Textos sobre Música
Versão da música “Dusts in the Wind”
Composição – Kerry Livgren
Interpretação – Banda Kansas
Poeira ao Vento
Se fecho meus olhos apenas por um instante,
O mundo a minha frente muda nesse mesmo instante.
E é nesse instante que tudo o que sonhei passa diante dos meus olhos,
E tudo se mostra apenas como poeira ao vento.
É sempre o mesmo tom,
Nada mais do que mais uma estrela no céu.
Tudo o que fazemos, absolutamente tudo,
Construímos sobre a areia.
Mas ainda assim nos recusamos a admitir:
‘É isso, tudo que somos é poeira ao vento’.
Então, por quê se apegar?
Nada é pra sempre.
Além da terra, do céu e suas estrelas,
Tudo passa num piscar de olhos,
E nada do que temos nos dará mais um minuto.
A verdade: não passamos de poeira ao vento.
Nada é para sempre.
Baseado na música “La Solitudine”
Composição – Federico Cavalli e Pietro Cremonessi – Ângelo Valsiglio.
Interpretação – Laura Pausini.
Distância.
Ela foi embora e não retornará,
Eu devia ter notado isso antes.
Não tive coragem de notar,
E agora tudo é cinza como uma manhã chuvosa.
Não há mais a sala de aula, só a lembrança
Do seu olhar doce em minha mente.
A distância que já nos dividia só aumentou,
Mas as lembranças continuam fortes.
Será que pensa em mim?
Como eu, não quer falar com ninguém?
Se escode como eu?
Foge de qualquer companhia?
Anda de cabeça baixa?
Deita e fica olhando para o teto,
Será que como eu, sofre pela solidão que domina tudo?
Eu tinha uma foto como seus olhos doces e tímidos.
Isso me aproximava mais dos momentos que passamos juntos,
Na sala de aula ou no intervalo
Hoje a foto não existe mais, ficou apenas a lembrança, junto com o sentimento.
Já me disseram: “um dia tudo se acerta!”
E eu penso: ‘tomara que sim!’
Será que pensa em mim, mesmo que como amigo?
Será que lembra dos momentos, sem rancor?
A época da escola foi difícil, mas viveria tudo novamente,
Apenas não repetiria os mesmo erros.
Faria de tudo para não nos afastarmos.
Te imploraria se fosse necessário,
E nunca te iludiria.
A distância entre nós me machuca.
Mas vou vivendo em silêncio,
Apesar da inquietude sufocante causada pelas lembranças suas.
Hoje não posso te pedir nada, mas não há como esquecer nossa história,
Mesmo que tenha sido tão breve.
Bom dia, Vanessa!
Flor mais bela do jardim, a estrela mais brilhante do céu, a música mais doce do meu coração. Você é a pessoa mais encantadora e inspiradora que eu já conheci, a dona do meu olhar. Eu te admiro mais do que você imagina. Você é o meu desejo de aventura, de romance. Eu te quero mais do que você sabe. Que o seu dia seja cheio de surpresas, emoções e oportunidades. Você tem tudo para brilhar, basta confiar em si mesma. Você é linda, talentosa, especial, única. Tenha um dia maravilhoso, Vanessa. A vontade de te ver, abraçar e beijar só aumenta a cada dia! 🥰😘
Versão da música “California Blue” CB.
Composição – Roy Orbison, Jeff Lynne e Tom Petty.
Interpretação – Roy Orbison
CB
Vivendo um dia de cada vez, sem ver o sol brilhar,
Tentando viver cada dia; fico esperando apenas que o tempo passe.
A noite ouço a chuva cair impiedosa.
Vivo tudo isso por estar longe de você, CB.
Sinto estar sozinho em meus sonhos,
Apesar de saber que seus olhos me observam.
Fora isso, sonhar, nada mais posso fazer.
Peço todo dia, que enquanto eu sobreviver,
Consiga também guardar o que sinto por você, CB.
Haverá um dia ensolarado, também uma noite estrelada,
Que estarei ao seu lado.
Eu sei como e sei onde,
Só não sei quando, CB.
Enquanto isso, passo os dias com você em minha mente,
Pensando nas coisas que deixei escorregarem pelos dedos das mãos.
Tem sido assim há muito tempo,
Fazendo tudo para superar esse arrependimento.
Todos os dias, CB.
Nos meus sonhos, continuo andando sozinho,
Mas sempre lembrando de você.
Mas só o que posso fazer é esperar,
Esperar que eu esteja certo em guardar tudo que sinto por você, CB.
Sei que em um dia de sol, ou em uma noite estrelada,
Nós estaremos juntos, como nunca estivemos antes.
Sabemos como, e até onde,
Só não sabemos ainda quando, CB.
Versão baseada na música ‘I´d Love You To Want Me’.
Composição e interpretação – Lobo
Bem Querer!
Quando vi você de longe,
Não resisti e fui ao seu encontro.
E quando você disse sim,
Meu mundo mudou.
Mas levou muito tempo para me convencer,
Para ver o que você tentou esconder.
Hoje há algo em mim sempre implorando,
Suplicando pelo seus olhos azuis.
Minha querida, gostaria que você me quisesse,
Da maneira como eu te quero,
Da maneira que deviria ser.
Minha querida, você deseja ter meu bem querer,
Da maneira como eu quero o seu?
Basta você deixar isso acontecer.
Anos atrás, acreditava que era o certo a se fazer,
Que jamais deveria mostrar o que sentia.
Minha razão me obrigava,
E meu coração obedecia.
Minha querida, você deseja ter meu bem querer;
Da maneira como eu quero o seu?
Se sim, apenas deixe isso acontecer, olhos azuis!
Na solidão, encontro um oásis na música. Fecho os olhos e me transporto para os bosques, sentindo a brisa acariciar meu rosto, enquanto as alvoradas pintam o horizonte. A areia fria toca minha pele, e o céu se entrelaça comigo, como um abraço caloroso. Os dias antes cinzentos se tingem de vida, e a música se torna meu refúgio, uma sinfonia que colore minha alma.
- Emilia Ferreira
SINFONIA
A música de Amadeus
Ondula estendida no varal.
Aguarda por esse poeta que escorre da calha
E desliza pela poesia que inunda a sala
Onde uma sombra de luvas brancas
Me apanha nos braços.
Melíflua e lúdica, tu me aguardas, nua,
Estirada na cama sobre um lençol de estrelas
Que ilumina a noite de cobre dos teus cabelos
E o aço da tesoura que tu usas
Para cortar em tiras esses versos
Servidos à sombra que me pôs junto a ti,
Que me cobre com a sinfonia de Amadeus
Recolhida do varal por um par de luvas brancas
Usadas para me afagar o peito
E fazer vibrar cada nota do meu corpo
Enquanto a sombra governanta
Se transmuta em uma vela
Que Ilumina nosso amor.
Antônio Gonçalves
Se queres me sentir coloca uma música de Chico Buarque,
Saia pela tarde e fique até o sol se pôr, tire uma foto
e volte para casa na companhia da lua e das estrelas.
Veja as pinturas de Van Gogh,
Ajude quem precisa,
Deixe a borboleta pousar em você,
Corra na chuva e não dela
E tome um chocolate quente logo após.
Observe bem e saiba sentir
Eu vou estar nos pequenos detalhes
Inclusive, até no vento que passa por você.
Maria, Meu Amor
Seu nome é como música, que toca em meu coração.
Sua voz é como poesia, que acalma minha alma.
Seu sorriso é como o sol, que ilumina meu dia.
Seu olhar é como a lua, que brilha na noite escura.
Seu amor é como um jardim, que floresce em meu peito.
Sua presença é como uma brisa, que me envolve em seu afeto.
Amor , você tem sido a minha vida, a razão do meu viver.
Com você ao meu lado, eu sou completo e feliz.
Obrigado por existir, por ser minha companheira, por ser meu amor , por ser minha vida inteira.
Conexões
A música sempre foi uma ponte entre o sentir e o estar, e, através dela foram criadas artes inigualáveis, dilaceráveis e genuínas, assim como os poemas e sonetos.
Os maiores musicistas e escritores surgiram através da dor, o que é trágico ou não, porque através dela as conexão surgem, dando origem a novas histórias.
Considero que os poemas e livros surgiram de uma mente em dilúvio e para não estrugir, nasceram os desabafos e as narrativas.
Quando caminho conectada com o meu eu, observo o que passa despercebido a olho nú, para enxergar além é necessário pausar, observar e apreciar os detalhes. Nos detalhes estão as histórias, as conexões, o amor, a dor, a saudade, as lembranças e a vida.
Caminhando agora pela Vila de Trindade observo os pescadores, eles adentram no mar com uma barco a vela, e param em um ponto específico, por vezes conversam e por vezes colocam a mão na infinitude do mar e é visível a conexão que coexistem entre eles.
Embaixo de uma árvore vejo um casal, eles sorriem e conversam, mas não sinto que estão conectados, estão presentes em tempo e espaço, mas, não estão entregues ao agora. Em outro ponto específico está uma criança que transcende a existência do ser e sentir, ela fecha os olhos, gira e gira, olha para o céu deixando os raios solares tocarem a sua pele, sorri e vai até o mar, com as mãos em conchas ela pega a espuma e assopra, ela lembra a minha criança interna que convive comigo até os dias atuais, a minha vontade era de gritar e dizer: põe uma música para eternizar esse momento em forma de memória afetiva, porém, percebi que o canto dos pássaros eram os acordes e o bater das ondas eram as notas.
A noite a comunidade do vilarejo acende as luzes coloridas, as árvores servem de suporte, as pedras que ficam longe das árvores ganham uma fogueira de enfeite, aqui há muitas luzes, mas a lua e as estrelas continuam sendo as protagonistas.
Com a marguerita na mão e com a música O destino não quis - de Maneva, passo uma lupa nos acontecimentos que estão surgindo, observo três pessoas, e ali já detectei um sinal alerta, por um instante sinto pena deles, estão perdidos, e o se encontrar é complexo. Algum cidadão poderia avisar para o moço de sorriso largo e olhar triste sair dali, ele vai destruir o que resta de seu coração, nem todo estudo em comportamento humano - me fez compreender o porquê alguns seres humanos insistem em mutilar-se. A vida é como trem, passa em alta velocidade, não vale a pena vegetar, você não merece ser o anti-herói dessa história, espero que você consiga se encontrar e colar os seus pedaços quando tudo isso terminar.
Sentado na areia da praia, admirando o horizonte pintado pelo pôr-do-sol, ouço uma música hipnotizante numa forte emoção crescente, afinada intensamente com o amor tal como o canto atraente de uma linda sereia e a agitação presente nas ondas do mar, um resplendor que incendeia o espírito com o calor ardente de um legítimo amar.
Cenário incrível, inevitavelmente, renovador, pedaço de paraíso fascinante com uma beleza grandiosa por toda parte, muito tranquilo, causando uma emoção diferente a cada instante, permitindo belos sorrisos de felicidade, olhares radiantes e suspiros de liberdade num ritmo cativante que propaga a vitalidade com ímpeto incessante.
Lugar muito apaixonante de fato, mágico com a sua capacidade de transformar por intermédio da riqueza da sua simplicidade que é notável e bastante singular, do que se vê e daquilo que se ouve, portanto, não tem como não perceber que é resultado do poder divino em uma satisfação que envolve e deixa o ânimo profusamente vivo.
A música, esse sublime e fascinante universo, tem sido objeto de meus estudos por mais de uma década. Trata-se de uma forma de expressão que carrega consigo uma leveza singular. Não é verdade? O que seria de nossos dias sem ao menos uma melodia a embalar nossas vivências?
Por vezes, anseio por expressar-me de maneira distinta, mas é inegável: a música sempre se revela como a mais bela forma de exteriorizar meus sentimentos. O amor, a saudade, o luto, a felicidade, a tristeza... Cada um desses estados encontra seu lugar nas notas e harmonias, fazendo-nos derramar lágrimas de alegria ou sorrir de orelha a orelha. Sempre haverá uma composição para cada um desses momentos. E se por acaso não a encontrarmos pronta, não faz mal! Criamo-la, imaginamo-la!
A música é um vasto universo de possibilidades dentro de outras possibilidades. É um fenômeno verdadeiramente incrível, e assim continuará sendo. Fazer música, ouvi-la, cantá-la, tocá-la e escutá-la, tudo isso me completa quando algo parece estar faltando em minha vida.
Música para meus filhos
Verso 1:
Numa canção de amor e gratidão,
Quero expressar o que trago no coração,
Para Miguel, Fabiano e Sibele Vitória,
Meus amados filhos, minha maior glória.
Refrão:
Miguel, Fabiano e Sibele Vitória,
Nasceram do meu amor, minha história,
São as estrelas que brilham no meu céu,
Um presente divino, um amor tão fiel.
Verso 2:
Cada riso, cada abraço apertado,
Meu amor por vocês é imensurado,
Vocês são meus sonhos que se realizam,
Minha força, minha alegria, meus pilares que me animam.
Refrão:
Miguel, Fabiano e Sibele Vitória,
Nasceram do meu amor, minha história,
São as estrelas que brilham no meu céu,
Um presente divino, um amor tão fiel.
Verso 3:
Em cada passo, em cada conquista,
Estarei ao lado, serena e otimista,
Quero ver vocês voarem alto, sem limites,
Com amor e coragem, seguindo seus próprios ritos.
Refrão:
Miguel, Fabiano e Sibele Vitória,
Nasceram do meu amor, minha história,
São as estrelas que brilham no meu céu,
Um presente divino, um amor tão fiel.
Ponte:
Sei que a vida trará desafios e emoções,
Mas saibam que em mim terão proteção,
Meu amor por vocês é eterno e sem fim,
Sejam sempre felizes, sorriam assim.
Refrão:
Miguel, Fabiano e Sibele Vitória,
Nasceram do meu amor, minha história,
São as estrelas que brilham no meu céu,
Um presente divino, um amor tão fiel.
Final:
Meus queridos filhos, meu tesouro mais precioso,
Que o amor os guie, em cada passo, em cada verso,
Sigam seus sonhos, acreditem em si mesmos,
E lembrem-se sempre, sou sua mãe, para sempre os amando intensamente.
Música para meus animais desencarnados
Verso 1:
Nas asas do tempo, eles se foram,
Amiguinhos de quatro patas que tanto amamos,
Agora são anjos, no céu a brilhar,
Deixaram pegadas eternas em nosso caminhar.
Refrão:
Com amor e saudade, lembraremos sempre,
Dos nossos amiguinhos, anjos presentes,
Suas lambidas e abraços apertados,
Nosso amor por eles nunca será apagado.
Verso 2:
Pelos macios e olhos brilhantes,
Cada momento compartilhado é constante,
Nos trouxeram alegria, amor incondicional,
E mesmo ausentes, vivem em nós, afinal.
Refrão:
Com amor e saudade, lembraremos sempre,
Dos nossos amiguinhos, anjos presentes,
Suas lambidas e abraços apertados,
Nosso amor por eles nunca será apagado.
Verso 3:
Eles trouxeram luz aos nossos dias,
Ensinaram-nos lições valiosas em suas travessias,
No coração, eles sempre serão lembrados,
Amor eterno, mesmo que em mundos separados.
Refrão:
Com amor e saudade, lembraremos sempre,
Dos nossos amiguinhos, anjos presentes,
Suas lambidas e abraços apertados,
Nosso amor por eles nunca será apagado.
Ponte:
No arco-íris da memória, eles dançam,
Suas almas brilham, como estrelas que encantam,
Eternos companheiros, em amor imortal,
Seu legado de afeto, nunca se desfaz.
Refrão:
Com amor e saudade, lembraremos sempre,
Dos nossos amiguinhos, anjos presentes,
Suas lambidas e abraços apertados,
Nosso amor por eles nunca será apagado.
Final:
Mesmo longe, estarão sempre perto,
Em nossos corações, um lugar certo,
Amiguinhos de quatro patas, anjos queridos,
Com amor e saudade, para sempre lembrados e sentidos.
Deixa
Deixa a música tocar,
E o coração rapidamente bater
O amor está no ar,
Entre eu e você.
Deixa a loucura subir,
E o temperamento aumentar
O tempo pode está ruim,
Mas não existe hora para se amar.
Põe a tua mão sobre o meu corpo,
E a minha sobre o teu
Vem, pode me deixar louco,
Que serei todo seu.
Deixa a química bater e
O clima esquentar
Aí você então vai ver,
O fogo da paixão acender,
E o amor também incendiar!!!
Estrelas da música quando sobem ao palco são planetas cumprindo seu papel, nada há para estalarem, apenas observam, em seu dever, o que veem lá de cima, uma bando de estrelas vendo o mundo girar.
Aí que mora o problema dos apresentadores, achar que podem estrelarem como se estivessem criando música, sem se curvarem, estralando os dedos para obter suas boas vantagens em IBOPE.
Estreia que é bom nada.
Certo dia, ouvindo a música do Roberto Carlos, O careta, veio-me as lembranças da minha adolescência, no tempo em colegas meus, metidos a entendidos, chamando-me de careta por não experimentar drogas ilícitas. Curioso, não para mim, é que atualmente já tenho mais de quatro décadas de vida, enquanto alguns "entendidos" morreram. Resumo da ópera: o que é melhor, um careta vivo ou "entendido" morto?
Fica a mensagem para a meditação.
Eu sinto uma profunda dor silenciosa...
Gosto do som da música, do percurso
da minha casa até o trabalho;
estou sempre ouvindo música.
Em casa e no trabalho, ouço o barulho
dos carros, dos comboios e de toda a gente.
Chego em casa, ligo a televisão e ouço o noticiário:
outra vítima do silêncio se atirou
nos ruidosos trilhos do trem.
No trabalho, ouço o rádio, que toca uma música ridícula, e
minh'alma sofrida dança desolada.
Gosto do som da chuva, lágrimas do céu;
até os homens choram, silenciosamente.
E o choro da terra é abafado
pelos nossos gritos ambiciosos;
ouço o barulho das fábricas, corro para o campo,
e a chuva, tempestuosamente,
em seu suave cair, encharca meu coração ressecado.
Gosto do canto dos pássaros;
da minha cama me levanto,
e nela me deito, ouvindo os tordos ao amanhecer
e os urutaus ao anoitecer que, calmamente,
levam distante meu espírito atormentado.
Gosto de deitar-me e dormir
com o barulho do ventilador;
porque gosto de barulho,
assim silencio os gritos sussurrados
em minha cabeça. E eu, que tenho sido tão quieto,
se os ouço e me falam, descanso resignado.
O Silêncio Música
Uma dor muda,
Num som sem volume,
O vazio estilhaçado no voo
À janela fechada.
Às vezes no silêncio da vida
Mora a nostalgia da alma.
Ficamos sem voz
Com o nó das palavras
Amarradas na garganta,
Numa estreita passagem de indignação.
E noutro dia,
O sol dá passagem
E, de tanta luz,
O Silêcio torna-se música.
(Suzete Brainer)
Mais do que outras artes, são a Literatura e a música propícias às subtilesas de um psicólogo. As figuras de romance são - como todos sabem - tão reais como qualquer de nós. Certos aspectos de som tem uma alma alada e rápida, mas suscetíveis de psicologia e Sociologia porque - bom é que os ignorantes o saibam - as sociedades existem dentro das cores, dos sons, das frases, e há regimes e revoluções, reinados, políticas e - há-os em absoluto e sem metafísica - no conjunto instrumental de sinfonias, no todo organizado das novelas, nos metros quadrados de um quadro complexo, onde gozam, sofrem e misturam as atitudes coloridas de guerreiros, de amorosos ou de simbólicos.
Quando se quebra uma chávena da minha coleção japonesa, eu sonho que mais do que um descuido das mãos de uma criada tenha sido a causa, ou tenham estado os anseios das figuras que habitam as curvas daquela de louça; a resolução tenebrosa de suicídio que as tomou não se causa espanto: serviram-se da criada, como um de nós de um revólver. Saber Isto é estar além da ciência moderna, e com que precisão eu sei disso.
Diário de Bernardo Soares - pag. 341
Fernando Pessoa - Livro do desassossego