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Oração do Milho
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.
Fui o angú pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paiois.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o carcarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde
Sou o milho.
Parodiando
Pois eu quero
comer arroz com pequi,
temperado com pimenta da boa.
Pamonha doce ou salgada,
enrolada em folhas tenras:
o creme de milho verde,
queijo curado e ralado,
canela, assim, bem moída,
o creme de milho verde...
Como se fosse um presente.
Eu gosto também - de outra coisa...
Enrolar o meu amor bonitinho,
Do jeito que cabe no coração!!!
_______________Delza Marques
Tu és linda.
Tu és bela como uma flor.
Tu és tão linda que poderia ser chamada de amor.
Tua beleza não se compara nem com o nascer do sol do sertão Pernambucano.
Teu brilho é inebriante aos olhos de quem vê.
Teu vapor traz cheiro hipnotizante e delirante.
Teu nome, és cuscuzeira
mãe do saciador de fome chamado cuscuz..
É tempo de pular fogueira,
celebrar o folclore e a cultura brasileira.
É tempo de comer bolo de milho,
passar a tradição, de pai pra filho
É tempo de fortalecer a fé!
Que tenhamos um lindo dia com muito forró, fogueira e quadrilha, que também tenha bolo de milho, pamonha, canjica, tapioca e canção, porque vem do meu Nordeste, que faz o melhor São João.
Milho.
Isso tudo aqui faz bem
no sertão ou na cidade
no brejo faz também
comida de qualidade
porque nosso milho tem
um milhão de utilidade.
Pombos de rua não aprendem a procurar comida, pois tem sempre quem lhes jogue milho na praça. E este acha que está ajudando.
Bolos da Marta
Tem bolo de milho
Pro café do pai,
Pro café da mãe
E o lanche do filho.
Tem bolo de queijo
Com gosto de beijo de lá da canastra.
Tem de chocolate, cenoura, laranja
Limão e aipim.
Quando o cheiro se alastra
Com cravo e canela é bolo de pudim.
Leva bolo freguesa
Põe bolo na mesa, de segunda a quarta
Na quinta e na sexta
Tu leva uma cesta de bolos da Marta.
Pro fim de semana
Tem bolos da mana
Com gosto de festa
Leva bolo freguês
Deixa um dia do mês
Para o bolo floresta.
Mesmo com o calor da mudança, nem sempre alguns milhos-pipoca viram pipocas. Apenas piruá. Um dia, quem sabe?
Não sou de marcar bobeira
Pra cima de mim não dá
Quando vinha com teu milho
Eu já ia com meu fubá
20 de Março - Dia da Agricultura
Na terra onde nasci
Têm tudo para se dá
Milho, feijão, jerimum
Com eles fazem um maná
O sertanejo no plantio
Na porteira um assobio
P'ra famia alimentar.
Bolo de milho
Hoje eu acordei,
Lavei as remelas dos olhos que durante a noite maquiaram meu olhar,
Fiz café e cavalguei,
Coloquei uma frase onde ontem tinha esquecido,
Encarei os fatos e percebi
Que a roça é farta.
Me inspirei em um milharal,
Pensei,
Aos olhos de muitos animais,
É um alimento diamantado,
Aos olhos das aves,
É ouro de alto quilate,
Entre um pensamento e outro,
Coletando o leite da espiga,
Ralando e temperando,
Foi aí que vi,
Um roçado de milho.
E aos olhos e nas mãos de um poeta,
Criou-se uma poesia,
E no glamour dessa inspiração,
Tornou-se um bolo,
Feito a mão,
Com sabor puro de sertão.
Autor:Ricardo Melo,
O Poeta que Voa.
PAMONHA
Pamonha...
Iguaria do quintal do Goiás
Na tradição ponha
A moda, aliás
Saborosa
Do milho verde, assaz
Na palha, trouxa cheirosa
Cremosa
Apetitosa
Também,
das Gerais
Quentinha e requentada
É sempre mais...
Tradição nos arraiais
Da culinária ais, lais
Dos milharais
No costume instituído
Quem nunca, jamais
Servido!
é demais...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
mingau
e por falar em milho
rala-se no ralo grosso
panela e açúcar no fundilho
cravo e canela um colosso
pra gosto e temperar
e não ficar ensosso...
meche, meche sem parar
no fogo, um alvoroço
olha o leite pra engrossar
quero ver se alguém resiste
este doce paladar
de igual não existe
da roça pra qualquer lugar
mingau de milho verde, hummm!
os beiços a lambuzar
de um sabor incomum
pode acreditar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
27/09/2019, sexta feira
Araguari, Triângulo Mineiro
O Milho que celebro
é o Milho Brasileiro
que já havia antes
do colonizador,
ao Milho Brasileiro
devoto o meu amor.
Milho divino Milho
da nossa História
que já era conhecido
e consagrado como
cereal por nossos
povos originários.
Milho abençoado Milho
da palha das bonecas
da minha História
de vida, da minha poesia
que enfeita a vista
e atrai boa energia.
O Milho Brasileiro
que celebro é o Milho
das receitas e das Histórias,
o Milho que alimenta
os rebanhos e por ser
um alimento franco
que nunca vem com enganos.
Um saboroso Milho na brasa
com manteiga temperada
sempre deixa a gente
com água na boca e encantada.