Textos de Mar

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⁠Maré -

Quando um dia eu morrer
como os rios ao correr
quero ser espuma do mar;
hei-de ser um Céu estrelado
ser vento desnorteado
que me leve pelo ar.

Quando um dia eu morrer
e alguém por mim sofrer
quero o mar por sepultura;
a maré como um caminho
barco triste, tão sozinho,
que o infinito procura.

Quando um dia eu partir
direi adeus a sorrir
saberei como voltar;
voltarei em dia vão
no rimar da solidão
e na espuma do mar.

Inserida por Eliot

⁠A Sós com o Mar -

Nas descalças areias deste mar
recordo o mar que nunca tive ...
... meu sonho feito ao mar!

O destino que sonhei é longe do que sou!
P'ra outro destino não vou!
Dor, espuma, espanto na solidão das ondas
que esbatem nestas rochas!

Eu e Ele a sós! O mar! O mar! ...

É de pedra a minha dor,
é d'água o meu sonho,
meu corpo feito de pó,
minhas lágrimas sem cor ...

E há um pássaro que voa,
um Sol que se esmurece,
eis que passa uma pessoa,
viver assim, ninguém merece!

Inserida por Eliot

⁠Destino sem Rumo -

A minha voz ao cantar
traz um lamento desfeito
é como as ondas do mar
que se enrolam no meu peito.

Canto um fado e outro fado
numa saudade sentida
trago o destino marcado
e a minha vida perdida.

Cantar é saber da vida
o que a vida sabe do mar
quando a vida está perdida
outra vida há que esperar.

À deriva p’la cidade,
procurando outro caminho,
não me deixo ter saudade,
quem se vai, segue o destino.

Inserida por Eliot

⁠A dor do Mar -

Um Pintor pôs numa tela
um lamento por adorno
e fez do Mar uma aguarela
na pressa de um retorno.

Um Poeta pôs nos versos
a saudade da amada
o Mar secou-lhe os beijos
por a ter nele afogada.

Um Fadista pôs no canto
a mentira de um amor
e afogou-se de quebranto
no Mar alto, sem pudor.

Ó Mar que tanto inspiras
a arte das viagens
porque trazes e agitas
tanta dor nas tuas margens?!

Ó Mar que na neblina
tantas mágoas se dissolvem
tanta esperança se fulmina
tantos mortos em ti dormem.

E como as ondas que se enrolam
do mar alto até à margem
minhas dores já não choram
são no Mar uma miragem.

Inserida por Eliot

⁠Solidão d'Abutre -

Minha voz traz um lamento
que hoje afundo em alto mar
e uma dor cresce no tempo
deixa a morte em seu lugar.

Que nem oiço a voz do vento
só já resta de mim pena
p'ra fugir deste tormento
vá a vida a morte venha.

No Tarot saiu a Torre
com um pássaro apeado
um Abutre que não morre
comendo outro depenado.

E quem fica que lhe ocorre?!
Nada vale o qu'inda tenha ...
Como a sorte é de quem morre
vá a vida a morte venha.

Inserida por Eliot

⁠Um Grito -

Os meus versos são um grito
no rumor do sofrimento
como as ondas mar revolto
são um grito, um grito solto
para lá do pensamento!

Os meus versos são o resto
o que fica desse grito
quando vejo que perdi
um amor que não vivi
para lá do infinito!

Os meus versos são o berço
da saudade em que me agito
do que fui e já não sou
do que dei e já não dou
os meus versos são um grito!

Inserida por Eliot

⁠Um Pouco de mim -

Minha vida nunca foi um mar de rosas
onde o rio dos meus cansaços pudesse desaguar,
mas sim, um vendaval de ondas furiosas,
onde, no mar alto, só vi sonhos naufragar!

E nunca estive à mesa onde se come,
nunca fui capaz de ter ou dar amor,
nunca fui à cama onde se dorme,
nem senti o balsamo de uma flor!

Que inferno colossal o destino me entregou!
Pobre vagabundo com roupas de jasmim
que alicerça nos poemas a revolta que o gerou ...

E levo aos ombros o peso desse desdém ...
Nos versos d'Alguém, há sempre um pouco de mim,
pois o que sou e não sou, tantos foram também!

Inserida por Eliot

⁠Revelação -

Um pintor pôs numa tela
um lamento por adorno
fez do mar uma aguarela
na pressa de ter retorno.

Um poeta pôs nos versos
a saudade endiabrada
mas o mar secou-lhe os beijos
no frio da madrugada.

Um fadista pôs no canto
a mentira de um amor
mas na voz ficou-lhe o pranto
que fica depois da dor.

Como as ondas que se enrolam
do mar alto até à margem
minhas dores já não pesam
são no mar uma miragem.

Inserida por Eliot

⁠P'ra lá do mar -

Eu nasci p'ra lá do mar
onde a morte tem lugar
e a vida não se vê;
como a água está na fonte
há em mim um horizonte
cheio de sombras e porquês!

O porquê de eu ser assim
um tormento sem ter fim
uma vida sem Destino;
como um barco sai do cais
e à mercê dos temporais
perde os sonhos no caminho!

O porquê de eu não amar
o porquê de eu só chorar
desde a hora em que nasci;
na viagem que é a vida
fui bailando à deriva
tantas vezes me perdi!

Porque trago este destino
cheio de sombras no caminho
cheio de noites a nascer;
eu vivi p'ra lá do mar
onde a morte tem lugar
e tanta vida há por viver!

Inserida por Eliot

⁠No céu da minha noite -

No céu da minha noite as estrelas já não brilham!
No mar do teu silêncio os barcos estão parados!
A música não soa, os Homens não partilham
os desejos nem os sonhos, e os olhos estão cansados.

E não há palavras que descrevam este suplício!
Não há angústia maior do que não termos quem nos ame!
Porque estará a vida rodeada de tal bulício?!
De não termos no destino ninguém que por nós chame?!

Que o dia em que vim ao mundo seja posto em escuridão,
cheio de nuvens, que se oiçam gritos de viúvas
e agonias vestidas d'uma imensa solidão!

Que ao largo dos meus olhos as lágrimas se agitam
e agitam-se dores pela estrada, tantas curvas,
pois no céu da minha noite as estrelas já não brilham!

Inserida por Eliot


Nos teus olhos há coisas que não leio
mar alto sem ondas nem maré,
fortuna, amor que quis mas nunca veio
e continuamente me tem tirado a fé.

Em mim há uma fadiga que se instala,
um lamento, uma agonia que se inscreve,
a musica por fim já não me embala
e a falta do teu toque não é leve.

Só penso no teu beijo amargo e quente ...
... ái ... aquele instante doce e morno
onde nada do que foi é já presente
e vive o pensamento ao abandono .

Se tu pudesses ver o que não vês
as lágrimas inundam a nossa cama
só lembram nossos corpos na nudez
entrelaçados em gestos de quem ama.

Fica entre nós algo vazio que nunca é
dois olhos que se tocam num enleio
a tua perna encostada no meu pé
a minh'Alma reclinada no teu seio.

Inserida por Eliot

Dias de tempestade

No coração havia um mar revolto em plena ressaca, que teimava em transbordar pelos olhos. Disposta a estancar a dor que visivelmente lhe inundava a face, ela ergueu a cabeça, secou o sal da última lágrima que solitária morreu no canto dos lábios, respirou fundo, e olhando no espelho abissal dos olhos ainda úmidos, disse para si mesma com firmeza e a força soberana da certeza: Vai passar! Vai passar! Vai passar!

Inserida por ednafrigato

Há dias em que o mar amanhece escandalosamente agitado. Impetuoso e imponente, como um macho em pleno período de acasalamento exibe sua masculinidade com ondas assustadoramente gigantescas, num movimento de vai e vem quase indecente.
Ao entrar em contato com a areia morna e úmida espraia-se delicadamente afável, libidinoso e atrevido como um animal embriagado pelo cheiro excitante da fêmea.
Sem pressa cheira-a em toda sua extensão, lambe, beija, abraça com a sutileza de um amante amaroso e, deita-se sobre ela numa concupiscência dos deuses.

Inserida por ednafrigato

⁠O amor é uma casinha branca com vista para o mar dos sentimentos mais puros já experimentados pelos mortais.
Nessa casinha simples bate sol o ano todo e existe abundância de afeto. As portas estão abertas para a compreensão, o respeito, o companheirismo e a cumplicidade e as janelas estão sempre enfeitadas com as flores dos sentimentos mais belos.

Inserida por ednafrigato

O mar da vida é intempestivo, ora as águas balançam levemente, ora as ondas avançam inesperadamente te surpreendendo, e se estiver despreparado não consegues enfrentar a tempestade. Por isso se preparar é o diferencial. Foque em sua preparação, no seu crescimento, conhecimento, fortalecimento das habilidades, resiliência e se prepare para enfrentar as tempestades com maestria, fé e coragem.
Insta: @elidajeronimo

Inserida por ElidaJeronimo

Seguir o balanço das ondas e deixar o mar te guiar, pode te afundar. É preciso quebrar as ondas, contornar as rochas, desviar dos icebergs, ter coragem e mudar a rota, traçar estratégias, ser o marinheiro da sua embarcação, ter o controle da sua vida e encontrar a sua direção.
⁠Insta: @elidajeronimo

Inserida por ElidaJeronimo

⁠Mãe , simplesmente mãe, de coração valente,seu amor por Pedro é farol em mar de tempestade, cuidando do seu filho com todo o empenho, transformando desafios em pura bondade.

Atravessa dias de luta e cansaço, com a força que só uma mãe pode ter,
enfrentando o autismo severo com coragem, ensinando o que é amar sem medida, sem ceder.

A apraxia da fala, TDI, TDAH, Seletividade alimentar, são batalhas diárias que você enfrenta, com paciência e dedicação infinita,
cada pequena vitória é uma conquista imensa.

Seu abraço é refúgio, sua presença, um acalanto, nos momentos difíceis, você é luz e esperança, com um amor que transcende qualquer obstáculo, você é heroína na jornada da sua criança, do seu Pedro.

Mãe Cris, sua luta é poesia, seu amor é força que não se mede, e no seu coração, a certeza de que, cada desafio é superado com fé e uma alma repleta de sede em amar.

Inserida por RosahyarahAlves

OLHOS AO MAR

Demétrio Sena, Magé - RJ.

A discreta e profunda paixão daquele homem eram os olhos daquela mulher. Não era o corpo, já proibido mesmo pra ele, nem mesmo a alma, igualmente proibida, e sim, as janelas. Ele adorava ser olhado por aqueles olhos. Pelo menos ter a impressão de que o era. Embora devotasse grande amizade pela proprietária dos olhos e não tivesse qualquer intenção de pular os muros daquele afeto, aquele homem queria ser cada vez mais olhado. Ser a passarela, o pasto, a passagem obrigatória dos olhos daquela mulher.
Em nome dassa impressão - possibilidade mais próxima -, o escravo daqueles olhos passou a fazer empenhos para conquistar mais olhares. Passeios mais intensos. Incursões mais profundas e curiosas. Começou a disponibilizar imagens outrora escondidas entre os panos descuidados. Doravante, cuidadosamente mais descuidados. Abriu caminhos para visões bem secretas, paisagens bem escondidas e atalhos que apontavam para destinos que permaneceriam lá, em nome da probidade; ou do bom senso restante; ou do seu temor de perder até mesmo aqueles olhares do início, tão discretos e velados. Queria ser um roteiro turístico levemente mais radical, para se oferecer aos olhos que nunca saíam de seus olhos nem de seu pensamento.
Aquilo não era uma perversão. Não havia mesmo intenções ocultas ou escusas. Aquele homem não desejava tocar, possuir, ter prazeres palpáveis com aquela mulher, até porque isso quebraria o encanto, além de ferir a probidade ou a lei dos laços que já formalizaram outros contextos. A troca dos mesmos obrigaria um processo doloroso por algo inviável, previamente quebrado, e por isso mesmo vencido. Validade vencida já no começo. Sua culpa não tinha dolo. Era culpa sincera. Culpa inocente. Não seria capaz de qualquer ato que gerasse uma exposição além daquela, entre a dona dos olhos e seus empenhos. Nem à consumação do crime ou pecado, por mais seguro que parecesse. Sabia conter qualquer arroubo.
Com o tempo, a dona daqueles olhos pareceu decidir que já era tempo de retirá-los de cena. De cenário. De pasto. De passarela e roteiro. Delicada e sensível, teve o zelo de fazer isso lentamente. Não queria causar de uma só vez todos os ferimentos emocionais que sabia inevitáveis. Ela só não sabia que os olhos daquele homem não sabiam viver sem ver seus olhos. Eram dependentes dos passeios, das curiosidades, incursões discretas e delicadas daqueles olhos. Com a retirada, o pobre homem sofreu profundamente, chorou fontes, rios, mares, e quando a dor de não ver os olhos daquela mulher sobre ele não era mais suportável, resolveu não ter olhos.
Foi assim que os mares, criação final do choro dos olhos daquele homem tiveram a companhia de nada menos que aqueles olhos. Agoniados e deprimidos olhos, que se uniram na dor eterna e profunda - mais profunda que os próprios mares - de saberem que nunca mais o seu dono seria mapa; roteiro turístico... nem o simples pasto e a passarela dos olhos daquela mulher.

Inserida por demetriosena

⁠O Descanso do Mar

O mar
descansava no cinza;
gotas de chuva tocavam a sua essência.
Aos poucos, ondas cresciam
num impulso de desfazer a monotonia
acinzentada.
Ó mar!
Ó mar!
Ó mar!
Quando o olho,
megulho no meu próprio
mistério.
(Suzete Brainer)

Inserida por SuzeteBrainer

IMENSIDÃO DO MAR

Dois surfistas se encontram na praia:

— Tudo bem?

— Eu não poderia estar em melhor companhia, pra ser sincero...

— Minha casa é pequena, mas minha piscina é bem grande — diz ela enquanto aprecia a imensidão do mar.

— Aqueles que querem onda devem primeiro aprender a surfar, caso contrário, podem acabar se afogando.

— Verdade.

— Sabemos que o vento cria ondas.

— As questões se formam a partir do mar.

— O surfe as respostas.

— Sim, o surfe é um acontecimento mágico nas nossas vidas.

— Sempre...

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Inserida por marcelio912