Tag multidão
A solidão não é negada pelo fato de nos encontramos inserido em uma multidão,
pois o solitário é aquele que não encontra ninguém, quando essa aglomeração se desfaz.
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Rir é correr risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.
Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver é correr o risco de morrer.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.
Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.
Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.
Somente a pessoa que corre riscos é livre!
Porque não há sentido, se não houver mudanças... Uma vez inverno, outrora primavera. Uma vez sozinho, outrora na multidão. Uma vez chorando, outrora sorrindo. Uma vez observando, outrora sentindo. Uma vez lamentando, outrora se alegrando. Uma vez silêncio, outrora cantando. Tudo está em constante mudança, até mesmo seu coração.
O papel do Estado, com efeito, não é exprimir, resumir o pensamento irrefletido da multidão, mas sobrepor, a esse pensamento irrefletido, um pensamento mais meditado e, por força, diferente. É, e deve ser, foco de representações novas, originais, as quais devem por a sociedade em condições de conduzir-se com maior inteligência que quando é simplesmente movida dos sentimentos obscuros, a agir dentro dela.
Você não ama a vida pela própria vida. Você ama lugares. animais, pessoas, memórias, comidas, literatura, música. E às vezes você conhece alguém que requer todo o amor que você tem para dar a ela. E se você perde este alguém, você acha que tudo vai parar também. Mas todo o resto continua. Giradoux disse, você pode perder um único ser mesmo estando cercado de inúmeros outros. E essas pessoas são como... extras. Ofuscam a sua visão, são como uma multidão. Uma distração indesejada. Então você procura por esquecimento na solidão, mas a solidão só lhe faz mais seca.
Eu deito na beirada
Sinto toda a minha vida repassando
Eu vejo o seu rosto
Em meio a multidão
Um milhão de vezes
Eu estou me afogando, estou caindo
Eu me ouço chamando
Nas mais altas religiões de todo o mundo, a salvação e a iluminação são paras os indivíduos. O reino dos céus está no íntimo de uma pessoa, não dentro da demência coletiva de uma multidão. Cristo prometeu estar presente onde dois ou três se encontrassem reunidos. Nada disse sobre a sua presença onde milhares de pessoas se envenenam umas às outras com o tóxico gregário.
(Admirável Mundo Novo)
Quem pretenda arrastar as multidões deve conhecer a chave que lhes abre a porta dos corações.
(Admirável Mundo Novo)
Nos olhos de libra
Multidão modorrenta no solitário silenciar.
Era perder-se na busca por se encontrar.
Partida temida da chegada à se anunciar.
Ela era o ferir da espada...
E ainda assim o remediar.
Era o bem e o mal em pé de guerra
Terno entrelaçar.
A descoberta astuta do sutil reencontrar.
O choro contido
Preso ao gargalhar.
A imperfeição em ousadia
Buscando se aprimorar.
Era o sombrio escurecer do mais doce iluminar.
Cruza de anjos e demônios
Ela era refugiar.
Em meio aos olhos
Ambiguidade
Ela fez-se inferno
Na tentativa de me salvar.
"O homem ama tanto o homem que, quando foge da cidade, ainda é para procurar a multidão, isto é, para refazer a cidade no campo"
Você conhece um anjo?Tenho certeza que um anjo me olhou nos olhos e sorriu, Foi impressionante a paz que senti, Realmente indescritível. Mas logo esse sentimento se tornou aflição. Sigo buscando o olhar que levou minha alma aos céus e sumiu na multidão.
Nunca pense que você não é ninguém,
Não desvalorize seus talentos;
Pois, em algum lugar deste imenso mundo,
No meio dessa multidão de pessoas,
Existe alguém que te admira,
Mesmo que você não perceba.
Os grupos são capazes de ser tão morais e inteligentes como os elementos que os formam; uma multidão é desordenada, não tem objetivo próprio, e é capaz de qualquer desatino com exceção de ação inteligente e de pensamento realista. Agrupadas numa multidão, as pessoas perdem o poder de raciocínio e a capacidade de escolha moral. A sugestibilidade pode ser fomentada até o ponto em que cessam de ter qualquer juízo ou vontade própria. Tornam-se excitáveis, perdem todo o senso de responsabilidade individual ou coletiva, são sujeitos a acessos súbitos de ódio, de entusiasmo e de pânico
(Admirável Mundo Novo)
Eu descobri muito cedo que a melhor maneira de se destacar na multidão era escolher a multidão certa para se destacar.
Lamento ver a "morte" do indivíduo. Há muitos que só conseguem alegrar, orar, cantar, enfim, viver, se estiverem na multidão.
Que alegria foi para quem louvou a Deus, por Jesus, de coração, em alta voz, no meio da multidão, "dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!" (Lc 19.38)
O carisma disse ao caráter: Eu não preciso de você para ajuntar uma multidão. O caráter respondeu: Mas precisará para mantê-la consigo.