Tag comédia
Por um Facebook onde as postagens tenham menos citações a literatura rupestre e pseudos grandes pensadores desconhecidos me fazendo buscar menos o Google, eu digo: " - Sim !"
Será mesmo que essa geração atual é excessivamente banhada em mimimi, ou na verdade é mais pensante e questionadora, e por isso não encara com sorrisos amarelados brincadeiras que sempre foram de mau gosto, porém, nunca consideradas como tal?
Hoje meu humor é ácido, hidrogênico, uma comédia sem graça, o que explica muitas coisas sobre mim, que não me deixa ver ou ter quaisquer dúvidas de quem sou, ☮️ paz ❤️amor ☯️ equilíbrio, são 🛐virtudes perdidas entre o primeiro e o último respiro...
[ e s p a ç o ]
nestas paredes cômicas
vejo:
tijolos,
tintas e pudores
neste espaço que não resido
permanecem meus resíduos...
papéis que represento
dígitos, tinteiros,
máscaras
- comédia -
a descabida e sem medida
liberdade
Ouvir dizer de um , argentino o brasileiro e burro . Mas
O brasileiro nunca foi burro ? , quem falou isso vai
ser processado pelo protetor , dos animais sim o brasileiro
só falta , inteligência , como pode o brasileiro destruir se propio , Pais ...
Deus faz milagres!
Por isso, ele usa uma semente para criar uma floresta.
12 pessoas para mudar o mundo.
E você vai começar sua empresa pequena
para mudar a vida de multidões!
Dê valor ao mínimo, para que ele seja o máximo!
Tudo que você me deu tá longe das comédias românticas Netflix
Tudo que eu quero é que volte minha mina, minha nega
Ser humorista é isso, mesmo quando uma comédia se volta contra o comediante, de alguma forma, todo mundo encontra a graça.
Um Deus que desmancha o que faz ou refaz o que desmanchou é um comédia. Então, que diabo é a ressurreição? E o suicídio perfeito de Cristo não prova nada!
Se, de uma hora pra outra, vc notar que a sua prega axilar começou a se metafosear numa espécie de anfíbio hylidae, é sinal de que a coisa vai desmoronar completamente.
Meu Ernesto Azul...
Voltava eu daquelas paragens de Pirapora, dirigindo meu possante Gordini Delfini, carinhosamente tratado por Ernesto, já de cor não muito definida, trazia uns leves amassados em ambas as portas, umas ferrugens no piso, faltava-lhe o retrovisor esquerdo e o para-choque traseiro... nada demais!
Mas aquele Gordini era meu xodó, até carreto o “bravo Ernesto” fazia: meio metro de brita ou de areia pra ele não era nada. Só não se dava bem com subidas, em compensação, nas descidas, ninguém e nem nada o segurava. Um detalhe que não podia de esquecer, no momento de passar a marcha, tinha de ir da primeira pra terceira... em algum momento ou lugar, ele perdeu a segunda marcha, porém, uma certeza eu tinha: um dia, mesmo que não parecesse, sua já havia sido cor foi azul, mas, não um azul qualquer, um de respeito, admirável e solenemente azul. Bem, mas isso se deu em tempos que eu ainda não havia vindo ao mundo.
Dona Orsina, mãe de “Zé Goiaba”, me encomendou um carreto: levar 14 frangos até o sítio de João da Grelha. Em troca de “dois dedos” de pinga, Juvenal aceitou a incumbência de me ajudar nessa empreitada, mas, não deu muito certo, numa curva de chão batido, entre a porteira da Fazenda Craviola e a ponte do Manguezal, meu amigo Ernesto foi, literalmente, atropelado por um boi. Mas, não um boi qualquer! Foi um desses de grande porte, de passos firmes, grandes orelhas caídas, negro focinho, peitoral extenso, parecia ter sido “construído” de concreto e músculos, coberto por uma pele negra, com algumas manchas brancas e outras, em leves tons marrons, reluzentes. Estava selado o destino de Ernesto: faleceu ali, naquela curva e o boi, seguiu em frente... sequer olhou pra trás. Seguiu seu caminho, me deixando apenas com o que sobrou de meu companheiro, dores pelo corpo e vendo os frangos entrando no manguezal.
Pensei até em fazer o velório e o enterro de Ernesto, mas o Padre Policarpo me aconselhou a não fazer, segundo palavras dele, “seria uma sandice”, na hora, entendi sanduiche, e rebati: “Não sô padre, vô fazê é o enterramento do Ernesto, num é um lanche não”, e o Padre nem respondeu, virou as costas e saiu resmungando: “é cada uma que parecem duas...”.
Voltando àquela curva, onde jazia Ernesto, me deparei com Bento Carroceiro e, entre uma prosa e outra, contei a ele de meu luto e que não ia conseguir enterrar Ernesto. Foi quando Bento me disse: “mas ocê é bobo demais, sô! Hoje, ninguém enterra mais ninguém não, só toca fogo e pronto. Depois, pega as cinzas e joga no rio. Isso é que é coisa chique”.
Pensei, matutei e decidi seguir o conselho de Bento. Toquei fogo em Ernesto ali mesmo e fiquei olhando ele queimar. Chorei muito, doeu fazer aquilo, mas o que mais me intrigou foi o caminhão de feno de Tião Matadô passar ali exatamente na hora que Ernesto queimava. Senti cheiro de mato queimando e, logo que olhei pro fim da curva, vi que o feno que o caminhão de Tião Matadô levava, queimava e a chama já subia pra mais de 10 metros...
A comédia, para sair boa e prestante como corretivo, deve ser um espelho em que o espectador veja os seus ridículos.
