vida - que DEUS nos dá. Escolha bem as suas palavras, porque um dia a tinta pode acabar ou não haver mais espaço no papel"
SINTO MUITO,
eu apenas sinto,
e,
quando sinto,
o rio deságua,
a tinta atinge o chão
e é em meio a vermelhidão
que percebo que já não há mais palavras
que possam substituir essa ação.
A minha boca sangra,
pois ela deseja ser capaz de falar,
deseja ser capaz de se libertar,
deseja que ainda que por um momento
as palavras pudessem curar.
Sonho com um momento
em que a canção do rio
seja mais forte que sua correnteza,
e que ao lado do vento
seja capaz de em suas notas
transmitir minha tristeza,
que sirva de alimento.
E se eu pudesse falar,
se coubesse em palavras
e eu pudesse expressar,
que me perco desejando ser encontrado,
que meu medo
seja me deixar ser levado
por aquele que se reconhece terminado,
e que por implorar por um pouco de cor,
seja em branco que eu continue a ser banhado.
TINTA E PINTA
Maria da tinta
que pinta...
Pinta uma pinta,
uma pinta de tinta
ela pinta com tinta.
Pinta, trinta,
cento e trinta
com pinceis e rolos
com paletas e trinchas.
Maria da tinta
todavia distinta
pinta com a tinta
a sua pose e pinta,
Maria da tinta
pinta.
Antonio montes
CONTRAPARTIDA
Com seu gosto e sua tinta...
você pintou o meu rosto,
que desgosto, essa pinta!
Ver esse rosto, todo tingido
seus olhos blues, fingidos
quantos fados, o seu olhar atiça?
Os passos meus no contra passos desse amar
nesse terço n'essas pedras, não sei bailar.
Antonio Montes
Não posso deixar
De derramar
Um pouco da tinta no papal
Que não importa muito só que
A felicidade encontra seu rumo
Diante da alegria
Que se componi numa só canção
A canção do amor
Que já não grita por ter encontrado
Uma faringe no coração
Precisamos ser como a viuvá
Que deu até a ultima gota do azeite
Não temos nada só o que nos restou
Vamos dá o nosso azeite
Esta no amor que nos sobra
No nosso coração um coração
Que esta cheio e cheio de amor
Por esse motivo o amor é eterno
Ele se multiplica a cada segundo
O amor é como um casulo
Que se alimenta de corpos ou resido
O amor se alimenta do amor
Que quanto mas é dado mas se recebe
Em quanto tiver amor vamos da amor
para que ele continue se alimentando
Como um casulo
O casulo do amor
Não precisa de tomada
Para ligar o amor
Só basta alimentar com
O sentimento maior
O sentimento do coração
Háa amor
maria
Todo poeta é de natureza sofredor
sofrem por um mal indiscritível, amor,
escrevem com tinta invisível
descrevem o sentimento impossível.
Todo poeta empresta
a tinta e a sanidade que lhe resta,
com pinta de escritor
pinta a verdade e o amor.
Não deixe que ninguém estrague seus sonhos, sua história é você quem faz, Deus lhe dá a tinta e tu moves a caneta.
"Havia tinta, sim. Tinta cor de carmim,e do meu peito eu tinjo as folhas brancas de papel ainda amassadas. Junto à lareira, tento aquecer-me do frio, do gélido sentimento da ausência . Ainda sobre a mesa, a conclusão, de uma enquete de um simples pasquim,em tinta azul: "Não há culpados, sim, a injustiça mórbida da maldade alheia,impetrada contra um amor que não vigiou a si mesmo e deixou-se denegrir pelo tórrido egoísmo de ambos" . Enquanto leio,uso o vermelho para escrever- lhe com a inspiração de um coração que sangra em face da luz,aquela em cujo reflexo, permeia a lenha que queima ardentemente e lança faíscas sobre a minha pele,causando fissuras, capazes de tirar da noite o sono e fazer dormir o dia. O silêncio do lado de fora, da azo aos pensamentos de outrora, enquanto tento mudar o tom da cor das palavras que te escrevo..
'POETA [...]'
Palavras e versos manufaturados.
Sou tinta escalada nos quadros amoldurados,
sem finalidades para os milhares de olhares.
Obra de arte não apalpável.
Essência de perguntas e proposições sem respostas.
Procuro sentido no mundo obsceno e não passo de ponto na escuridão.
Alguém a morrer e viver desesperadamente.
Tentando definir os romances da vida como se desejaria...
Rasgo paraísos/infernos sem molares.
Desço nos mais profundos mundos obscuros e indefinidos.
E escrevo histórias quotidianas e ilusórias,
sem início,
meio e fim.
Algo nada particular para quem diz amar os lagos,
mares.
Idílio nos sentidos e pasmo nos sentimentos.
Nostálgico ao extremo,
reinventando amanheceres infames...
Sou poeta!
É o que me resta de melhor!
Calo os que de mim fazem pensamentos.
E a cada extravio na procura,
encontro beleza.
E faço do mundo de insanos,
o mundo que desejamos!
Menos patético,
metropolitano.
Transfuso sopa de palavras e morfinas pela manhã,
e vomito o que penso aos quatros cantos,
sem canto para vislumbrar os absurdos,
que faz do homem: pontiagudo,
unidade,
fragmentação,
poeta...
Escrevo tanto, de tantas formas e com tantas letras... Que me perco um pouco em cada pedaço de tinta gasto, ao desenhá-las!