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Ao meu grande amor.
Na penumbra da noite és o luar,
Que ilumina as trevas da minha vida,
Onde teu doce e ternurento olhar
Renova minha esperança perdida.
Sinto a pureza do teu grande amor,
Sem laivos de interesse ou ingratidão.
Pois em ti há um intenso calor
Nos deliciosos beijos de paixão.
Temos longo percurso para viver,
Cheio de diferenças e incertezas
Que podem causar algumas tristezas
Relevadas na grandeza do ser
Onde palavras de sabedoria
Por ti serão ditas, minha Sofia.
Na utopia da vida;
Resolvi vivê-la com você.
Apesar do somatório das angústias;
Que por vezes fizeram-me sofrer;
Persisti na ideia de que a minha vida:
Só teria sentido, se fosse vivida com você.
Fanatismo ou ilusão? Não sei!
Apenas, atendi os desejos do meu coração.
Não se feche para boas lembranças;
com medo de chorar por saudade.
chorar faz bem! Alivia a alma e faz lembrar de alguém.
Seja gente boa, seja amigo de alguém;
semeie coisas boas, faça sempre o bem;
pois, mais na frente, o tempo cobra, e não perdoa um vintém.
Todo dia
Todo dia com um sorriso falso
Para evitar que aconteça um olocausto
Todo dia com a postura impecável
Para que ninguém perceba que sou vulnerável
Todo dia acenando e sorrindo
Para que não percebam que estou fingindo
Todo dia concordando de cabeça
Para evitar que alguém me enlouqueça
Todo dia fazendo tudo de novo
Como um paradoxo
Como uma coisa de louco
Todo dia fazendo tudo igual
Como se estivesse em uma espiral,
Como se não existisse um Final..... 🌙🌧❄
Nostalgia
Na manhã que acordo sem o teu beijo;
é levantar-se, sem o bom dia que mais desejo.
Cama vazia, lençóis amarrotados...
A tua roupa de dormir deixada ali ao lado...
Acordar e não te ver, bate-me um desespero.
É um dia sem cor, é o amanhecer de um céu apagado.
Os lençóis exalam o teu cheio;
Vestígios que estivesse no nosso ninho.
Os fios dos teus cabelos traçando o caminho sobre sala;
A tolha molhada, a porta entre aberta;
O teu perfume acompanhando o descer da escada.
No quarto ao lado o nosso fruto ainda dormindo;
Me faz lembrar que fostes trabalhar e que logo mais irei reencontrá-la.
Tê-la nos meus braços e dizer: É impossível viver você...
Onde foi parar?
Tenho medo do amanhã, quando o tempo passar;
E, junto com ele, o amor levar.
No lugar do calafrio, a dor tomando conta do seu lugar…
Medo do fim da afinidade, de perder as vontades;
Do frio da barriga passar, do sabor do seu beijo cessar;
Procurar-te nos meus desejos e, não te encontrar.
Porquê, às vezes, tudo se parece distante;
O nosso amor relatado, apenas, por fotos, ocupando a nossa estante.
A magia que se perdeu com o passar do tempo;
No meu peito um descontento, nos meus pensamentos, só há nós dois, a todo o momento.
Se amanhã, tudo isso vier a acontecer, fico a perguntar-me:
O que será de mim, sem esse amor para preencher o vazio que irá se instalar?
Na utopia do dos meus sonhos, o fanatismo falando o seu nome:
Onde você estar?
ERROS...
Quem diz: é amor demais! Extinta paixão
Que enriquece tristezas, desejos e medo!
Pelo cerne enlouquecido, o coração
Não se impõe de existência um segredo!
Quem diz: é paixão demais! Extinto amor
Que empobrece sorrir, lágrimas e sofrer!
Pela alma corrompida, a dor
Não se absorve de alegria um viver!
Sentimentos complexos e equivalentes,
N’um existir eficaz a consumir o espírito
Por fantasmas vulgares, dependentes,
N’um despertar sem sentir por ser dito:
Amor! Paixão! Desejos loucos e plenitude,
Só se têm; quem se impõe, em virtude!
Dolandmay Walter
VAZIO
Silenciosos dias pregados de saudades,
E imaculados, e incandescidos, de ardor;
Quais reprimidos, de vaidades,
Quais gracejados sem mesmo amor,
E de paixões, desejos, de insanidades,
E incompletos, cobertos, sem esplendor;
Quais fiem de tais realidades,
Quais escuros, e puros, a mesma dor...
Julgados, e infinitos, no mesmo arder,
Aos quais me pus enlouquecer
Na imensidão complexa de seus segredos...
Que inovados sejamos, sem mesmo amar,
Que insanos sejamos a vaguear,
Na compreensão finita de vossos medos...
À minha mulher.
Apaixono-me dia após dia
pelo odor da sua ruminância,
pelo sabor do líquido que expelia,
pelo tato da sua carne em putrefância.
Expeli em mim, mostra-me
todo o seu resto de humanidade,
tudo o que tens de semelhante
com os animais, decomponha-me.
Se a podridão da morte vive
em teu fim, é onde sentir,
sentirei, serei quem convive
com o afago do enxofre
que ao meu cerébro a de subir,
fazendo meu último dia, hoje.
Saudade fala alto
Fazendo coração calar-se
Lembranças do passado
Insiste em chamar-me
Sigo assim triste
Lembrando do que foi
Perguntando-me porque
De ter deixado pra depois
E assim sigo sempre
De tristeza viver
Tudo isso por que tenho
Enorme saudade de você
ÚLTIMO VERSO
Por versos, eu te compus, amor!
Por amores verdadeiros, puros...
E te acabei na solidão, eu juro
Que ingênua não será mais essa dor.
Será qual o teu céu de esplendor,
Como a cor dos mamais maduros,
Será como os fantasmas, conjuro,
E da paixão ríspida por uma flor.
Jardins de florais altaneiros, leve,
Branco como um inverno em neve
Será este meu vazio na escuridão...
E nas noites plenas dos teus prazeres
Não ouvirás por melodias, dizeres
Os meus versos de amor e de ilusão!
JESUS
“Eis que sou o quem nada humilha,
O quem de tristeza sorri, se faz perdão;
De amarguras complexas ao coração;
O quem a Deus os envolve, maravilha.
O quem de luz os faz findar a guilha,
Quem de torturas nada sofre em vão;
Que de pecados, sem cair ao chão,
Os eleva, os aquece, e o caminho os trilha.
Sou aquele que na estrada sã da coragem
Os santifica, numa única e santa imagem,
Quem de sangue os deslumbrou na cruz!
Sou aquele que de esperança os corteja,
Quem da fé ao Espírito-Santo os almeja
Aos meus braços no santo-dia: sou Jesus!”
AO FINDAR DOS DIAS...
Que tantos fossem os meus pecados
Dentro de mim ao rogar os céus...
Que tantos fossem, imaculados
Nos olhares puros dos santos meus!
Que tantos fossem de bens amados
Dentre a alma do querer, meu Deus!
Que tantos fossem, os seus rogados
Sob a imensa luz dos olhos teus...
Que imortais seriam quaisquer bens...
E no vagar da noite, sem ninguém,
Seriam os meus olhos de imenso amor!
Que os dias imprecados de morte,
No meu rogar de alegria, de imensa sorte
Seriam ao findar, sem imensa dor!
ILUSÃO
Eu não quero o mundo, não amo o mundo
que se faz solitário aos meus sentidos,
aos meus amores, e aos jardins benditos
que me são fiéis, e que me são profundos...
Não quero parar, nem pensar, – oh! no fim!
que tudo poderá acabar sem reconhecer
a estrada em que eu caminho, sem perder
as ilusões que se rogam dentro de mim...
Nostálgica me é a vida, o amor me é existir;
sem saber que aos corações nunca pude
o prender, nem mesmo, com ele me iludir.
Estranho me diz a transparência: estranho!
como é que eu verso o amor em atitude
se dentro de mim, eu apenas com ele sonho...
MOÇA BONITA
Ao meu amor ela foi sincera, ela
Dos olhares puros, travessos,
Que de brasar furor; aos avessos
O meu coração de tremor é dela!
Foi desejo em simples começo,
Que de insanos, foi singela
Ao meu amor versar: Donzela,
Que antes, e tanto, estremeço...
Em cobiças a sinto, se exceder
Sem inverdades, ao seu olhar,
Que eu a amo em compreender...
Por teus anseios, em querer amar,
Moça bonita, de paixão prender
Que tão almejo teu amor provar...
A MUSA DOS SONHOS
Ah, a tua paixão, imensa, cravina,
Desmesurada em prazer real,
Ardente assim eu nunca vi igual,
Puramente a lua, linda... divina.
E a minha loucura intensa e fina
No teu corpo quente, escultural,
Não há como ser em mim normal,
Ah, não me há quem a desatina...
Oh, bela, os teus desejos loucos,
Por mim, nem que fossem poucos,
Feliz ao mundo eu estaria a rir...
Se em meus olhos deixaste ilusão,
Não há quem não vê em ti paixão!
Que bem, o Poeta, tu fazes sorrir...
AMOR INTENSO
Sei lá, amor, sei lá o que pode acontecer!
Quero-te assim, bela, quente, e sem dor...
Quero-te sobre as chamas do teu esplendor
Tão viva, intensa, inebriando o meu ser...
Não sei, amor, e nem quero entender...
Dos prantos o luar, que brilhe o nosso amor!
Que vivemos tão quentes, que core a flor...
Que penetre em mim o teu bem querer!
Quero a tua paixão! Viva! Completamente...
Se vivermos da vontade, fazemos de contente,
Dos males as pragas que se põem a falar...
Quero de a tua alma, ver em mim lealdade
Que falem que seja d’uma grande amizade...
Mas que viva entre a gente o que está a amar!
TESTEMUNHO
Vida! Caminho deserto onde ando;
Agreste de sentimento amargo...
Vales e ondas, inútil, vai vagando,
Aos pés de mim o amor que trago!
Existência! Não sei eu até quando...
Advirá em águas o grande lago;
Baldadas lágrimas, rio dum afago;
Estrada infinita que vou rogando...
Balbucio demência, já a tanta dor...
Voz oculta em meio à sombra fria,
Já não me vale o temor dum grito.
Brado que não mais ouve o amor
Sob as rochas quietas à luz do dia,
Dentre à luz do sol, que já é mito!
INCÓGNITA
Porque te disse: amor! Contudo, demente
Por teus beijos de fogo, alucinado...
E nem ainda a senti a boca; simplesmente
Por teu corpo de ouro – fonte de pecado!
Porque te disse ainda: ventura tanta!
E nem o teu calor senti tão perto...
Por tua voz que aos meus ouvidos canta,
E que’u nem sei donde vem ao certo!
Eu só quero o teu amor, desconhecido...
Eu só quero a tua paixão, seu amor perdido
Que canta aos meus ouvidos teus desejos...
Eu só quero m’enroscar na tu’alma louca...
Ao meu vigor intenso, dar-te a boca
O que de amor fosse a ti, primeiros beijos...
PÓS-DIA
Por que se tem nesse mundo o segredo
Se que vivem por os deuses implorar
Vida sem noite e amor com luar
Na estrada em que seguem sem medo?
Olhem a morte que lá vem cedo!
Por anjos falam os que vêm encontrar
Paixão sem tempo e tempo sem ar
No fogo intenso sobre lança sem credo...
Seria o saber do que não se sabia, seria?
Forjar fortunas sem ação de morrer
E viver sem viver o que nunca se sente...
Por que rara cobra ao sol deveria
Atentar o despeito sem que fosse o temer
Do futuro em se exceder o presente?
DESEJOS RAROS
Por sonhar-te, nos teus dias belos, querida,
Ando assim, tão ansioso, por teu querer...
Quanto amor, quanto desejo há no teu ser,
Quanta cobiça louca de paixão ensandecida!
Jamais vi um amor assim numa outra vida:
Orgias escondidas, desejos raros de prazer,
E nos afetos ocultos sob o além d’um viver,
O vil despertar d’uma ambição tão perdida!
Eu quero me embriagar no teu amor tanto...
E sobre os teus anseios sair do meu acalanto,
Da dor que me fere, sob iguais cobiças tuas!
Sonhar-te-ei, por os teus rastros encontrar...
Mesmo que me seja abstruso poder te amar,
Quero gritar-te em versos loucos, pelas ruas!