Tarde
O SUSSURRAR DA BRISA
O silencio é tranquilizante
E conduz a tarde com o sussurrar da brisa
Não chove meteoros, não há nada apocalíptico
Mas a ansiedade ocupa a tua ausência ;
Um dia o mundo será mais belo
Que a beleza propriamente dita;
Mas tua presença é mais serena que as acácias
E propõe mais cores que a primavera,
Se eu pudesse entender esses tons
E os sons dos teus passos ao compasso do meu coração...
Plutão morrerá de frio com a tua ausência
Mas o que será de mim?
É tão engraçado como, mais cedo ou mais tarde, a gente se sente pronta para quebrar a cara outra vez...
Não foi por falta de amor. Foi por excesso de amor.
Eu queria ser bem maior para ter espaço e suportar a ebulição de sentimentos que às vezes me toma!
Voce foi o amor da minha vida, mas não foi o homem da minha vida!
Eu sinto saudade de muitas coisas em minha vida, mas algumas eu não repetiria porque se fossem vividas uma segunda vez, deixariam de terem sido perfeitas!
- Sabe o que é?
- É que eu vivo de experimentar. Tem alguma chance de ser feliz? Eu vou lá e experimento!
Você não tinha o direito de me abandonar no único momento da minha vida em que eu pensei que não sobreviveria sem você. Esse momento passou, e eu não apenas sobrevivi. Eu sobrevivi, vivi e renasci. Renasci, e nessa minha nova vida, não sobrou mais nenhum espaço para você.
"Chuva, café, livros e alguém para preencher de amor as páginas em branco da minha vida!"
"Não me tens, se tens apenas um pouquinho de mim. Quando me dou, me dou por inteira."
"Mentiras, pequenas ou grandes, brancas ou não, para mim, serão sempre mentiras. Se partirem de você, grandes ou pequenas, brancas ou coloridas, além de mentiras, serão também feridas."
Não finja ser o "bom moço", porque eu não estou fingindo ser má. Se eu me apaixonar por você, não terei pena de mim. Mas se você se apaixonar por mim...
Eu sou mesmo assim… É assim mesmo que eu vivo, entre o limiar do que você imagina ser insanidade e o que eu considero tão somente normal! E prá continuar no meu mundo, há apenas duas possibilidades: ou você embarca em minhas loucuras, ou crie você, as suas. Porque é assim que eu gosto de viver! Loucamente!
E assim, não mais que de repente, ela descobriu que a felicidade não se curvava às suas auto-sabotagens. Então, ela seria mesmo obrigada a ser feliz!
Vento
É de tarde, o céu azul nem a mancha de uma
nuvem se nota.
Os galhos da árvore parecem com as folhas
conversarem.
Ao pé da árvore, as crianças brincam, e os
adultos amigavelmente conversam.
Do horizonte tão calmo, começa vir um vento
suave, e traz consigo uma brisa.
Brisa que aos poucos transforma-se em vendaval
forte, e a impressão que se tem é a de que
forças muitas o sopram com fúria, com a intenção
de limpar ou destruir.
A árvore estática em seu lugar esta, e sua conversa
com as folhas, e as suas vizinhas, cessa.
A impressão que se tem é de que o assunto entre elas
era confidencial, para que fosse interrompido tão
bruscamente, então as folhas são derrubadas ao chão.
Redobra o vento em sua força e raiva, enverga a
árvore, e se espalha pela planície.
Como veio, ele foi, deixando desolação e dor.
Essa força é estranha, o homem não a vê, mas sente.
Quem do vento, será o senhor?
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
De um simples olhar num final de tarde de outono, vi em seus olhar a grandeza de um pessoa chistosa
Num Só Peito -
Mais cedo ou mais tarde
chega um momento
na vida
que é preciso sossegar
num só peito.
De cheiros e gostos
repetidos;
de manhas e manias
repetitivas.
Então,
quando o sentimento se faz
maior que a própria
vontade (se tornando a
própria vontade),
chegou a hora de largar
mão de aventuras
passageiras e fugazes
e, no afeto,
garantir o melhor e
mais seguro abraço
do mundo:
o da volta pra casa.
Trinta e cinco minutos.
No fim da tarde eu chego em casa, foram trinta e cinco minutos até a chegada; Impaciente com a demora, desembarco do ônibus, mas logo me alegro, pois no portão minha filha com quatro anos me espera entusiasmada com minha chegada.
Com ela nos braços eu entro em casa, dou um beijo na esposa, que me espera com um sorriso nos lábios, um café e um bolo quentinho sobre a mesa; È uma surpresa, me diz a Laurinha, e eu ajudei a fazer né mãe?
Não quero mais nada, já tenho alegria, é tudo perfeito conforme eu queria.
Então naquele instante, abro os olhos, pessoas conversavam, a paisagem mudou como se eu tivesse viajado no tempo, o ônibus parou e eu fui o último a descer.
Em frente a minha casa, hesitei em entrar, o estalar no abrir do cadeado, o ranger do portão, desço os sete degraus, as chaves batem na porta de aço, ressoa um eco na casa vazia.
As lágrimas caem no chão empoeirado, o coração aperta.
Abro as janelas e o que restou de meus sonhos são levados pelo vento.
Vejo meu quintal, o mato tomou conta do gramado que com tanto zelo eu cuidava, e a casinha rosa que fiz para a Laura agora é alvo de depredação de moleques, que invadem o quintal em busca de frutas em meu pomar abandonado.
Acendo um cigarro, mas não é ele que me sufoca, e sim as lembranças do tempo em que fui feliz ali.
Novamente meus passos ecoam na casa vazia no fechar das janelas, tranco a porta, subo os degraus, e fecho o portão; o clik do cadeado é o desfecho triste da visita a casa, que foi o lugar mais feliz que vivi.
O ônibus encosta no ponto, embarco, passo a roleta sem me incomodar com os olhares de antigos vizinhos que murmuram palavras inaudíveis, eu sento perto da janela e enquanto o ônibus sobe a ladeira mudando a paisagem, eu fecho os olhos para novamente viajar em minhas lembranças.
Geriatria I
Era fim de tarde e caminhar pelo jardim das cerejeiras era quase que um ritual entre mim e meu pai. Desta vez tive que vir sozinho. O sol abrasador em suas cores mutáveis parecia deleitar- se sobre minha pele. O ar fresco por entre narinas adentravam meu corpo e pulmões inflavam de amor a vida como jamais havia amado, e de tanto amar escorria por entre meus olhos as doces lembranças das brincadeiras de outrora quando ainda era criança no colo amado, fraterno, paterno. Mas agora meus passos são outros, o tempo é outro, até mesmo as flores de cerejeira são outras, porém as árvores, as raízes e sua terra são as mesmas daqueles dias, guardando memórias, segredos e medos que só nós dois sabíamos e compartilhavamos quase como rituais sagrados de orações interminantes. Era tempo de água, de temperaturas temperadas, de corpo molhado nas chuvas que caiam ao final da tarde. Hoje tudo é tão seco, casca, fóssil de metal que me sustenta com toda dor de ainda estar vivo com minhas lembranças líquidas se desfazendo entre meus dedos de poeira e terra. Terra seca.
NUMA TARDE DE INVERNO NO ARAGUARI
Inverno. Em frente ao cerrado. Está frio
A nevoa espessa na calçada, miro absorto
Pela janela. Rodopia o vento, num assobio
Vai e vem, arrepio, tá frio, um desconforto
O silêncio aqui dentro, lá fora um vazio
Sinto calafrio, que frio, à tarde no orto
E o pensamento em um devaneio vadio
E o sentimento angustiado num aborto
Ai que frio! Tá frio! E a poesia por aí
Numa tarde de inverno em Araguari
E a noite mansa chega assim tão triste
E eu olho o céu deserto, avermelhado
É de frio! O inverno é todo o cerrado
Banhado deste frio, tá frio! Que insiste!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/06/2020, 16’12” - Araguari
Olavobilaquiando
Triste é perceber tarde que todo esforço foi em vão.
Que toda dedicação não valeu à pena.
Triste é se dar conta de que não havia reciprocidade e sim interesses.
Triste é estar no lugar de quem acredita nas pessoas e no fim se decepciona.
Triste é achar que podíamos contar com a pessoa ao nosso lado e de repente, descobrir que sempre estivemos sozinhos, que a pessoa ao lado era apenas um recipiente vazio.
É o sol que ainda arde as três da tarde numa quinta.
São pessoas paradas no ponto de ônibus,
vivendo qualquer momento menos o presente.
Antes tarde do que nunca descobri que você é um idiota, e deixar de ser, do que viver a vida inteira e morrer sendo um.
Nunca é tarde
O tempo se revelou nas tardes, o que passou e o que ficou
escorreu pelo meu rosto.
E na linha fina daquele horizonte onde o sol se punha,
alinhavei meu coração para não fugir.
O lado oculto daquele sentimento tingiu de rubro
minhas mãos, minha boca, e manchou meus pensamentos e toda circunferência de minha existência.
Estava sufocada, afogando em paixão, respingando questões
e senões.
Nas tardes vi que era tarde, delineei meu coração, atirei,
lancei no vasto para não cair no extremamente. Marquei a direção de meu afeto.
E resto ficou fora de controvérsia.
Nas tardes moram as emoções e conclusões.
Nunca vou te esquecer.
Quero amanhecer e ressuscitar, dia que tem o dom de iludir.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
As pessoas vão perceber
que te perderam tarde.
Questionarão a si mesmas:
Por que não fiz antes?
Vão levar a tristeza adiante,
e só o tempo pra curar.
Vão tentar resgatar aquele algo contigo.
Mas até lá você estará tão evoluído,
que pouco do seu velho eu haverá.