Texto Sobre Silêncio

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Quando na Vida Há Você

Há poesia na vida...
Há poesia em você...
Em tudo que você é
Há sempre um poema lindo e diferente
A ser lido
A ser revelado
A ser declamado
A ser amado.
E até mesmo quando você fica em silêncio
Há uma poesia de paz necessária
Que nos faz renovar
Só por pensar em você.
Porque...
Há poesia em você...
Há poesia na vida,
Quando na vida há você.

Quando o silêncio fala mais alto.
Ouço uma voz dentro de mim.
Que não fala coisa com coisa.
Nem mostra marcas do fim.

Quando o silêncio afeta a alma.
Sinto vontade de gritar pra dentro.
Mas, não é lícito perder a calma.
Gritar, falar, qualquer pensamento.

Quando o silêncio vence a fala.
Sinto que tenho que me calar.
Qualquer sofrimento me abala.
É impossível me controlar.

Quando o silêncio não tem nada a dizer.
Sem motivos é simplesmente silêncio.
Me pergunto toda hora o porquê.
Porque se apossou de mim o silêncio.

Quando para o silêncio não existe resposta.
Quando não parece ter sentido a vida.
E no silêncio se ouve o abrir de uma porta.
E Deus te diz: Eis aqui Tua saída.

Ogivados


Em apenas um olhar
fomos tanto e tão pouco.
Esse olhar prendeu-te,
Prendendo-me.
E no teu medo, o meu medo.
Olhaste,
e sem dares conta ficaste...
Prisioneira. Náufraga
Perdida meio a temores.
Habitas agora os olhos meus,
e por confessar-me,
não me olhas.
Cabisbaixos estão,
fingindo desconhecer-me...
Fitam o chão.
O que a tua alma sente,
essa alma não me pertence,
se encontra passiva;
a minha cativa,
só mente e coração.
Olharas novamente,
pois o teu olhar não mente.
Não ti pertence.
Foi e será meu somente.

Olho para o mundo e tenho medo dele. Acho que no fundo tenho medo da felicidade ou ela de mim. Sempre que estou muito feliz fico desconfiada. Desconfio secretamente e vou-me afastando para que ela não acabe por si só. Prefiro eu correr dela, assim não corro o risco da felicidade me deixar.

Fico em silêncio por um longo tempo e procuro saber o valor dele. Há tantas coisas que eu queria escrever, mas, não posso. As palavras me deixam com medo, por isso fico calada. Há tantas coisas que nunca escrevi e que morrerão comigo. Este silêncio é a minha garantia. Dentro dele está o meu EU gritante.

Quero explodir para que as palavras se libertem. Seria uma loucura as palavras soltas por aí. Ninguém entenderia nada, porque elas se misturariam. Às vezes quero a verdade outras vezes o oposto dela me alimenta. O cotidiano me mata de tédio, por isso me reservo e escrevo.

A vida é tão passageira! É como um sopro. Sopramos e ela se vai. Não entendemos nada da vida e isso me deixa angustiada. Pensar que a vida é um sopro, logo vem à minha mente uma bolha de sabão solta no ar. Tocamos nela e ela explode.

Ficam no ar apenas pedacinhos que vão se desintegrando um a um. Assim imagino o sopro da vida. Uma película muito fina, quase invisível, transparente, brilhante com multicores como se fosse um arco-íris. Duram apenas alguns segundos e explodem.

São os segundos mais belos que nossos olhos já fotografaram e guardaram na gaveta do tempo. Assim é o sopro da vida. Simples, intenso e belo. Se deixarmos passar em branco ele se vai sem deixar nenhum vestígio.

Na corrida pela sobrevivência e o desejo desmedido do ter, os valores éticos morais e espirituais estão sendo engolidos por slogans de materialismo, de poder e de prazer. Observa-se que o ter se torna mais importante do que o ser alguém, quando se dá tanto ênfase a slogans transitórios da aquisição de bens ou situações beneficiadoras que elevem mesmo que temporário a situações de bem estar. É preciso parar, fazer o nosso caminho de retorno ao silêncio, a prece e a meditação e nos encontrar como seres humanos que somos.
Profª Lourdes Duarte

Barco Sem Rumo

Desfaz uma parte de mim
Minha paz confusa
Ouço o barulho do silêncio
Faltou dizer alguma coisa
Que engasgou e não sobreviveu
Alguma coisa no peito
Transformada em lembrança
Alguma coisa que a realidade matou

Sigo sem rumo
Destino de um barco a deriva
Poeiras no rosto que chora
O amor que foi embora
Alguém sempre sofre na despedida
A alma se perde
Quando o outro não mais reside

Assim se faz sonhos
Cada um para uma nova estrada
Outros amores encontrarão ou não
Um sempre sofre na despedida
Enquanto o outro segue seu novo caminho

"O silêncio ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os nossos conhecimentos, o que pensamos, achamos ou afirmamos sobre nós, ou as tais opiniões alheias, que insistem em nos rotular.
É no silêncio, no seu silêncio, que os mistérios da sua alma se revelam, e você descobre as grandes verdades da vida, mergulhando no mais profundo do seu ser, e finalmente, se reconhece e conhece o seu papel, diante do universo

Talvez

Talvez nada tenha a importância
Do tamanho da minha audácia
Talvez tudo não passe de imaginação
Mesmo assim tudo é dilúcido

Da soleira o espero pacientemente
O frio do granito gela os pés
O cobertor aquece meu corpo
Mas não meu coração...

Rompo as palavras
Guardo-as no intimo da noite
Quando o silêncio pernoita
Criteriosamente deito e adormeço.

Quando chega sua hora você sente, eu me acalmo, fico em silêncio e se for preciso...me retiro.

Já saí da vida de muita gente, e pra algumas eu não dei uma boa explicação, talvez eu não seja muito boa nisso, ou talvez, nem fosse preciso, mas espero que cada um tenha entendido o momento, não é a falta de afeto por parte delas é a necessidade por minha parte.

E sabe o silêncio? Ele faz de você uma pessoa melhor em muitos momentos, é fato que as palavras são fundamentais, mas é no silêncio que você se conhece.

E falando em despedidas, por mais que eu tenha me afastado de algumas pessoas, elas tiveram o poder de permanecer até hoje em mim.

Sei que você alcança o som que vem de mim...
Sei que você escuta cada batida desacelerada deste coração.
Sei que você escuta em seu ouvido, cada suspiro que libero quando penso em ti.
Sei que você escuta o meu silêncio
Sei que você escuta os meus gritos sufocados.
Sei que você escuta a dor que vem de dentro de mim.
(Sim, a minha dor tem som)
Sei que você escuta o meu chamado todos os dias.
Sei que você gosta de me escutar....
Mas, não sei até quando conseguirei sufocar o barulho que em mim precisa morrer.

O VÉU

Descobri a sabedoria do silêncio ao me deparar com o caos das multidões e com o barulho das mentes vazias; ele me revelou que, quando a palavra já cumpriu a sua finalidade, por consequência, perde seu significado, e que o inaudível é a própria linguagem de Deus.
Descobri o amor ao ver o quanto o buscava nos outros; a partir disso, entendi que, nesse sentido, a verdade é uma só: o amor está em mim, pois que é essa a minha própria substância; e que tudo que receber de fora será por reflexo daquilo que houver oferecido.
Descobri a importância de respeitar o espaço das pessoas quando o meu próprio foi posto à prova; e isso me fez dissociar qualquer antiga ideia de espaço, por ele não existir; qualquer lugar em que esteja será sempre o meu "aqui".
Descobri que não me voltar demais ao passado ou planejar demais o futuro fazia bem quando percebi que o "ontem" ontem era hoje, e o "amanhã" amanhã também será hoje; ambos convergem ao mesmo ponto, porque ele é uma dádiva, e, por isso, se chama presente.
Descobri o quanto é importante seguir o fluxo da vida e não resistir às tempestades que tentavam me abalar em meio à efemeridade de tudo que me cercava; assim, compreendi a maravilha que é ser vento, ser fluido, de não parar, de deixar ir, de não prender, de não pedir.
Descobri o quão relevante é a pureza da alma ao vê-la tocada por mãos sujas de vaidade e egoísmo; a partir daí, entendi que o sol não pode brilhar através de uma vidraça imunda, e que não se pode contar as melhores histórias senão em papéis em branco.
Descobri que a paz começa em mim e que não pode ser encontrada lá fora ao perceber que em vão a atribuía somente à quietude externa; então, passei a alimentá-la em mim mesmo, porque em mim ela já existia, só necessitando minha atenção para, como uma muda que cresce ao ser regada, ser manifestada.
Descobri que eu, somente eu, poderia me guiar quando confrontado por quem dizia saber o melhor para mim; daí, pude enxergar que a verdade não é universal; mas o que condiz com cada um; mais ainda, é aquilo em que se crê, e não aquilo que dizem ser.
Descobri que não dar atenção à crítica ou à opinião alheia tornaria mais suave a experiência da vida ao observar o quanto eu me desdobrava a fim de me ajustar a isso, mesmo que implicasse em me depreciar; hoje, a própria observação me demonstrou que o que se julga nos outros é exatamente o que se falta vencer em si; e, sendo assim, o julgamento se torna um modo de esconder as próprias fraquezas, fazendo de quem o recebe um espelho, o qual revela muito mais a respeito de quem julga do que de quem é julgado.
Descobri, ainda, que cada evento na vida possui tempo para ser e que não se pode contrariar a sua espontaneidade ao tentar apressar o que ainda não se pode receber, ou retardar o que já está no tempo de aprender; dessa maneira, tornou-se possível compreender que o que fosse para o bem sucederia no momento oportuno, sem expectativas; assim, surgiu também o respeito pelo ritmo da vida, pois que não há sincronicidade maior senão na cadência e alternância das estações do ano, no fluxo e refluxo das marés, ou no nascer do sol e no seu ocaso.

Eu E Meu Travesseiro Somos Amigos. Tanto Que Somos Confidentes.
Mas, Embora Íntimos E Fiéis, Resolvemos, Por Hora, Não Mais Conversar.
Fizemos Um Pacto De Silêncio: Dormimos Mudos, Acordamos Calados.
Ao Que Parece, Nosso Silêncio Tem Me Deixando À Margem De Certos Acontecimentos.
Mesmo Assim, Acho Que A Amiga De Meu Travesseiro, Chuva Da Madrugada, Virou Sua Amante. Só Pode Ser. Na Verdade, Tenho Quase Certeza.
É Que Todos Os Dias, Ao Me Levantar, Tenho Me Deparado Com Suas Marcas, Ainda Úmidas E Salgadas, Estampadas Nas Vestes Dele...
Katja Fuxreiter

O GRITO DOS MAUS E O SILÊNCIO DOS BONS

Meu querido Martin você disse que o que te preocupava não era tanto o grito dos maus, mas o silêncio dos bons... Permita-me discordar de você, Martin. Os bons não ficam em silêncio. Aqueles a quem você chama de bons não passam de maus travestidos de bons e se estão em silêncio é porque são coniventes com aqueles maus que assumem que são maus. Esses maus travestidos de bons, Martin são piores que os outros que assumem que são maus. Parecem estar em silêncio, mas não estão. Eles estão gritando como os outros nos bastidores de todo e qualquer tipo de poder. Têm em seu poder uma leva de fracos que fazem o que eles mandam. Tudo no silêncio. Já os bons de fato vão para a rua e gritam sem medo da morte. E não raro são mortos. E os bons de fato, Martin, assim como você, são muito poucos. É na verdade uma minoria da sociedade.
[Osvald Wendel]

Devíamos escutar mais o barulho do silêncio...
É no silêncio que o caos dentro de nós grita, revira-nos, interroga-nos.
No silêncio percebemos o quanto somos pouco...que muito do que falamos é apenas Isso: fala.
Que enxergamos humildemente que crescemos pouco. Que amamos pouco. Que oferecemos apenas migalhas ao mundo. E é desfazendo as malas que notamos que esquecemos algo precioso lá atrás: a vida...
Silêncio! ...o barulho do silêncio...

- Último pedido -
No dia em que eu estiver deitado na madeira com o rosto virado para o teto e os pés gelados, não derrame lágrimas em mim.
Quando meu coração parar de cavalgar no peito, lembre-se que era só um cavalo cansado.
Se das minhas veias o sangue parar de pulsar, não tente me acordar.
E quando tudo estiver em silêncio, compreenda que o barulho me incomodava.
Caso me ame, não me coroe com flores.
Não me torne rei da escolha que fiz.
Brinque com as memórias e as gargalhadas que escondiam a tristeza que sorrindo eu carregava.

O silêncio...
(Nilo Ribeiro)

O silêncio tem o seu valor,
se cala para não magoar,
se cala por amor,
se cala por amar

o silêncio pode ser lamento,
nele pode haver beleza,
nele tem sentimento,
também pode haver tristeza

o silêncio tem perfume,
o silêncio tem ideologia,
às vezes não fica imune,
às vezes vira poesia

silenciar a voz,
silenciar o coração,
o silêncio pode ser algoz,
ou talvez a solução

silenciar não é calar,
silenciar é atitude,
é uma maneira de comportar,
é também uma virtude

o silêncio na poesia
é uma singularidade,
mas ela mantém a magia,
ela versa a verdade...

Auto conhecimento

Meu amigo silêncio
Minha amiga solidão
Momento de conhecimento
Do eu
Dos pensamentos

Na vida moderna
Tudo tem pressa
Tudo dá-se um jeito
Tudo passa muito rápido
A vida passa rápido

Muitas vezes
Não nos conhecemos
Trabalhamos
Damos duro
E não vivemos

Talvez haja uma solução
Um momento sozinho
De auto conhecimento
Dos pensamentos
Um pouco de solidão

Era uma noite fria
Estávamos sentados
Em uma calçada qualquer
Encostados na parede
Eu falava com ela
Mas ela mantinha-se em silêncio
Então depois de alguns minutos
Ela olhou para mim e sorriu
Conseguia ver uma imensa tristeza e dor em sua face
Ela olhou lentamente para frente
E voltou a olhar para mim novamente
Ela sorriu
O mesmo sorriso que estava me causando preocupação
Ela então se deitou apoiando sua cabeça em minha coxa
Eu tirei meu casaco e coloquei sobre ela
Naquele momento eu só queria protegê-la
Então ela se foi
Sem deixar explicação
Se livrando de sua dor
E causando dor em mim...

Sou viciada em coisas simples.
Em gente que me lê nas entrelinhas, nos olhares despidos, no silêncio doce de fim de tarde, no ping...ping cantante da chuva, no sorriso escancarado, na amizade costurada gradualmente, no ondular das ondas guardando segredos.
Sou viciada em coisas simples ...porque me fazem FELIZ!

Você calada,
é uma fábrica de destruição de mente,
é uma arma na cara do consciente,
é algo que nem o inexplicável explica,
é uma maldade quê se aplica,
o teu silêncio destrói meus ouvidos,
você calada, acaba com meu sentido ...
Saudades de suas palavras sonoras
Que pra voltar, minha poesia implora .