Textos que Falam sobre Mim
Eu,
Filho da tragédia
E amante do caos
Mergulhei no mais profundo mar de mim mesmo
Amarrei as vírgulas na sorte
E engoli meu único e amargo destino
Sorria, ele disse
É só mais uma verdade da vida
A poesia mais linda nunca será feita pra alguém
Cante-a com seu violão desafinado pelo tempo
Enquanto os demônios lhe assistem com flores nas mãos
ALTO-MAR
Durante meu cruzeiro, relutei diversas vezes contra mim mesmo. Peguei teu coração, carreguei ele nas mãos, mas sempre que chegava perto do mar, desistia compulsivamente. Mês passado diferiu. Após tanto resistir, enfim, joguei teu coração no meio do oceano. Por sorte, ele é tão denso que só restou afundar, afundar e afundar... E meu sorriso novamente voltou a me encontrar, encontrar e encontrar...
Uma vez jogado e debruçado no meio daquele oceano, felizmente nunca mais te veria, felizmente não mais te resgataria, felizmente não me perderia outra vez. Alguns acharam-me cruel, mas basta! Se quiseres, que me sentenciem a cadeia. Por pouco fui jogado no hospício sem ser louco e das reais histórias vívidas me diziam, "ALUCINAÇÃO!".
Sinto muita falta de mim.
Mesmo na constante presença de mim mesmo, sinto muita falta de mim.
Meu corpo está aqui, porém minha alma vagueia procurando um rumo no qual se sinta confortável, minha mente no entanto se faz presente no passado,pondo o passado no presente, resultando em um futuro incerto...
Eu tenho muito orgulho de mim mesmo...
Principalmente em assimilar quando não me querem..
É muito difícil lidar com a rejeição reconheço...
Por mais que passe em nosso pensamento o porquê dessa atitude...
Nossa função é aceitar porque não depende só da gente...
Eu te amo vou te amar para sempre mesmo sem entender a sua atitude é claro que acatarei porque não depende só de mim...
Esse amor por você vai ficar guardado dentro do meu peito para o resto dos meus dias....
Por mais que eu tenha vontade de te perguntar o porquê!!!
Não farei isso acatarei a sua decisão e me prontifico a estar aqui se precisar de mim....
Não abandonarei você nunca...
Ninguém pode me proporcionar felicidade; eu me sinto feliz, amo a mim mesmo; antes de outra ou qualquer pessoa chegar em minha vida.
Porqueo amor e a felicidade não se baseiam em outra vida e sim no que você tem e pode oferecer, valorizando, sentimentos puros e verdadeiros para serem demonstrados de uma forma espontânea e recíproca.
Não para mostrar nada a ninguém e viver de aparência.
Levantei a mão e disse para mim mesmo: eu sou mais forte do que a dor, sou mais forte do que a cor, sou mais forte do que o sabor. Estou pronto para enfrentar meus medos, desafios e adversidades. Nada pode me derrubar. Estou pronto para enfrentar o que a vida me reserva.
Marcos é um escritor brasileiro de renome mundial. Ele possui uma grande variedade de obras publicadas, abordando temas que vão desde a ficção à poesia e até mesmo a crônica. Suas narrativas são ricas em detalhes e desenvolvem-se ao longo de suas páginas, oferecendo ao leitor uma experiência única e profunda. Seu estilo é reconhecido por sua eloquência e habilidade em manejar metáforas e símbolos, que o destacam como um dos principais escritores brasileiros.
Marcos refletiu sobre a nova realidade que o mundo está enfrentando. Ele se questionou sobre o que cada um de nós pode fazer para construir um futuro melhor e mais justo. Ele enfatizou a importância de nos unirmos e trabalharmos juntos para superar os desafios que enfrentamos. Ele concluiu que, com a perseverança e a força de vontade coletiva, podemos construir um mundo mais forte e próspero para todos.
Marcos é um artista incrível com Photoshop. Ele manipula cores, sombras e luzes para criar obras de arte impressionantes. Seu trabalho é brilhante e único, cada peça sendo uma criação original. Ele usa técnicas avançadas para criar efeitos realmente impressionantes, resultando em imagens que mostram a sua criatividade e habilidade. Marcos é um artista talentoso e seu trabalho com Photoshop é maravilhoso.
A beleza da vida está em suas falhas. Você aprende a lidar com os problemas, tornando-se mais forte a cada dia. Não se esqueça de quem você é e siga o seu coração. Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem.
Antagonista de mim mesmo,
Submeto-me ao desespero.
Sozinho a sós na escuridão,
Perco à compaixão.
Abro os braços para o mundo,
Mas recebo apenas desprezo.
O próprio homem,
Destrói a si mesmo.
A Humanidade foi perdida,
Não a como voltar atrás,
De o poder ao homem,
E veja-o destruir a paz.
Paz outrora conquistada,
Formulada pela esperança,
Devastada por ganância,
Aclamado pela ignorância.
Busco à perfeição,
Mas é algo inconcebível.
O homem é um ser errôneo,
Para mim é incabível.
Então deixo de aviso,
Me vejo perdido.
Meu destino é claro,
Estou destinado a morrer,
Sendo fracassado.
me seguir
eu por mim mesmo
me deixo quieto no canto
cansei da jornada a esmo
longe sou do encanto
fico porque qui-lo
abaixo para não trombar nuvens
a roer sigo eu esquilo
dentro me enxergo paisagens
mas volto do não ir
pássaros me contam a revoar
segredos deixo a cair
séculos então a melhorar
seguir seguir seguir
por mim mesmo eu
Sabe; eu queria aqui apenas dizer de mim mesmo; como já reconheci meus erros e pedi perdão a mulher que sempre esteve comigo ao meu lado. Errei com ela não a respeitando, mentindo e tentando fazer acreditar que ela estava ficando doida, neurótica e imaginando coisas aonde não existia.
Tentarei resumir; trai a mulher que dizia amar, machuquei a mulher que me amava e perdi totalmente a credibilidade por não ter sido homem o suficiente. Por ela não ter feito nada de errado e sim por sempre merecer o meu melhor em tudo e por ter sido quem sempre esteve do meu lado desde o início, suportando todas as dificuldades e lutas no caminho.
Tentei culpar outra pessoa, por achar que ela; estava indo embora por causa do que falaram, mas não queria ver que foi eu quem perdeu; foi eu quem colocou ela para fora; por causa de coisas passageiras ou momentâneas. E como tudo na vida procuramos um culpado; procuramos em outros o motivo, para não assumir a culpa e os nossos erros.
E é assim que infelizmente agimos quando ainda nos permitimos agir como meninos, nos permitimos ser moleques, nos permitimos ser tudo; menos homens de verdade, para reconhecer que devemos agir e ser diferentes com quem escolhemos para viver ao nosso lado para sempre, até que a morte nos separe.
Ai quando nos damos conta, perdemos o melhor que conquistamos nas nossas vidas, a única mulher que foi capaz de nos completar por inteiro e que perdi por causa do meu erro, falsidade e traição.
Mais uma vez Perdão...
Ricardo Baeta.
Hoje me peguei rindo de mim mesmo,rindo da minha própria ilusão rolando um aplicativo só me resta ri todas somadas não dariam metade de você
Dentro desse quarto é solidão, vontade do seu beijo chamego segurar forte a sua mão é sólidão carregadas de amor e gratidão.
Você foi um presente de Deus que esse tolo não seu valor tenho que aceita a crueldade de perder o seu amor pode ser que nessa vida tenha chegado o fim .Mas a força do que eu sinto em mim me mantém de pé em algum lugar que só Deus sabe , seremos um do outro teremos paz.
Siga amor o seu caminho estarei aqui orando a sua felicidade já me satisfaz .
Antes de você nada importa e agora sem você nada faz sentindo como é triste um coração partido.
CONFESSO QUE MORRI
Talvez não tenha morrido em mim mesmo,
Talvez tenha morrido a morte dos outros.
A vida de Neruda já me foi suficiente.
Vive-se também a vida de outro vivente,
Em sua obra loquaz e permanente.
Faleci a cada pessoa injustiçada,
A cada criança famélica sepultada,
A cada velho doente em sofrimento,
E todas as vítimas de tormento,
A cada execução sem julgamento.
Desencarnei ao saber de crimes passionais
E de cárceres injustos, aplaudidos,
Pelas conversas e pelos jornais,
Ouvindo a avidez das violências
E o choro doloroso de filhos e de pais.
Toda manhã, ressuscitei em cova rasa,
Para morrer na rua ou em casa,
Ao longo dos dias anoitecidos,
Indiferente à alienação dos vivos
E à solidão dos mortos desconhecidos.
Sérgio Antunes de Freitas
Julho de 2022
Certo dia, fui tomado por um sentimento de amor, por esse motivo prometi a mim mesmo que a primeira criatura que eu avistasse, seria essa a quem doaria o meu amor.
Andando pela casa, encontrei uma lagartixa, vendo-a fui em sua direção com intenção de amor, mas não pude chegar tão perto sem que ela fugisse de mim.
O medo nos faz assim! Se defender sem que haja perigo, e enxergar perigo em intenções de amor.
Poesia Negra
Tenho lutado
Contra mim mesmo,
Já cansado
De andar a esmo,
Perdido, sem linha,
Com poucas esperanças.
E iludido com as
Loucas lembranças
Que fervilham
Em minha mente
E que me feriram
Gravemente.
Dói só de lembrar,
Pois a todo momento,
Meu Ser constrói
Com o pensar
Encantos e sentimentos
E se destrói, no entanto
De tanto pesar.
Mas, apesar de sofrer
Nessa vida, tenho
Pressa em viver
De minha lida
De escrever;
De descrever
O submundo da Poesia
Muito mais a fundo
Da melancolia
Com todas as
Suas tristezas,
Letargias e avarezas.
A quem prefere
A noite ao dia,
Pois esta é silenciosa.
Mas a insônia o fere
E lhe também confere
Dolorosas lágrimas,
Rancorosas lástimas.
Imunda depressão,
Que nos afunda em sofreguidão,
Em solidão e desespero;
Em fero medo, pavor;
Em desassossego
E a sensação de falta
De amor, de aconchego.
Desde cedo
Dançando ca morte,
Alçando-a em meus braços,
Admirando seu porte galante,
Seus traços marcantes.
Por toda parte
Bailamos bastante
Nessa tua arte
Alucinante que nos
Tira o ar, nos faz
Delirar em paz
Com cada vez mais
Pressa em ascender
Ao seu ser oriundo,
Em deixar para trás
Esse mundo de dores,
Rumores e horrores
A se mostrar, a se ver e ouvir;
A parar de sofrer, assim.
A deixar de viver e existir.
Tentar evoluir, enfim.
Não preciso provar para ninguém que sou capaz. Já provei para mim mesmo a capacidade que Deus o Eterno Pai celestial me concedeu.
Diplomas ou conquistas banais, podem o ego satisfazer, mas nada disso tem valor se um bom caráter aos que me cercar, eu puder oferecer.
Dinheiro? Ele é finito, assim como a vida aqui. Mas nós os que cremos, numa eternidade de vida, na esperança inaudita, que nos fazem seguir confiantes, e ansiosos pelas promessas de paz, o que neste mundo efêmero, poderá nos deter tão voraz?
superlativo
odos os dias eu acordo e torço para que seja um dia melhor.
Digo para mim mesmo: é só mais uma fase difícil.
Eu digo para mim: Você vai superar.
Todos os dias eu repito essas mesmas frases em minha mente.
Até o momento que se torna cansativo.
Viver
Sobreviver
Viver
Sobreviver
Viver
Sobreviver
Eu já não consigo mais diferenciar o que é viver ou sobreviver.
Já não consigo saber o que está acontecendo da minha vida, eu não consigo saber quem sou eu já não consigo me reconhecer.
Estou acelerando meus passos, estou caindo novamente.
Estou diminuindo os meus passos, estou sangrando novamente.
Mais uma queda
Mais uma luta
Mais uma dor
Viver
Sobreviver
Viver
Sobreviver
Viver
Sobreviver
Estou repetindo essas frases várias vezes até que alguma delas se torne real.
Eu preciso viver, eu preciso sobreviver.
Escritora: @stefany_book
Esse vazio em mim
Há um vazio de mim mesmo
Rondando por aqui…
Algo que eu não costumava sentir.
Azuis celeste, turquesa... qual é a cor mesmo deste amanhecer?
Há nele alguma coisa de neon policromático.
Nada apático.
É o astro-rei que espia lá longe na linha do horizonte...
Saiu de seu cárcere de solidão
E vem alegremente alegrar milhares de corações.
Colorir aquarela de mil cores cheias de emoção.
E eu?... Bem, eu me espero.
Sei que é preciso tempo para reaprender...
Vou de novo do novo me preencher.
#Feliz_ou_Triste part 2
Nem feliz, nem triste
Apenas me perdi em mim mesmo
Mas se alguém te questionar se ainda te amo
Responda que nunca deixarei
Feliz
Ontem a distância era maior
Tão maior quanto o nosso amor
Saudades consumiam o meu mundo
Que todo amor se tornou espinhos
Triste
Hoje a distância é maior
Tão maior do que o nosso amor
Saudades consumindo o meu mundo
Que todo amor se transformou em dor
Feliz ou Triste?
A resposta já não faz sentido
Sentimento oblíquo num coração hilário
Se passaram tantos anos
O ontem é passado
E o hoje também é ontem
MauroDarg Pensador
"" A esmo
sobre mim mesmo
escrevo
e desse que tão pouco sei
mas hei
de ainda contar uma bela história
nas brancas folhas que encontro no caminho
o que serei?
talvez um menino levado
ou um senhor de barbas brancas
e cabelo pintado
poderei ser o que quiser
a caneta está em minhas mãos
se vou errar ou acertar
não sei
mas o fato que minha vida
será atrevida
e no final terá sido eu
que a desenhei...""
ODEIO ESTE TEXTO
(...)Eu odeio que encostem o cotovelo, a bunda ou uma cerveja molhada em mim enquanto eu tento encontrar um espaço para dançar. Eu odeio que encostem em mim, odeio a pele de um desconhecido indesejado.
(...)Odeio homens que olham para bundas como se admirassem uma carne pendurada no açougue e odeio mais ainda quando fazem bico e aquele sim com a cabeça, tipo "concordo com o mundo que ela é muito gostosa". E se ele fizer aquela chupada pra dentro do tipo "hmmmmm delícia" já é algo que ultrapassa os limites do meu ódio.
(...)Odeio mau hálito e mais ainda o fato de que justamente as pessoas podres são aquelas que falam mais baixo e nos obrigam a ter que chegar perto. Eu odeio machismo, submissão e mais do que tudo isso ter que ser forte o tempo todo e não ter um ombro másculo para chorar até minha última gota desamparada.
(...)Odeio pessoas muito oleosas, muito peludas, muito suadas e acima de tudo meninas que cheiram a lavandas e gostam de adesivos de ursinho.
(...)Odeio quem comemora porque passou numa faculdade que meu primo de 8 anos passaria e quem diz "peguei a mina".
(...)Odeio os Estados Unidos mas odeio muito mais o fato de a gente ter sangue europeu mas ficar imitando esses estúpidos, que também têm sangue europeu mas são estúpidos por herança criada. Odeio a frase "eu vou no super, comprar umas cervas para o churras".
(...)Odeio quem passa o dia no shopping com a família, churrascaria com aquele desfile de bichinhos mortos, principalmente porque você está lá tranqüilamente comendo e vem alguém com um espeto (que é grosseiramente imposto ao seu lado), te espirra sangue, fala um nome idiota e você nunca sabe exatamente de que parte se trata.
(...)Odeio quem casa virgem, odeio quem chega em casa depois de uns malhos no carro e enfia o dedo no meio das pernas porque tava louca para dar mas "ele ia me achar muito fácil". Mas eu também odeio mulher que sai dando pra meio mundo e perde o mistério. Sei lá, essa coisa toda de dar vai ser sempre uma dúvida.
(...)Odeio meninas caçadoras de homens ricos mas odeio sair com um cara que está tentando começar um relacionamento e ter que rachar a conta, seria mais simpático me deixar pagar a conta toda. Rachar é péssimo.
(...)Dividir banheiro, pêlo alheio em sabonete, acordar cedo e meninas adolescentes peruas com voz de pato.
(...)Quando eu era criança sonhava todas as noites que arrancava os olhos de todo mundo e só eu podia enxergar o quanto era feio eu ser como sou.
Terça-Feira Gorda
De repente ele começou a sambar bonito e veio vindo para mim. Me olhava nos olhos quase sorrindo, uma ruga tensa entre as sobrancelhas, pedindo confirmação. Confirmei, quase sorrindo também, a boca gosmenta de tanta cerveja morna, vodca com coca-cola, uísque nacional, gostos que eu nem identificava mais, passando de mão em mão dentro dos copos de plástico. Usava uma tanga vermelha e branca, Xangô, pensei, Iansã com purpurina na cara, Oxaguiã segurando a espada no braço levantado, Ogum Beira-Mar sambando bonito e bandido. Um movimento que descia feito onda dos quadris pelas coxas, até os pés, ondulado, então olhava para baixo e o movimento subia outra vez, onda ao contrário, voltando pela cintura até os ombros. Era então que sacudia a cabeça olhando para mim, cada vez mais perto.
Eu estava todo suado. Todos estavam suados, mas eu não via mais ninguém além dele. Eu já o tinha visto antes, não ali. Fazia tempo, não sabia onde. Eu tinha andado por muitos lugares. Ele tinha um jeito de quem também tinha andado por muitos lugares. Num desses lugares, quem sabe. Aqui, ali. Mas não lembraríamos antes de falar, talvez também nem depois. Só que não havia palavras. havia o movimento, a dança, o suor, os corpos meu e dele se aproximando mornos, sem querer mais nada além daquele chegar cada vez mais perto.
Na minha frente, ficamos nos olhando. Eu também dançava agora, acompanhando o movimento dele. Assim: quadris, coxas, pés, onda que desce, olhar para baixo, voltando pela cintura até os ombros, onda que sobe, então sacudir os cabelos molhados, levantar a cabeça e encarar sorrindo. Ele encostou o peito suado no meu. Tínhamos pêlos, os dois. Os pêlos molhados se misturavam. Ele estendeu a mão aberta, passou no meu rosto, falou qualquer coisa. O quê, perguntei. Você é gostoso, ele disse. E não parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem também. Eu estendi a mão aberta, passei no rosto dele, falei qualquer coisa. O quê, perguntou. Você é gostoso, eu disse. Eu era apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o dele, que por acaso era de homem também.
Eu queria aquele corpo de homem sambando suado bonito ali na minha frente. Quero você, ele disse. Eu disse quero você também. Mas quero agora já neste instante imediato, ele disse e eu repeti quase ao mesmo tempo também, também eu quero. Sorriu mais largo, uns dentes claros. Passou a mão pela minha barriga. Passei a mão pela barriga dele. Apertou, apertamos. As nossas carnes duras tinham pêlos na superfície e músculos sob as peles morenas de sol. Ai-ai, alguém falou em falsete, olha as loucas, e foi embora. Em volta, olhavam.
Entreaberta, a boca dele veio se aproximando da minha. Parecia um figo maduro quando a gente faz com a ponta da faca uma cruz na extremidade mais redonda e rasga devagar a polpa, revelando o interior rosado cheio de grãos. Você sabia, eu falei, que o figo não é uma fruta mas uma flor que abre pra dentro. O quê, ele gritou. O figo, repeti, o figo é uma flor. Mas não tinha importância. Ele enfiou a mão dentro da sunga, tirou duas bolinhas num envelope metálico. Tomou uma e me estendeu a outra. Não, eu disse, eu quero minha lucidez de qualquer jeito. Mas estava completamente louco. E queria, como queria aquela bolinha química quente vinda direto do meio dos pentelhos dele. Estendi a língua, engoli. Nos empurravam em volta, tentei protegê-lo com meu corpo, mas ai-ai repetiam empurrando, olha as loucas, vamos embora daqui, ele disse. E fomos saindo colados pelo meio do salão, a purpurina da cara dele cintilando no meio dos gritos.
Veados, a gente ainda ouviu, recebendo na cara o vento frio do mar. A música era só um tumtumtum de pés e tambores batendo. Eu olhei para cima e mostrei olha lá as Plêiades, só o que eu sabia ver, que nem raquete de tênis suspensa no céu. Você vai pegar um resfriado, ele falou com a mão no meu ombro. Foi então que percebi que não usávamos máscara. Lembrei que tinha lido em algum lugar que a dor é a única emoção que não usa máscara. Não sentíamos dor, mas aquela emoção daquela hora ali sobre nós, eu nem sei se era alegria, também não usava máscara. Então pensei devagar que era proibido ou perigoso não usar máscara, ainda mais no Carnaval.
A mão dele apertou meu ombro. Minha mão apertou a cintura dele. sentado na areia, ele tirou da sunga mágica um pequeno envelope, um espelho redondo, uma gilette. Bateu quatro carreiras, cheirou duas, me estendeu a nota enroladinha de cem. Cheirei fundo, uma em cada narina. Lambeu o vidro, molhei as gengivas. Joga o espelho no mar pra Iemanjá, me disse. O espelho brilhou rodando no ar, e enquanto acompanhava o vôo fiquei com medo de olhar outra vez para ele. Porque se você pisca, quando torna a abrir os olhos o lindo pode ficar feio. Ou vice-versa. Olha pra mim, ele pediu. E eu olhei.
Brilhávamos, os dois, nos olhando sobre a areia. Te conheço de algum lugar, cara, ele disse, mas acho que é da minha cabeça mesmo. Não tem importância, eu falei. Ele falou não fale, depois me abraçou forte. Bem de perto, olhei a cara dele, que olhada assim não era bonita nem feia: de poros e pêlos, uma cara de verdade olhando bem de perto a cara de verdade que era a minha. A língua dele lambeu meu pescoço, minha língua entrou na orelha dele, depois se misturaram molhadas. Feito dois figos maduros apertados um contra o outro, as sementes vermelhas chocando-se com um ruído de dente contra dente.
Tiramos as roupas um do outro, depois rolamos na areia. Não vou perguntar teu nome, nem tua idade, teu telefone, teu signo ou endereço, ele disse. O mamilo duro dele na minha boca, a cabeça dura do meu pau dentro da mão dele. O que você mentir eu acredito, eu disse, que nem na marcha antiga de Carnaval. A gente foi rolando até onde as ondas quebravam para que a água lavasse e levasse o suor e a areia e a purpurina dos nossos corpos. A gente se apertou um conta o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro. Tão simples, tão clássico. A gente se afastou um pouco, só para ver melhor como eram bonitos nossos corpos nus de homens estendidos um ao lado do outro, iluminados pela fosforescência das ondas do mar. Plâncton, ele disse, é um bicho que brilha quando faz amor.
E brilhamos.
Mas vieram vindo, então, e eram muitos. Foge, gritei, estendendo o braço. Minha mão agarrou um espaço vazio. O pontapé nas costas fez com que me levantasse. Ele ficou no chão. Estavam todos em volta. Ai-ai, gritavam, olha as loucas. Olhando para baixo, vi os olhos dele muito abertos e sem nenhuma culpa entre as outras caras dos homens. A boca molhada afundando no meio duma massa escura, o brilho de um dente caído na areia. Quis tomá-lo pela mão, protegê-lo com meu corpo, mas sem querer estava sozinho e nu correndo pela areia molhada, os outros todos em volta, muito próximos.
Fechando os olhos então, como um filme contra as pálpebras, eu conseguia ver três imagens se sobrepondo. Primeiro o corpo suado dele, sambando, vindo em minha direção. Depois as Plêiades, feito uma raquete de tênis suspensa no céu lá em cima. E finalmente a queda lenta de um figo muito maduro, até esborrachar-se contra o chão em mil pedaços sangrentos.