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SUSPIROS (soneto)

Um pesar tão mais saudoso, assim não vejo!
Um vazio no silêncio, barulhento, sem pudor
De tão é a infelicidade, que terebrante é a dor
Que vagar algum pode ofuscar o tal lampejo

Dias rastejam, noites em romarias no andor
Da angústia, que enfileiradas num cortejo
Levam preciosos instantes, pra num despejo
Jogá-los ao luar, sem quer um pejo, amor

Ah! Que bom seria, eu ter qualquer traquejo
No dom da oração, e me ouvisse o Criador
Através do meu olhar, rogando por ensejo

Essa saudade tão mais triste, ainda é clamor!
Inda estão nos versos que no poetar eu adejo
Tentando recreio, para os suspiros transpor

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Julho de 2016
Cerrado goiano

CHAMAMENTO (soneto)

Mãe Senhora, das boas obras benfeitora
Mãe Senhora, do manto de esperanças
De ti a ternura da graça as almas mansas
De ti o perdão nascido na manjedoura

Doce olhar, e no auxílio não descansas
Em toda a parte, és a virgem protetora
Em teu seio o meio à urgência vindoura
És frugal vereda das bem-aventuranças

A mim, pois, filho de escareado desatino
Que aflige o coração em ingrato engano
Olhai com sua piedade o meu vil destino

Assim, neste chamamento de filho insano
Advogue por este pecador, ao Pai Divino
Soberano, nas aperturas deste mundano

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Julho de 2016
Cerrado goiano

RETORNO (soneto)

De volta à minha vida de outrora
Há inquietude com o meu futuro
Tal, embora, o atual seja escuro
A intuição me diz pra ir embora

É assim, no raiar, uma nova aurora
Vai e vem, prevalece o afeto puro
Só na fé com compaixão é seguro
E na esperança que se faz a hora

Porém, se perde, também se ganha
Nas dores, se bate, também apanha
O próprio tempo que doutrina a gente

Pois no dever cumprido, vem o sentido
Da correlação, e ser mais agradecido
Hoje vou melhor, com amor mais ingente

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

ESPERTINA (soneto)

O cerrado está frio, lenta é a hora
É tarde da noite, o vento na vidraça
Pendulando o tempo, tudo demora
E o relógio, em letargia não passa

A espertina virou no dormir escora
Tento escrever, mas a ideia está lassa
A vigília do olhar não quer ir embora
Viro, e reviro no liso lençol de cassa

Dormir? O sono no sono faz ronda
O frio na minha alma faz monda
E o adormecer em nada me abraça

Que insônia! O sino da igreja já badala
O galo da vizinha o canto já embala
E o sol pela janela a noite ameaça!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Julho, 2016
Cerrado goiano

CHOROSO SONETO

Daqui deste rincão do cerrado
Quisera de a saudade apartar
Mas os ventos só põem a chiar
Quimeras percas no passado

Não sou um poeta de chorar
Mas choro um choro calado
Amiúde e assim comportado
Paliando soluços no poetar

Tão menos viver pontificado
No sofrer, brado, quero voar
Lanço meu olhar ao ilimitado

E pelo ar vai o desejo represado
Liberando as fontes do amar
Livres e do suspiro desgarrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

POEMA EM SILÊNCIO (soneto)

Meu verso está amordaçado
As palavras dentro da vidraça
Represadas e tão sem graça
Estou calado, o poetar calado

Inspiração diluída na fumaça
O vazio estridente e arestado
Ácido em um limo agargalado
Inebriando tal qual cachaça

Meu pensamento está suado
Ofertado como fel numa taça
E na solidão, então, enjaulado

O poema em silêncio, bagaça
Oh! Túrgido sossego enfado
Diz nada, só tira a mordaça...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

VOCÊ CRÊ (soneto)

Quando nos vemos nos olhos que não vê
A incerteza nos traz o desespero, solidão
Temos um bem maior que é a consagração
Tudo pode naquele que fortalece, você crê?

Acredito no amor paternal, na Trindade:
O Pai, o Filho e o Espírito Santo, amém!
Pois Ele venceu a morte, e o mau também
Acredito no verbo eterno, a única verdade

Ele veio e anunciou trazendo a vida nova
Acredito! Pois o seu amor no amor renova
E em sua compaixão, nos ama com paixão

Que a fé nossa de cada dia seja a prova
Do perdão que se clama em hino e trova
Eu acredito na Cruz de Cristo, a salvação!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

NOVEMBRO, soneto no cerrado

A nuvem de chuva, está prenha
A lua na noite longa enche de luz
Novembro, aos ventos ordenha
Amareladas folhas que nos seduz

Meditação, finados aos pés da Cruz
O colorido pelo seco cerrado grenha
As floreadas pelos arbustos brenha
Trovoadas, relâmpagos no sertão truz

Águas agitadas, o mês da saudade
Num véu dançante... Vem novembro!
Linhas de poema e prosa, fertilidade

Décimo primeiro, antecede dezembro
Em ti é possível notar a instabilidade:
Fogo e água, da transição é membro

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
novembro de 2016
Cerrado goiano

novembro

a nuvem de chuva está prenha
a lua na noite longa enche de luz
novembro, aos ventos, ordenha
amareladas folhas que nos seduz

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
novembro de 2016
Cerrado goiano

AMOR QUASE SIDO (soneto)

Amores vem, vividos, amores vão
Na poesia voam e, na alma fundido
No tempo, o que é, e foi permitido
Nas palavras, dissertando o coração

Ama eu, ama tu, ele, ela, repartido
Lágrima, sorrido, a dura decepção
E num sempre porque, indagação
Nuns ficamos, outros nos é partido

Mas sempre desejado, imaginação
Onde? Quando? E é sempre sabido
Que dele quer, dele se tem emoção

E nesta tal torcida o amor é provido
O amor é sentido, sentido é a paixão
Sem porque nem como, os quase sido!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

SONETO DO VELHO AMIGO

Então, depois de tanto andar trilhado
Pesar rasgado nas retaliações, malícia
Eis que a amizade súplica por carícia
De amparo, dos tantos erros, passado

Enfim, se calado, deixai de ter sevícia
E sentai tu, amigo, aqui do meu lado
É tão bom novamente em ter-te amado
Nunca abandonado, do afeto imperícia

E no abraço antigo, não fomos garrano
Perceba ao nosso arfante a se comover
Pois deixe na quimera o nosso engano

Amigo que é amigo nada e então explica
Estamos sempre reencontrando no viver
Necessidade e, no coração se multiplica...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

ASSIM QUISERA EU (soneto)

Assim quisera eu, outra sorte
Ter o agrado dum amor afora
Sem o silêncio jaz de outrora
Onde o eu a alguém importe

De sol à lua, da vida à morte
O tempo veloz, age: e, agora
Se fico ou se vou dali embora
Nas asas dum sonho aporte

E logo, aquele: o ter podido!
Partido na saudade que chora
Chapada numa vil recordação

Assim, eu, poeto aqui perdido
Ideando! Devaneando na hora
Saudoso de ti: ignota paixão...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano.

SONETO SAUDOSO

Choro, ao pé do leito da saudade
Que invade o corpo sem descanso
Se fazendo de fiel cordeiro manso
E a agrura numa brutal velocidade

E vem me trazer recordações, afeto
Tão apetecida em tempos outrora
Agora na ausência, lerda é a hora
E cruel a minha emoção sem teto

Chorei, choro por esta separação
Neste fado dessa longa despedida
Que partiu a vida daquela posição

Se eu, tenho na sorte malferidos
Aqui sinceramente peço perdão
Movidos nos desfastios vividos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06/04/2016, 21'00" – Cerrado goiano

SONETO À DEUS

Louvor, Senhor, meus versos são pra ti
Ainda que os homens te vejam ausente
E os olhos mortais, no pecado pendente
O meu crer te demanda por toda a parte

Tu que habitas o amor, nos céus assente
Tenhas compaixão de mim, ó Pai baluarte
Alveje a minha razão pra assim adorar-te
Evitando coração perverso, vorazmente

Que és necessário pra eu ser comparte?
Nos ensinamentos e, assim, cabalmente
Envolvendo de luz numa fé que me farte

Oh! Dá-me conselho ao corpo e a mente
Pra a alma, que não morre, o céu dessarte
E me conduz à Tua vontade, integralmente

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31/03/2017
Cerrado goiano
Em agradecimento

⁠ESPERAR

Não mais te darei o canto do amor tanto
E nem tão pouco a sensação por te amar
Siga-te no teu canto, quieto, e, portanto,
Permita-me idear na poética, e devanear...

Não mais te darei aquele desejo, encanto
Nem acalanto. Pois, a mim torou-se pesar
Fique aí, por aí... no teu qualquer recanto
Onde os versos não possam te encontrar...

Desejo-te mais e mais, e estar, bem mais
Pois cá, o meu coração tá cheio de canção
Esperar? Minh’alma saiu da beira do cais...

Largais o tempo, se foi, agora outra razão
As rosas marcadas de paixão, aquelas tais
Não mais. Te amar, somente na inspiração...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/09/2021, 19’45” – Araguari, MG

⁠SONETO VICIOSO

Horas pequenas de o meu poetar
Eu nunca senti quando vos tinha
Que amargurasse a poesia minha
Em tormento e nostalgia de amar

Pensamentos ao vento, a cutucar
Versos soltos, a rima tão sozinha
Soluços nos sonetos, pobrezinha
Sensação, que o peito põe a trovar

Poética de amor, emoções acontece
Escoa no papel saudade alva e pura
Do dantes, insiste e não se esquece

Estranha inspiração, tão desventura
Por um amor, que no amor desfalece
Viciando o coração em dura candura...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 setembro, 2021, 18’47” – Araguari, MG

⁠SONETO DE AMOR

A prosa traz meu encanto, meu amor
Assim que ela versa o versar enamora
Sussurra, delira, e se esquece da hora
E a quem lê a sensação sente o sabor

Quando sai da imaginação, a compor
A ilusão é enlevada, poética, embora
A rima ao poeta seja caixa de pandora
Ah emoção... ajudai-me a dar-lhe flor

Ternura, uma ávida trova de um amar
Que nasce da sede e brota a embalar
Cada sentimento que o afeto conhece

O que ao arrebatado assim lhe parece
Aquece, e puxa a emoção pra poetizar
Pois, é a paixão no soneto a se revelar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 outubro, 2021, 18’32” – Araguari, MG

LIVRAMENTO (soneto)

Leia-me! O meu verso árido e nefando
Que queima o meu peito, e dá arrepio
De quando teu paleio vem me cevando
Nos embustes sorrateiros, vis e tão frio

Olha-me! Não temas, pois, sou brando
Já não busco o poetar num belo feitio
O meu ser ainda permanece, radiando
Já o senso, é tal qual um céu sombrio

Fala-me! Verdades, não simule pranto
Pois, as flores do cerrado têm candura
As agruras, não vão ser, minhas pupilas

E se escrevo este soneto, enquanto
Escorre nos versos a minha tristura
O meu amor, desobriguei das quizilas...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 17’33” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

MY BLAME (soneto)

Imagino às vezes diferente, os amores
Que deliciei atado em trabalhoso laço
Penso no que fiz e o que não mais faço
Levado pela brisa do avezar com dores

Penso nos tão verdadeiros sofredores
Dos quais, eu, sou apenas um pedaço
E no abraço dos que deixei por cansaço
E nunca mais pude mandar-lhes flores

Imagino os que fiz ter momentos infelizes
Onde não tive raízes, e então tão dispersos
E, no peito deixei-lhes com ásperas cicatrizes

Penso nas escritas, ditas: - exclusivos versos
Se na verdade eram sentimentos aprendizes
Com lados de bondades e quinhões perversos

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

FRENESI (soneto)

Medo, mas pro amor não cabe dúvida
No seu o meu olhar eu assim o queria
E, em teus abraços minha alma o poria
Em frêmitos, sem vacilar, toda a vida!

Ausência, no desejo é uma poesia ferida
E no peito os suspiros é uma desarmonia
E assim, aos ventos trovas de amor diria
Pois, se tem vontade deve ser obedecida

E nestes versos de um carinho infinito
Não se pode ter rimas com teor aflito
Se grito: é porque só quero te ter aqui...

Então, vou trasladar esse doce lamento
De paixão, e tão repleto de sentimento
Pra saudade. Dessa distância. Um frenesi...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Abraça - me simplesmente

Não me abraces, se ser só preferes
Nesta vida viverei eu descontente
Já que amor por mim não sentes
Serei nesta vida plenamente triste.

Se um dia eu seu coração partistes
Memória de mim não te consentes,
Esquecestes do meu amor ardente,
Que um dia ainda eu amor encontre.

Possa eu neste amor merecer - te
Se algum amor por mim em ti restou
Esqueça eu e tu sofrer plenamente.

Porque se o amor no tempo ficou
Permita Deus tão logo abraçar - te
E deste abraço viver eternamente!

Inserida por marialu_t_snishimura

O que afeta é a ditadura

Há à inércia apática da felicidade, a crença
Há à emoção da sensação, à paz felicidade
Há à isso regras ou leis e ditos espirituais
que seguem, insistentemente no desapego!

O que desapegar flutuará e será de quem?
De certo que ficará liberto no firmamento,
aberto feito a redoma limitada da sombrinha,
que desapegada de suas mãos irão em vão!

A inércia de seu reflexo te emoldura em ato,
em fato, em quadro quadrado ou bola redonda,
mas o triângulo é que tem ponta e aponta Deus!

Deus é o sol na ponta, o sangue na direita...
e o petróleo à esquerda, está aí trinidade
e a ditadura seguirá sobre o que afeta!

Inserida por marialu_t_snishimura

Só sabem explorar o povo

Enquanto isso a reforma continua
porque o nióbio é um tesouro
que o Brasil dá como carne crua
à aqueles que sabem que é ouro!

Se a tecnologia não existe
sabemos que foi inventada
mas, o Brasil persiste
em tratar todos feito boiada!

O incentivo que dá ao povo
é liberdade que põe couro...
para chicoteá - lo de novo!

Porque a tradição é a exploração
do povo é do trabalho duro!
Explorar a terra, não sabem não!

Inserida por marialu_t_snishimura

Não importa se poesia, poema, soneto, contos, crônicas, ou seja lá o que for; o mais importante é você usar sua alma para expressar aquilo que você quer, a um mundo tão carente de ser!

Inserida por seuamigofarmaceutico

Nesse soneto que te aflora, compassivo 
De um senão, de uma procura inquietada 
Deixaste o corpo como nau embalsamada 
Vagou tua alma como sopro redivivo. 

Segue nos ventos que enganam timoneiro 
Procura os lábios que desbotam a maresia 
Disseste bem.; há vendaval na fantasia 
Dos que intentam o navegar de marinheiro. 

Encontrarás na tua casa, desejada 
(Assim de ti, de ti eu sei, e por teus meios) 
Aquele que calou a voz do teu destino. 

E fique certa, poetisa, nesses enleios 
Uma ilusão jamais será petrificada 
Enquanto houver uma saudade em alexandrino. 

Inserida por AlvaroAzevedo