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SABER VIVER
Para muitas pessoas saber viver
é acreditar que tudo é possível!
Saber viver é aproveitar cada minuto
como se fosse o último.
É olhar ao redor e rir de tudo,
rir de si mesmo.
Saber viver é crer num amanhã melhor
Que os sonhos são possíveis...
Para mim viver é aprender
com os nossos erros,
É rir mesmo quando se tem vontade de chorar!
É sonhar sem vontade de acordar.
Viver é buscar mais que um amanhã melhor
é buscar um hoje especial.
Viver é contar a seus amigos
que você está por perto
quando precisarem de ti.
Viver é perceber nos pequenos gestos
quem são seus amigos,
mas é também perdoar os que não o são.
Viver é acreditar que temos uma força bruta
para superar todas as adversidades!
Viver é passar por esse mundo
e deixar seu nome escrito,
tatuado no coração de muitas pessoas.
De uma coisa tenho certeza!
Não há uma receita,
mas sempre podemos escolher o melhor sabor!
Que o mais importante é viver!
Acho incrível a capacidade de mergulhar no mundo do outro, na intimidade do outro, no dilema, no problema e na loucura do outro...
É, e é isso que gente faz quando ouve a canção do outro...
Não ter ouvido falar não é tão bom quanto ter ouvido falar. Ter ouvido falar não é tão bom quanto ter visto. Ter visto não é tão bom quanto saber. Saber não é tão bom quanto colocar em prática.
NO CENTRO DO FURACÃO
Vórtice, voragem, vertigem: qualquer abismo nas estrelas de papel brilhante no teto.
Queria tanto poder usar a palavra voragem. Poder não, não quero poder nenhum, queria saber. Saber não, não quero saber nada, queria conseguir. Conseguir também não — sem esforço, é como eu queria. Queria sentir, tão dentro, tão fundo que quando ela, a palavra, viesse à tona, desviaria da razão e evitaria o intelecto para corromper o ar com seu som perverso. A-racional, abismal. Não me basta escrevê-la — que estou escrevendo agora e sou capaz de encher pilhas de papel repetindo voragem voragem voragem voragem voragem voragem voragem sete vezes ao infinito até perder o sentido e nada mais significar — não é dessa forma que eu a desejo. Ah essa palavra de desgrenhados cabelos, enormes olhos e trêmulas mãos. Melodramática palavra, de voz rouca igual à daquelas mulheres que, como dizia John Fante, só a adquirem depois de muitos conhaques e muitos cigarros. Eu quero sê-la, voragem.
Espio no dicionário seu significado oficial, tentativa inútil de exorcizar o encantamento maligno. O que leio, inquieta ainda mais: “Aquilo que sorve ou devora”. E vejo um redemoinho lamacento de areias movediças à superfície do qual uma única mão se crispa. Vórtice, penso, numa vertigem. Repito, hipnotizado: vertigem, vórtice, voragem. “Qualquer abismo” — continuo a ler. Os abismos de rosas, os abismos de urzes, e aqueles abismos à beira do qual duas crianças correm perigo, protegidas pelas asas do Anjo da Guarda. Os abismos de estrelas falsas no falso céu do teto do meu quarto, os abismos de beijos e desejos, o abismo onde se detém o rei daquela história zen para abrir o anel que lhe deu o monge, onde está guardado o condão capaz de salvá-lo — e o condão é a frase “isto também passará”. Sim, e leio então: “Tudo que subverte ou consome” — paixões, ideologias, ódios, feitiçarias, vocações, ilusões, morte e vida. Essas outras palavras de maiúsculas implícitas — vorazes, voragem—, abismais.
Eu estava lá, no centro do furacão. E repito palavras que são e não são minhas enquanto o porteiro do edifício em frente toca violão e canta, e a chuva desaba outra vez, e peço: por favor, me socorre, me socorre que hoje estou sentido e português, lusitano e melancólico. Me ajuda que hoje tenho certeza absoluta que já fui Pessoa ou Virginia Woolf em outras vidas, e filósofo em tupi-guarani, enganado pelos búzios, pelas cartas, pelos astros, pelas fadas. Me puxa para fora deste túnel, me mostra o caminho para baixo da quaresmeira em flor que eu quero encostar em seu tronco o lótus de mil pétalas do topo da minha cabeça tonta para sair de mim e respirar aliviado de por um instante não ser mais eu, que hoje e não me suporto nem me perdoo de ser como sou e não ter solução. Me ajuda, peço, quando Excalibur afunda sem volta no lago.
Ela se debruça sobre mim, me beija com sua grande boca vermelha movediça. Tenho medo mas abro minha boca para me perder.
Ela repete baixinho em meus ouvidos nomes cheios de sangue — Galizia, Ana Cristina, Júlio Barroso — enquanto contemplo o céu no teto do meu quarto, girando intergaláctico em direção a ER-8, a estrela de bilhões de anos, o cadáver insepulto para sempre da estrela perdida nos confins do Universo. Choro sozinho no escuro, e você não enxuga as minhas lágrimas. Você não quer ver a minha infância. Solto nesse abismo onde só brilham as estrelas de papel no teto, desguardado do anjo com suas mornas asas abertas. Você não me ouve nem vê, e se ouvisse e visse não compreenderia quando eu abrir os braços para Ela e saudar, amável e desesperado como quem dá boas-vindas ao terror consentido: voragem, bem-vinda.
Voragem, vórtice, vertigem: ego. Farpas e trapos. Quero um solo de guitarra rasgando a madrugada. Te espero aqui onde estou, abismo, no centro do furacão. Em movimento, águas.
O Estado de S. Paulo, 4/2/1987
quatro
escolheria você ainda que
não soubesse da sua existência:
daria conta de te inventar só pra me sentir
mais seguro no mundo.
Àquela altura, nós dois já sabíamos que às vezes amar outra pessoa também significa saber renunciar a ela. As renúncias fazem parte do amor, assim como o amor faz parte da vida.
- Por favor, uma passagem!
- Para qual destino, senhor?
Qual destino ele quer saber. Talvez onde as pessoas deitem em suas camas cansadas de lutar por seus sonhos, e simplesmente, dormem e não aqui onde as pessoas são tristes, e simplesmente, deitam. Queria ir para um lugar onde a boca fosse pequena para o sorriso da minha alma, onde o coração ficasse pequeno por tanto amor, um lugar em que as pessoas dessem importância, dessem carinho, dessem sorrisos. Queria ir para um lugar onde as pessoas se cansam do dia e não do amor, não dos amigos, não dos relacionamento, não da vida.
Não precisava de um cara para me completar. Nunca tinha precisado. Apenas não havia tido ainda oportunidade de descobrir isso. Mas agora eu sabia.
Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem saber é saber que não sabem.
Quem espera que a vida seja feita de ilusão
pode até ficar maluco
ou morrer na solidão
é preciso ter cuidado
pra mais tarde não sofrer
é preciso saber viver.
Quero saber só do que me faz bem
Papo furado não me entretém
Não me limite que eu quero ir além
Porque a vida é louca, mano, a vida é louca
Saber sonhar, saber ouvir, saber amar e saber esperar são grandes virtudes. Aceitar que a vida escorre a um tempo certo, que cada coisa tem um tempo para acontecer, não é esquecer o presente e sim ter fé no futuro.
Em nossas lutas diárias não sabemos se ao findo será vitória o resultado, mas diariamente temos a oportunidade de ao anoitecer agradecer por mais um dia de luta, descansar e acreditar amanhecer disposto a lutar novamente, em busca da vitória. Que sejamos gratos pela oportunidade de descansar diariamente, acreditando sempre amanhecer novamente disposto a ir atrás da vitória. Consideremos essa oportunidade já uma vitória que muitos não mais podem ter.
Um bom descanso a todos!
Quando entenderes o que é ser rico, riqueza de bens ou miséria dos mesmos não passará de mero status.
Enriquece-te tendo menos, e saberás o valor da paz.