Tag tesão
Você é a única que me deixa assim, sem fôlego, corpo trêmulo, coração disparado. Fazer amor com você é gostoso demais.
O que os pés dizem
Os pés falam quando a boca se cala.
Depois do êxtase, descansam sem culpa,
despreocupados como gato ao sol,
um sobre o outro, cruzados,
ou largados ao acaso—
o prazer não pede alinhamento.
Há quem estique os dedos,
como quem espreguiça o pensamento.
Outros os deixam pender de lado,
desarmados, esquecidos do chão.
A posição dos pés é confissão sem palavras:
se recolhidos, um restinho de pudor,
se soltos, um abandono feliz,
se entrelaçados, um desejo de demora.
No fim, não são os olhos que dizem tudo.
São os pés, descalços,
rendidos ao próprio silêncio.
Necessidades especiais suavizadas pela força do imaginário recíproco do desejo concomitantemente intenso.
Entre o grande amor. Felizes são aqueles que por medo e sanidade conseguem administrar o gostar entre os seguros limites.
Odeio, quase sem perdão, quem me tira da solidão, promete ilusão e fica com joguinhos infantis dizendo não.
A fantasia comedida, a luxuria da novidade, o inesperado e a ilusão consentida são atmosferas imprescindíveis para iniciar a chama incandescente no vulcão do prazer.
MORNO
Depois que o carvão esfria
Não vira cristal o morno
Pois lhe faltou energia
E já não há mais socorro.
Tua ausência é como um membro arrancado ferozmente, cada átomo meu até o último vibram violentamente por ti. Você é caos e calmaria, você é oceano e tempestade, és a dúbia beleza da vida de ser e não ser. Quero meus demônios dançando com os teus, quero meus medos conversando com os teus. Nossos olhos transam e traçam desejos e sonhos nossos e final de tudo, só existirá apenas um corpo só, de nós dois juntos.