Tarde
Milhões de pessoas que anelam pela imortalidade não sabem sequer o que fazer numa tarde chuvosa de domingo
Você pode dormir até mais tarde e ter muitos sonhos, porem se acordar mais cedo pode realiza-los, de que lado você gostaria de estar?
Ao lado do vento caminha a chuva
Dois amigos passeando pela rua
Naquela tarde de inverno
Nesse dia cinzento
Passeia a chuva e o vento
Dois corações e a máquina do tempo
Caminhava no final da tarde como de costume quando avistei um casal de velhinhos, eles varriam juntos a calçada que estava tomada por grama recém cortada. Cena maravilhosa, o sol, o céu e aquele casal - que deve estar junto a um tempão - varrendo a grama, fazendo um mesmo montinho.
Lembrei dos meus avós que estão completando cinquenta anos de casados. Pensei em como os relacionamentos tem mudado, sobre a independência das mulheres e as consequências que mergulham nós, homens, ainda mais na “síndrome de Peter Pan”.
Quando afinal definiram-se os prazos de validade? Porque ficou tão difícil o “felizes para sempre”? Teria a evolução não acompanhado os corações? Bem, poderíamos argumentar centenas de motivos, partir de vários pontos de saída, para ao final, cruzar a mesma chegada: o ser humano segue intolerante.
Sabem o mais interessante na história do casal que varria a calçada? Quando me aproximei deles ouvi o velinho disparar a seguinte frase: "mah dio cristo cabeçuda non me vare o meu que o vento leva."
Para se compor a essência da união é necessária a aceitação, mais do que a de outro, a própria. Quando nos vemos seres falíveis, compartilhamos os medos e aceitamos que a perfeição de uma relação está justamente na imperfeição humana, é quando descobrimos o milagre que fez de nós, seres tão egoístas, capazes de amar.
A busca pela satisfação por vezes traz a solidão. A ânsia de encontrar-se alguém acaba por ser o prelúdio do fim. No oceano das possibilidades, das tecnologias que tornam o de ontem velho demais para o hoje, nascem as novas gerações, cada vez mais consumistas até mesmo em quanto as relações.
Caminhava eu num final de tarde quando avistei dois velinhos que juntos varriam a calçada: seria isso o amor? Um montinho de grama feito por duas pessoas? Não; acredito que o amor daqueles dois estava justamente no xingamento que sucedeu a cena, estava na certeza de que mesmo se os ventos não fossem favoráveis e desfizessem aquele montinho, ainda assim eles poderiam refazê-lo.
A paixão é o que você somente admira, já o amor, é o tanto que você aprende a reconsiderar.
O que quer que caia do céu,mais cedo ou mais tarde,faz bem para terra; o que quer venha de Deus tem valor,mesmo que seja um açoite. Por nossa natureza, não podemos gostar de dificuldades da mesma forma que um rato não cai de amores por um gato,contudo Paulo, pela graça ,chegou à glória também em tribulações. Perdas e cruzes são pesadas de suportar , mas é maravilhoso como o fardo fica leve quando nosso coração está do lado direito de Deus. Temos de ir para a glória pelo caminho da Cruz das Lamentações;e como nunca nos foi prometido que iríamos para o céu em uma cama de plumas não podemos nos desapontar ao ver que a estrada é difícil, como nosso pais também acharam antes de nós. Tudo está bem quando termina bem, por isso, aremos o solo mais árido com os olhos na colheita e aprendamos a cantar durante nosso trabalho, enquanto os outros murmuram.
Meu medo não é te perder. Meu medo é você enxergar que me perdeu, e ser tarde demais pra voltar atrás.
Boa tarde!
Tire um tempo do dia para fazer o que gosta.
Se concentre somente no que lhe deixa feliz.
Uma tarde alegre, cheia de coisas boas para o coração e leveza para a vida.
Que seja do jeitinho que você merece.
E que Deus lhe abrace com todas as duas bênçãos!
Soneto XXXVIII
Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.
Fazia, de papel, toda uma armada,
e estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino.
ao longo das sarjetas, na enxurrada...
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são de papel, são como aqueles,
perfeitamente, exatamente iguais...
_Que meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
A lei do retorno é uma espécie de dívida imprescritível, que mais cedo ou mais tarde todos irão ao encontro do chamado acerto de contas.
Enumerou: tarde demais para a alegria, tarde demais para o amor, para a saúde, para a própria vida, repetia e repetia para dentro sem dizer nada, tentando não olhar os reflexos do sol cinza nos túmulos do outro lado da avenida.
Nunca é cedo para que se possa adquirir responsabilidade, nem é tão tarde para não poder recuperar o tempo perdido.
Tarde de mais
Sei que é tarde para dizer que ainda penso em você, tarde de mais para lembrar de todas coisas boas que passamos juntos, tarde de mais para me perguntar que se por algum motivo te machuquei, tarde para te pedir perdão, sei que isso não levaria a nada, mas a lembrança que tive de você nesta manha de sábado, foi inspiração, não só inspiração para fazer esta carta. Mas inspiração para que eu aprendesse a da valor as coisas, não coisas materiais, mas sim coisas surreais, coisas que vão alem do que só mais um sentimento, coisas como o amor, é por isso que nunca alguém na vida descreveu exatamente o que é o amor, porque o amor é sentimento inexplicável, qual outro sentimento espera dois anos para se perceber? Que outra coisa te faria imaginar como seria a sua vida com ou sem você?
É mais o que adianta, é tarde de mais...
Mas seria tarde para dizer que penso até hoje em você, será que isso é amor ou saudade?
Mas existe amor sem saudade?
Será que existe outra coisa que vai alem do que o amor? Ou o amor vai alem do que todas as coisas?
E será que eu estaria perdendo o meu tempo escrevendo essa carta, pois por ser tarde de mais, você não daria a mínima, por ser tarde de mais você não a leria, por ser tarde de mais você jogaria ela em um canto ou até mesmo em uma caixa, e ela ficaria lá com muitas outras cartas, somente esperando o dia em que você lembrasse dela, e a lesse com muita atenção, AE SIM SERIA TARDE DE MAIS.
Torne-se capaz, torne-se digno, nunca é tarde para um recomeço, e pela última vez usarei a palavra “se”, em uma última frase, em um último grito:
Se eu pudesse voltar, faria novas escolhas.
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana. Sábado de manhã é quintal, uma abelha esvoaça, e o vento: uma picada de abelha, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas. Nos quintais da infância no sábado é que as formigas subiam em fila pela pedra. Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia carne-seca e pirão: era sábado de tarde e nós já tínhamos tomado banho. Às duas da tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: e ao vento sábado era a rosa de nossa insípida semana. Se chovia, só eu sabia que era sábado: uma rosa molhada, não? No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana exausta vai morrer, ela com grande esforço metálico se abre em rosa: na Avenida Atlântica o carro freia de súbito com estridência e, de súbito, antes do vento espantado poder recomeçar, sinto que é sábado de tarde. Tem sido sábado mas já não é o mesmo. Então eu não digo nada, aparentemente submissa: mas na verdade já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo de manhã também é a rosa da semana. Embora sábado seja muito mais. Nunca vou saber por quê.