Tag gaúcho
Segue a vida troteando...
A cada dia que passo na encilha do viver
Há um “que” de despedida no amargo do tempo...
Cevo um mate e vou quebrando geada
Na estrada velha dos dias, onde a reveria dos anos,
Segue a vida troteando...
O mate é o próprio campo que se faz verde seiva para nutrir de esperança o peito de qualquer vivente.
Amor e Chimarrão
Quando bem preparados
Te fazem bem a alma
Te aquecem e mandam embora
Qualquer solidão.
Eu tenho o orgulho pulsando em mim
De ser gaúcho e viver assim
Batalhando e nunca se entregando
Uns dizem que meu orgulho é excessivo
Diga isso a um pai que ama seu filho
Que seu amor por ele é excessivo
Nan! Tu não compreende vivente
Nem ao menos tente,
Entender o orgulho da minha gente
Sim! Sou descendente maragado
Meu avô é negro
Então em algum lugar em mim há um pouco de lanceiro
Mas sou branco como a minha avó
Que sempre lutou a seus filhos o melhor
Pode ser tradicionalismo, separatismo, use o termo que quiser
Mas meu orgulho é algo que não se explica em uma conversa qualquer
Meu coração como de costume é gelado, mas ao ouvir tua suave voz, ele aquece como um fogão a lenha no inverno, acompanho de um bom mate amargo para cultivar nosso amor.
As Flores da Primavera junto com todo seu encanto trás para muitos o que eu tenho o tempo todo comigo. - Tu Prenda! ♥
POR ESSAS FRONTEIRAS
Vou chegando despacito
Assim pedindo permiso
Adentrando no galpão
Cheguei hoje da fronteira
De Santana com Rivera
Tropeando léguas de chão
Me espera o Aparício
Nessa lida de Ofício
De quem nasce pra ginete
Gauderio de fundamento
Forjado a quatro tentos
Nas estâncias do Alegrete
Por hoje peço pousada
Amanhã pego a estrada
Essa é a vida que escolhi
Mais tarde na Madrugada
Vamos quebrando geada
Em direção a Quaraí
Criado nessas fronteiras
Cruzando as carreteiras
Nem sei que lado nasci
Gaúcho e castelhano
Sou filho do minuano
Com uma índia de Itaqui
Neste pampa castelhano
Me conhecem por paysano
Origem de três bandeiras
Com meu pala encarnado
Sou herança do passado
Dos tauras dessas fronteiras
O meu pala correntino
Que comprei lá na Argentina
Quando andei em Uruguaiana
Enxugou muitos lamentos
Por juras de casamento
Que fiz pra uma castelhana
Me agrada a simplicidade
Foi Deus quem me fez assim,
Quem não gostar do meu jeito
Tampouco importa pra mim.
Nasci colorado, nasci em Porto Alegre, nasci em uma família onde o azul dominava. Meu pai sendo o único colorado em minha volta me fazia acreditar no vermelho mesmo sem entender muita coisa, mas no dia 17 de dezembro de 2006, eu vi a felicidade nos olhos daquele homem que gritava e balançava a bandeira alvirrubra do time colorado. Ele não viu muito das conquistas coloradas da ultima década, 13 meses após a maior conquista da história do Internacional, ele faleceu. Anos se passaram, títulos foram conquistados, clássicos foram vencidos, e ídolos foram perdidos. Eu vi a forte marcação de Ceará no Ronaldinho, o nariz sangrando do Índio, a bola defendida por Clemer nos pés de Iniesta, o sorriso de Ronaldinho se fechar e a bola enfiada por Iarley para o predestinado Adriano Gabiru. Eu vi o massacre sobre o Pachuca no Beira-Rio, a chegada do maior meia da História do clube, a garra de Nilmar na Sul-Americana 2008, vi Taison ser comparado a Messi e ai de quem discordasse. Eu vi a América ser pintada de vermelho mais uma vez, vi D'alessandro ser eleito o melhor da América e vi o mesmo D'alessandro calar a tão amedrontadora La Bombonera. Perdi mais alguém, dessa vez não foi um familiar, dessa vez eu já entendia alguma coisa da vida, dessa vez foi trágico, dessa vez não fui o único a perder, foi uma torcida, uma nação, uma religião, acordar de manha com a noticia de que Fernandão tinha sofrido um acidente e tinha vindo a falecer foi horrível, a nação colorada perdeu mais do que um jogador, um ídolo, um atacante, perdemos simplesmente Fernandão. Eu grito, eu canto, eu apoio, eu empurro o time pra cima de qualquer adversário, eu não tenho medo de nenhum time do mundo, eu berro de emoção com os gols do meu Inter, aquece o coração entrar no Beira-Rio e ver meu Inter jogar, eu beijo este símbolo sagrado com muito orgulho e muito prazer, eu sou colorado, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-te, respeitando-te e sendo-te fiel em todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe.
Assim como alguns anjos, fomos expulsos do paraíso e jogados em um local descrito na bíblia como o fogo que arde com enxofre, onde se é atormentado dia e noite. Passamos um ano no inferno, contando cada minuto. Foi um ano difícil, severo, duro, penoso e acima de tudo embaraçoso, ficamos exauridos, mas saímos de lá! Chegamos aos seus portões, com as mãos sujas de sangue e os olhos embaçados pela imundície, de cabeça erguida e mais forte do que antes, reinamos no inferno e agora retornamos ao céu para tomar o nosso trono de volta.