Tag drummond

101 - 125 do total de 139 com a tag drummond

Luisa

Quando vi Luisa nascer
A criança sabia que a pequena
Infante, princesa ia ser
Nasceu sob o luar de uma família de poetas, de cabelos escorridos
Como escorrem palavras pelo nosso caderno de emoção;
Olhinhos amendoados, sofisticados,
De quem nasceu para reinar absoluta nas graças dos versos
De uma menina solta, doce,
Que virou mulher forte,
Com sorriso de boneca,
Mas voz e olhares de sedução
Onde meu suspiro e o sentimento
Do mundo balançam
Por essa menina que nasceu para
Ser da lua, com a alma do sol,
Onde a discrição se desnuda
Para cobri-la com cifras e acordes
Que deixam tão poetinha
Até o mais duro coração.

(Aniversário de Luisa Ramos Martins [Drummond], em noite escorpiana de músicas e encontros)

Inserida por victordrummond

Havia um poeta chato e careca no meio do caminho
No meio do caminho havia um poeta careca e chato
Então um dia um anjo torto que jogava RPG comigo falou:
- Ti (É assim que meus amigos me chamam)
- Ti, eu me decepcionei com aquele girino mineiro
E não ganhei meu par de assa 2.000 Ultra plus
Então salva o meu nome Ti
E vai ser gauche na vida...
Bem, e aqui estou eu.
Tentando essa budega!!!

Inserida por otiagom

⁠No meio do ladrilho
tinha uma pétala

Inserida por mnora

O homem e a ovelha - Victor Bhering Drummond

Parei pra alimentar a ovelha,
Cheias de silêncios, curiosidades e lãs
No frio que nos cercava
Na imensidão que nos admirava
Sabíamos que nada além do cheiro
Do Mato, da água correndo lá longe
Poderiam ser expectadores mais
Verdadeiros para aquele cumplicidade
Estabelecida entre o homem e o pobre animal indefeso.
A única coisa que nos separava era a capacidade dos meus versos de tocar seus pelegos. Entendi-me gente e ela na sua doce inconsciência de não se entender ovelha, permanecia ali tocada apenas pelo prazer de um objeto falante ser um instrumento para suas necessidades. E nesta conexão, percebi que só precisava deles: da simplicidade, daquele momento e da literatura escrita naquelas folhas ao chão.
(Colônia Olsen, maio de 2017)

Inserida por victordrummond

Desabafo de um amante

Há de acontecer um dia
Em que meu coração não velará mais pelo teu;
Que repotuo-o ufano

Me queres de rojo
Pois me deseja rendido aos teus pés
E neles deseja o meu selo

Haverá um dia, em que ir-me-ei, nem que tardança, arrebatar-me por outra
E se valer a pena, a chamarei de amante, só pra te ver arrufada

Inserida por EstevaoSoledade

Cabine Telefônica
(Victor Bhering Drummond)

Procurei a cabine mais próxima.
Não era para tentar contato
Te ligar, te encontrar.
Era para deixar ali rabiscados meus versos
Soltos ao relento, versando ao léu
Quem sabe nessa mistura rítmica
De pessoas indo e vindo
Entrando e saindo
Eles pudessem tocar mais corações
E assim mais vidas pudessem
Ser tocadas pelo ritmo das canções
Que faz adormecer as guerras
E despertar as paixões

Inserida por victordrummond

A casa das memórias
(Victor Bhering Drummond)

A velha casa ainda estava lá.
Preservando memórias, mistérios
E provocando medos.
Eram só retratos na parede
Pinturas e rabiscos na alma
Incapazes de fazer mal a nenhuma
Criatura sequer.
Abri a porta, senti o cheiro das coisas guardadas.
Sentei no sofá; voltei nos anos
E encontrei a festa do dia do batizado
Sendo celebrada novamente
Nas sala do meu coração.
(Outono no Sul - Registros de uma Casa Velha, 2017)

Inserida por victordrummond

Sobre cafés da manhã
(Victor Bhering Drummond)

Meu corpo pediu café da manhã
Minha alma pediu encontros
Minha existência pediu amores
Os amores pediram harmonia
Sentamo-nos todos à mesa
E celebramos essa tertúlia maravilhosa
De pedidos realizados e delícias
Tendo as araucárias como testemunhas curiosas.

(Pousada das Araucárias)

Inserida por victordrummond

O menino do balanço
(Victor Bhering Drummond)

No seu vai e vem sem limites
Alcançando a altura das nuvens
Tocando no brilho dos sonhos
Voltando com seus pezinhos para a dura realidade
Insiste em balançar; porque no doce
Balanço, se embala no balanço do mar; e deixa que a loucura adulta
Fique lá fora tentando encontrar
Uma maneira de se comportar como ele; porque é apenas uma criança feliz se telestransportando na gangorra para a dimensão do não-presente (porque este é chato) e não-futuro (por ser incerto demais).

(Dia das crianças de um Brasil de adultos corruptos de 2017)

••
•••

Inserida por victordrummond

Roda d'Água
(Victor Bhering Drummond)

Ela girava na direção das águas
Movia-se como um um mundo controlado por aquele universo de prazeres que corriam por suas entranhas
Trazia vida e movimento
Porque vida é energia cinética
Capaz de enfeitiçar e tirar do eixo
Até mesmo o mais pacato dos corações.

Inserida por victordrummond

Dia no campo
(Victor Bhering Drummond)

Caminhei por aquele céu azul que inspira
Respirei o verde purificador das matas
Batizei meu corpo e minha Alma
Nas águas daquele recanto
Ouvi o barulho do silêncio
Toquei nas nuvens
Senti a brisa leve soprando meu rosto
Naquela manhã fria do começo de inverno
Pedi licença ao cansaço
Agradeci a Deus pelo firmamento
E enquanto meus passos pisavam leves naquele santuário
Deixei aquela moldura virar retrato
Pendurado no meu altar do armário
Onde não deixarei essas reflexões
Ficarem no anonimato.

(Tarde fria e feliz a caminho da colônia Olsen, 2017)

Inserida por victordrummond

Para quê?
(Victor Bhering Drummond)

Para que servem os entardeceres?
Para que agradeça pelo longo dia que viveu.
Para que servem os finais de tarde?
Para entender que há sempre um recomeço.
Para que servem os pores do sol?
Para agradecer pela poesia da noite.
E para que servem os lagos?
Para contempla-los e mergulhar neles todos seus sonhos para que ressurjam como realidade.

••
•••

Inserida por victordrummond

"O caminho é mais importante do que a caminhada". E assim,estarei sempre pronta para esquecer todo mal que me fizeram.E mais uma vez direi: que nunca amei tanto em toda minha vida."E entre tempos e fases,que sejam interiores as nossas melhores metamorfoses".

Inserida por carlaaltran

Guindaste das emoções
(Victor Bhering Drummond)

Meu ninho repousa em
Direção ao Infinito
Apoia-se no vazio mais
Preenchido pelo nosso
Amor

Precisa de quase nada
Para elevar-se aos Céus
Ao mesmo tempo que
Inspira-se no guindaste
De nossas emoções que
Nos põe com os pés na
Terra e corações nas
Nuvens

Inserida por victordrummond

⁠axuq

...acho que já fui faz tanto
que velho já tou de ter ido
um matusalém muito aquém
que não vai e muito menos fica
achando que ouvir Chris Cornell
ressuscita la anima
mas talvez ela já foi
deixando a casca pra trás
feito não se desfaz?
...pois é...sem agora Carlos
De ruminar já nem mais pastamos
Drummond do José cuidou
mas e os CARLOSSSSSSSSSSSSSSSS
quem cuidará?
axuq que tá tudo finalizado
mas sem final lap
uma corrida que não foi apreciada
agora só a máscara interessa
posto que agora pode
usá-la full time
time to stay
not to say
CIAO BELO
piu

Inserida por piu_amaro

⁠Eterno Drummond 

Um dos maiores da nossa literatura 
O maior poeta nacional do século XX
Nascido em Itabira nas Minas Gerais
Este é o grande Drummond

No modernismo brasileiro 
Trouxe sua visão do cotidiano
Numa linguagem corrente e livre
Refletindo sobre política e sociedade

A solidão nos seus versos
As memórias de uma poesia 
De ontem tão presente no hoje 
Retratando a vida e suas relações

Reflexões existenciais profundas
Destacada em suas composições 
Questionando a si e seu modo de viver
Seu passado e seu propósito 

Grande Drummond, eterno Drummond 
Imortalizado na praia de Copacabana 
Sentantado e reflexivo em seu banco
Reverenciado por um país inteiro 

Inserida por ivanildo_sales

⁠Poesias do mestre
A inesquecível e simples pedra
Que estava no meio do caminho
Poesia sem formato limitado
Que supera todos os obstáculos
Meu querido Carlos
Na poesia de sete faces
Descrevendo sua multiplicidade
Que não se enquadra a sua sociedade
A quadrilha do amor
Lança-se a sorte de encontrar
Um amor verdadeiro
Nesse mundo cheio de dor
E o que falar de José
Sozinho na cidade grande
Sem esperança e sem rumo
Mas resistente seguindo em frente
E o seu sentimento em Amar
Mesmo com toda destruição
Em seus ombros suportando o mundo
Pelas sem-razões do amor

Inserida por ivanildo_sales

E agora?

E agora?
O comercio fechou,
A escola parou
O emprego acabou.

E agora?
Na igreja não vou
reunir-se não pode
visitar os pais não vou
e a gente se isolou.

E agora?
Milhares de pessoas o vírus matou
outros milhares ele infectou
e a muitos ela já alcançou

E agora?
Quando tudo terminar
saberemos como recomeçar?
Teremos força para recomeçar?

E agora?
o que podemos fazer
para não perecer
toda a nossa vida
seja ela na família
ou na economia?
E agora?

Inserida por juliana_rossi

O além do superficial importa e muito, eterniza.

Inserida por ARRUDAJBde

Quem dera Drummond ter me escutado
O nosso coração é sim maior que todo esse mundo
muito maior que todo esse universo
A diferença é como nós tratamos os sentimentos
amamos as nossa diferenças
cantamos poemas
que contam, que cantam e que confessam
amar de mais não explode corações
apenas cria versos.

Inserida por ojeanbarroso

⁠Canais

Canais são pequenos caminhos de vida
Eles levam e trazem as marés
E depositam nossos sonhos nos rios
Eles são como veias distribuídas
Por todo o corpo desta cidade
Que embora intensa, moderna,
Urbanizada (e civilizada),
Ainda se conecta de muitas formas
Com a natureza,
Com os rios e com seus cursos.
Canais são isso; conexões com o fluxo do
Tâmisa, pequenos fragmentos de uma
Imensidão sem fim, a desaguar no mar.
Também somos canais.
Pequenos fragmentos
Fôlegos de vida levando o que deve ficar
Para trás e trazendo esperanças
Somos canais de amor.
Precisamos desaguar
Este afeto, este desejo de mudança
Para o mundo neste imenso rio
Que flui sob as nuvens de anseios
Aguardando por desaguarem abraços e choverem reencontros.

Inserida por victordrummond

⁠Poema-crônica de presente para Yara Drumond
Simplesmente Yara
Victor Bhering Drummond , 22/01/2013
Ela vem sempre assim
Pra você e pra mim
Olha, quanto sol-verão
Em seu cabelo dourado
Que requebra e desenha 
Curvas de belos sentimentos
Ela vem com seu perfume doce de menina
Sua voz meiga e forte
Se faz criança, se faz mulher
Mas muito mais: requebra o intelecto
Para nos ter sempre por perto
Pois gosta de ter no coração um cafuné
Yara, espécie tão rara
Quanto às mais azuis das araras
Pedaço da natureza
Da borboleta que voa colorida 
Na imensidão de flores e jardins
Yara Jasmim
Pra você e pra mim
Provando que é possível colher
Coloridos das pedras
Yara mãe das águas de nossos olhos
Pois os comove de alegrias
E compartilha as tristezas 
Como forma de empatia
Com-paixão 
Voz de flauta doce
Ritmo de violão 
Yara que cuida e se faz presente
Para Marias, Nazinhas e Nanás
Para Kikas, Valdis e Cristianes
Para Victors, Flávios e Joões
E rodopia, roda, roda
Como um carrossel
Ou como a simplicidade dos peões 
Soltos ao chão e deslizando em mel
Yara brisa nas tardes geladas
Yara bonequinha 
De Maria Chiquinha
Yara pura química
Alma do mais puro dos farmacêuticos do passado,
Que colecionava frasquinhos e ervas 
Para a cura dos problemas da cidade
Nos faz olhar para escorpiões sem medo
E desvenda os seus segredos
Como o doce veneno capaz de trazer vida 
Quando só enxergamos o óbvio de nossas lidas
Ela é irmã, amiga, tia, filha, parceira, cúmplice
Amor de e para todos
Cantinho de ternura e acalento
Com seus cabelos ao vento
É bom que também voe
Para que espalhe aos quatro cantos
O pode e a força do seu encanto

Inserida por victordrummond

Muitos dos meus amigos e amigas, que leem as minhas poesias, falam que eu tenho o "traçado" das poesias de Carlos Drummond de Andrade, umas das minhas poesias em que muitos falam isso é a poesia "Onde está o teu corpo".

As vezes tudo o que eu queria era um aconchego nosso
Aquele sem ócio, só com brilhos do teu olhar
Que me apega, que me aperta, que me cega

Mas um dia eu te tenha quem sabe eu
Te lembro que a vida é feita de transtornos imediatos
De sopros falsos
Que nos levam ao sul
E se lembra: a gente ia pro norte

Pra que eu ter um par de asas
Se eu posso voar com os pés no chão
Eu te digo outra vez que tudo o que eu queria era um aconchego nosso.

Inserida por ojeanbarroso

respirei e respirei
E mais fundo respirei
Quanto mais respirei
más respirei
E respirei
Mais vida tive
e mais respirei
amei respirar

Inserida por ojeanbarroso