Brancura invernal
ofusca os olhos que assistem —
Horizonte calmo
Frio matutino —
Celeiro desperta cedo
com galos em rinha
Neblina dourada —
Aguardo o momento certo
pra mover a sombra
Cata-vento gira
e a mente custa a lembrar —
Vida passageira
Princesa do lago
dentro do sol de verão —
A carpa real
Cerração lá fora —
Chinelos em formação
igualdade una
Dentro do tori
céu e lagoa se enquadram —
Perfeita harmonia
Inverno remoto —
Vivo o momento presente
com katana em punho
Céu azul profundo
do lago faz o seu espelho —
Paisagem perfeita
Folhas secas caem
por entre os raios de sol —
Estrada forrada
Mar de primavera —
Miyagima sempre linda
dentro do tori
Descanso de pé,
relembro dias passados —
Sorriso na neve
Flores vermelhas —
Um bouquet se sobressai
sozinho no galho
Agosto chega —
O vento toca o trigal
colheita está perto
Na noite curta
os barulhos da cidade —
Distante e brilhante
O banco vazio
coberto de folhas secas —
Solidão convida
Vão de flor em flor
zumbem por entre as cores —
Ágeis operárias
Na brisa úmida
o som contínuo do rio —
Caminho do meio
Primavera rosa
Perfuma toda a manhã —
Aromas singelos
Nos cálices de ouro
abelhas buscam a vida —
Colmeia repleta
“Este presente
não existe sem o passado
que o futuro espera”
Deite na luz da lua, olhando para os astros, ouça uma música e sonhe com anjos.
Céu azul invernal —
Pra cerejeira despida
também chega a idade
Na branca Izushi
Toris sangram a neve —
Marcas no caminho
A Chuva termina
e a tarde também tem fim —
Flores cintilam