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Poema da sacola
A sacola carrega a mão
E um corpo acompanha
É tanta sacola
É pressa tamanha
Que ninguém percebeu
Que uma sacola
Se jogou do décimo andar.
esconde-esconde
me escondi atrás de um poema
mas não era largo
o suficiente
o pior foi me esconder
displicente
atrás de uma vida tão...
transparente.
POEMA DE DUPLA FACE
Quando morri, um anjo burocrático
Desses que vivem nas luzes das repartições
Disse: Foste, Jorge! Foste trouxa na vida.
E tudo isso porque espiava nas fechaduras dos sonhos...
Somos aves
Presos em uma gaiola chamada mente
E o princípio benevolente
Nos convida porta a fora
Os arquétipos são as chaves
das profundezas do inconsciente
Tudo está dentro da gente
Mas saiba que a noite antecede a aurora
Seja fênix renasça das próprias cinzas
Coragem é necessária
Seja ousado transborde a luz
Pois se é o misoneísmo quem o conduz
Serás sempre uma águia
Que teima ser um avestruz.
Em infinitas possibilidades
Anseia-se a liberdade
Para compor sua própria música
Em uma escala subatômica muda-se a percepção
Transforma todas as coisas
Somente numa coisa única
Cada segundo uma nota
Cada nota uma cor
A dor é uma experiência quando há distância da essência
No cinema da mente busque ser o diretor
Mas se perdemos o controle do barco
Pensamos que somos fracos
Ignoramos a onda probabilística
Até que percebamos que somos a própria água
O pensamento é a prancha
E que tudo se resume em aprender a ser surfista.
Toco você nas rosas...
Estive olhando para você
Na minha forma de te ver
Em meu secreto lugar
De acreditar que você existe
Não sou eu Deus,
Mas te fiz linda aos meus olhos
E não há neste mundo algo com a tua beleza
É nas estrelas do que posso te ver.
Sentado aqui na areia de minha praia
Fico horas a te admirar e tão distante tu estás
Mas o prazer de te ver é tão doce e meigo
Que posso sentir o teu carinho
Talvez e acredito que tu ainda não existas
Não existas aqui em algum lugar
Lugar que eu possa tocar você.
Vejo teu rosto nas estrelas
O teu corpo está em meus sonhos
Podes me amar na tua inexistência
Tu és o amor que tenho em apenas te sentir
Venho para perto do mar
É onde posso ouvir tua voz
É teu canto e o tocar das ondas nas pedras
É no som das ondas que me declaras teu amor.
Gosto quando chove posso me molhar de ti
Posso sentir teu corpo a me envolver
É na chuva que sinto o quanto choras
É quando teu desejo de estar a meu lado transborda em ti
E fico ouvindo teu chorar, me encantas com teu amor.
Teu sorrir é pela manhã, feliz ao ver o sol,
E te encontro em minhas rosas
Lá posso sentir o teu perfume e tua beleza
E com cuidado posso ter em minhas mãos
Me despeço de ti e posso ir em paz
Levo tua imagem, teu sorrir e teu perfume
O que melhor posso ter de você
A tua presença viva,
Eternamente dentro de mim.
José Henrique Boia dos Santos.
A verdade!
O amor pode ser vazio
O amor pode ser triste
Ele pode até não ser amor
O amor é meio estúpido
Inconsequente e imodesto
Fantasia ou ilusão dos que tentam encontra-lo
Pode te fazer chorar pelo que?
O amor não te outorga saber.
E sem saber ele te leva nos braços.
Viaja contigo em sonhos
Você nem sai do seu lugar
Mas ele te faz ver coisas
Essas coisas que são apenas seus arbítrios
O seu desejo de que existam
O amor é um covarde que te atinge pelas costas
E você tem de levantar sem ele
Sem que ao menos cure teus pesares
O tempo te destrói antes da cicatriz
E você caído como um guerreiro perdido
Derrotado pelo que tanto lutou
Apenas vê a tua frente um caminho a seguir
E este está sem direção, sem qualquer luz,
E o amor te assiste tentar sobreviver
Sem o alimento da alma e da carne.
O amor é sim o culpado de sua própria morte
Apesar de ser eterno ele morre
Morre matando aqueles que lutaram por ele,
Deixando nas ruas os que mendigam por carinho
O amor é um sentimento, um diamante de sal
Toda lágrima o dissolve,
Toda dor o enfraquece
Não há amor no amor,
O que o poeta escreve é apenas dor
E não é ele um fingidor,
A dor da decepção do que pensou ser amor
De ver o amor em suas fantasias
De ver o amor em seus sonhos
De ver o amor nas pessoas
O amor existe sim!
O amor existe sim!
José Henrique Boia dos Santos
"Há muito brilho no mundo sem nenhuma luz,
Onde a escuridão muitas vezes não é o fim, mas apenas o caminho a seguir para que se perca o brilho e se encontre a verdadeira luz."
José Henrique 🌹
Eu vejo rosas
Onde talvez elas nem existam
Mas eu as vejo
São rosas sim
Sim são rosas
Talvez elas ainda não saibam
Mas são rosas sim
Talvez não se sintam assim
Mas são rosas sim
São rosas para mim
Porque eu as vejo assim
Porque assim as cuido
Eu vejo rosas
Eu as sinto assim
Do olhar de um homem🌹
José Henrique
Na minha bagunça só têm lembranças, elas não vão embora se você ainda continua lá; apertando o mesmo botão pra voltar.
Remoendo as cenas boas, o gosto do vento em teus lábios.
Quero jogar tudo isso fora, começar de volta.
Se acabou não foi verdadeiro.
Mas, e se a verdade é uma mentira criada para nos abraçar?
E esses trechos escondidos, que talvez serão lidos por dois olhos verdes acastanhados. Um dia?
Me pergunto quando, me pergunto onde. Que seja de toda via, em mão dupla,
que me siga de carona e também de motorista. Que aceite minhas paradas e desvios pelas pistas.
Realmente é cafona, sujo, brega e esdrúxulo.
Por isso me sinto em casa, é formal.
Por que sou eu na forma material desse estabelecimento banal, em uma metamorfose de cadeiras geladas e duras.