Tag gritos
O silêncio, às vezes esconde um grito;
Os devaneios escondem uma explosão de negativas emoções;
Os sorrisos, muitas dores...
Outras vezes, as gargalhadas são lamentos, pedidos de socorro.
Se é contraditório, por vergonha.
Se é interpretado no engano.
Celebra-se algumas coisas,
Noutras se está desabando...
Fortes em poucas coisas,
Fracos na maioria.
Falantes no que não convém,
Calados no bem...
Entendendo tudo, não sabendo de nada.
Prometendo o mundo,
Tendo as mãos vazias.
Embriagado sem beber,
Engasgado sem nada na garganta...
Tendo a certeza de tudo,
Morrendo na dúvida.
Vivendo, sobrevivendo...
Respirando.
Régis L. Meireles
Após a tempestade
as folhas que de mim se desprenderam
são restos de uma fúria sem sentido
Após a tempestade
os galhos quebrados são os gritos de uma
alma castiga pelo vento da insensatez
Após a tempestade
restam as poças de lágrimas de um
coração ferido pelo furação
das palavras sem amor
E depois de tudo, a brisa que alivia todas
os arranhões limpa as nuvens carregadas
de tristezas e trás consigo o sol que irradia
o lado colorido do arco íris..
É difícil acreditar que houve uma temporal.
Talvez tenha sido apenas uma garoa
e aquele tumulto não se passava
lá fora e sim aqui dentro
Palavras Alheias
Gritos mudos, atordoam.
Palavras não ditas, ferem.
Amores mal resolvidos, castigam.
A vida, só te ensina.
A poesia, te dá esperanças.
A poesia, só dá a direção a um Eu já perdido.
Inocente
Dormente, assim estou
Feliz, assim eu sou
Abra seus olhos
Veja como sou..
Tranquilo e anil
Como silencio após o tiro do fuzil
Vermelho, como o sangue que se esvaiu
Medo, como nunca sentiu...
Gritos, que nunca ouviu
Sonhos, que não se despediu
Roupas, que se quer despiu
A vida se foi, e ele nem viu...
Foi numa madrugada dessas, sem sono, me levantara para ir ao banheiro quando de repente, no corredor entre o banheiro e a sala me deparei com um ser de outro mundo.
"Quem é você, posso te ajudar em algo?"- perguntei. Depois de um breve sorriso largo e amarelo, ele me respondeu.
"Sim, sou um fantasma, fui enviado para atormentar alguém aqui nessa casa hoje, procuro a Denyse, conheces? sabes em que quarto ela se acolhe?"
"Sei sim, é a minha irmã! Dorme bem alí na frente" - e apontei para o quarto.
"Acho que ela não está"
"Não custa nada tentar" - encorajei-o
"Certeza? Então vou tentar." - concordou ele. E continuei indo ao banheiro, terminei, voltei e passando por ele, o vi batendo na porta, chamava o nome dela bem baixinho com a boca encostada na porta e nada, esperava um retorno dela, batia novamente na porta e nada. Já deitada ainda continuara a escutar as batidas dele na porta, chamava o nome dela bem baixinho com a boca encostada na porta e nada, esperava um retorno dela, batia novamente na porta e nada, virei pro outro lado da cama, e as batidas continuara cada vez mais insuportáveis, primeiro as batidas, depois gritos, depois batidas de novo, depois gritos, gritos, gritos, gritos, choro, choro, grito, batidas de novo, gritos, toc toc, me atende, toc toc, choro, gritos, gritos, gemidos e gritos.
Na verdade, na verdade, meus amigos, quem recebera todo o tormento daquela noite era eu.
Moral: Quem muito entrega também se ferra.
Dei gritos de dor, e de cólera, pois a dor parece uma ofensa à nossa integridade física. Mas não fui tola. Aproveitei a dor e dei gritos pelo passado e pelo presente. Até pelo futuro gritei, meu Deus.
Psiu! Silêncio!
Não acorde o silêncio de um coração triste
Com palavras, GRITOS e assovios.
Mas com um sorriso lindo e um abraço amigo!
O que penso?
As vezes deixo de dizer o que penso
Sinto que não vale a pena, e nem o tempo gasto
Na maioria das vezes penso diferente
Não sou de me conformar com realidades
Gostaria de poder dizer tudo o que eu penso
Gritaria para o mundo todas as minhas verdades
Faria até as montanhas tremerem diante dos meus desabafos
Faria uma tempestade verbal, sentimental
Poderia assim me sentir leve e tranquilo comigo mesmo
Mas não consigo escrever nada que saia daqui de dentro
O que escrevo? Apenas descrevo. Tudo a minha volta
Me finjo de "morto", que não vejo a verdade
Pois se eu realmente gritar, será que alguém vai escutar?
“Ouve-se então gritos, e dos gritos, o estilhaçamento de ossos como galhos pisados. Da coragem ao medo, do rosado ao branco, sorriam por disfarce o terror que corriam até os dedos, e alguns sorrisos só serviam prantos.
(Extraído do conto: "O Sobrevivente: Menino Lobo. 2016. Klaine, Kelvi.)”
S--O--O
Finalmente chegou o momento em que alcancei o que eu menos queria: um colapso mental, não sei mais o que fazer, não tenho mais equipamentos para ir contra a corrente.Porém, se eu parar, muitos morrem. Se eu continuar, minha alma continuará apodrecendo.E se eu desistir...
Pode ser que eu apodreça a alma dos outros.
Tem uma saída, sempre tem.
Mas não tenho coragem de tentar alcança-lá, não consigo lutar sozinho e não tenho condições de gritar por socorro.
Não é aos gritos
que vão me fazer ouvir
suas falsas verdades.
O que me faz acreditar são
os gestos
que você tem em sua vida.
Enquanto isso me farei de surda.
Convença com suas atitudes
e nunca precisara gritar
para ser ouvido.
Houve uma noite
Houve uma noite
em que toda a coragem
de mim se apossou.
E em minhas retinas
podia se ver
o mais puro furor.
Em mim bradavam-se gritos e gemidos
como os que bradam numa flor.
Vestidos de silencio
mas que o eterno alcançou.
E das veias desta minha existência
Recolhidas nas essências
o meu ego brotou.
Emergiu-se em fim
Se rasgando de mim
O profundo deixou.
Houve uma noite
Que não mais vou esquecer
Rompeu-se o enigma
De o meu inteiro poder.
Houve a noite em que pude me ver.
Enide Santos 07/10/14
Te amei de repente, e sem querer.
Briguei com a dor, pois não a entendia.
Banhei-me em lágrimas para lavar as feridas.
Lutei contra os contratempos.
E tantas vezes, fiquei de mal de mim mesma...
Um dia, pensei que havia matado o amor, mas enganei-me, pois era eu que estava em coma.
E eu conseguia ouvir os rumores do meu coração... Gritos e choros.
Até que eu acordei... Tive que aceitar que eu precisava daquela vida... Que eu precisava de vc pra viver.
Então o nosso corpo é uma festa, de gritos, uivos translúcidos, lúdicos, irônicos, que dança e rodopia, que se deixar enraíza e ali mesmo se cria, mas inquietos que sente frio e sente calor, o frio da dor o calor do amor e por fim pode estar em todos os cantos em rhythmos de festa ou transparente através da sutileza do grito num corpo em existência real e visível.
Sonhos Sonhados
Hei de ouvir,
nossos gritos…
Nossa alegria
atravessando todos
os sonhos sonhados nessa vida.
Quero ainda sentir o cheiro
da comidinha da minha tia.
Que tão delicadamente,
servia um prato a cada um de nós.
SÓ EU SOU EU
[...]
Hoje, quis ser como você quis que eu fosse um dia
como eu quis ser se eu fosse um dia
se eu fosse um dia como você
não seria só eu
mesmo se quisesse não seria só eu neste dia.
Do coração da poesia
É do coração da poesia
Que ouço os mais belos gritos.
E dos seus segredos
Colho pequenos viscos.
Há um oásis no tempo
Em que o verso se cria
E desta fonte de redenção
Despe-se o sentir da emoção
Toma-me, ó dor de poesia,
Inflama-me o corpo
Revista-o,
Soterra-o de amor.
Debulha este meu sofrer
Deixe-me em teus braços enternecer.
Doa-me seus rios
Infeste em mim seus brios
Empresta-me a tua cor
O teu semblante
O teu olor.
Resgata-me desta ilha
Regozija o meu falar
Apure o meu paladar.
Deixe o teu coração, ó poesia!
Com o meu orar.
Enide Santos 04/01/15
ABAFANDO OS GRITOS
Eu e essa mania de tentar escrever coisas que provavelmente sinto. O problema é que muita das vezes eu não entendo ou não sei explicar o que se passa comigo, então fico aqui assim, como agora... Empacada, sem saber como escrever o que estou sentindo no momento. O pior é que escrever é a única maneira que definitivamente consigo me desfazer de tais sentimentos. Escrever é a forma que encontro pra desabafar, desengasgar, sair do casulo, me libertar das algemas... Assim me liberto de meus sufocantes pensamentos que me fazem ter vontade de gritar o tempo todo. Eu me calo, abafo meus gritos dentro de mim e quando eles (os gritos) ficam mais altos que todos os sons externos, acabam fugindo pelos meus olhos.
Hoje confesso que não sei se o que eu sinto é a pura saudade, medo do que não estou me permitindo sentir, ou apenas tristeza. Não se engane, não é esse tipo de tristeza que estais a pensar... Falo tristeza vinda da decepção. Decepcionei-me comigo mesma. Eu jurei, prometi a mim mesmo que não iria mais me apaixonar, depois das coisas que me aconteceram, eu queria esperar. Mas eu me iludo fácil, crio expectativas pra tudo... Adoro abraços inesperados, uma implicância com pitadas de carinho, amo receber elogios e se eles não forem ligados a minha beleza são melhores ainda! Gosto de saber que a pessoa gosta do meu jeito de ser, assim eu não preciso ficar preocupada quando quiser usar minhas camisas super largas, andar descalça e sem maquiagem pela casa.
Tenho uma mania feia de me importar com as opiniões alheias, mas isso depende do meu humor. Tem dia que eu estou de bem com a vida e não me importo com nada, mas também tem aqueles que qualquer comentário acaba comigo. Em um dia posso ouvir "Nossa, sua cara é horrível" e continuar bem, no outro dia posso ouvir "Sua unha do dedinho mindinho é feia" e cair em prantos. Mas o "Zé" -o chamarei assim para manter a identidade do indivíduo preservada- apareceu justamente no dia em que eu não estava me importando com absolutamente nada, nem mesmo com a sua presença em minha casa.
Eu estava com um short jeans, blusa larga, cabelo meio doido (leia-se desarrumado) e sem maquiagem. Eu sempre vou dando de mim para as pessoas aos poucos, pois tenho certo medo da forma que elas podem me julgar. Mas a diferença é que fui eu mesma, sem limitações. Mostrei como sou sem nem pensar se ele gostaria ou não, e se não gostasse também... Não faria a mínima diferença, pois como já disse eu não me importo com a opinião dele. Continuei sendo a quase mulher de 20 anos, boba, desengonçada, de risos histericamente descontrolado. Permaneci falando coisas idiotas, fazendo gestos toscos com as mãos, fazendo minhas danças idiotas, expressando minhas opiniões de maneiras enroladas, e mostrei a dependência que tenho pela minha mãe.
A única coisa nele que reparei foi aquele jeito ridículo de chamar atenção e querer ser bom em tudo, e na boa? É uma das piores coisas que um cara pode ter e com isso ele só ganha meu desprezo. Sempre que eu posso dou um fora nele e digo que ele se acha. Mas sabe o pior de tudo? Ele gosta... Eu gosto... Gosto da maneira que ele me olha, gosto de quando ele diz que estou bonita, gosto quando ele fica dando nomes à maneira que me visto no dia... Gosto mais ainda quando ele diz que tem mais que uma queda por mim. Só que eu não posso. Não posso permitir tais pensamentos, tais sentimentos. Ele tem namorada e eu prometi não gostar de alguém tão cedo! Não faz nem um mês que tive mais uma decepção amorosa para a minha coleção e ele aparece me dando carinho.
Zé: - Olha a carinha dela de triste quando eu falo que vou embora!
Eu: - Aff garoto, se enxerga... Só porque você fica triste com a minha ausência não quer dizer que eu fique com a sua.
Mas ele tinha razão. Meu coração dói. Eu sinto falta dele e fico contando os dias para ele aparecer. Eu queria algo para pelo menos matar um pouco da saudade que sinto dele, então acabei pegando emprestada uma pulseira de tecido dele. Quando deitei para dormir parecia que o Zé estava ao meu lado... Seu cheiro estava muito forte e eu achei que estava louca por estar sentindo. Mas quando aproximei o meu braço em meu rosto, pude perceber que seu perfume estava fortemente na pulseira. E ali adormeci.
E assim eu sigo escondendo, abafando, fingindo e ignorando qualquer sentimento que vem de você.
GRITOS NA ÁFRICA
Surgimos numa savana chamada Éden.
Viemos do sorriso de um Pai criador,
Sentado a sombra de uma jabuticabeira
Vendo hipopótamos a namorar
E elefantes em manada a pastar.
Ele sentiu um desejo de ser amado,
Afinal os filhotes que nasciam amavam.
Tudo era harmonia na mãe África.
No barro nos moldou
E no sopro nos deu a vida...
Gritamos para o seu espanto...
Rinocerontes pararam...
Gnus pararam...
Búfalos pararam...
Até o rei leão parou no instante.
O mundo mudava naquele momento.
Deus criava o zelador.
Mal sabia, ou com certeza sabia?
Que de zelador seria a criatura o predador.
O grito do nascimento passou a ser o grito da morte
E Deus sentado sob a jabuticabeira apenas admirou,
Pois como tudo ele já sabia,
Ele já sabia o que iria ocorrer.
E assim o Éden deixou de ser Éden
E o homem passou a correr pela savana
Corre até hoje em busca do sopro do criador...
André Zanarella 02-01-2013
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4082441