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Tive na minha vida essas viagens que nunca acabavam nem começavam, de e para lugar nenhum, e onde eu passava a maior parte do tempo sem fazer nada, andando nas ruas, sentada em cadeiras pré-moldadas, deitada em colchas de hotéis baratos, olhando o negro das janelas de metrôs, o branco das janelas dos aviões, falando frases que não eram minhas. Desse período, tão longo, ficaram uns poucos dias. Uns porque nunca acabaram, outros porque nunca existiram, o anterior se debruçando sobre o novo que não conseguiu se instalar.
" E deixaram o corpo amortalhado no mar para encontrar a alma quando regressassem. Em todas as viagens levaram as memória e as ilusões ...das ilusões tiraram sonhos e das memórias já se esqueceram ...porque no tempo do tempo, tudo é agua e ás vezes luz "
Nesse exato momento, vc está construindo o seu presente que nunca o será, mas será futuro que por sua vez será presente! Deduz-se que o que fica na verdade, é aquilo que no presente convencionou-se chamar de passado... Algum outro "louco" ai, para descutir, sobre esse tema?
odair flores
Desejo nada menos que a cultura dos Parisienses, o charme dos Italianos, a competência dos Japoneses, a pressa dos Nova Yorkinos, e por fim, a bohemia dos Paulistanos.
crer-Sendo,
Enraizar para viajar pela Terra agradecer Mãe Gaia, Pachamama...
Orando com grande Buda e avatares,
folhando e floreando caminhos, jornadas, viagens...
Leticia Gil
02/11/2013
Nem que seja somente nos meus sonhos
ou nos meus pensamentos,
haverá momentos que viajarei para longe
para um lugar esplêndido que será mais um refúgio,
onde as nebulosas são abundantes,
uma mais estonteante do que a outra
com seus fragmentos de cores e suas formas abstratas
numa complexidade emocionante que ironicamente acalma
por trazer uma simplicidade harmônica
causadora de deleitosas sensações
semelhante às preciosas recordações da infância de outrora,
sem dúvida, serão viagens de muitas emoções.
VIAGENS AÉREAS PELO CONGO
Este é um capítulo especial do que foram as aventurosas viagens aéreas pelo Congo...
Os passaportes venceram, e era preciso renová-los. Brasil e Congo não tinham relações diplomáticas.
Assim, foi preciso ir até Luanda, para efetivar a renovação, e foi uma viagem simplesmente maravilinda...
Trecho extraido do capítulo, PASSEIO EM LUANDA...
Como em Kinshasa não havia embaixada, nem do Brasil, nem de Portugal, foi necessário ir até Luanda para renovar os passaportes. E foi uma maratona, pois nos deslocamos de jipe de Kinshasa até Matadi, e lá atravessamos a fronteira para a base militar de Noqui, onde iriamos embarcar num garboso monomotor para ir até Luanda. E lá fomos nós... Apenas Neyde e eu, pois as crianças ficaram em Kinshasa, aos cuidados de nosso amigo Ruy Hasson...
E então, começou uma aventura totalmente inusitada... Senão vejamos.
O comandante militar de Noqui, ao saber estar diante de brasileiros, desmanchou-se em gentilezas, e convidou-me para assistir ao interrogatório de alguns rebeldes capturados. O interrogatório desenvolveu-se no dialeto “kimbundo”, do qual tinha algum conhecimento. Pude, então, constatar com assombro os reais motivos que levavam aquela gente à sangrenta rebelião em que estavam envolvidos. Esperando ouvir as tradicionais declarações de “queremos independência”, “amor pela pátria”, fiquei verdadeiramente estarrecido ao ouvir que o principal motivo que os impelia à guerra, era o fato de que o feiticeiro da tribo lhes dissera que, “para cada branco que matarem, terão 1 ano a mais de vida”. Pode? Fazer-se uma rebelião tão sangrenta só por esse motivo? Enfim... Coisas da África.
Fomos então chamados ao “aeroporto” onde vimos a possante aeronave que nos levaria até Luanda.
Um garboso monomotor de 4 lugares. Ficamos encantados com essa oportunidade de viajar com exclusividade. Só o piloto, Neyde e eu. O encantamento aumentou, quando o piloto com a maior simplicidade, pediu para encostarmos o jipe mais perto da avioneta, pois ele precisava fazer uma “chupeta” na bateria, para poder dar a partida no avião. Achei excelente o sistema. Minha esposa inadvertidamente, perguntou o que poderia acontecer se a bateria “pifasse” em pleno vôo. Muito divertidamente, o piloto só disse: "Aí, madame, não haverá com que se preocupar.." Não se esqueçam de que iríamos sobrevoar uma região de floresta fechada, e em poder dos rebeldes.
Decididamente reconfortador. Felizmente, chegamos a Luanda sãos e salvos, apenas com ligeira alteração nos batimentos cardíacos.
Luanda merece um capítulo à parte. Era uma cidade linda. Muito bem cuidada. Com inúmeros pontos de diversão. Além dos encantos naturais da cidade, outras coisas chamaram nossa atenção, a começar pela gentileza especial que fomos tratados pelos patrícios portugueses. Realmente, nunca é demais salientar esse detalhe. Foi só correr a voz de que haviam brasileiros em Luanda, e começamos a ser procurados por eles. Uma certa tarde, estávamos parados num ponto de ônibus, quando um cidadão veio falar conosco, indagando se “nós éramos os brasileiros que haviam chegado do Congo”. Ante nossa afirmativa, não teve dúvidas em colocar-se a nosso dispor para nos levar a conhecer todas as belezas de Luanda. Jamais havia visto tanta gentileza. Jamais poderei agradecer suficientemente o tratamento que nos foi dispensado. Fomos convidados para sardinhadas, bacalhoadas, passeios. Tudo pelo simples fato de sermos “os brasileiros que haviam chegado do Congo”.
Realmente impressionante." E, sobretudo, inesquecível...
E para a viagem de volta, não houve necessidade de nenhuma "chupeta", mesmo porque o jipe havia ficado em Noqui, e nos levou a Kinshasa de volta...
(Nota da Redação) Chegamos sãos e salvos, pois a bateria não pifou, e assim posso estar contando a história, e sempre desejando a todos UM LINDO DIA...
Marcial Salaverry
UM BRASILEIRO NA ÁFRICA
ALGUMAS VIAGENS AÉREAS PELO CONGO
Puxando pela memória, vamos contar algumas coisinhas a respeito da vida no Congo,
quando precisei usar os "bons préstimos" da Air Congo...
Ósculos e amplexos
Marcial
ALGUMAS VIAGENS AÉREAS PELO CONGO
Marcial Salaverry
Viajar de avião pelo interior do Congo foi, realmente, a maior prova de insanidade mental que jamais dei em minha vida. Foram aventuras que de tão insólitas podem parecer ficção. Contudo, juro serem a mais pura expressão da verdade. Na época, tudo me parecia normal, estando onde eu estava, mas relembrando agora, chego a duvidar de tudo o que vivi por lá. Como experiencia de vida foi algo de fantástico realmente... Vou contar em episódios, e ir trabalhando a memória...
Durante um vôo Kinshasa/Kikwit, fui surpreendido por um pedido feito pelo Comandante, através do sistema de intercomunicação: O Comandante solicita que, se alguns dos senhores passageiros conhecer o caminho até Kikwit, que venha até a cabina, para indicar a rota exata. Atônito, vi um dos passageiros levantar-se e, como se fosse a coisa mais natural do mundo, dirigir-se à cabina, e ir passando as coordenadas ao piloto, algo como: Siga até aquela curva do rio, vire à esquerda. Após sobrevoar aquela aldeia, siga em frente. Fiquei sabendo depois que a torre de controle de Kikwit não tinha radar, nem qualquer possibilidade de direcionar o vôo. E, como aquela estava sendo a primeira viagem daquele piloto, ele ainda não conhecia o caminho. Só para finalizar, chegamos sãos e salvos. Dizem que Deus é brasileiro, mas eu acho que ele é africano...
Estava na localidade chamada Masi-Manimba, e precisava deslocar-me rapidamente até Kinshasa para resolver um problema urgente. Considerando que por estrada, levaria um mínimo de 12 horas, e outro tanto para voltar, optei por tentar o avião. Na pista, eufemisticamente chamada de aeroporto, fui informado pelo funcionário, de que deveria permanecer na pista, para que o piloto visse que havia um passageiro. Achei que era gozação e, considerando o tamanho do sol, resolvi ficar à sombra. Quando o avião surgiu no horizonte, o rapaz começou a agitar freneticamente os braços, dizendo que eu deveria ir para a pista. Fui, e comecei a fazer com o polegar o sinal de carona, a título de gozação. E não é que o avião deu uma volta completa sobre a pista e somente após reparar que eu estava lá, é que fez os procedimentos de aterrissagem.
Perguntei ao piloto (não havia comissário de bordo) que confirmou: "Claro... não existe nenhum sistema de comunicação. Se eu não vejo ninguém na pista, sigo viagem." Realmente interessante.
Durante um vôo Kinshasa/Mbandaka, viajava ao meu lado um jovem congolês que estava visivelmente apavorado com o fato de estar a mais de 2 metros do solo. Procurei acalmá-lo, falando sobre a segurança das viagens aéreas... aquela velha conversa de que as possibilidades de acidentes são muito maiores nas estradas do que no céu, mas ele não se convencia disso. Sugeri que tomasse um uísque para acalmar-se um pouco. Quando ele foi servido, aconteceu o que não deveria ter acontecido. O avião entrou numa área de turbulência, e começou a corcovear como cavalo bravo, e de repente a bebida subiu, e copo escapou das mãos e o rapaz se descontrolou de vez. Gritava desesperado, exigindo que o avião parasse, que ele queria descer imediatamente. Acredito que se houvesse possibilidade de abrir uma janela, ele saltaria... Foi um custo convencê-lo da impossibilidade de deixá-lo descer em pleno vôo. A chegada em Mbandaka foi épica, pois ele não queria descer de jeito nenhum com as calças molhadas...
Numa viagem com destino a Goma, fomos informados de que o avião não poderia aterrissar em Goma, pois o aeroporto estava em poder dos rebeldes simbas, numa das muitas revoluções de 1 dia que sempre aconteciam lá. Como resultado, tivemos que seguir viagem até o aeroporto mais próximo, devido problemas de combustível. Ocorre que o aeroporto em questão era em Bujumbura, capital de Burundi, país limítrofe. Como se tratava de um vôo doméstico, ninguém tinha passaportes, e tampouco o avião tinha permissão para pousar. Seguindo as regras vigentes, não havia radar e etc...etc... Então o avião pousou e foi imediatamente cercado pelas tropas burundesas. Até que o incidente fosse explicado, ficamos mais de 4 horas dentro daquela fornalha em que se havia transformado o glorioso avião da Air Congo, com tudo desligado. Tive oportunidade de começar a sentir pena dos franguinhos quando são assados... Após os tramites legais, restava um “pequeno” problema. Como voltar para Kinshasa, já que a burocracia burundesa não permitia que um avião de outra nacionalidade fosse abastecido sem o prévio pagamento, o qual, pela burocracia congolesa só poderia ser providenciado dali a 3 dias. Já estava conformado com a idéia de passar 3 ou 4 dias trancafiado no aeroporto de Bujumbura pois devido falta de documentação, sequer poderia tentar obter um visto de permanência temporária. Coisas da África... , quando surgiu a salvação do espaço. Um avião da South African se preparava para aterrissar. E, surpresa, seu destino era Kinshasa. Nova novela de mais 5 horas para que o Comandante sulafricano aceitasse receber os passageiros. Somente concordou, quando convenientemente ameaçado pelas autoridades bujumburenses de que, sem nós, não decolaria. Tudo em nome do bom senso e da amizade internacional... Enfim, chegamos de volta a Kinshasa sãos e salvos. Milagres sempre acontecem.
Outro episódio interessante. Estávamos com problemas no aeroporto de Mbandaka. O avião estava mais do que lotado. Aí então, um iluminado descobriu o "Ovo de Colombo". Pesar os passageiros, juntamente com as bagagens. Os mais pesados não poderiam viajar. Olhei para meus 120 quilos bem distribuídos, mais 12 da mala, e pensei: Tô fora... Quando chegou minha vez, antes de subir na balança, coloquei uma nota de 10 zaires na mão do coordenador e ele, com o maior cinismo do mundo, simplesmente falou : soixante quilos (ou seja, 60 quilos). E eu passei. O divertido é que ninguém se atreveu a protestar... A coisa era mais do que normal por lá...
É devido a coisas assim, que sempre agradeço ao meu querido Amigão estar vivo ainda, e poder estar contando todas essas coisas, sempre desejando que todos possam ter e bem desfrutar de UM LINDO DIA...
(...) na Europa se trabalha muito, há pessoas que ainda não entenderam isso. Lá é "qualidade de vida" e não "facilidade de vida".
As viagens chocam, quando nos colocam frente a certas realidades, expandem a mente rompendo o limite das ideias e do preconceito. Você passa por um processo introspectivo, de lapidação interior, em que o maior ensinamento passa a ser o respeito pelo próximo.
"Os sonhos que estimamos realizar, muitas viagens com suas histórias pra contar, café com com torradas para compartilhar, descansar, sorrir e amar.
Assim sejam nossos dias, repletos de momentos inesquecíveis que possam colorir a pintura das nossas existências."
Para quem inventa cores para a rotina, a coragem não conhece velocidade máxima porque precisa levar todo mundo na garupa. E as viagens serão sempre muitas.
Uma experiência, se a fitarmos nos olhos e acolhermos a sua verdade, tem o poder de nos cristalizar.
Como tatuagem, grava nossa pele com a nossa história. Nossas escolhas ganham luz; iluminam e fazem brilhar o caminho.
E em meio ao deserto, há manancial dentro.
E já não importam as estações, porque nos tornamos o próprio tempo.
O mundo está em guerra
Em um planeta chamado terra, habitado por uma espécie denominada seres humanos, não é muito incomum se deparar com conflitos e guerras causados por eles mesmos. Denominados seres humanos, eles conseguem criar conflitos de soberanias entre seus próprios semelhantes. A raça humana se desprende criando diferenças entre negros, brancos e muitas outras etnias, onde todos descendem da mesma espécie humana, a habitar um mesmo planeta.
Você tem a melhor companhia aérea pois seus carinhos
me levam para as melhores viagens.
Vou até o ceu e volto
Na linha do tempo dos lugares por onde piso, não me apego à nenhuma paisagem.
Me apego às pessoas.
Essa talvez seja a melhor parte.