Textos de grandes Pensadores

Cerca de 983 textos de grandes Pensadores

Felicidade -

A felicidade, ainda que superficial, é gritada, alarmada como uma espécie de qualidade superior humana.
Imagino que felicidade é, tambem, uma falta de empatia, de responsabilidade com o outro.
Assim, também é um sinal de desapego, individualismo, arrogância.
Uma mente tranquila, em paz, sim, provavelmente, seja de uma pessoa feliz.
Felicidade, então, pode ser uma falta de tristeza numa mente tranquila - sem remorso, temor ou ansiedade.
Em suma, felicidade (em se pensar como uma qualidade humana), é, portanto, algo relativo:
Um tolo e ingênuo de coração puro, normalmente, é uma pessoa feliz.
Assim como um serial killer (frio e calculista).

Inserida por SilvioFagno

Não Há Evolução -

Não se pode falar em desenvolvimento, em evolução humana enquanto houver pessoas morrendo em decorrência da fome.
Nada evolue sem que, primeiro, se priorize e se alimente o básico, o vital, o essencial.
Mesmo nos dias em que as Bolsas de Valores estão em alta, pessoas continuam morrendo de fome.

(Não há evolução!)

Inserida por SilvioFagno

O Grande Problema -

A corda arrebentar é consequência de muito esforço.
O grande problema é quando uma das partes (subitamente e inexplicavelmente), larga a corda, virando as costas para tudo que foi sonhado, planejado, vivido juntos, até então.
O problema é de quem fica com a alma despedaçada, abandonada, sem sentido, com o gosto, extremamente, amargo da decepção, da rejeição, tentando achar respostas enquanto caí de um abismo, onde o chão é a realidade mais tangível, tão certa e, um dia, inevitavelmente, chega. Chega e machuca muito.
O grande problema mesmo é de quem sonhou e lutou e morreu (sozinho).

Inserida por SilvioFagno

Confuso e Certo -

Agora é um encontra e vai embora; sem toques, sem gestos: triste.
É um vê, mas não olha; com medo, com pressa: tenso.
Um percebe, mas disfarça; sem lógica, sem graça: falta.
E, assim, o que antes (confuso e incerto), parecia tanta coisa, agora (claro e certo), parece nada.

Inserida por SilvioFagno

Talvez -

Talvez,
quando tudo,
de fato,
for apenas mais uma das
suas muitas recordações
adolescentes,
perdidas na memória,
talvez (num dia qualquer),
você vai me ler, se ver
e chorar.

E então vai sorrir...

Sabendo que foi
minha grande inspiração,
sendo minha melhor
lembrança,
e minha maior
saudade.

(Talvez).

Inserida por SilvioFagno

Tudo Anunciado -

O encontro como nos
filmes românticos;
A fulgaz felicidade dos
inícios;
O intenso e desmedido desejo
por aquilo que não se
conhece direito;
A estranheza da descoberta diária da realidade;
As,
cada vez mais constantes,
brigas e discussões,
aparentemente banais;
O aumento, significativo,
do nível diário de estresse,
aborrecimento e
decepções;
E o fim doloroso,
traumático e
rancoroso.

E assim,
a vida se reapresenta
em mais uma
história (de
amor?).

Inserida por SilvioFagno

Paramos de Crescer Crescendo -

Na adolescência,
de fato,
tudo é muito sexual:
gestos, vestimenta, diálogos - buscas.

Se exibe muito:
pele,
desejos,
pensamentos...

Tudo isso
envolto por um fino papel
de algum tipo de pureza,
ingenuidade,
poesia.

De modo
que é até compreensível.
Essa é a fase em que se tem
(quando se tem),
beleza física em abundância.
Os hormônios estão em
excesso,
o espírito aventureiro,
aexperimentação
quase sempre no
automático.

Aí,
então,
crescemos e a grande maioria
de nós piora tudo:
não, não é que aumentamos
tudo isso.
É que perdemos coisas
essenciais:
o frio na barriga,
as dúvidas,
algum traço de
inocência.

Somos, então,
dominados pela malícia:
passamos a dominar a malícia
das coisas - aprendemos
a mentir melhor,
fingir melhor,
sem culpa nem
remorso.

Perdemos a espontaneidade,
corrompemos o instinto,
a essência, e tudo se reduz
à carne (fria),
ao desejo, meramente,
carnal,
em que o espírito morre,
e quando isso
acontece, tudo morre,
e nada mais de especial
acontece.

(A gente para de
crescer crescendo).

Inserida por SilvioFagno

Como Eu Não Devo Escrever -

⁠Têm alguns poetas contemporâneos
(bem mais conhecidos
que eu),
com dezenas de milhares
de seguidores em suas
Redes Sociais,
que tudo que escrevem
e eu leio,
me causa desânimo.
É algo tão superficial
e vazio
e desnecessário
que me desestimula.

E eles continuam a soltar
suas frases (rápidas),
várias e várias todos
os dias,
alimentando e sendo
alimentados por
genteda mesma
espécie.

E não há nada de errado
nisso,
eu também tenhomeus
momentos de "desgraça-poética",
mas eu me ergo,
ainda que rastejando,
ainda que invisível
à massa, à glória,
ao sucesso,
e não me permito compactuar
disso tudo - nessa intensidade,
nesse entusiasmo, nesse profissionalismo.

Alguém então me pergutou:
"E por que continua a
segui-los?"

A resposta é simples:
Para saber como eu não
devo escrever.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠Um Dos Grandes Gestos -

A coisa mais bonita que
existe é se doar por
alguém.

É,
a todo custo,
lutar, cuidar, proteger - estar ao
lado de alguém em qualquer
situação.

Se fala muito em adorar
entidades,
venerar deuses... tudo
isso é muito fácil:
é tudo feito em troca de
uma suposta proteção
divina, superior.

As pessoas, naturalmente,
têm essa necessidade de
algo assim grandioso como
proteção, como refúgio.

Mas dedicar-se a alguém,
com cuidados, afeto,
respeito, amor,
admiração...
é um dos grandes
gestos humano.

Sim,
ainda que seja em troca
do amor da outra
pessoa;
ainda que seja em busca
de algo recíproco,
essa é uma devoção, uma
entrega por algo
do mesmo tamanho - sem superpoderes nem
divindade.
Tão falho, imperfeito e humano
quanto o outro.

E abraçar esse risco
é a coisa mais linda
do mundo.

Inserida por SilvioFagno

Guardar Palavras -

⁠Aqui,
diante do teu rosto sob
a luz suave do sol,
tudo que eu deveria fazer era
guardarpalavras:
pois faltam-me adjetivos
convincentes.

Mas assim como no sol,
assim como no céu e
neste fim de tarde
no teu rosto,
"Deus" sabe, "Deus" sabe
o que fez.

Inserida por SilvioFagno

⁠Ângulo -

⁠Um amor inteiro,
quando não pode mais
ser amor,
vira ódio à direita
num ângulo de
noventa
grus.

Alguns (raros),
adormecem em sonhos
leves à esquerda,
e se transformam em
algo parecido com
amizade.

Mas amor só morre
(quando morre),
como indiferença na
outra extremidade
a cento e oitenta.

O amor bateu forte:
entrou feliz, sorridente,
sonhador pela porta
da frente.

Comeu, dormiu, sonhou
mais, brincou mais,
sorriu melhor.
Mas chorou...

O amor apanhou e,
triste,
acabou expulso pela porta
dos fundos de uma casa
mal-assombrada
chamada: realidade.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠Uma Eternidade -

⁠De alguma maneira,
tudo é necessário - no seu
tempo, ao seu modo, à sua
medida:
do cientista ao coveiro.

Intelectual nenhum
faria bem o trabalho diário
de um rude
lavrador.

As diaristas
salvam mais famílias
do que âncoras de
telejornais.

Os padeiros estão acordados
todas as madrugadas,
trabalhando e trabalhando
para que o pão chegue
quentinho à mesa
do empresário que,
por sua vez,
nutre dezenas de empregos
e, consequentemente
de famílias,
mas enquanto isso,
dorme.

Se uma pessoa diz amar o
que faz e faz com empenho
e dedicação,
por mais simples
que seja,
há aí algo de muito
valioso,
e há nisso
uma eternidade.

Quando o ser humano entender
que a vida não é esta
competição sangrenta - como
tem sido por séculos, e
intensificada neste último -
(ainda que, de algum
modo, naturalmente haja),
estrangulando o mal
do ego,
não haverá nem muito
nem pouco:
mas o necessário.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠Àqueles Que Me Mataram -

Me sinto completamente
vencido, derrotado.
Talvez isso,
denuncie uma fraqueza:
minha fraqueza.

E,
de fato,
de certo modo,
eu me sinto, realmente
mais fraco que cada um deles.

Mas eu não suportaria fazer
o que fizeram, como
fizeram - COVARDIA.

Muito menos ser
um deles.

Inserida por SilvioFagno

Não Feche a Porta -

⁠Tem sido uma grande aventura
te acompanhar.
Uma aventura cansativa,
cheia de desafios,
dificuldades.

Uma aventura que,
depois que ficamos só
você e eu,
às vezes, bate medo, insegurança.
Afinal, antes,
éramos, certamente mais
fortes.
Havia mais gente - mais abraços, mais colo,
mais sonhos... (é, tá frio,
né?!).

Tudo bem,
não importa muito como
a vida será daqui
pra frente, moleque.
Você só precisa me deixar
estar por perto,
te dar uns conselhos,
fazer um som e,
de vez em quando,
me dar um abraço apertado.

Porque,
apesar das perdas e
decepções,
apesar dos sonhos que
se foram para sempre,
você é o melhor que tenho
e, pra mim é tudo,
e essencialmente o que
mais importa.

(Não,
não feche a porta...
papai não vai
ficar!).

Inserida por SilvioFagno

⁠O Mesmo Caminho -

Depois daquela primeira
vez,
por conta de um copo
d'água (isso sete anos
antes),
não me recordo mais
quantas e quantas vezes
eu peguei o mesmo
caminho com lágrimas nos
olhos e aperto no peito.

Com aquele gosto amargo
do desprezo, da decepção, entalado sufocando, quase insuportável.
Sempre acompanhado de
uma frase:
"é, mais uma vez".
Na esperança que aquela
fosse a última. (Nunca foi).

Ah,
meu pai sentiria vergonha
de mim.

Inserida por SilvioFagno

A Fórmula do Mal -

⁠Junte política e religião;
Acrescente consideráveis partes de egoísmo, insensibilidade, hipocrisia
e fanatismo;
Misture tudo ao discurso do "bem
moral" e "em nome de Deus",
e crie assim
as pessoas mais crueise perigosas
da históriada humanidade.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠Ande -

Há um segredo em
meu peito, venha: ande.

Aqui
pode estar revelado em meio a sinônimos, desejos, afetos —
no contrário, no oposto,
no lado inverso:
do nome,
da escrita,
da intensão.

Observe mais: ande.
Não pare, continue:
ande.

A quero bem, longe.
A quero bem, triste.
Sem mim não, distante
não.
Então: ande.

Sem ti (aqui) não
há luz
nem cheiro
nem som.
Vamos, depressa: ande.

Conserte este
equívoco;
Conserte meus
dias;
Conserte meu
coração —minha vida:
ande.

Conserte-se desse
aveso,
que eu converto-me
(in)verso,
para ficarmo-nos
a um passo:
ande.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠O Que Mais Dói -

O que mais dói é que a
gente sabe o quanto
é intenso,
cuidadoso, amoroso.
(E como é, talvez um
dia não mais
será).

O que mais dói é que a gente
sabe que, neste momento,
somente a outra pessoa
pode recebê-lo assim,
desta forma,
com toda esta força,
com toda esta vontade
e devoção.
(E como é, talvez um
dia não mais
será).

E é essa forma
(bela, nobre,grandiosa),
de sentire se dar,
transformada num sentimento
qualquer: inútil e desperdiçado,
o que mais machuca, o que
mais maltrata — o que
mais dói.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠⁠⁠⁠Ó Deus do Tempo -

Ó Deus do Tempo,
por que tanta
maldade?

Por que puseste no Poeta
uma alma leve e melancólica
a carregar esse enorme peso da
angústia, do sofrimento?

Por que o fizeste assim:
tão intenso e lírico e
devoto — prisioneiro da inspiração,
dos sentimentos, da imaginação —
ó Senhor do Tempo?

Ora,
por que desnudaste
sua alma — que é seu canto,
seu caminho, seu universo inteiro?
É ela que o tem,
ó Senhor,
e sempre chega primeiro e,
ainda que guarde (acesos
ou em delírios ou em sono
profundo),
todos os mistérios da vida,
vive, quase sempre,
escancarada, entregue,
desprotegida.

Perdoe-me, ó Deus,
por tantos questionamentos,
tantos maldizeres, tantas lamentações,
mas por que fizeste,
insisto,
por que fizeste do Poeta
um desgraçado — mal-amado, ridicularizado, incompreendido?
Em que para alcançar a
poesia — sua vida — precisa,
mais que todos, sangrar,
rasgar... despedaçar-se
em versos.

Ó
meu Senhor,
por que o deixaste eternamente menino?
Sim, menino: ingênuo, tosco,
inseguro, contudo,
menino sonhador e nobre e
grande, mas menino.
Ainda que velho, menino;
ainda que sábio,
menino — ainda que vivido.

Sim,
Senhor do Tempo,
criaste também o céu, a lua,
as estrelas, o vento, a sorte,
o sangue, o fogo, o som,
o silêncio, o ar, as aves,
a água, a flor, o amor, a amizade,
a palavra, o agora, o olhar,
o pensamento...

Ó Deus do Tempo,
assim, intimamente baixinho,
como num segredo sussurrado, confessas-me:

Então,
serias tu (também)
Poeta?

Inserida por SilvioFagno

Diga Não -

⁠De vez em quando
é necessário que você decepcione
também:
diga não, falte, descumpra o combinado — frustre as expectativas egocêntricas de algumas pessoas.

Elas precisam entender
que para dar certo,
é necessário que elas também
queiram e façam por
onde dar.

E se nada mudar:
mude-se.

Inserida por SilvioFagno