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Ser “certo”, “bom”, “correto”, “honesto” são metáforas que já deve qualificar o caráter de qualquer homem. Não de estar prestando favor.
Desapego é ser como as metáforas que se entregam ao intérprete e se tornam aquilo que cada um pode obter delas.
A efemeridade do julgar
Manhã fria que aos poucos se aquece. Como de rotina metrô cheio. Pessoas com histórias, idades, gostos, estilos... enfim, a diversidade que há numa metrópole. Os que conseguem viajar sentados: livros nas mãos, jogos, trabalhos, pastas e um estilo próprio que toca aos seus ouvidos, hora suave, hora gritante, assim é a manhã de um paulistano.
De repente as portas se abrem, uma senhora entra...olhos amedrontados, corpo encurvado e as pernas ansiosas por um assento... ninguém levanta e nem a percebem; os sentados fecham os olhos e a ela menosprezam...ela procura o banco azul em tom claro. Logo avista uma moça, sentada no banco em que ela se enquadraria. Moça elegante e sorridente, traços de pouco sofrimento e um meigo olhar para a senhora que ali permanecia.
Um senhor já grisalho, ao ver tamanha frieza logo exclama: "já que os jovens não se levantam...assenta neste banco minha senhora...". A moça ergue a cabeça e avista os olhares de reprovação. Sorriu e novamente a seu livro se fixou. E na longa trajetória a ela todos olhavam...
Na penúltima estação um jovem rapaz se aproxima, com duas muletas e pernas saudáveis. O Rapaz elegante da moça se aproxima, e a entrega seu apoio e as muletas que nas mãos trazia. Todos pasmos. Quem diria? Aquela meiga moça uma de suas perna já não possuía...
LINHAS E TONS
Num dia ensolarado, concentrada, caderno, caneta e meu pássaro, uma criança se aproxima: "Para quem escreve? Quantas rimas!" São os olhos vivos e interrogados de quem pouco aprendeu da vida, que palavras são força e coração.
"Palavras complexas e bonitas, parece que até as sábias rimas ganham coerência e coesão. Foi destarte que aprendi, no primário lá na roça, que ir à escola gastava horas", assim dizia certo ancião.
Para um filósofo que conheci, são tons coloridos em versos e linhas, palavras que expressão amor e sentimentalidade, que alguém sensível redigiu. Parece-me que alguns jovens as desdenham, marcando neles uma vida efêmera e que a esperança se apagou...
Já o artista ao lê-las interpreta em canção, teatros, romances ou ficção, o roteiro simples de palavras humildes, para aqueles que por meio da performance, conseguem ver a intensidade dessas LINHAS E TONS.
As frugais palavras mencionadas são versos em estrofes ou escorridos, que alguém sensivelmente compôs. São versos que a criança apreciou, muitos jovens não entenderam, o ancião compreendeu e o filósofo analisou. Nesses tons e linhas, os chamamos de POESIA um gênero literário em harmonia sem nenhuma métrica rígida, que na liberdade do artista, despertam sentimentos, lembranças, saudade e amor...Eis a POESIA!
O Último Toque
Capela entreaberta, credência posta, ambão entornado em verde e o lecionário aberto! Liturgia em tempo comum e a rotina diária de um grande hospital com sua complexidade: muitos doentes, familiares em oração, religiosas preparando a celebração, o terço deslizando nas mãos com petições e meu violão ao lado, esperando o momento certo de ser tangido.
O sacerdote se aproxima. Uma religiosa se levanta para acender as velas e enunciar o primeiro comentário da celebração e suas intenções. Pego meu violão e já anseio pela penúltima melodia, a única que consigo enternecer com facilidade. Ainda estou aprendendo!
A celebração se inicia. Durante a procissão de entrada, sinto que alguém fixou os olhos em minhas mãos. Pergunto-me: “será que estou tocando errado?”. A celebração prosseguia e o olhar daquele moço continuara inarredável. E aos poucos o jovem rapaz de banco em banco se aproximara lentamente.
Fiquei pormenorizando cada passo de sua aproximação. Já estava no ofertório, momento de entrega e concentração, quando vem ao em minha direção com um pedido insólito: “Por gentileza, posso tocar a música da comunhão?”. Logo me enraiveci. Era a minha música preferida! Levantei-me e fui ao encontro da religiosa responsável no intuito da não aceitação desse pedido esquivo. A irmã, já anciã, com o olhar compenetrado disse-me: “Deixe-o tocar!”.
A missa prosseguiu. Momento eucarístico. Enciumadamente, entrego-o meu violão. Para nossa surpresa, ele tocara maravilhosamente cada nota, numa harmonia que chegara ao coração. Mãos que tocavam divinamente e olhos em lágrimas que não pareciam ter fim. Questionei-me tamanha emoção, mas senti que vinha consigo uma dor inexplicável. Terminando aquele momento rico e divino, devolveu-me o violão com um sorriso satisfeito, porém senti que ainda havia uma dor imensurável naquele olha.
Após a benção final, como de costume, comecei a guardar os instrumentos musicais. Aquele moço que me surpreendera já havia se retirado. A religiosa anciã veio-me ao encontro e disse-me algo que jamais esquecerei: “sabe aquele moço que lhe pediu o violão? Eu permiti com que ele tocasse e vivesse aquele momento único, pois seria seu último toque”. Perplexo a questionei sobre o estranho “último toque”. Ela olhou-me, já lacrimejando, respondeu-me: “Nesse momento, ele está dirigindo-se ao centro cirúrgico e amputará o braço direito. Esse foi o seu “último toque””.
Olhares tímidos me seduzem.
Sinceros e tímidos.
Talvez um beijo na boca não seja o ápice.
Talvez um simples cumprimento, um olhar – tímido
seja mais nobre.
Troca de palavras,
importância,
toques afáveis,
confidências,
metáforas,
personificações...
Sem metáforas
Feito menino atrás da bola.
Feito caderno indo à escola.
Feito pipoca pulando na panela.
Feito príncipe na busca da Cinderela.
Toco na pele cheirosa e macia
Da mais inspirada e sensível poesia.
E do verso balançado pela ventania,
Brota sorrindo o mais belo cacho de alegria.
Sigo no sinal verde da vida.
Escrevo uma frase para nunca ser lida.
Bate a angústia intrometida,
Soa o sinal, é hora da despedida.
Metáforas são importantes. São como a curva na assinatura de um documento, ou como a frase que antecede a morte do vilão de uma história.
O ser humano usa em média 4 metáforas por minuto. Portanto, desconsidere 30 segundos numa conversa, pois no fundo não querem dizer o que pensam.
O tempo é relâmpago: rápido e inconstante, que só pode ser vivido por quem captura o momento certo e aproveita-o da forma mais intensa. Nós somos raios, a vida é tempestade. Somos raios-humanos convocados pela tempestade-vida para possuirmos um momento de experiência e aprendizagem.
Sábio o raio que ao mesmo tempo que é calmo e sereno possui também certa gradação e doses de ousadia. Feliz o raio em que no momento da tempestade-vida venceu seus limites, ampliou seus horizontes e superou a si mesmo com sua grandeza interior, realizando a mais bela performance.
Entretanto, logo a tempestade-vida passará, nós raios-humanos não existiremos mais, seremos completamente esquecidos e consequentemente transportados para uma dimensão desconhecida sem possibilidade de retorno.
Então... Que o relâmpago seja valorizado, os raios ousados, E a tempestade vivida!
No ponto dos meus trinta e poucos anos, percebi que não sou o tipo de pessoa que sobrevive de metáforas. Eu quero viver o real, o palpável. Na concretude dos momentos é que eu me defino ou me reinvento.
O Campo e a Rosa
Sabe amor...
Antes de vc chegar na minha vida
Eu era só um campo vazio e sem graça...e todas as rosas q eu tentava plantar murchavam e morriam em pouquíssimo tempo...Mas aí sem eu menos esperar começou a nascer um botão de rosa tão lindo no meu campo...mesmo eu pensando q por mais q eu me dedicasse a ele todos os dias assim como fiz com os demais botões imaginei q com ele n seria diferente iria murchar em pouco tempo tbm...mas simplesmente comecei a me dedicar a ele pois vi algo especial naquele botão então comecei a cuidar dele regando de manhã, de tarde e a noite....Senti q aquele botão traria alegria ao meu campo...e com o passar do tempo fui vendo q ele começou a se transformar em uma rosa e eu fiquei tão encantada pois nunca havia visto uma rosa tão tão tão linda quanto aquela e q ao olhar p ela conseguia sentir um amor imenso...e meu amor pela aquela rosa éh tão grande q ela começou a se multiplicar no meu campo...agora passeio no meu campo todos os dias feliz e sentindo seu belo perfume....por isso q por todo lado q eu vou tenho minha rosa por perto ela sempre estará cmg me fazendo bem....e agora meu campo além de ganhar cor agora começou oq éh um verdadeiro amor!
Te amooo!!!
É, talvez você tenha razão: rosas são lindas. Pena que elas murcham e deixam de exibir a façanha de um aroma agradável.
"Se agarrar nas metáforas, sem entender o seu aprofundamento e significados é um problema para a realidade e um prato cheio para o sistema serpentiano."
"A carne capiciosa desabrochou, revelando com tamanha clareza seus divinos pecados hediondos. Havia um aroma inexplicávelmente doce, transbordando sem exprobar aquele falso centelho da vida nas pequenas sementes que ainda iriam nascer contra a pele dominada de constrangimento e virilidade. Para que censurar se mesmo assim os tolos comem do corpo errado e bebem do sangue amargo?"
Saber o momento de certo de brindar é essencial para que o momento se eternize, espere quando estiver tudo só o brinco, então é a hora exata pra furar a orelha.
Cinco letras presas na garganta, e uma incógnita a ser desvendada, es que tudo só faz sentido, quando se é sentido, e muito melhor do que palavras vagas são atitudes cheias.
- Naylson Souza -
Já contei sobre essa mulher?
Ela tem uma doçura amarga
Bebendo sensações por prazer
Engarrafando suas motivações
Ela está ficando velha
Velha demais para ser feliz
Para aproveitar quem ficou
Para esquecer sua cicatriz
É tempo de colher amizade
De rir, e brincar, e cantar
Preparar reuniões em família
De sorrir e se emocionar
Velha demais para sonhar com o amanhã
Está escrevendo suas ultimas linhas
Esperando La Muerte chegar à porta
Saboreando a última xícara de lembranças