Teto
Meus fantasmas não vão me deixar orar. Olho para o teto, coberto de falsas estrelas. Tudo neste quarto é falso. Exceto o meu desespero.
Te quero tanto...
Então te tento
Você me tenta
E em meu teto
Eu te atento
Te quero tanto...
Quero amar-te
Amor de fato
Tatuar teu âmago
Pelo tato
Te quero tanto...
Que te espeto
Que te espanto
Provo teu prato
Bebo teu pranto
E, no entanto
Te quero mais...
Mais que tanto
Tão mais que tanto
Que fico tonto.
Paro penso, reflito e solto um riso... Respiro fundo e digo não acredito, olho para o teto e imagino dançando contigo, percebo o delírio e me aborreço comigo, fico séria e prendo aquele sorriso de quando penso como seria bom ter você aqui comigo.
“Eu acho que a gente se acerta.
Na mesma fagulha, no mesmo teto. Na correnteza contrária, no elo infinito. Num beco da vida, num banco de praça. Ah, a gente se ajeita. Num cômodo pequeno, em foto 3x4. Em ideias fúnebres, em um blues anos 60. A gente se ampara até nos desencontros. Nos contrapontos, rumo contra o tempo. A gente se restringe a uma história por dia e três sorrisos por mês. Matamos quatro lembranças e dois dragões por sonho. A gente se acerta nos erros, na curva do engano, na rota do ego, na estrada dos ensejos. Ah! Sim. E chegamos a fingir que os sentimentos suspiram como balas perdidas inesperadas, e nos enganamos, pela milésima vez, de quê somos de naipes diferentes, peças de quebra-cabeças totalmente distintos que se encaixam de vez em quando. Que não ligamos para a laceração do orgulho ou pro precipício da eternidade. Acho que a gente se acerta. Você aí e eu aqui. Evitando os olhares certos, os lugares errados, a hora hipotética apenas para não se render aos encantos de um perfume doce. E posso até cogitar que a gente se equilibra. Na solidão das queixas, no vazio ao qual o preenchimento ainda é uma incógnita. Na carência flamejante, na cama desarrumada, respiração desregulada. Percebo então a falta do xeque-mate, da surpresa que não surpreende mais, nos carinhos intermitentes. Porque eu aceito as circunstâncias da confusão para que o segredo das mordidas no pescoço continue oculto. Eu suporto o peso regresso, as sensações anacrônicas, mas nunca a risada sarcástica das despedidas que pesam os teus ombros, e nos meus olhos. E assim eu acho que a gente se acerta. Você com os olhos negros distantes e eu poetiza dissimulada. Ambos sonhadores e criminosos.
Ah, a gente se ajeita.
Quando dá, a gente até se fantasia de criadores de caso e adoradores do caos pra nunca se perder de vez.”
- Ao regresso que odeia despedida.
Anestesiada da vida (alma) e num corpo em estado de dormência fico oscilante entre um teto e um chão (sina).
Eu tenho estrelas no teto do meu quarto. Sim, muitas estrelas, porque meu quarto é grande. E o teto dele também. Nele também tem uma lua. Linda lua. Sabem onde eu moro? Eu moro na rua, eu moro na rua...
estava olhando sorridentemente o teto encardido
quando ao longe ouvi mansamente uma voz
suave e tão solitária como as paredes que nos aprisionam.
Quando te habitei
Removi teu teto
Para observares as estrelas
Retirei as tuas janelas
Para aumentar teus horizontes
Desmanchei tuas paredes
Para ampliar teus limites
E quando desnuda
Andavas pelo mundo
Te trouxe para morar em mim.
SEM TELHADO
Não tem teto
nem telhado
não tem muro
nem passado.
Passa tudo todo dia
e com pesar desconfiado
vai levando agonia.
Não tem honras em seu convivo
nem é feliz com que acontece
tem vergonha de seu partido
e do roubo que encarece.
Gigantes assim pra que!
Pra surrupiar tudo do nada?
Aonde que esta você...
Que deu aval a essa estrada.
Sem teto sem tempo
de viver uma vida digna
vive a vergonha de um país
que seca a sua barriga.
Pra não morrer cata resto
ludibriando assim a fome
ainda vota na misera
que alega ser nessa terra
Politica de grandes homens.
Antonio Montes
Ha se eu pudesse emoldurar esse sorriso seu só pra ficar deitado olhando pro teto e pensando se o universo e um grande desperdício de espaço prefiro ficar no meu quarto olhando pro teto ao invés das estrelas,
Coracao e terra sem dono..
E lar sem teto..
Coracao e bicho complicado..
E quebra cabeca sem peca...
E filho desobediente..
E falho..
Complicado...
Nessa noite de calor, tenho um ventilador no teto do meu quarto, fico olhando para ele, para ver quantas voltas ele dá. Assim é o nosso mundo girando o tempo todo para nós ensinar que a vida dá muitas e muitas voltas.
#Romano
E nós somos assim
chão e teto
mar e porto
vento e calmaria
amor e poesia.
É aconchego
e colo bonito
Nenhuma ventania
conseguirá nos afastar .
O nosso amor vai além de todo infinito !
- Para o meu filho Vitor Hugo Monteiro
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