Tag madrugada
Eu não tô entendendo nada
Parece até que é pique-esconde
Ela, em plena madrugada
Desliga o celular e some
Encarando de frente
A madrugada.
Percebo...
Não ter medo do escuro.
Tenho medo de revelar
Que dentro de mim
Há escuridão.
É madrugada e ao longe eu ouço uma música romântica. Eu não queria lembrar você, mas é madrugada.
Tá tocando Tim Maia... eu não queria lembrar você.
Culpa da música, culpa sua, minha e da madrugada por me fazerem lembrar de você.
Acordo. Era um sonho.
Não havia música, só a madrugada.
Amo lembrar você.
NOITE
Amo a noite.
Como uma coruja que nos espreita camuflada.
A noite trabalha com o lado mais interno de nossas imaginações.
À noite nos aprofunda.
Quando falamos sobre assuntos que as criaturas do dia desconhecem, conversando sobre filosofias excêntricas e concluindo sobre todas as questões que abalam a humanidade.
Quando comemos aquele lanche magnífico, surpreendente, num “podrão” da esquina, ou mesmo quando um assalto noturno a uma geladeira soa tão divertido e agradável quanto a primeira vez que se anda de montanha russa.
Durante as madrugadas o mundo muda.
Os gênios tem idéias geniais.
Os cientistas descobrem curas.
Os militares decidem o melhor momento para o combate.
As paixões se tornam saudade.
Os desafetos viram passado.
Bons livros.
Boas bebidas.
Diversão sem hipocrisia.
Abajur, meia luz.
Velas, roupas espalhadas pelo chão.
À noite me basta.
Sou da noite, gosto das estrelas, da lua, dos planetas distantes, da possibilidade de avistar uma luz vagando pelo céu estrelado das pequenas cidades.
Dou uma olhada na janela para verificar se nenhum alienígena está disposto a me pegar para dar um rolê pelas galáxias e sem querer, vejo um vaga-lume piscando por entre arbustos da casa ao lado.
Infelizmente não era o que eu esperava, mas sinceramente, eu me sinto particularmente bem essa noite.
Espero que estejam se sentindo da mesma forma!!
Então, até acho que vou ficar para ver o dia nascer.
Pois na noite temos soluções pra tudo!
No sereno da madrugada,
a solidão entrou pela
janela do meu quarto,
e senti uma saudade
imensa do seu cheiro.
E a minha alma
intensificou mais os meus
pensamentos em você.
Já já o Sol nasce, mais uma vez para se por apagando sua cor e trazendo a noite e com ela a Lua que grita e vem a madrugada que guarda um silêncio ignorante, um céu estonteante, no pensamento num instante uma alegria ou uma tristeza constante...
A bela que hoje me acompanha
Saudade!
Igual a beleza.
Tão parecida
que confundida;
Bela ao ser sentida no lugar da felicidade.
Saudade...
Daquele alguém,
Que já fez bem ao lembrar,
Daquela coisa... Sabe?
Que a tanto tempo deixei de usar,
De amigos que passaram aqui!
Na minha vida.
Saudade...
Da chegada...lá!
Da saída...
Da morada,
Da namorada,
Do velho de idade.
Saudade é mal tratada,
Mal amada,
Rejeitada,
Por quem a tem por perto!
Ser forte diante desta bela presença, e
Escolher a solidão em seu lugar,
só pode ser uma máquina!
Para completar.
Solidão fria!
Onde ela late!
A saudade mia.
E isso vira briga...
Feliz é o coração!
Que por opção escolheu a saudade,
Para lembrar de quem amou,
Quem o amou...
Solidão faz ao coração tortura por lembrar!
Um torturado!
Faz bem a sí.
Esquecendo que um dia amou,
sendo uma alma perdida
a procura de quem o matou...
Estou bem acompanhado,
dela falo empolgado,
Feliz, extasiado...
Ai! Ai! Que Saudade...
A vida cotidiana
Cada vida é eterna com sabedoria,
O conhecimento na caverna transforma,
Com medo constrói uma cena cativando alegrias,
Com tranquilidade deixa a pena para olhar, lá fora!
Falam que louco parece;
Fazem pouco do que acontece, na vida;
Pedem trouco de felicidade na despedida;
O que louco parece quando sensível com a vida?
Pensam amar no mar de coisas da vida.
Calam quando amar mostra a imperfeição;
Na eufórica canção amar é festa,
Na dramática visão amar é tolo.
Eterna é a vida que ama com alegria;
Cansada, ferida, triste...
Na caverna caída a escravidão fica livre,
A cena do medo destruída frente ao belo teatro.
Sensível e insensitivel na despedida caminham separados.
Essa é a lei, da doce amarga vida!
Sinta sua respiração!
Ao dançar sua melhor música,
Junto com essa tristeza pé de valsa...
Vestida como sentir-se bem,
Respirar o puro ar do momento;
Viver como o vento que toca em sentimentos gelados,
Nunca deixando ser o que aquele sentimento é!
Sinta sua respiração, tenha fé.
Primeiro em sí para depois resolver o problema de colocar fé no outro...
Sinta...
Foi numa madrugada dessas, sem sono, me levantara para ir ao banheiro quando de repente, no corredor entre o banheiro e a sala me deparei com um ser de outro mundo.
"Quem é você, posso te ajudar em algo?"- perguntei. Depois de um breve sorriso largo e amarelo, ele me respondeu.
"Sim, sou um fantasma, fui enviado para atormentar alguém aqui nessa casa hoje, procuro a Denyse, conheces? sabes em que quarto ela se acolhe?"
"Sei sim, é a minha irmã! Dorme bem alí na frente" - e apontei para o quarto.
"Acho que ela não está"
"Não custa nada tentar" - encorajei-o
"Certeza? Então vou tentar." - concordou ele. E continuei indo ao banheiro, terminei, voltei e passando por ele, o vi batendo na porta, chamava o nome dela bem baixinho com a boca encostada na porta e nada, esperava um retorno dela, batia novamente na porta e nada. Já deitada ainda continuara a escutar as batidas dele na porta, chamava o nome dela bem baixinho com a boca encostada na porta e nada, esperava um retorno dela, batia novamente na porta e nada, virei pro outro lado da cama, e as batidas continuara cada vez mais insuportáveis, primeiro as batidas, depois gritos, depois batidas de novo, depois gritos, gritos, gritos, gritos, choro, choro, grito, batidas de novo, gritos, toc toc, me atende, toc toc, choro, gritos, gritos, gemidos e gritos.
Na verdade, na verdade, meus amigos, quem recebera todo o tormento daquela noite era eu.
Moral: Quem muito entrega também se ferra.
Nunca sei como é que se pode achar um poente triste.
Só se é por um poente não ter uma madrugada.
Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?
( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa])
Sou amigo da madrugada. Consigo ouvir o uivar do vento, o cantar dos pássaros, a gota d'água que cai na terra após a chuva e o ronco do meu vizinho.
O pior da insônia é saber que a madrugada não tem limites...
Ainda mais depois de uma coca-cola, o caminho do banheiro vira uma Highway!
Então em meio a madrugada
Sentindo você perto distante em sono profundo
Fui chegando de mansinho
Sentindo seu calor, seu cheiro, sua respiração
Incontrolável desejo de ti sentir e assim o fiz
E como era de esperar estava eu nos seus sonhos
Pois ao leve toque dos meus dedos em ti
Senti seu abraço fazendo meu corpo tremer em mim
Não resisti por fim e me entreguei mais uma vez e sempre
Ao gosto do teu prazer
Na madruga, sozinho, pensando enquanto a cidade dorme eu vejo que as vezes é até bom perder algumas coisas: as chaves, as meias, o vôo. A cabeça, a fome, o norte, o ar... Ah, não! Perder não! Bom mesmo é quando te roubam isso.
para apagar no dia seguinte
tenho ideias madrugueiras
chegam como se fossem o último ônibus
me apressam a sair da cama
a largar o sono
a temperar a alma.
batucam em minha cabeça
a força de mil tambores
não me deixam dormir
acendem chama
são meus donos
me tiram a calma.
se cedo e levanto
viro costureira
que tece ponto a ponto
pano que não termina nem começa
coisas de amores, dores, rumores.
ao primeiro raio
tudo se aquieta
e o que era ideia
permanece
o que era insônia
desconto.
Eu vou voar num cometa
Eu vou trocar de planeta
Eu vou trazer minha casa pra esse lugar
Me deixe sozinho aqui,
Pois preciso respirar.
"Sou noites infindas acordada vivendo a vida das minhas distâncias. Sou silêncios barulhentos na madrugada tentando alcançar o que jamais me alcança."
Uma poesia vagueia.
Ela precisa de um abrigo
e invade o meu quarto na madrugada.
Por isso, atrevida, me acorda.
As palavras chegam e partem
(alegres ou tristes).
Ecoam seus versos
igual ao som de sino rouco.
Envolvem minha alma.
Em troca, florescem os meus sonhos.