Texto Mulher
É isso que as mulheres são: atrevidas criaturas que espalham-se de maneira inventiva, que se entregam às multiplicidades
Podemos muito bem amar os gregos e os seus presentes, queremos inerentemente doar o nosso ofício em forma de enígma e de contemplação
Conhecer-nos é tornar a vida uma era dourada, de forma lúdica cantamos aos cravos compassos binários
Somos a realização imperial divina da envolvente energia que emerge das flores, temos o aroma narutal e a afeição como costume.
No nome que não sei, encontro o tom certo do suspiro.
A precisão da boca que erra, sempre de propósito.
Nas minhas mãos, as suas que me tremem a alma de puro contentamento, seja do que for. Nos vão dos seios transpiro, espero, anseio... O que vem me tocar? Tudo isso me acompanha em sonhos, em pensamentos como aqueles que temos quando estamos no ônibus sozinhas ao lado de alguém que nunca vimos. A viagem é inevitável.
Há vida aqui dentro, que pulsa, exigente, curiosa de teus olhos, como será que você olha pra mim? Queria ver esse momento, do lado de fora, expectadora...Há vida (e tanta vida!) em você, no coração, palavras, na alma, em seus olhos.
Tenho amor, pressa e tanto mais para te dar! Porém suponho que nunca te entregarei "tudo" (tudo é demais! Imagina não faltar nada para desejar?).
Te dou minhas faltas, minha foto, nossa história inimaginável, surreal mas tão verdadeira quanto o pôr-do-sol.
Que seus olhos me sigam por onde eu for, que o meu vento sopre na direção desejada, contrariando as estatísticas. Que no final - começo de tudo - nossa bússola virgem oriente os nossos corações.
Em seu caminho não há nada certo.
Há uma hesitação, um ritmo mais lento, mas não teme o sopro do vento.
Ela sonha com um futuro sereno, um caminho seguro, sem desatino e muros.
Em seu íntimo, um mar de emoção; por fora, a calmaria mais azul.
Em seu peito, um desejo a pulsar, o desejo de não deixar a paz escapar.
Ela, mulher de espírito tranquilo e maduro, carrega em si um amor puro e, no coração, uma doce demora, como um beijo que o tempo devora.
Tenho observado que ao longo do tempo criou-se uma linha divisória entre beleza e conteúdo, como se beleza e conteúdo fossem coisas incompatíveis.
Além de ser um elemento cultural, beleza é algo extremamente relativo e subjetivo e está mais relacionada com o que vemos do que com o que olhamos. Sem contar que ao longo dos séculos os padrões de beleza foram mudando e em todos eles não existe nada de científico que comprove que uma mulher inteligente não possa ser também bonita.
Observo que no intuíto de combater o mito beleza X conteúdo, mais está se reafirmando essa questão.
A mulher inteligente e culta pode sim ser bonita, magra e atraente. Na verdade não existe nada que impeça a mulher inteligente de ser o que ela quiser, o que ela escolher ser.
Parabéns, Iolanda Silva, é um grande desafio! Sua dedicação e compromisso ao longo das décadas com causas tão importantes são inspiradores para todos nós. É com grande orgulho que lutaremos por sua pré-candidatura pelo PT, Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, à Câmara dos Vereadores de Olinda. Seu trabalho incansável em defesa dos direitos humanos, crianças, adolescentes e dos animais reflete um olhar humano e necessário para a nossa cidade. Juntos, lutaremos por um futuro melhor para Olinda. Vamos em frente, companheira!
Ia
As dores:
A dor é algo natural, todos sentem dores, sejam dores no corpo, na mente ou na alma.
Já senti todo o tipo de dor, dor de parto normal, dor de rim, dor de vesícula, dor no nervo ciático (a pior de todos), dor ao bater o dedão na quina de qualquer objeto, dor de ter caído de bicicleta, dores banais, cotidianas, mas a pior dor que o ser humano pode sentir é a dor da alma, não existe dor pior, porque não tem dia, hora ou data para acabar, você sabe que uma hora aquela dor terrível vai acabar, mas quando? Os dias, os meses, as horas e os minutos passam e aquela dor está ali te mastigando inteira por dentro, e você não pode fazer nada, a não ser gritar ou chorar, até que em uma noite chorei, mas chorei tanto de soluçar, chorei que nem um bebê quando acaba de nascer, acho que fiquei mais de uma hora chorando sem parar, e com o choro vinha os gritos.
O engraçado que depois daquela noite eu nunca mais senti essa dor da alma, aquela dor, aquele choro e aquele grito de uma certa forma me fez forte, tem coisas ruins que acontecem na vida que naquele momento não entendemos o motivo, mas conforme os anos vão passando, você compreende que tinha que passar por tal situação e sentir a tal dor, porque não importa o tempo, a resposta sempre chega quando você menos espera.
Também existe a dor da mágoa, aquela ferida cicatrizada, que quando é cutucada volta a sangrar e a doer, tenho muitas feridas cicatrizadas, tento não as cutucar, mas quando cutuco acabo me derretendo em choro, ai você faz um monte de perguntas para o seu inconsciente, mas no lugar da resposta sempre será o silêncio.
No meio das dores, tem a dor da perda, a perda de alguém que você ama muito, a perda do seu eu para os problemas da vida, a perda do que você significa e o que a vida significa para você. Dores são dores, e elas existem de todas as formas, e acabam nos ensinando, as dores e a tristeza nos amadurece.
O silêncio faz isso com a gente, nos trás reflexões e respostas, nos ajuda a enxergar coisas e momentos que antes não prestávamos atenção, posso afirmar que o silêncio tem um certo poder de coerência, nos ensina a mergulhar em nós e a evoluir.
Foi com o silêncio que aprendi a ficar calada, a não me estressar à toa, e ignorar pessoas e momentos, porque o silencio nos mostra que o tempo passa e tudo tem o seu tempo.
Com o silêncio penso e reflito muito, e às vezes não chego a nenhum resultado, às vezes o silêncio cansa.
O silêncio também me ajudou a descobrir que existem momentos que o silêncio não é tão bom assim, como uma casa cheia de crianças e brinquedos espalhados, gritaria, gargalhadas, brigas entre irmãos, e de repente, tudo aquilo some e evapora em um piscar de olhos.
O desejo da aliança no dedo foi substituído pelo passaporte sem fronteiras.
Da rotina sem graça por uma mala na estrada.
Das juras de amor eterno por um bom vinho em seu universo.
Dos amores mal resolvidos a cura dos seus conflitos.
Hoje não há espaço para ela satisfazer egos alheios, ela tá ocupada com o seu próprio brilho.
Já fui queimada na fogueira
e rotulada de todas as maneiras.
Já fui dada como louca
e privada de votar.
Fui julgada pelo meu estilo
e por não querer engravidar.
Ainda sim, eu não desisto,
do direito de ser, pensar e estar.
Para viver à minha maneira,
estou sempre disposta a lutar,
nem que isso signifique
morrer e renascer,
para então continuar.
Minha reflexão é uma queixa, uma queixa a mim, por essa auto-estima, (ou pela falta dela). Por nunca ter realmente me amado, me visto, admirado.
Por acordar todos os dias sem enamorar-me de mim, sem esforçar-me por manter erguidos meus ombros ao andar.
Eu nunca me amei, por isso hoje entendo a minha surdez diante do meu coração que gritava, (e ainda grita).
Se olhe, se admire, cresça, evolua, se encante com o seu próprio sorriso, entenda mulher, você é bela, especial...
Gritos de um coração desesperado, tentando libertar-me de mim, dos meus traumas, da minha falta de amor próprio, de um eterno sabotar de minhas qualidades.
Hoje busco como um objetivo perceber-me flôr, em meio a um caos interior, enxergar-me bela, como uma constante batalha que preciso travar e sair plena dela, inteira, renovada e poderosa, para não mais queixar-me de mim. E sim, amar-me.
Brisa
Bate mais forte.
O meu coração.
A brisa desta noite.
Me fez lembrar você.
Ponho a saudade dentro desta canção.
E todo o sentimento que agora descobri.
É o tempo. É o vento. É o momento de
lembrança de você.
Onde esta. Neste momento.
Manda noticia na carona deste vento.
Que sopra a brisa que me faz enlouquecer.
Onde está , neste momento.
Leva noticia na carona deste vento.
recebe ai . meus pensamentos.
Que em todo tempo .Só vou amar Você.
marcos fereS
Ela é tão linda!
E eu nem menciono a face,
mas a forma como reage,
como ela acorda todo dia.
Tão doce, tão forte!
Merecia até melodia
pra traduzir o que só ela sabe ser.
É o sujeito perfeito
que se julga imperfeição.
Seus tons, seus dons, sua cores,
suas simetrias não negam,
as discrepâncias indeléveis.
<Sabe aquela moça?>
gosta
de
gostar,
mesmo sabendo que
desgostar
é
preciso...
gosta
de
sonhar,
mas os pés no chão
lhe protegem
da queda
do abismo...
ela gosta de revesar...
entre o irreal e o realismo...
barroquina nata,
nem sempre sabe decidir entre a razão e a emoção...
isso não é motivo para culpas...
ela se sente mais viva quando tem dúvidas.
𝙄 𝘿𝙤𝙣'𝙩 𝘾𝙖𝙧𝙚!
𝙄𝙛 𝙔𝙤𝙪 𝘿𝙖𝙧𝙚!
Quanto aquele dia de sol...
Quanto aquele si bemol...
Quanto à razão de viver...
Quanto ao doer por saber,
Se serei o que sou contigo.
Uma trégua pro castigo,
Outrora meninice,
De um tal e qual quanto sei,
Se é que alguma vez pensei no que te disse...
Ou se na verdade precisarei,
Do gramado verde e da tolice.
Tal e qual como preciso agora,
Do teu olhar de meninice.
Ver naquilo que pensei
Não sabendo se me lembro no que algum dia eu te disse!
Enquanto penso se a verdade é ser só dois,
Rogo ao senhor da poltrona lá sentado,
Que me devolva a puerícia.
Com a magia do bater do seu cajado,
Rogo um indulto à razão de ser tolice
E dou por ser verdade,
Dou por ser castigo.
Dou a vida à humanidade,
Dou comigo a ser contigo,
Dou comigo a ser julgado.
Luto por ti com um martelo,
Contra a percussão
Do bater de um cajado!
De fronte para o ver:
Quantos de nós crescemos,
De costas viradas para o espelho?
Quantos de nós nos tememos,
Ao querer vermo-nos livres de vãos concelhos?
Sem vísceras que sobrassem,
Nem cargas que suportassem o arriar dos joelhos.
Enquanto no reduto forte de um chão,
Se esparramava um diamante em bruto...
Enquanto nas lezírias solitárias de um colchão,
Se esparramava a esperança em luto...
Enquanto no taciturno da solidão,
Se esparramava um pranto enxuto...
Enquanto outro bater de um outro coração,
Se dava ao luxo de subjugar estatuto!
Uma outra razão,
Sem razões pra dissabor,
Desconhecendo seu amor,
Recruto de pulsões,
Com medo e vergonha...
De ser chão,
De ser forte,
De ser reduto.
Absurdo!
Absoluto!
E nisto...
A flor de laranjeira,
Dá seu fruto.
Dá seu grito ao tempo!
Dá seu tronco,
Ao calor de uma lareira
E lugar...
À Romãzeira!
A Romãzeira cresce ser saber,
Que aquele lugar,
Já deu fruto.
Que naquele lugar,
Já teve luto
E que também ela um dia dará flor,
Cor de laranja!
O tempo,
Lugar ao fruto
E enquanto a gente que passa esquece,
O fruto aquece.
Fende
E revela-se por dentro ao espelho.
Seu escarlate vermelho,
Pende... sobre o gramado verde
E parece tudo uma tolice,
Daquelas que eu um dia disse
E aparecem risos e sorrisos,
Das lezírias caudais
E alegrias causais
Daqueles sentimentos,
Tamanhos tais!
And i don't care,
I won't care,
Fruto, flor e laranjeira,
É tudo arguto da mesma mulher!
If you dare!
I will care!
Ela é um furacão
e ninguém pode contê-la na curva,
nem pressioná-la na redoma.
Tem por dom a resistência
e no amor é imensidão.
Inexata em expressão,
ela é flor de caule forte,
tem o coração de aço.
É delicada em traços.
Tão vibrante em suas cores,
tão viciante em suas porções,
tão ardente em seus amores,
e refém de suas paixões.
Tem o brilho da sodalita
e atraí as coisas infinitas.
Quantas vezes uma pessoa vazia
me olhou com convicção,
com um discurso padrão,
e afirmou não ser de frieza.
Não sei se por falta de autoconhecimento,
dúvidas ou questão de duas caras.
Logo eu que mergulho no desconhecido
e me ocupo com as coisas da alma.
Me seduz apenas o que é exclusivo.
Só aos olhos servem rasos d'água.
A cola para os meus cacos é a força que eu preciso
Estou em cacos,
Dói tocar nas feridas
E tentar colar caco por caco
Mexer nas minhas cicatrizes...
Dói a reconstrução,
Mas é bem maior a dor
Da destruição
Se eu perco algum dos meus cacos
Eu viro um caos
Preciso reconstruir cada parte de mim
E me tornar aquilo que vou ser daqui pra frente
Porque a cada queda,
A cada impacto
Não sou mais a mesma
Cheia de curativos,
Mas de pé, erguida novamente
Pronta para enfrentar
uma nova batalha
Porque a vida é isso
Lutar, machucar, tratar as feridas e se preparar para receber outras
Lutar, enfrentar batalhas, se ferir e se recuperar para outras
E no meio-tempo entre uma batalha e outra
Conseguir,
Ainda,
achar algum motivo
Para poder sorrir.
A vida
É o motivo
Que você
Acha
Para sorrir
E o aprendizado
Que você recebe
A cada batalha
Enfrentada.
Nunca havia sentido esta sensação…
Ela sentou ao meu lado, estava tensa. Sua energia mostrava isso
Havia um homem, um senhor, poderia ser seu pai, um amigo, um tio, um namorado conversando. Mas sua resposta diante dele era sempre seca e firme. Até que escutei” com licença,o senhor está me incomodando”. E ele começou a ficar nervoso, e baixo remedava suas palavras…Se revoltou, mas de forma tímida distribuindo palavras cruéis de escutar.
Eu paralisei. Tudo aquilo que escutamos, assistimos nos noticiários, redes sociais.
Eu toquei nela levemente e perguntei: “está tudo bem?”
Ela continuava tensa, mas respondeu que estava. E de repente disse: você descerá em qual ponto?
Estávamos no ônibus. Ela indo para seu destino, eu voltando para casa. Mas ali, eu não soube seu nome, nem nada sobre ela, mas sabia que estaríamos juntas ali naquele instante. Eu passando a segurança, ela me passando de certa forma a força e também segurança.
Se caso ele tentasse algo contra ela, iria lhe defender.
Outro dia mesmo vi uma publicação “juntas somos mais”. E nunca senti o valor desta palavra. Juntas nos fortalecemos para assegurar o mal que infelizmente há espalhado pelo mundo.
Enquanto houver maldade, malícias que fazem mal, teremos e devemos ser mais e estarmos juntas.
O final ocorreu tudo bem… Ela foi para seu destino. Eu desci logo depois. E ele ficou lá pelo destino resmungando e talvez bêbedo, inconsciente de suas falhas e sua vergonha.
Ela me agradeceu e se despediu. Eu só consegui falar ” se cuide”.
Que possamos cuidar e ser cuidadas sempre por alguém.
Olhar Negro
Naufragam fragmentos
de mim
sob o poente
mas,
vou me recompondo
com o Sol
nascente,
Tem
Pe
Da
Ços
mas,
diante da vítrea lâmina
do espelho,
vou
refazendo em mim
o que é belo
Naufragam fragmentos
de mim
na coca
mas, junto os cacos, reinvento
sinto o perfume
de um novo tempo,
Fragmentos
de mim
dilui-se na cachaça
mas,
pouco a pouco,
me refaço e me afasto
do danoso líquido
venenoso
Tem
Pe
Da
Ços
tem
empilhados nas prisões,
mas
vou determinando
meus passos para sair
dos porões
tem
fragmentos
no feminismo procurando
meu próprio olhar,
mas vou seguindo
com a certeza de sempre ser
mulher
Tem
Pe
Da
Ços
Mas
não desisto
vou
atravessando o meu oceano
vou
navegando
vou
buscando meu
olhar negro
perdido no azul do tempo
vou
voo,
Mudanças que se agregam há à um sol que brilha.
Identidade perdida, uma vez renascida
no coração de uma poetisa.
Raios solares, nuvens e vento
pensamentos, bons pensamentos...
esperança, beleza e graça.
Vertentes diferentes, unidade, igualdade, Deus,
descobertas,
menina, mulher, poetisa,
o seu sol brilha.