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Escrevo, relato minha indignação, meu medo, meu protesto, porque essa é a minha luta.

Em primeiro lugar eu escrevo para existir, eu escrevo para mim. Eu existo no mundo e a minha existência repete-se nas outras pessoas.

Mesmo que distante

Trilhar um longo percurso
Na busca da essência.
Vê-la distante, e acompanhá-la.
Assim… Querer-lhe perto

Em cada momento.
O desejo faz parte de quem
Tanto se quer, e quando
Se quer, vai na busca

Vou partir… – em sua busca,
Somente não sei qual destino tomar.
Não desistirei em momento algum.

Lá, em algum lugar a encontrarei
Para matar a minha sede
E a minha angústia.

Valter Bitencourt Júnior
Passagem: Poesias, 2017

Eu me sinto muito mais confortável escrevendo do que dizendo as coisas. Eu gostaria de poder viver a vida inteira no papel.

"A fala e a escrita, seduz a alma"

Tem frase que flui naturalmente, outras levam tempo para amadurecer. Há aquelas elaboradas, mas as que eu prefiro, são as que trilharam o caminho do coração.

'EM BRANCO'

Não quero passar a vida
como uma página em branco.
Não!

Quero escrever e pintar a minha história
usando das cores que eu tenho direito.

E ter o direito de criar outros personagens,
e até resgatar os que ficaram no passado.

Passados a limpo também serão os meus rascunhos,
que tanto me ajudaram a planejar cada parágrafo.

Traçando o risco,
virando a página
e arriscando um novo rabisco.

Sem apagar nada
pois a borracha eu não usarei.

Deixarei que as letras borradas sinalizem:
posso reescrever qualquer linha, qualquer traço.

As vírgulas? Eu vou usar e abusar delas.

Para que todo o instante seja um sopro de vida
e em cada curva eu tenha a certeza
de que o ponto final do meu livro
está longe de chegar.

Se for só isso
Então não vai ser
Só vivo se for tudo
Pouco não é viver.

Estórias, tal como a comida, perdem seu sabor se cozinhadas com pressa.

talvez a minha irresponsável perda de tempo com a escrita esteja a visitar estrelas, altura astronômica. não importa, insisto.
na escrita que aprendi a conversar, ouvir, ver. acho que é por causa dessa narrativa constante que fica se formando na cabeça para explodir em desabafo de letras é que a alma não atrofia e consigo perceber os instantes longe da catarse.

De todas as atividades, amo ler e escrever. As outras eu suporto.

A cada recomeço, um novo desafio, uma história a ser escrita

A palavra escrita ganha voz na sua mente...

Sou uma eterna estudante,
amante da literatura e das artes...
adoro escrever crônicas
como me aventurar pelo mundo dos contos
e me perder e me encontrar na doçura da poesia.

Minha voz trêmula
se cala
em meus lábios.

Minha escrita trêmula
se encerra
em minhas mãos.

Apenas meus olhos contam.

Não faço jornalismo para apresentar, faço para escrever

Joyce, acho mesmo que não seja legível – não é certamente traduzível em chinês. O que é que se passa em Joyce? O significante vem rechear o significado. É pelo fato dos significantes se embutirem, se comporem, se engavetarem, – leiam Finnegan's Wake – que se produz algo que, como significado, pode parecer enigmático, mas que é mesmo o que há de mais próximo daquilo que nós analistas, graças ao discurso analítico, temos de ler – o lapso.

Jacques Lacan
Seminário 20, A função do escrito, p. 51

Engana-se quem pensa que não sinto. Sinto sim, e muito. Mas não preciso explicar. Não quero. Não devo.

Aprendi que ninguém se torna poeta, a menos que nasça com o coração de um. Aprendi que não desperdicei meu tempo estudando latim. Aprendi que alma e espírito diferem um do outro. Aprendi que o amanhecer é uma ilusão, é só o crepúsculo de baixo pra cima - ou não? Aprendi ocultismo, embora pouco tenha praticado. Aprendi que a obra de Fernando Pessoa não deve ser lida em um instante - entenda por "um instante" a contagem de tempo que preferir - mas sim no decorrer de uma vida. Aprendi, da pior maneira, que depressão não é apenas uma fase, e que hora ou outra ela passa, e fica. Aprendi que amores passageiros são os mais gostosos e que quem jura amor eterno mente descaradamente. Aprendi a não negar os prazeres da vida, a vida é curta para que eu o faça. Aprendi que professoras são os primeiros amores da infância - as bonitas. Aprendi a desapegar do que antes - com apego - me fazia mal. Aprendi que as virtudes transforma-se em vícios se não as ponderarmos e, com Shakespeare, aprendi que nossas dádivas são traidoras. Aprendi que "mais" é antônimo de menos e "mas" é conjunção adversativa. Aprendi que amigos e família são importantíssimos em nossas vidas. Aprendi a adorar os superlativos. Aprendi que escrever logo pela manhã, enquanto o sol nasce, é delicioso. Aprendi que café é bom, mas fazer amor pela manhã é melhor ainda. Aprendi quê: “SÓ O QUE ESTÁ MORTO NÃO MUDA!”.

- E que mudo a cada palavra escrita!

Expurgo

Cabiam mais e mais de mim neste papel amassado, mas não havia pretensões de certezas na escrita que teimava cicatrizar. Era vontade de desaguar, arder, rasgar o que se fazia pesado aqui dentro. Não tinha mais palavras para serem arrancadas, dilaceradas e amputadas em partes do meu corpo.
Eu agonizava entre os rascunhos já amontoados há dias. Pulsava entre os arrematados sinais de pontuação, entre vírgulas que me deram náuseas. Jamais imaginaria que a pausa traria a presença do desconforto. Uma ponte foi desmanchada e não cresciam em mim as possibilidades de um verso extasiante. Nem um acento, um ponto de exclamação. Era vazio, papel em branco, folhas rasgadas, tela de computador aberta.
Eu estava calcificada, vítima de completo limo, de letras que escorregavam e não previam uma frase, talvez um esguicho de sonoridades, fonemas que se converteriam em um discurso, mesmo que tosco ou maldito, mesmo que vago ou cheio de pontas.
Nada era o que tinha. Nada era a palavra que cantava para minhas mãos, agora, febril, trêmula, desfocada. Nada era o que me convertia e desafiava.
Nada era minha prestação de contas ao papel, era o que me causava repulsa e me violentava.
Tantas cabiam nos versos de amores mal ditos, muitas se intitulariam nos poemas de conveniência e de falta de justiça. Daria para que partes não fragmentadas pousassem nas lâminas daquelas palavras de avesso, de duas faces ou de significados abomináveis.
Várias se venderiam aos poemas mais sórdidos, às juras de amor não declaradas ou anestesiadas. Algumas não se importariam em servir de rima para os mistérios da alma, do mundo anunciado aos quatro cantos. Alimentariam sua poesia de dor mal curada ou emoção de parto não sentenciado.
Eram tantas que habitavam nos meus corpos amanhecidos e de lua. Eram as que pretendiam morar no poema que não tive, no poema que abortou outros que não vieram. Não tive suas companhias. Nem tive caso mal amado. Meu papel e todas as lacunas mantiveram o estágio letárgico, de plena depuração.

Espíritos nômades, bruxos solitários. Se deixar, viro pó e me espalho pelo mundo.

É mágico quando alguém tira um tempo para ler o que você escreve. O tempo é algo muito precioso.

Escrever é parte de quem eu sou, é a cola que mantém unida todos os meus fragmentos, mas que também me ensina a desapegar e a refletir sobre tantas convenções erradas que são passadas de gerações a gerações.

Para muitas pessoas, os livros são um refúgio. Se você tira isso delas, elas podem afundar. A escrita e a leitura são minha salvação.

As pessoas acham que os escritores escrevem para os leitores. Elas não se dão conta de como é terapêutico vomitar as memórias, sonhos e ideias fixadas em nossos subconscientes.