Texto Romance

Cerca de 1925 texto Romance

A primavera está
dando os sinais
que está chegando,
É como uma cena
que já tivesse
assistido num filme,
você dirigindo
o seu carro esportivo
nas estradas do interior:

Para chegar até o vale
para viver uma
viver história de amor,

Para deixar o quê
não te dá paz,
e nem preenche mais,

Para largar o quê
não soma
e não mais te importa;

Para andar descalço,
pescar e ver as horas
passarem olhando
as nuvens no céu,
se despedir do Sol
até a chegada da Lua
e sem a preocupação
de ser reconhecido na rua.

Inserida por anna_flavia_schmitt

No nosso espaço
íntimo e sideral
em busca do meu
astronauta correto
para dançar unidos
no ritmo do Universo.

Não deixo ser um
satélite com um
parafuso solto
que só se ajusta
com um aperto
e um doce beijo;

No nosso ir e vir
temos sempre
motivos sobrando
para fugir deste
mundo insano.

Não deixo de ser
Lua ao ter você
ao redor da minha
órbita fugindo
desta Humanidade
enfadonha e estúpida;

Ser feliz é o maior
ambicioso plano,
te quero do jeito
que você vier,
tens a liberdade
de fazer o quê quiser.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Ainda recordo
a canção
de Tanabata:
"As estrelas brilham,
brilham,
como pó
de ouro e prata",

A princesa
tecelã bordou
diamantes
brancos e azuis
na constelação
de(Lira):

O meu corpo
pelo teu delira,
Sei que sou
a estrela da águia
_constelação;

O pastor
deslumbrado
afastou as nuvens
para vê-la toda
de Lua ainda
mais bonita,

O meu peito
com a calma
de um cisne
na lagoa é
_constelação,

De longe você
admira a cena
de dentro do teu
carro dourado
conversível,

E sonha com um
mundo possível,
mesmo que digam
que é impossível,

Vega, Altair e Deneb,
o Triângulo do Verão
próximas do Sol,
e você que entregou
para mim o teu coração.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Não tenho
nada o quê
esconder
de você e nem
de ninguém,
Que eu quero
ser a poetisa
pioneira a colocar
os pés na Lua,

Embora em
sonho já
tivesse ido,
Porque lá
é a residência
dos poetas
que vivem
no mundo
em resistência;

De carro
cor de Capella
e com uma
rosa amarela
na boca,
Você virá
me buscar
de surpresa
como uma
das novelas de Gabo.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Nesta manhã
de luar repleto
no aniversário
da nossa cidade,

Plena em tuas
mãos assim
me vejo em
total lunação:

Como um
tambor selvagem
bate forte
o meu coração,...

Ando vivendo
de imaginação,
te vendo desfilar
no teu carro cor
de eclipse lunar;

Como um
tambor selvagem
faz música
o meu coração,...

O luar matutino
pleno e refletido
nos meus brincos
de mini-luas,
E vendo passar
na minha rua,
Fiquei só arrepio.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Quero fugir
na frequência
de Júpiter,
os anéis dele
estão todos
nos meus dedos
e o tamanho
do sentimento,
e assumo que
desejo todo dia
reaver o tempo
que perdemos
porque não
tivemos mesmo
a oportunidade
do verdadeiro
amor conhecer,...

O mundo todo
está em crise,
estou no meio
do tumulto,
fazendo planos
e sonhando junto
com você
assistir a eclipse;

Num refúgio
longe de tudo,
quero te levar
a flutuar,
para contigo
viajar no giro,
louco rodopio,
lado a lado
e cada um
sob duas rodas
das nossas
Alpha Centauri A
e Alpha Centauri B,
e esta ânsia doida
de tanto querer você.

Inserida por anna_flavia_schmitt

►Lábios Escarlates

Como uma brisa no verão
Como uma voz que ecoa dentre a multidão
Meu amor por você se compara a imensidão
Não tenho medo de dizer-lhe a verdade
Meu coração por ti bate
Me fale, qual o preço que deseja que eu pague
Seu amor é minha terra prometida,
E meu sentimento é a bússola que me guia
Não sei o que fazer para conquistar sua atenção
O amor de minha vida está em minha visão
Diga-me, se possível, como faço para tocar-te as mãos.

Tenho medo de não ser parte de seus sonhos
Acho que só me resta dizer que te amo
Meu coração não mudou com o passar dos anos
Procuro seu telefone, quero declarar em seu nome
Te farei um poema belo como o azul do céu no inverno
Dedicatórias irão te tocar como as águas do oceano
Sem ti meu mundo transforma-se em um deserto
Parto então a procura da minha Jasmine e seu palácio, castelo
Ultrapassar as montanhas movediças não é fácil,
Mas para teu sorriso, que a chuva caia.

Doce princesa, pele de seda
Ao entardecer eu lhe darei a chave de minha fortaleza
Joana D'Arc, por favor, que teu coração se abra
Deixe-me fazer parte, vamos conquistar a felicidade
Por que não cavalgamos? Vamos fugir desta cidade
Deixe que a luz das estrelas te declare
Estou apaixonado, me permita dar-lhe uma serenata à tarde
Se gostar, me dê um simples abraço
Pois este gesto lhe fará a dona do meu espaço.

Eu pedi para Deus o endereço da felicidade
E acabei por finalmente encontrar minha cara metade
Não minto, você rejuvenesceu meu jardim, agora ele está lindo
Tenho medo de lhe escrever um texto cansativo
Por conta disso eu passo horas sentado aqui, pensativo
Mas também quero tentar ser um pouco extrovertido
Não quero que você me esqueça, consegue entender isso?
Eu sei que é bem esquisito, eu sei disso
Meu temor me impede de pensar que eu possa ser divertido.

Nem mesmo os guardiões do tempo previram o que aconteceu
Acabei me tornando seu
O azul do oceano se compra em quanto eu te amo
Sei que talvez esta seja uma forma antiga para estar me declarando
Mas que posso fazer se seus defeitos e qualidades continuam me puxando?
Não estou te enganando, seu corpo continua me chamando
Eu poderia descrever com ricos detalhes o que sinto quando olho para você
Mas te pouparei dizendo apenas que sinto enorme prazer.

Um canto da sereia para lhe acalmar
Uma melodia de harpas para ti apreciar
Um colchão de nuvens para nos deitas
Sonhos compartilhados, onde estamos a navegar
Sobre ondas transparentes, com a Lua em nossa frente
E, no horizonte, um futuro não muito distante
E quando acordarmos, veremos o Sol a se recolher
Se sentir frio, irei te abraçar, te aquecer
Ficarei assim até o amanhecer,
Até quando finalmente ficar tarde
Entregarei então está carta, espero que não me atrase
Para ti, moça dos lábios escarlates.

Inserida por AteopPensador

ROGO-LHE UMA PRAGA!

Permita-me! Rogo-lhe um praga: Você nunca será capaz de me esquecer!

Toda vez que se deparar com uma curva mais fechada na estrada… Lembrará, inelutavelmente, de que quando eu me calava, era enjoo que eu sentia.

Toda vez que sorver o aroma de um incenso… Lembrará, infalivelmente, que eu sempre perfumava a nossa convivência conflagrando algum bálsamo especial.

Toda vez que observar os fogos de artifício colorirem o céu nas noites de Réveillon… Lembrará, irrevogavelmente, que era ao meu lado que você estava na Princesinha do Mar.

Toda vez que você se arrumar para sair… Lembrará, obrigatoriamente, daquele perfume forte e adocicado que você aspergia e brandia as minhas entranhas.

Toda vez que deparar pelas ruas com alguma beldade de cabelos afogueados… Lembrará, inevitavelmente, da sua pequena raposinha camaleoa.

Toda vez que, derramado em seu coxim, assistir ao seu time favorito na TV… Lembrará, necessariamente, das vezes que estive ali ocupando sonolenta o espaço em seu colo.

Toda vez que o seu corpo for balouçado enquanto alguma música dançante tocar… Lembrará, fatalmente, que foi enlaçado em mim que você aletradou os seus primeiros passos.

Toda vez que assistir a um filme no cinema… Lembrará, absolutamente, das nossas inteligentes sessões comentadas rodeadas de comida oriental.

Todas as vezes que se deparar com uma palavra nova em outro idioma… Lembrará, irreparavelmente, da minha nada melodiosa voz cantarejando um trecho de alguma música com aquele vocábulo.

Toda vez que observar uma tatuagem colorida, se destacando em alguma derme… Lembrará, decisivamente, da lenda do Navio Fantasma, que eu te contei para eu poder fazer só mais duas.

Toda vez que estiver na cama, pronto para dormir… Lembrará, irremediavelmente, de que eu gostava de “boas noites” com flores, corações e pronomes possessivos.

Toda vez que você abrir as suas gavetas e procurar alguma roupa… Lembrará, invencivelmente, do quanto eu me deliciava com o furto e o conforto de dormir sorrateira com alguma de suas regatas.

Toda vez que retornar arranhado de uma nova ou frequente peripécia… Lembrará, irremissivelmente, que sempre oferecia os meus beijos, carinhos e chás para debelar os seus machucados.

Toda vez que sacudir a coqueteleira, misturando as frutas, o gelo e o rum… Lembrará, forçosamente, daquela única noite que, eu até evitei a vodca, mas acabei me afogando no último copo de uísque.

Toda vez que o aroma do café forte coado invadir a sua vivenda… Lembrará, implacavelmente, que nenhum prolapso me privaria de amanhecer assim.

Toda vez que perceber alguma dama com a boca, os saltos e as unhas escarlates… Lembrará, inexoravelmente, que foi de carmim que eu me pintei para o nosso primeiro encontro.

E se por fim e por ventura… Requerer uma oração que te livre dessa jura… Substituído precisará ser o seu coração, para que, enfim, se desfaça essa sua bendição.

Amem!

Inserida por nivea_almeida

TARDE VAZIA

A tarde está vazia como o cântaro no deserto,
E nublada como miha alma que mergulha na escuridão,
Tal qual a noite mais densa, quando chega sem avisar,
Querendo levar a seu covil a nobre alma de um guerreiro.

Até a mais intensa luz que busca se aproximar se nebula,
Mais se parecendo um tênue farol em meio à neblina densa,
Que, após perceber a turbulência, vai se distanciando,
Continuamente, tornando-se cada vez mais pálida, até desaparecer.

Poucas e pobres almas que inadvertidamente ousam chegar perto,
Em um mar de lamas são lançadas, maculando-se na essência,
Pelo poder negro que brota violentamente em minha alma,
Devorando os restos de humanidade nelas contidos.

Sou como o catarro pútrido onde se hospedam os vermes,
Que se alimentam, constantemente, das entranhas da carne,
Tal como faço com as almas que ousem se aproximar,
Sem se atentarem para o risco da nebulosidade de meu ser.

Do mundo, rechaço quaisquer bens, em descrença de suas futilidades.
E as donas, todas elas, belas ou não, são comidas como frutas,
E os caroços rejeitados no lixo, contaminados com a podridão de meu ser,
Temperados de tal modo que lá ficam como dejetos indesejados.

Inserida por Menkent

⁠Lagarteando
“Casei
Engrandeci
Achei que era eu
Dona de meu nariz
Agora
Senhora
Dona das minhas horas
Só eu não sabia
Que neste ensejo
Era outro fruto”
Aprontei-me, modifiquei o tom de voz para cara metade, dona do
mundo, de mim, dos outros em meu caminho.
Acima dos conselhos, arrastando outro sobrenome que nunca residiu em meu nome e escolhi:
– Qual carne, senhora!? Filé, contrafilé, alcatra, coxão-mole?
Pensando: ”coxão-mole jamais, nunca...”
– Que é isto aqui?
– Lagarto senhora.
– Tá bonito. Quanto pesa?
– Dois quilos.
– Pode cortar em bifes de um dedo de espessura (cara-metade gostava).
Pronto, dei ordem, criei coragem. E o pior, ele obedeceu,vendeu e eu comprei a idiotice.
Aprontei a mesa, taças com haste longas, toalhas de linho, porcelanas dos antepassados, purê de batatas com queijo roquefort à luz de velas.
Frigideira ao fogo, azeite espanhol para fritar e os bifes de lagarto, com um dedo de espessura enrolaram como orelhas.
Comemos só purê com vinho tinto, culpei o açougueiro e o cachorro passou bem.
As velas derreteram, me envolvi no calor de apaixonar.
Minha sogra não viu, e nesse andamento, não revirou meu lixo. Sucesso apaixonado e estendi minha receita com proveito.
E o dia alvoreceu em paz.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠A perversidade
Tinha ido ao mercado naquele dia para comprar balangandãns e trama para enfeitar-se no dia do casamento.
Andou,procurou,escolheu e se adornou das melhores peças. Chamaria mais atenção do que a prometida.
De volta para casa notou-se seguida por uma mulher vestida de cinza, de olhos devoradores.
Esgueirou-se pelas paredes curvilíneas da circunferência das ruas, onde as corujas já confabulavam com o anoitecer.
O medo apertou e, na soleira iluminada da porta de alguém desconhecido, parou dominada pelo receio.
O imaginar derramou e observou a rua pacata corcoveando solitária nas sombras do crepúsculo.
Apressou seu caminhar agarrada às suas compras.
A lua iluminou seus passos e avisava que as horas se passavam apressadamente.
Urgiam, latejava em sua aura o temor.
Avistou sua moradia e mesmo atrasada seu coração aquietou-se. Chegou, pôs a chave em casa, entrou e ela apareceu entre as grades do portão vestida de cinza, de olhos vorazes, se ofereceu com voz macia.
Sua presença imaginária anunciou:
– Esqueceu-se do perfume senhora.
– Não quero mais nada, já basta.
– Nada é falta, compre minha essência.
E ela comprou a profundeza dos cheiros.
No dia prometido perfumou-se de ausência e madrugou morta.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Lorena


Preciso Sentir seu leve toque em meus lábios.
Como se não houvesse amanhã,
Acariciar seus cabelos numa fria manhã.

Preciso sentir seu abraço acolhedor.
Pois ele me ajuda a esquecer toda a dor.

Dor que me faz lembrar da minha infância.
Porém, só tu me faz ter confiança.

Confiança em querer continuar.
Esta minha vida sem hesitar.

Tú és um mulher tão plena.
Com o belo nome... Lorena.❤️

Inserida por GabrielIsel

⁠O medico e o escritor
Era uma vez, na perdida do tempo, se encontraram o médico e escritor.
E na lasca do destino sentaram-se juntos e formataram uma prosa.
E no dialogo, ao findar da noite, perguntaram-se:
– Me esqueci, o que você faz mesmo? O outro respondeu:
– Eu curo os defeitos do homem, sou médico.
– Você cura o quê?
– Os enfermos.
– Quais enfermos?
– Enfermos do corpo, os do espírito somente Deus cura. E você, o que faz?
– Eu escrevo o pensamento do espírito, a ilusão, palavras de sentimento, a percepção das pessoas perante a vida.
E o médico diagnosticou:
– Então, concluindo, somos todos enfermos! Eu vendo o diagnóstico e você atravessa com palavras de consolo.
– Não, doutor. Deus nos criou perfeitos, a concepção nos fez imperfeitos.
– Então, para ser medico também tem que ser escritor. O literato respondeu:
– Há várias formas de cura, a física e a espiritual.
– Então o que nos une no mais profundo?
– A dor é o que nos prende. Você, médico, acalma e silencia esta dor. O escritor roda no escrever sobre o caminho delineado do existir. De onde “derivou” a dor, as expressões enfermas, a “trajetória agonia” do quotidiano que gera toda a moléstia.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠ Morta

Eu sonhei com você
Mas você não existe
Tem sua cara quadrada
Mas
Possui minhas palavras
Tão sonhadas
Sonhei profundo
Desejei demorado
E os movimentos
Que articulou
Eu inventei
Para você fazer
É imaginário
Não existe
Resiste em meus pensamentos
Voa sobre eles
Mas você não existe
É ilusão
É minha invenção
Sobre o seu calor em meu corpo
Você não existe
Resiste
Mas agora vou desistir


Em sonhar
Sobre você
É só mentira
De um corpo vivo
Sem alma
Sem vida
Para viver
O que sinto por você.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Um brinde a esta noite bela
Cheia de velas e duas esbeltas taças de vinho
Uma garrafa na mesa e ao lado dela sentados dois bobinhos
Chamaste meu nome pelo alvorecer
Não consegui perceber
Você estava distante
E eu não pude evitar
Você gritou por amor
Eu não pude escutar
Assim seu socorro não chegou
E a segunda taça se quebrou
Junto com a ela você me levou
Com os cacos me feriu
E meu coração se partiu
Assim como aquela linda taça
Que se e stilhaçou
E dos reflexos o vi partir.

Inserida por savyo_aguiar

⁠Me diz, o que você precisa?
Tenho humor,café e aquela brisa.
Se faltar alguma coisa? Eu tô aqui! Você me ensina.

Podemos dividir vitórias e derrotas,futuro e presente.
O passado já me ensinou,vou fazer diferente!

Me aceita como sou e eu te aceito como é!
Amar tá difícil,mas na gente eu tenho fé!

Deixa minha intensidade bagunçar sua organização e eu deixo tua coragem desafiar meus medos!

Se você quiser já podemos entrelaçar os dedos!

Inserida por EvertonBarbosa


“A cidade dos Muros"

Na sua vida muros
Minha vida pontes
Ultrapassar
Indecisão
Te esperei
Aos pés das pontes
Você não apareceu
Ficou rente aos muros
Não me viu
Talvez estivesse
Me esperando
Assim
É mais romântico
Murros quero dar
Destruir estes muros
Para que me veja
Te esperando
Nas pontes
Interligando canais
Navegue entre eles
Como todo carma
Talvez algum dia
Nos vejamos em
Veneza
Nesta hora
Tenho certeza
Seremos carnais
Ou
Assim
Murros quero dar
Destruir muros
Ficar somente pontes
Interligando canais
Como todo carma
Te espero em Veneza
Ou
Assim
Vou destruir muros
Para que me veja
Navegue nos canais
Carnais
Talvez algum dia
Nos vejamos em Veneza.

Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠ Não Sei

Eu não sei se o que você sente
É tão intenso
Como eu sinto
...mas...
Você não quis sentir comigo
O quanto sinto por você
Virtual
Antigo
Metafórico
Platônico
Muito econômico
Talvez
Até impossível
...e você diz:
...você é rica!
Respondo:
Minha maior riqueza
Nesta hora
E você
Deixe-me
Me diz:
Não
Não
Não
Você discorda
De brincadeira
Diz:
Sim
Sim
Sim
Sou tão simples
Que lhe mete medo
Há certos sentimentos
Que não têm preço
Mas tem
Um apreço enorme.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠ Fale

Se você não quer falar comigo
Não tem problema
Eu falo por você
Nesta hora sua mudez
Vira conto.
Verso,
Metáfora
Aí tenho as rédeas
Sou dono de suas palavras
Impero e domino seus movimentos
Eu olho para você
Você olha em mim
E em versos
Dialogamos
E nos amamos para sempre.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Substantivo imperfeito

O Diabo resolveu ser contemporâneo e fez uma plástica capilar em suas madeixas revoltas. Nada difícil para quem estava acostumado ao cheiro de enxofre. Inalar formol, domar cachos era fácil, somente para ficar plano e formoso.
Decidiu ir ao salão e modificar.
Horas, mais badaladas e promessas do “deus penteador” o irritavam. Para distrair... fez as unhas.
As suas “manicures vampiras”, famintas de “bifes” com o oráculo
edificado na “Romênia” o espetavam.
Paciência sempre foi qualidade infernal e se deitou com ela.
Após seco, o comentado cabelo deslumbrou ao espelho como “Narciso”.
Retificação espelhada em todas as direções, o espetáculo estava nas
ruas.
Era só esperar as considerações.
Cabelos mais escorregadios do que asas de anjos encharcadas. Dormir suspendido como morcego e não amassar o pelo era o único dever de casa.
Mas a vaidade era o pecado que o Diabo mais apreciava.
Exibir a sua tentação achatada e lisa comeria de cobiça os desavisados ao inferno.
A inveja faria sucesso junto aos discípulos mais crédulos. E o Diabo matou alguém por impaciência.
No dia do enterro, só para se exibir, apareceu seguro de seu penteado pensando no sucesso.
Somente o defunto o reconheceu tão falso.
E partiram do planeta, enterrados e irreconhecíveis por instantes naquele dia.
Com todos os diabos universais atrás tocando viola.


Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury