Texto sobre Água
VICIOSO
No vício eu me perdi, desatinado,
Inebriando os sonhos em goles fundos,
Água transparente em trago profundo,
Engolindo pesadelos sem cuidado.
Esqueci dos sorrisos, do amor velado,
Afundei na lama dos lixões do mundo,
Devoção licorosa, é meu terreno imundo,
Obra humana, pecado capitalizado.
Na provisória dor da mente entregue,
A alma manchada por essa sina vil,
Desvairado, sem luz, me tornei intruso.
Porém, busco redenção, esperança surge,
Os versos do soneto, um grito sutil,
Transformam-se em luz, em resgate e em uso.
Tempos de jumentos
01) Nos tempos atuais algumas reuniões têm como pauta a tônica da água. Muitas cargas, por sinal.
02) Frase do caçador na selva amazônica, quando um leão sai de uma mata: Ei-lo que surge por entre as matas da Amazônia, com o peito em festa e o coração a gargalhar.
03) Para mostrar que é um coitadinho, tem jumento falando bobagem de doer. Diz até que a mãe que nasceu analfabeta, como se alguém já nascesse sabendo ler e escrever.
04) Se lhe jogarem para a linha de fundo durante o jogo da vida, não significa que você é jumento. Talvez ao bater o escanteio ainda consiga fazer gols. Insista jogando, seu jumento.
05) É melhor viver chorando e pedindo emprestado, que morrer como um jumento sorrindo, se não tiver como pagar.
06) A eterna glória de viver vai depender de um divinal querer. Jumento não quer ter amor, pois nunca saberá do divino viver.
07) O ombro é o local mais importante do corpo humano, onde a dor da decepção pode ser curada ou relaxada.
08) O ombro amigo é o estacionamento dos desesperados.
09) Ao ver sorriso de alguém para você, diga adeus à solidão. O sorriso é a chave das portas de toda escuridão.
10) A vantagem do semianalfabeto é assinar e depois dizer que não leu o documento, e esse é o álibi perfeito do jumento.
11) A primavera é o momento de brotar as flores, refletir sobre a burrice dos espinhos, que tentam impedir novos amores.
12) Mude somente para ser diferente. Não queira ser melhor que os outros, pois assim é que vai ficar tudo igual.
13) Se levarem o coração do jumento, não fará qualquer falta hereditária, pois nunca teve sentimento em suas coronárias.
14) A vaidade é a mãe da prepotência, e a arrogância é prima-irmã do caos em qualquer ilha. Mas somente o amor e o respeito salvará sua família.
15) Escreva o que está sentindo, para confirmar seu pensamento, pois sem opinião você pode ser confundido com um jumento.
Do livro: Pensamentos Boscanos nº 01 – Rapsódia de 750 reflexões – UICLAP: São Paulo, 2023. ISBN: 978650069879-4
A GOTA D’ÁGUA
Fonte da vida e morte de tão vida
Cuja terra agradece, não em demasia
Alenta tudo que é, e o que não é
Emerge do nada e inicia a sua corrida
Por vezes estagnada em alguma bacia
Alimenta o vazio com desmedida fé
Usualmente predisposta a ser bebida
Não importa, se em jarra meio cheia ou meio vazia
Fria ou quente, doa-se até para o melhor café
Mal regida, torna-se mágoa
Surdindo por meio de bágoa
A gota d’água, é pé ou tromba d’água
Tersa ou turva
Basto para aqueles, porque é alívio
Basta para estes, porque é dilúvio
Pingo que gera pinga
Em excesso inebria
D’outra forma sobria
Baga d’água
Salgada é canja,
Doce é ideal para suco
Salubre, perfeita para ablução
Pinga d’água
Hábil a matar a fome e sede
Em sede de sequidão
Seja lá porque cargas d’água
Mas a fonte da vida
É a gota d’água
Um dos bens mais preciosos e dádiva divina.
Vamos consumir a água de modo racional!
Existia uma semente;
A água lhe trouxe vida;
Tempos de sol e de chuva;
Fizeram criar raízes;
O desejo do sol todos os dias;
Alegrava meu coração;
O mesmo coração que não entendia a razão da chuva nesta situação;
Hoje se faz bela, porque entende que foi a chuva que fez crescer e sol florescer.
Pinga. Pinga. Pinga.
Debaixo da pia sem pudor
Garganta inteira pede
Agua, poesia e amor.
Tontura permeia em meu corpo
Ao banheiro no caminho
Piso no chão de quadrados
Piso, como se fosse espinhos.
Lâmpeja na minha cabeça
Situações começa a criar,
Olheiras brutas nos olhos
Começam a afundar.
Deito. Olho. Penso.
00:00
Mais uma noite em claro
Descrito no meu caderno.
Uma gota de tinta em um copo d'água é e sempre será mais evidente que mil litros de tinta em um oceano.
O mesmo ocorre com a narrativa que se cria sobre a responsabilidade, a culpa, os fatos, etc. Quanto mais coletivismo menos um indivíduo será responsável pelo seu próprio ato e auto desenvolvimento.
O coletivismo exacerbado gera vitimização, excesso de passado, pesa o presente, atrapalha o futuro, cega a lógica, a justiça, a ciência e desenvolve a pior das situações: ideologia irracional, politicagem oportunista e inversão dos valores básicos da ética e moral em nossas vidas.
É esta a base da normalização dos delitos, do tráfico de influência, corporativismo, corrupção, da ignorância e principalmente a maior arma da manipulação e imposição dos poderes sobre o povo.
É um câncer cultural que se alastra até as últimas consequências, até ser tarde demais.
Não existe independência sem liberdade individual, não existe atitude sem consequências, não existe indivíduo sem responsabilidade.
POEMA DO NADADOR
A água é falsa, a água é boa.
Nada, nadador!
A água é mansa, a água é doida,
aqui é fria, ali é morna,
a água é fêmea.
Nada, nadador!
A água sobe, a água desce,
a água é mansa, a água é doida.
Nada, nadador!
A água te lambe, a água te abraça
a água te leva, a água te mata.
Nada, nadador!
Senão, que restará de ti, nadador?
Nada, nadador.
E, como já dizia meu avô: "água de morro abaixo, e fogo de morro arriba, a pessoa*** quando quer se perder ninguém segura"!
E hoje em dia, há um guia cego para cada mil que não enxergam e os que ainda enxergam não dão conta de tanto tropeço.
"A oportunidade perdida" é irmã do "cavalo selado não passa duas vezes", termos que cegam, nos fazem pular no fogo, porque sempre é do tipo "é pegar ou largar"!
O que é nosso, pode esperar até uma eternidade para chegar a nós.
Por isso, se NÃO OPTARMOS PELA OPORTUNIDADE RELÂMPAGO, não escolher, não ir, PODE SER A GRANDE OPORTUNIDADE DA VIDA, mesmo em dúvida se nunca mais voltaria, ainda é melhor do que as várias vezes que fomos e nos arrependemos.
A gente sempre vai se arrepender depois, quando não temos tempo para decidir, racionalizar, medir, pesar e evitar, se for o caso.
E às vezes, ainda sonhamos, que era para a mesma direção ou lado contrário e "aconchambramos" para a conveniência da nossa loucura, da nossa cegueira.
Sejamos cautelosos, prudentes e pacientes no momentodas nossas escolhas.
Sem pressão...
DIANTE
Dê - me água de beber senhora, antes procurei a água deste poço, muito corri pelas estradas sem remorso e hoje já nem posso.
Por sermos humanos, somos muito sensíveis. O sultão trouxe nos a este lugar por uma grande causa, ele era um grande viciado, visava o luxo, era muito obcecado pela moda e atualmente é um tesouro perdido sem lar.
Sentado de pé, na cadeira de pedras lendo sem letras e calado falando alguma coisa, sem ninguém que conseguisse descrever a floresta Amazônica e nem a (Grande) Muralha da China porque os vistos eram recusados.
Dar um passo afrente era o maior risco, quando andávamos por aí, corríamos, corríamos sempre os mesmos riscos, vi muitos a pagar contas dos outros enquanto os outros não tiveram nada para dar, deram as suas vidas de graça.
Vi dois grupos de homens, um que abria as janelas arbitrariamente para uma missão e outro abria as janelas sem permissão, entendi que há coisas que vão contra a vida mesmo quando a primeira vista pareça o contrário...
Vi também duas grandes mulheres na prostituição e outras que ganhavam vagas numa instituição também por causa da prostituição, haviam regiões que eram metropolitanas, onde as oportunidades vinham sem facilidades, enquanto na outra margem mostravam tudo, mas nada vimos.
E o povo era cercado de terror e rapto pelos milhões de braços que já mais brilharão de farda e armas, mesmo com a gravata. Não era preciso dormir para acordar e era preciso fechar os olhos para ver, alguns viram Jesus e eu vi Judas.
A alma é o que não deve ter nódoas. O obscuro deve revelar muito muita coisa porque nem todo mundo cresce de um dia após outro e não pode haver regalias quando há quem tenta impedir os direitos legais.
Poema de Rosário Bissueque
Que a poesia continue a ser um meio de libertação
A mulher da água era a personificação da serenidade e da fluidez. Ela vivia nas profundezas de um lago cristalino, onde sua pele reluzia como pérolas e seus cabelos ondulavam como as correntes suaves. Seus olhos tinham o brilho das águas tranquilas, e sua voz era como o suave murmúrio de um riacho.
Por outro lado, o homem do ar era a encarnação da liberdade e da imprevisibilidade. Ele viajava pelos céus com as asas invisíveis do vento, dançando entre as nuvens e sussurrando segredos aos pássaros. Seus olhos brilhavam com a vastidão do céu aberto, e sua voz era como o vento que sussurrava nos galhos das árvores.
O encontro entre a mulher da água e o homem do ar ocorreu numa tarde em que o sol beijava o lago e uma brisa suave balançava as folhas das árvores. Ela emergiu das profundezas, enquanto ele desceu das alturas. Seus olhares se cruzaram no exato momento em que uma gota d'água encontrou uma pluma no ar, criando um arco-íris efêmero que os uniu.
A partir desse instante, eles souberam que estavam destinados mutualmente, apesar dos elementos que os separavam. O amor entre a mulher da água e o homem do ar era como uma dança entre a leveza do vento e a profundidade do oceano, uma conexão que transcendia os limites da física e da natureza.
No entanto, o desafio que enfrentavam era imenso. Para se encontrarem, precisavam aprender a equilibrar seus mundos opostos, a encontrar um lugar onde a água e o ar se entrelaçassem harmoniosamente. Juntos, exploraram as margens do lago e os céus abertos, criando um refúgio onde podiam compartilhar seu amor proibido.
O lindo Deus, tão linda são suas criações, água és tão bela
Quanto suas canções,
Os deus meu não deixes esse mundo queimar, eu quero poder conhecer tudo que o senhor fez e criou para nós habitar
Ó Deus meu, tão lindo são os animais, que trazem alegria ao meu coração e me faz sentir a tua paz
Tão lindo o sol, o céu e a lua
Tão perfeita são as criações tua
Obrigado deus por ter cuidado de tudo pra nós
Ainda que não sejamos digno de tanto amor.
Spurgeon, grande pregador do século 19, disse: "A melhor água ungida são as lágrimas de arrependimento". De A a Z, todos tem seus arrependimentos. Do primeiro homem, Adão, ao publicano Zaqueu. Durante um tempo, eu chorava na igreja, era propicio, os louvores, as palavras, e também o fato de eu estar longe de casa. Não era a minha igreja local. Estava do outro lado da cidade, sentia saudade dos meus amigos, e em meio a sentimentos que mesclavam tristeza e alegria, eu chorava. Passavam os dias e eu fazia daquele choro minha marca registrada, as pessoas achavam que eu era alguém intimo de Deus, alguém sensível espiritualmente, arrependido, contrito, quebrantado. Porém, para parecer um crente num nível "ungido", eu chorava, e hoje me arrependo disso. No menor versículo do novo testamento, está escrito: "Jesus chorou." (Jo 11:³⁵). Ele sentiu a aflição da família que perdeu o ente querido, Lázaro, amigo de Cristo. Ao entrar em Jerusalém o Senhor também chorou, a cidade que significa "Lugar das pazes", estava em festa, mas Jesus sabia que em breve aquele local seria como uma zona de guerra. Um poeta cantador, Chorão, de uma mente nem sempre tão lúcida e fértil, cantava que nas nossas histórias são dias de lutas e dias de glórias. Um profeta chorão, no seu livro de lamentação expressou: "Quero trazer a memória o que me pode dar esperança." (Lm 3:²¹). Há tempo de chorar (Ec 3:⁴), chorar com os que choram (Rm 12:¹⁵), o choro dura uma noite, mas a alegria vem pela manhã (Sl 30:⁵) E Deus enxugará de seus olhos toda a lágrima (Ap 21:⁴). A primeira pregação do Senhor foi "Arrependei vos", um convite, venha para o outro lado! Não um lado sem dor, sem luta, sem sofrimento, mas venha! "Porque está próximo o reino dos céus". Participantes desse reino choram, mas creem piamente que "os que semeiam com lágrimas, segarão com alegria" (Sl 126:⁵) e Deus "registra nossos lamentos e colhe nossas lágrimas em seu odre" (Sl 56:⁸). Que sejam verdadeiras as lágrimas minhas, lágrimas ungidas, de arrependimento.
FELLIPE, o LOBATO
Tem barulho
Que
A gente
Só escuta
Quando
Faz silencio
Assim
É a água
De chuva
Que se faz
Do
Rio a sua morada
As falhas
Dos homens
Eternizam-se no aço
E
Quanto mais bebemos
Mais sede temos
As suas virtudes
Escrevemos na água
Como um gole d'água
Bebido no escuro
SONETO A MINHA MÃE
Estar sozinho é como estar no deserto
Sem água, sem sombra.
Estar com a mãe é como estar em pasto
Hidratado e cheia a pança.
Mãe acalenta pela presença
Palavras de amor sem pressa
Com paciência aconselha
Demonstrando amor à beça.
Estar com a mãe no deserto
O calor não maltrata
O frio não machuca
O fastio dura um período
Embora sinta um vazio
A mãe abraça com afeto.
Era uma vez, uma fonte corrompida, que nunca soube o que era uma água doce. Até que o tempo se passou, e lhe foi ensinado a jorrar águas amargas, inundando de tormento, tudo a sua volta. Ela esperava que algo lhe construísse para uma nova fonte de amor e grandeza, mas não algo desse mundo, nada poderia preencher aquele vácuo que parecia eterno. A esperança para ela, era como observar uma longa-metragem de fantasia, bonita mas não real.
Sua mente é oficina de numerosos pensamentos, questionamentos, filosofias, histórias e filmes jamais vistos. Por quê? Por qual razão? Essa sou eu? Como devo agir? Você me vê, criador? Por qual motivo, jorro tantas maldições e infelicidades? Poderia ser eu uma fonte tão útil como tuas obras primas, capaz de ser recriada para o bem? Eu me sinto sozinha...
Ela se perguntava com tamanha amargura em seu quase eterno fundo de solidão.
Inflexão de reflexos
Como ondulações causadas em um espelho d'água, a imaginação flui a partir do desejo.
Essas ondulações refletem infinitas possibilidades de existência, de criação e destruição.
Ondas carregadas do mais puro desejo de criar, transbordam realidades até que, no ponto de inflexão, um novo desejo surge, o de viver o que foi imaginado.
Neste momento, a consciência que pairava por sobre as águas do seu fluído imaginar, imagina-se no início do seu pensar, com vontade de vivenciar tudo o que sonhou e ainda assim, continuar sonhando.
Um paradoxo entre liberdade e auto-contenção, uma nova luz que brilha em meio as trevas, deixadas pelo vazio das memórias ainda não vividas e então um intenso desejo começa a ganhar forma através de fractais de matéria luminosa, atraídos pela intenção de experienciar uma possibilidade.
O mesmo e ainda assim, diferente. Novas memórias criadas através da experimentação de memórias realizadas. A coexistência entre o eu e o não-eu.
Os céus da imaginação continuam a se ondular infinitamente, enquanto que a matéria, ainda um puro desejo informe, unifica-se formando uma sutil projeção mental, uma ilusão, que quando confrontada ao limite, deixa de existir.
Insatisfeito com o não pertencimento em sua própria ilusão, escolhe vivenciar sua própria criação, desencadeando caos e ordem, decide elevar a criação ao ápice do conhecimento a fim de deleitar-se do prazer de uma companhia.
Com muita astúcia, desenha um ser semelhante a si e dentro dele define a existência de um paradoxo.
O masculino e o feminino, a atração e a repulsão, a construção e destruição. Mas assim como em si, em sua mais perfeita criação, também residia a solidão.
Então um se tornou dois, um espelho pra um reflexo, um todo complementar.
E assim a ilusão criada vivenciou o perfeito prazer, a não-solidão, até que as suas existências são postas a prova: deixar de ser quem somos pra nos tornar uma ideia de quem podemos ser.
A imaginação, agora inserida na criação, gera camadas infinitas de possibilidades e escolhas que podem ser materializadas através do desejo.
Uma ondulação que permeia a ilusão da existência, refletindo a infinita onda exterior de possibilidades.
A união entre a matéria ilusória e o divino.
Eis então a primeira escolha: ser mais!
E, ao almejar o infinito, reconhece então sua própria finitude. Paredes de ilusão que antes representavam liberdade, agora representam grades para sua percepção. Ao ser questionado sobre sua escolha, escolhe a amargura como resposta, semente que imaginou ao ressentir seus limites.
Um plano, regado a suor e sangue, começa a se desenrolar. Dois se tornam três, quatro, milhares, milhões, até que o criador desta ilusão decide vivenciar a ilusão que criara e assim, por um breve período, coexistem apenas as ondulações dos céus da imaginação, a ilusão da existência de possibilidades escolhidas e uma consciência singular que agora possui fractais de lembranças do futuro, do passado e do presente.
Novamente uma nova existência, nomeada, ilusória, mas tangível pela própria ilusão, percebe o amor, a fúria, a dor, a tristeza, a alegria e o silêncio.
Até que, desperto novamente no início, compreende o sentir e sente-se verdadeiramente vivo, vivo de tudo.
Ele então começa a compor, não mais um plano, mas uma música. Uma música capaz de tocar todas as possibilidades simultaneamente, onde cada existência representa suas próprias escolhas como vibrações melódicas do concerto cósmico.
Infinitas realidades vivas coexistindo, ainda sem interagir, até que o maestro, dotado de reflexos, diga: fim.
"LATA D'ÁGUA NA CABEÇA, LÁ FOI MARIA
Demétrio Sena - Magé
Quando Maria Lata D'água, ex-passista da Portela, com passagem por outras escolas de samba voltou ao Brasil com seu esposo Charles, com o qual se casou na Suiça, o Paulo Redator e eu, que redigia seu jornal, fomos os primeiros a entrevistá-la. Eles vieram morar no Município de Magé. Em um sítio bucólico de Bongaba, no sexto distrito. Charles era um membro de família real na Suiça, que se apaixonou por Maria, quando a viu sambar graciosamente com uma lata de vinte litros d'água na cabeça (foi assim que Maria se tornou Maria Lata D'água) e ambos não demoraram a se tornar um casal que viveu junto até que a morte (o esposo morreu primeiro) os separou.
Maria foi tema de homenagens no mundo do samba (lata d'água na cabeça, lá vai Maria...) e foi inspiração para muitas passistas que vieram depois dela. Quando voltou da Suiça, já na meia idade, foi grande a correria de jornais que a procuraram para matérias que despertaram muito interesse. Maria e Charles receberam o Paulo e a mim com sorrisos, café, bolo e uma entrevista muito alegre, na qual expressava sua gratidão à vida. Ela passou a frequentar a Igreja Católica de Piabetá e, quando Charles faleceu, entregou seus bens a entidades, foi viver em um convento e passou a participar das programações da Rádio Católica Canção Nova, em São Paulo.
Não escavei detalhes de sua morte ontem, da qual eu soube logo depois de falar dela para o Arnaldo Rippel, um amigo de Petrópolis, que acabara de fazer um poema em homenagem à escola de samba Portela. Sei que morreu aos noventa anos. Tive com ela e o Charles uma curta e doce amizade. Nunca mais a vi, senão em matérias pontuais do meio católico. Ficam boas lembranças de uma artista e ser humano incomuns, não pela fama, e sim, pela sensibilidade, o coração sempre aberto e uma grande simpatia.
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#respeiteautorias É lei
Foi um começo de tarde chuvoso
A cidade ficou debaixo de água.
A turma toda não sabia se sambava, ou saia correndo pra casa.
Foi uma mistura de muita alegria, um pouco de preocupação e tristeza.
Mas a garota bonita sambou a tarde inteira.
Mas a garota bonita passou muita alegria.
Foi um começo de tarde chuvoso.
Soldanelas d'água
Durante a madrugada
Soldanelas d'água
desabrochando como
uma constelação
no lago e se reconhecendo
com as estrelas do firmamento,
E eu que não consigo
tirar você do meu pensamento
e do meu romântico peito,
Você não vai demorar,
apenas virá no seu tempo.
Significado de Arte Emanuel Andrade
Como para Tales de Mitelo a água é o arche para mim a arte é o arche sinto que na origem a tudo se consumou pela concepção mais ínfima que sua existência, antes de ser já era e transladou para a sua existência numa materialização do espírito sopro de vida força ativa, energias que canalizam o poder da força ao vencer a energia e o atrito, num cosmos onde o finito é o limite de cada um. A minha percepção no meu todo concebe um vasto universo, cada ser um universo, a arte está contida em todos os pontos e interliga o nosso ser com o supremo o divino, o que é o divino é um é um estado celestial em que passamos a nutrir mais o espírito do que alma. Ambos complementam-se nesta vida terrena, nos nosso estados de glória vemos estados da alma e do espírito e patamares de espiritualidade e de conhecimento que pelas vivências nos permitem adquirir sabedoria.
Antes ser já era.
Éramos espírito e tornamos-nos carne, nesta jornada somos espírito e somos carne, aquele que nutrirmos e a história que deixamos é o que prevalece, a arte na sua forma de apresentar o mundo é a forma mais importante, relevante deste o tempo do paleolítico a arte rupestre passando pela arte antiga,arte media, renascimento,barroco, Rococo, neoclássico, arte contemporânea, arte moderna entre outras arte vaguarda.