Tag desesperança
se sentimos só quando não temos amigos e nos sentimos só quando os amigos se fazem sempre ausentes.
Sinto dolorosamente
Um palpitar amargo no meu coração
Com sinais misteriosos
Recordando partidas
Melancólicas deste ano
Que deixaram lembranças
E desesperanças (...)
Como posso ser forte se eu não consigo se quer enxergar uma solução?
É como se ela simplesmente não existisse.
Mas então, não faria sentido.
Há solução até mesmo pra morte, por que não haveria pra mim?
Porém, logo reflito: "Aonde posso encontrar uma maneira de me ver bem novamente?"
Daí automaticamente já surge o desespero, pois minha mente não consegue chegar até alguma solução.
Assim trazendo a impressão de que não há maneiras de seguir em frente.
Como se aonde estou é aonde eu deveria estar.
Porém, aonde eu estou não há vida.
É perturbador.
Por isso mesmo procuro evitar pensar nisso.
Porém, até mesmo quando não estou pensando no assunto, o meu corpo permanece ligado a isso.
Enfim, sempre a mesma sensação de morte e irrealidade habitando.
Tenho medo de acabar tentando "alguma coisa".
Eu não quero ter que morrer, mas também se tornou terrível viver.
O que pode ser isso tudo?
O olhar do trabalhador brasileiro.
Tristeza, desesperança, vergonha.
O quadro pintado por Tarsila do Amaral em 1933, nunca foi tão atual.
Feliz dia do trabalho?
Angústia profunda, o peito sufocado, um suspiro que não tem alívio, um peso que me leva ao desânimo no caminho da desesperança. Com todos esses sentimentos, ainda assim me sinto forçado a resgatar de dentro de mim um resquício de força que se afoga no oceano da minha alma. Cada bolha de ar que sai de mim é uma esperança que se esvazia de dentro do meu peito. As lágrimas já não fazem mais parte dos meus olhos, pois se tornaram prisioneiros da minha dor. Sinto tristeza, um impulso pra chorar, mas cadê aquelas lágrimas que saem do vazio da alma, que atravessam o meu peito, causando um tsunami no rosto que carrega um sorriso?
Esse sou eu diariamente, escolhendo viver.
Desesperança
Tenho que assossegar essa chama
Que insiste em flamejar
Dói no peito inquieta a alma
Esse não teu me olhar
E se me cercas de pouco caso
Ai, minha sandice em muito fantasiar
E já não sei mais o que faço
Pra que em meu peito deixes de morar.
Eu já entendi que neste espaço
Tu não me corresponderás
Mas fazer meu coração entender teus passos
É coisa por ruim demais
Porque ele teima em se alegrar no teu gosto
Quando de outra luz já devia ter ido atrás.
Eu já não sei mais o que faço
Já admitir meu fundo de poço
Já admiti minha derrota
O que falta admitir mais?
E não é por falta de pé no chão
Que das nuvens caí há tempo atrás
Mas é por um querer mais que não querer-te
O qual Neruda escreveu por mim sem uma linha errar.
É tão saltante o que quero expelir do peito
Que esse desabafo se constitui em segundos a pensar
Mas quem me dera ser essa a mesma velocidade
Que de ti eu deixasse de gostar
Mas esse é um processo que há muito tempo comecei
E quero que minha única esperança seja o seu findar .
Já não me resta atitude ou palavra
Se o teu peito a mim nunca se abrirá
Eu só peço não servir de tapa-buraco
Para as dores e solidão que te acercar
Eu te gosto não sei em que medida
Mas sei que a mim mais tenho que amar
Então, vou fingir que só quero tua amizade
Até meu coração se acostumar
E que ele (coração) aceite esse destino
Porque o outro não escolhestes e
Pela minha análise, nunca o farás
Ao menos da mesma forma que meu coração escolheu pra te presentear.
Essa minha tristeza, hei de superar
E não a trocarei pela alegria da tua presença experimentar
Pois não querem mais ilusão
Os meu olhos lagrimar
E assim ofereço somente amizade
Com muito esforço de ser só amizade
Àquele que o destino só de amizade em seu peito me deixou morar.
E lá se vai...
Trago no peito muitos desejos
Tristeza sem fim, de alegria, um tiquin
Trago pouca esperança e muita cegueira
Sentimentos cimentados sem eira nem beira
Trago no peito um mundo inteiro
De dores que já não suporto em mim
Um caís vazio, um deserto sem vento
Um dia que se inicia e nunca tem fim
Trago em mim uma viagem de ida
Sem destino incerto, sem carraspana
Onde aos poucos, me evapora a lucidez
Convencido de que é chegada minha vez
O medo não me tomava, nem me domava
Vigorava em meus olhos um mar sem movimento
Sem lágrimas... sequer um fio de luz a refletir
Como num voo cego, a vida seguiu sem me seguir
“Olho para minhas colegas professoras, tudo o que vejo é resiliência, ainda que conspurcada pela balbúrdia cotidiana. Quanto à esperança? Esta, infelizmente, há muito já se foi.”
Eu não sei como isso é possível. Mas, as vezes sentimos tanta dor, que nosso corpo parece oco. Como se por um momento tivéssemos ficados vazios até da nossa alma.
“Trabalho em uma escola que despreza peremptoriamente a educação, visto que sequer tenho ou conto com qualquer mínimo apoio para seguir meus desígnios universitários. Faço tenra ideia, ainda que ínfima, sendo eu professor simplesmente não há nenhum suporte aos meus estudos; o que se dizer então quanto aos alunos tão indefesos intelectualmente, inermes cognitivamente e tão vulneráveis financeiramente? Definitivamente, estão alijados à sua própria sorte.”
“Como posso esperar profundidade cognitiva de alguém se, não raras vezes, a rasa superfície intelectual é lugar comum — com o perdão do pleonasmo.”
Amanhã será outro dia. Pode parecer o óbvio, mas muitos irmãos, vítimas de doenças, do abandono, da violência e da desesperança, não conhecerão o amanhã.
Olhá-la me fazia
Explodir de alegria,
De Ousadia
Todo dia
Agora,
Onde fostes?
Coração apertado,
Sorriso bobo,
Jeito tolo
Pensar em ti
Hoje é só pensar,
Antes era amar,
Amanhã se recordar
Pare de se culpar
Ilumine!
Luz de esbelto brilho
Teu espetáculo por mim foi visto
Mas outro haverá de admirar
Já que...
Até o poderoso sol
Seu grande amor
Não conseguiu cantar
Quem dirá de mim,
Simples cometa
Conquistar uma bela estrela
De brilho interestelar!
Esperanço, no esperançar
Do sorriso inocente da criança
Da mãe que amamenta o filho
Dos noivos subindo ao altar
Da vó, que afaga o netinho
Do pai, que abraça e protege
Espero, e sigo com esperança
No brilho selene do Sol
Na esplêndida beleza do luar
Na força intensa das ondas
Na fúria do vento em tempestade
No fascínio do verde, e das flores
Na verdade, não desespero
Não há em mim, desesperança.
"Um dia você ainda vai voltar a se encantar pela vida de novo". Manu em Amor nos Tempos de Quarentena
Eu vejo como se todas as pessoas tivessem algum valor, vejo esperança.
Mas não consigo as alcançar, porque sou fraca demais.
Vejo que minhas palavras são desvalorizadas e a minha imagem embaçada, como se não pudessem me ver pelo que sou.
O mundo se esvai enquanto tenho a esperança de um dia conseguir chegar ao peito de cada um que me cerca, mas, sou imatura demais para compreender a vastidão que é o sentimento e as esperanças de cada um.
Talvez, eu me veja perdida dentro dos meus próprios pensamentos, que não são poucos.
Tenho pensado de que algum modo, em algum momento, as pessoas possam despertar para a realidade. Mas, pensando mais profundamente, não é o dever de ninguém despertar na realidade que eu mesma criei baseado em todas as estruturas que foram impostas por mim.
A INSENSATEZ DA DESESPERANÇA
Nossa vida ficou muito atribulada,
Até meio atrapalhada,
Mesmo sendo governada,
Algo vai ficar pra outra jornada.
Para tudo falta um fim,
O tiro é de festim,
A lâmpada é de Aladim,
É do aspirante o espadim.
O tempero tá sem sal,
O ego do bem é menor que o mal.
A escada é em espiral,
Na confusão, vem o lapso temporal.
O cheiro é de relva seca,
A cozinha tá sem receita,
A febre é alta, parece maleita,
Por falta de chuva não tem colheita.
O Juízo tá sem juízo,
Os lábios e a boca sem sorriso,
Secou a grama do jardim do paraíso,
O rio de lágrimas está de sobreaviso.
Busca de algo, será o quê?
Sem resposta, qual o porquê?
Mas tudo teima em querer,
É chegada a hora de um novo caminho a percorrer.
A poeira fina tá levantada,
Ouvem-se os gritos e berros da manada,
A calça tá rasgada e a camisa tá suada,
A enxurrada foi danada,
Deixou pedras na calçada.
A porta é estreita e bem fechada,
Fugiram os desvios e encruzilhadas,
Velhas doutrinas foram empilhadas,
Só teve aumento, as vestes esfarrapadas.
A honestidade ficou descarrilada,
As nádegas desfilam livres das palmadas.
Nem de cócegas tem risada,
Estão livres os mandatários da ordem improvisada.
O brio perdeu o brilho,
Egos foram afiados no esmerilho,
Dedos firmes apertaram o gatilho,
Nossa Pátria mãe perdeu seu filho.
Nas águas turvas da incerteza,
Aprenderam contar notas com destreza,
Até a cueca perdeu nobreza,
Virou baú da esperteza.
Élcio José Martins
Cruzou as mãos sobre a mesa, fechou os olhos, encostou a testa nos polegares [...] não estava rezando. Carecia da esperança necessária para oração. // Livro: Intensidade.