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"A simplicidade não está somente nos bens materiais, mas também naquilo que pensamos e sentimos."
– Joel Fonseca Reis (agosto, 2018)
"A simplicidade é um segredo desprezado, mas que nos permite viver uma vida verdadeiramente feliz e significativa. No entanto, não é fácil aplicar a simplicidade neste mundo exageradamente complicado e intelectual, mas é esse o caminho."
– Joel Fonseca Reis (agosto, 2018)
Declaração de bens
meu deus
minha pátria
minha família
minha casa
meu clube
meu carro
minha mulher
minha escova de dentes
meus calos
minha vida
meu câncer
meus vermes
Mas não O adoro pelo que Ele faz
Nem menos por bens materiais
Eu O adoro pelo que Ele é
Eu sou d’Ele, tudo é d’Ele
De que vale os bens,
que esvai,
em que o universo deseja me proporcionar se o que eu quero é sentir seus lábios,
segurar sua mão,
entrelaçar sua mão com a minha e,
sair de mãos dadas por aí gritando todo o nosso amor.
Quem é mau para si mesmo, com quem será bom? Não aproveita nem mesmo os seus próprios bens. Ninguém é pior do que aquele que maltrata a si mesmo.
(Eclesiástico 14,5-6)
Os bens foram feitos para serem usados e repartidos entre todos. Não adianta acumular bens, pois a pessoa que os acumula, não aproveita para si, e eles ficam faltando para os outros.
(nota de rodapé p/ Eclo 14)
Acho que conheci alguém que não sabe quem eu sou, por este motivo eu volto a dizer...
"EU NÃO ME DESLUMBRO COM BENS, PARA DE DIZER O QUE POSSUI, NÃO ME DESLUMBRA"
Quem fez dos bens materiais um fim, em vez de um meio, pratica idolatria, porque “ninguém pode servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro”. Quem serve é servo, escravo, inferior. Quem serve ao dinheiro proclama o dinheiro seu senhor e soberano, e a si mesmo servo e súdito. Mas quem obriga o dinheiro a servir-lhe é senhor do mesmo, porque usa o dinheiro como meio para algum fim superior.
O ser humano luta para ter o que precisa, mas no final de tudo, mantém apenas aquilo que merece.
Autor - Massáo Alexandre Matayoshi
"Quem reparte generosamente seus bens com outras pessoas se tornará cada vez mais rico; quem procura segurar mais dinheiro do que necessita acabará perdendo tudo"
Prov 11,24
Preocupados em aumentar seus próprios bens
Vou às ruas, não vou fazer vistas grossas diante de tanta corrupção, mas isso não é de agora, todo mundo rouba, me admira você se sentir decepcionada, alguns dizem. Com serenidade eu respondo, sou contra corrupção, sou contra ladroagem, sou contra desvio de verbas públicas, sou contra guerra entre Aécio e Dilma, sou contra o “Eu não te falei!”, “Eu te avisei!”.
Não estou em busca de terceiro turno, estou em busca de punição, de que os responsáveis sejam culpados e “exonerados” dos cargos, sou a favor da limpeza no congresso, da reforma política, da ficha limpa, sou contra pessoa inocentes e doentes pagarem o pato por não ter medicação, não ter leito, não ter vaga enquanto o desvio da Petrobrás come solto, sou contra quem sempre se insinuou honesto dizer que não sabe de nada e não ler o que assina ou ainda alegar que foi mal assessorada. Sou contra gente tentando trocar acusação entre partidos para mudar o foco.
Estou exagerando? Não! Estou sofrendo ameaça? Não! A Petrobrás não faz auditoria há oito anos produção? A Petrobrás não tem auditoria interna? A Petrobrás é sonolenta mesmo com seus gastos?
Não é só pela Petrobrás que vou às ruas, vou às ruas contra a campanha milionária que faz os políticos venderem a alma para se elegerem em troca dos superfaturamentos que conhecemos, vou às ruas pelos descompromissos com a campanha, vou à rua contra a moralidade mentirosa pregada aos ventos, vou à rua porque deu zebra para a Petrobrás, deu zebra para o real desvalorizado, deu zebra para a imagem do Brasil no exterior, deu zebra na inflação, deu zebra na conjuntura econômica desfavorável.
Enquanto isso eu resolvo o quê? Curtir meu domingão na piscina aliás, sou branca, rica (só segundo o IBGE), burguesa, mulher que bato panela com bucho cheio e tive a chance de votar em quem eu quisesse em outubro. Sim tive a chance de votar, votei no menos pior, votei em quem acreditava e iria para as ruas contra ele, contra a ditadura de vitimizar a Presidente dos Proletariados contra a Burguesia.
Você jura que essa conversa é em off, que você não está nem aí para o futuro do país, que você se basta com 35 reais, com bolsa família, pronatec, pro uni, bolsa idioma e todos os programa sociais até certo ponto justos, porém eternos, porém medíocres, porém “vou continuar votando neles para não perder o benefício”...
Sinto-me impotênte diante dos fatos, a nação não se sente valorizada, a explicação é lógica, estamos cansados do "rouba, mas faz", estamos cansados de permitir esse descaso com o dinheiro público, ainda bem que esse dia chegou, ainda bem que há chances de fazer os políticos emagrecerem dois quilos com preocupações, ainda bem que dá tempo de arrumar a casa e dar uma cartada de mestre para provarmos em uma manifestação apartidária que temos vários meios de combater a corrupção.
Eu vou te dar um conselho não vai dar em nada. Será? Será que não poderíamos vencer no cansaço por tamanha indignação? Será que a presente classe política atual nos representa como gostaríamos? A causa é grande e o efeito é catastrófico, um erro e a omissão, mais erros e mais omissões, mil erros e mil omissões. Estão nos roubando a dignidade de viver.
Estão tentando nos intimidar, estão tentando perturbar a sua mente com um monte de mentiras, nos colocam como seres manipulados pela imprensa, nos colocam como indignados de redes sociais, nos colocam em foco com maria-vai-com-as-outras, ou ainda que não podemos perder o embalo do oba-ba.
Odeio cenas, pelo seu direito de gritar eu aprovo esse governo e pelo meu direito de gritar toda a minha indignação a roubalheira que fere sem formalidades meu direito à saúde, educação, infraestrutura, salário digno, moradia.
Sem desrespeito, sem descontrole, sem ansiedade, sem nervosismos, vou às ruas pelo meu calcanhar-de-aquiles, vou às ruas pelo respeito as pessoas, vou às ruas para não morrer entalada pela boca diante de tanta covardia, vou às ruas contra esse comportamento ilícito de enriquecer o próprio bolso, vou à rua porque sou parte do povo brasileiro que acredito num país melhor.
Não é a posse de bens materiais que deveria impressionar os Cristãos. Pelo contrário, quem consegue viver com menos deveria receber nossa admiração.
Há males que vem para o bem?
Pense comigo de forma breve sobre essa afirmação. Além de paradoxal é decerto um dos pensamentos mais estúpidos já difundidos em nossos dias.
Nos remete a crer que podemos alterar a realidade dos fatos se então adicionarmos a estes pequenas doses de conformismo e negligência, fazendo do então mal um possível bem, tornando-o mais aceitável.
Uma ideia servida fria e acompanhada de uma boa dose de autoafirmação sem qualquer sentido. O mal é mal e o bem é bem, não há qualquer similaridade entre ambos.
Talvez, e digo isso pois decerto você não deve se submeter a minha humilde reflexão e sim pensar por si próprio, o pensamento correto deva ser ligeiramente distinto em sua construção, porém será de fato imensamente mais produtivo em sua reflexão.
Há males que, consigo, trazem algum bem.
Bens e necessidades
Nesse tempo de crise as pessoas andam refletindo entre bens e necessidades, reaproveitando coisas da estação passada, se esforçando para economizar, colocando sua autoestima para cima sem precisar de tantos cosméticos, mas vira e mexe não estamos imunes aos erros, o erro do desperdício, da doença inevitável do consumo, do resultado de nossas más decisões.
Outra coisa sobre bens e necessidades que confunde a gente é a liberdade, a reafirmação de amor, os aprendizados com os acontecimentos, o divertimento sadio, inócuo, a fronteira entre a firmeza e o desequilíbrio, a boa aparência e juventude e o foco no casamento.
A ciência do bom viver diz que parte de nós possui inteligências arianas que rir da própria desgraça e a outra parte rir da desgraça alheia, que parte de nós conseguimos enxergar o coração do outro, outra parte não, que parte de nós acha que não vale o esforço e que tudo o que podia ter vivido já passou, outra parte luta sem saber por dependência afetiva.
É difícil adquirir um pedômetro, um padrão de beleza é sempre arbitrário, ou os abandonos são sempre injustos, ou a gente pode parar de tentar, a gente pode parar de se importar, parar de ter sentimentos, prender numa gaiola os déspotas.
A gente chega a poluir o ambiente por preguiça, a gente se arranha por sermos diferentes, a gente acredita que homens só gostam de mulheres bonitas, a gente fala só coisas bonitas para não deixar ninguém chateado, a gente curte um cara safado que fala de tudo até levar você pra cama, um estelionatário emocional.
A gente reclama de excesso de trabalho, da vida desequilibrada, agente se acha velha aos quarenta anos de idade e jovem demais para se despedir da vida aos 100, a gente morre por dentro, mas não dá o braço a torcer, a gente fala que a verdade liberta, mas vivemos de ilusões.
Um dia a gente entende que são as pequenas despesas que levam embora nosso orçamento, entende que somos todos macaquitos, que tudo que vivemos tem desdobramentos psicológicos, que sentimos inveja e até cobiçamos coisas alheias.
Ninguém precisa de títulos escolares para discutir seus argumentos, ninguém precisa de Deus como amuleto do qual me lembrava cada vez que enfrentava dificuldades ninguém precisa de posses para ser mais ou menos feliz.
Geralmente paramos de descobrir coisas novas sobre nós mesmos, a gente nem sabe que podemos ser vitoriosos sobre os nossos hábitos, a gente cria briguinha e acusa o parceiro por tudo e no fim pergunta se tá tudo bem.
A gente não dá importância ao mal-estar doméstico, na falta de atitudes adultas e descoladas, na história que se repete, na saúde perfeita até perdê-la, no relacionamento não estável. E quais nossos bens e nossas necessidades mesmo?
Oque coloca pessoas comuns em pedestais não são os bens que elas possuem, mas sim a nossa própria cobiça pelo que elas tem.