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Gostava de tudo que era ruim, o mau me agradava. desde a poesia ao amor, num looping continuo e doloroso. Arrancavam-me a pele, destruíam o meu ser. Devoravam-me viva. Qual seria a graça, senão, de sentir além da camada exterior, aquilo causado pelo caos interior de cada um?
Afinal, o mundo é uma grande cracolândia onde somos responsáveis por escolhermos a droga pela qual morreremos. Eu estou entre o álcool, ou a ponta afiada de sua língua me despindo.
Hoje é uma noite fria de uma quarta feira.
ainda não tenho a minha
resposta, então, por favor, diga-me.
você aguentaria carregar
o fardo lancinante da minha morte em suas mãos?
Quero dizer, foi você quem me ensinou o sinônimo de amar e todos os antônimos de odiar: querer, gostar, venerar.
Todos os dias de manhã quando eu acordava com o cabelo mais bagunçado que os sentimentos no meu peito, e você dizia como eu estava linda, tão linda quanto meus olhos naquela tarde de domingo quando me conheceu. Eu sorria, envergonhada. ''está maluco por falta de cafeina.'' Eu disse uma vez, e você com toda graça e maestria recitou pelos próximo vinte segundos uma ideia contra aquela. Sempre foi teimoso demais...como quando estávamos naquela biblioteca uma vez, e teimou em dizer que Fernando Pessoa não era tão bom quanto Carlos Drummond. Me emburrei. Bati o pé e disse o quão insano era por pensar aquilo, todavia sua citação aniquilou o meu argumento em menos de um segundo: Entre a dor e o nada o que você escolhe?
E eu que sempre tive uma resposta na ponta da língua me vi sem ela. O que você escolhe? As palavras rondavam em minha mente, como aquele vinil gasto e velho que costumávamos colocar para tocar.
Seus cabelos estavam caídos para o lado naquele dia, sua barba por fazer, usava o suéter xadrez que eu costumava roubar toda a madrugada, apenas pra sentir o seu perfume amadeirado. Sorri. Suas iris castanhas me observavam com atenção e céus, naquele momento eu soube... eu enfim soube o porque de vir ao mundo chorando, o porque de ter tantas cicatrizes causadas por amores rasos, rasos demais que me causavam dores por mergulhar de cabeça, o porque de ter caminhado por um longo tempo na estrada chamada vida, até um lugar denominado pela geografia de Rio de Janeiro.
Tudo em prol de conhecer você, naquela avenida movimentada e calejada do centro, com comerciantes gritando e pessoas apressadas para os seus trabalhos. Leite e mel pingaram dos meus olhos antes de dizer:
Eu escolho a dor. Se ela tiver o seu nome, sobrenome e endereço.
| Pêlos ´´´´ | POESIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA |
Eu não luto pela causa ´´´´´´
Mas os pêlos que saltam das minhas pernas
´´´´´´´´´´´´
Dizem o contrário ´´´´´´´´
^^^^ E espetam ♠
Não escondidos pelo meu calção
E calçadão
Dizem o contrário
No apelo.
H á´´´´´´´´´´´´ p ê l o!
E ainda por cima
da pele maciça
REINAM ♛ por aí …. sem medidas
Para que possam exercer outros reinados.
E pode vir o golpe ^^^^
O Estado e a cisma
Pois até aonde for
e o pêlo flor ✱
Eles hão de BERRAR por todas
Jamais silenciadas.
´´´´´´´´´´
SAUDADE DE CASA
D’onde o sol corta a neblina.
Daquelas curvas acentuadas.
Deste barro em que sou carne.
Da terra indígena roubada.
Das linhas que marcam o asfalto.
Do mato que beira a estrada.
Das terras preenchidas de pasto.
Do deserto verde que desmata.
Dessa mistura de suas falas.
Das velhas cordas do violão.
De todo amor que nos embala.
Daqueles versos de sua canção.
A justiça no Brasil está tão inversa que ao invés de processar criminosos, devemos matar, enterrar e sermos presos, pois é fato que seremos inocentados.
Me dizem cafuza, eu entendo confusa
Nem índia, nem negra, muito menos branca
Confusa de novo, me sinto um estorvo
Peguei o tom de cuia e os cabelos negros dos índios tupi marajoara
o nariz e a boca dos negros que vieram da senzala
ainda assim, me pergunto qual meu lugar de fala?
Não sei, mas sinto dever de defender a todos
como se cada um deles fizessem parte do meu corpo
ignorar o meu passado ancestral, é impossível
a vida em todos os lugares, me lembrou que naqueles lugares
eu seria oprimido.
Paciência, é o que meus ancestrais pedem.
Um dia, todos nós estaremos presentes em todos os lugares
e dirão que racismo e a escravidão, foi uma fase
Uma fase dura, com certeza
que durou muito mais do que gostaríamos, mas de novo paciência.
Só chegamos onde chegamos,
porque muitos irmãos deitaram literalmente, a sete palmos do chão
para que essa força virasse nossa própria ascensão.
"A mulher consegue conciliar filhos e beleza
Isso já é de sua própria natureza.
Não somos um objeto, somos uma mulher
Que impõe os limites que a gente quiser."
"Saibas que tu és forte,
Jamais chegarás à morte,
Porque tu és eterno em meu coração,
Ao qual devo grande devoção.
Não te permitas sofrer,
Essa pátria surgiu para crescer."
"Seu sonho é poder exaltar
O filho que por anos
Ela lutou para educar
No dia seguinte poder acordar
Plena de tranquilidade
Sabendo que o coração de seu filho
Está repleto de felicidade."
"Uns vão sem ao menos uma despedida
Outros ficarão até a hora de minha partida.
Ó Deus, que os bons permaneçam
E os ruins, ah, esses me esqueçam!"
"– Por que não gostam de você?
– Porque acham que eu nasci para sofrer.
– Tem felicidade em seu coração?
– Não. Porque o amor que eu quero não me dão."
"Quero ser livre como
Uma gaivota que voa no céu
Almejo uma vida
Doce como o mel.
Me libertarei das algemas
Que prendem minha alma
Eu não aceito nenhum trauma."
"Você pode ser triste ou feliz
Depende de como você se sente
Você pode ter muito ou pouco
Depende de quanto você valoriza".