Tag ausente
E logo terei de morrer,
para reviver nos rios de sabedoria
aonde o amor flui em correntezas
ao som de muitas águas
antigos veleiros
pioneiros dos tempos,
olhares ausentes,
deitamos a sós
E a fila andou
A fila andou,
era assim que Fátima dizia,
só que ela estava na fila
e eu não sabia,
um dia, depois de muito sofrimento,
a morte tirou-lhe a vida.
foi embora para sempre
a minha esposa querida.
O que ficou foi tristeza
Amargura e muita dor,
um vazio indescritível
um angustia persistente
do meu amor ausente,
de tudo que fomos nós.
A fila andou, sim senhor
e me deixou de presente
um lar que um dia foi da’ gente
e que agora não tem nome,
vazio e só tem lembranças
de tudo aquilo que fomos.
Quando será a minha vez?
Atravesso luas mares e conjuntos estrelares, mas assim como a certeza que o sol é poente, eu sempre estarei aqui nunca ausente.
Muito cedo saiu de casa, pois a mesma casa precisa de uma ausência em mim!
Se um dia eu não poder voltar para casa, a casa terá meu recado de que hoje minha ausência está em casa!
Sou ausente em casa, presente noutra casa de buscas de casa
Se hoje não deu certo, avance cada vez
Pode estar presente mesmo certo do que sinto
Ausente se disfarça não se ver, mas quer estar com você. Toca-te entra sem te pedir Vai a todos os teus lados e direções Chega a lugares que nem todos tiveram a chance de chegar Sua capacidade enfeita e faz teus dias, mas felizes. Faz-te mais gente e humana te conquista com várias tentativas E mais que uma canção suave tem força infinita o peso mais pesado E não custa nada te quer por simplesmente querer te ver Com igualdade sobe medida, está disposta a fazer valer a pena. Cada instante junto às batidas do teu coração é a saudade que sinto de você.
Se as palavras morrem à míngua como os homens o que posso dizer?
Procuro e não lhe encontro...
Não paro...
Não volto atrás...
Bem sei e não aceito...
Todos me dizem que é loucura...
Eu andar à sua procura...
O primeiro de todos os meus sonhos...
O sossego, que não aprofunda...
O silêncio, que mais se acentua...
Sob um céu sardento de estrelas...
Vigília constante da lua...
Tristeza que diviso...
Ausente de seu sorriso…
Minh’alma da sua escrava...
Tão pálida e alvoroçada...
Amando calada...
Sandro Paschoal Nogueira
Devolvo tua voz
Para teu gorjeio extasiar-me novamente
Teu canto que encanta meu presente
E no futuro te quero nunca ausente
Encante-me como sempre fizeste
Feche somente tuas asas em meu corpo quente
Que ferve ao sentir teu respirar na pele
Quero silêncio apenas das madrugadas
E em teu ninho deitada
Adormecer lentamente.
Não é para o colo de vocês que o seu filho vai correr quando precisar chorar. Ufa, né? Não é o carinho dele que vocês vão sentir depois de tomar várias rasteiras da vida. Não são aquelas mãozinhas pequenas que vocês vão segurar depois de um dia daqueles no trabalho.
Felizmente, você não terá nenhuma preocupação, afinal tem alguém cuidando muito bem da sua criança por você. Felizmente, você não vai perder o sono quando seu filho for para a balada. Você não terá vontade de socar a parede quando a criança faz birra. Você não terá cabelos brancos antes da hora. Não vai dormir exausto depois de ajudar na lição, levar na natação, no balé, no inglês. Não vai chorar ao ver seu filho chorar também.
É uma pena, caros homens que só são pais em uma certidão de nascimento - às vezes, nem isso -, que vocês não possam ter nada disso. Nem a parte boa, nem a ruim. Vocês não saberão o que é amor incondicional. O que é ter um companheiro para o resto da vida que vai te amar com todas as forças que ele tem. Mas, sabem, fiquem tranquilos. Seus filhos crescerão saudáveis, inteligentes, com alguns traumas, mas nada que vá fazê-los se tornarem pessoas fracas. Muito pelo contrário. Porque vocês deixaram seus bebês com mães. Mães de verdade. Que às vezes sentem vontade de fugir, se trancam no banheiro para chorar, ficam exaustas e irritadas com os choros, as manhas, as malcriações. Essas mães conseguem ter os mais variados sentimentos e ainda assim amar tanto seus filhos e se tornarem a mulher-maravilha por eles.
Essa carta é para você, pai ausente.
Talvez você até se ausente de receber essa mensagem, mas eu gostaria de tentar, mesmo assim.
Talvez você saiba como é crescer sem pai. Talvez você tenha vivência dessa ausência e se recorde do gosto amargo disso.
Mas talvez você não saiba que, por trás de uma decisão tão fácil para o homem que é decidir não estar, moram efeitos devastadores.
A criança não amada.
A mulher sobrecarregada que precisa dar conta de tudo, mas não porque ela é forte como uma heroína. E sim porque não há outra forma.
Mas existe algo que você também não sabe. Que essa criança terá filhos.
Se for um menino, ele será pai. E não existe sensação mais angustiante do que ser pai sem ter um pai.
Então, esse menino não terá um pai para conversar sobre seus dilemas de paternidade.
E tudo isso porque você não quis. Você não pôde. Você esteve ocupado. Você achou que não era sua responsabilidade.
A responsabilidade é sua. Você deve ter a iniciativa.
Corra atrás dos seus erros, construa o seu futuro de forma ativa e responsável. Nunca é tarde.
Não espere seu filho crescer, cresça com ele.
Agora.
O crime orquestrado se instala e prospera atuando com harmonia e crueldade, num território onde o estado se revela ausente e ineficiente
Não tenha medo de tentar, tenha medo de se encontrar olhando para o abismo com a alma vazia e ausente de fé.
Ausência.
Antes nos viamos dia a dia
Hoje já não espero o teu ver
Agora a noite é tardia
Insônia no anoitecer
Dedico a fina
Camada de adormecer
Que tu seja sina
Quando não mais
Te ter
Jovem a vida é complexa
Não seja simplista
Expresse-se sem ira ou raiva, de maneira amável.
Afinal, sua presença no presente não te fará ausente.
À ALMA DE MINHA MÃE
Partiu-se o cordão do amor absoluto
No meu desditoso fado então trincado
E as preces no rosário assim de luto
Rezam tristuras no chão do cerrado
Lacrimoso eu, debalde na dor soluto
Soluça a baixa deste relicário delicado
Minha mãe, tão jovem em seu atributo
Pôs suspiros no meu peito instigado
Tal um ramo que seca sem dar fruto
Em um outono tão frio e desfolhado
Assim, o meu afeto se faz convoluto
E na continha de saudade, ao lado
Das lembranças dum amor resoluto
À alma de minha mãe, louvor ofertado!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
Pai, na saudade.
Quando me dei conta da ausência
Na idade madura me encontrava
O senhor não era mais suficiência
Herói e vilão, já não mais estava
Outro tempo, outra realidade
O passado, passou, ali te amava
Te amo! Hoje, na dura saudade!
SONETO A UM AUSENTE
meu sussurrar no sentimento
meu pensamento a angustiar
meu pranto jogado ao vento
meu padecimento a suspirar
teu silêncio agreste e morno
teu carinho no vazio a velar
teu ser na saudade, é adorno
teu vão que me faz ter pesar
de tudo a lembrança é solidão
e na dolência, o rogai por nós
pra dar um alívio ao suportar
dos danos a amarga sensação
um triste olhar soluça por vós
e cá, vou na falta, a te desejar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15/10/2021, 18’26” - Araguari, MG
CANÇÃO À AUSENTE (soneto)
Pra te esquecer ensaiei minha saudade
Deixei então de pronunciar o teu nome
Me escondi no silêncio que me consome
Pra te esquecer ensaiei a minha vaidade
Pra te omitir ensaiei diverso pronome
Busquei na poesia uma profundidade
E na maldade do verso tu me invade
Pra te omitir ensaiei não ter de ti fome
Pra te esquecer ensaiei a minha razão
E no vão árduo o pensamento chorou
Para te omitir ensaiei o meu coração
Pra te esquecer e te omitir só sobrou
Um prazer agridoce e amarga ilusão
Para te omitir, esqueci.... acabou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 19’10” - Cerrado goiano
A vida que se tem, é a vida que se faz ou não faz, pois mesmo ausente e calado, receberá as mesmas conseqüências.
Carta de um filho para um pai ausente.
Olha pai como eu cresci forte e saudável sem você.
Olha só como minha mãe cuida bem de mim.
Eu até já sei andar...
E se às vez eu caio, a mão protetora da minha mãe me ajuda a levantar.
Sabe pai? Às vezes eu não durmo direito a noite; tenho febre, sinto dor quando me nascem os dentinhos...
E minha mãe fica sempre ao meu lado, enquanto você dorme tranquilo sem preocupação nenhuma comigo.
Sabia Pai? Minha mãe parou de comprar muitas coisas pra ela, pra poder me vestir me alimentar, me educar e me comprar brinquedos...tenho muitos brinquedos!
Pai, você nem sabe, amo carrinhos...
Claro que não sabe, e nem pode saber, não faço parte da sua vida e nem da vida da sua família.
Sabe pai? Quando eu for grande vou tentar proteger a minha mãe de gente como você. Mas sou grato, por você ter me dado essa mãe tão batalhadora e maravilhosa que faz tudo pra me ver feliz, e graças a Deus não precisamos de você!
Espero que você esteja bem porque apesar de tudo não te guardo rancor, cada um dá o que tem, e você nada tem ou teve pra me dar.
Espero sinceramente que se sinta feliz por eu não fazer parte dos seus projetos de vida.
E se em algum momento você pensar em pensar em mim, não se preocupe, você me deixou em muito boas mãos.
Eu tenho mãe, a minha mãe tem pai e mãe, eu tenho tio, tenho amiguinhos, tenho madrinhas, padrinho, tenho tanta gente ao meu redor...tenho tanto e muito amor!
Ah, ganhei um Papai e vou ganhar um irmãozinho.
-Sou uma criança muito feliz!
Benício Gabriel Vieira Coutinho
24.10.2023