Tag amanda
Para ele: juro-te que não é uma declaração de amor, mas é que sonhei contigo na noite passada. E sei lá, me deu vontade de dizer que não consigo amenizar essa saudade nem a separando em sílabas. Não, não estou me declarando, contudo, perguntaram-me a definição de estrelas cadentes e eu só conseguia descrevê-las de um jeito. Do nosso jeito. O jeito como cada vez que o teu coração encostava ao meu, eles tocavam o céu, e assim as estrelas caíam. É estranho, porque apesar de não te querer para sempre, eu te quero bem, e muito. E esse não é mais um verso de amor, uma vez que digo te adorar para não dizer que te amo, e tento me amar mais a cada dia para não deixar este sentimento escapar a alheios. Das oportunidades perdidas, descobri que amor é tipo colher flores. Não que eu gostasse de colher flores, mas eu sabia que se as arrancasse, não seriam mais as mesmas. E da nossa primavera não se aproveita nem meia estação. Por isso que amor é verbete proibido, e cada um propaga suas palavras e isola o que sente por dentro e descobre a força no vento contrário, e não seguindo na mesma direção, enfim. E a vida é feita de ventos contrários, não é? Onde quinze semanas são brisa e o resto é tempestade, e eu te perdi nessa atmosfera infindável, aprendendo com as circunstâncias que não somos senhores do tempo, nós somos finitos. É difícil compreender a efemeridade das sensações, a culpa do engano, o desejo da carne. Nunca foi uma declaração de amor. Porque para te ter por perto eu precisei congelar por dentro, e as emoções resultaram em estalactites no céu da minha alma. Não que eu me orgulhasse da criatura em que me transformei, entretanto, aprendi da pior maneira que o amor não é justo, é egoísta. Perde-se na trama dos pensamentos, focam os objetivos num plural. A queda é imensuravelmente mais dolorida do que pular de um prédio de seis andares. Cada estrofe é um passo desregulado e sem ritmo e eu não entendo o porquê de insistir no inexistente, na valsa sem som que ecoa quando o acaso te traz para perto. Descobri que me encontro num rosto que nunca vejo, contudo, conheço as mil facetas que traz, as linhas firmes que almeja. E não é uma declaração de amor, uma vez que se por acaso, algum dia, se eu bater na tua porta é porque errei de endereço.
No sonho, não me recordo ao certo, nós éramos bêbados e felizes. Você apostava em nós e eu desejava a gente. E poxa, como se respira mesmo? E é isso, são os enigmas sem sentido, os labirintos da tua alma repletos de paraísos desconhecidos que me instigam, e eu até atrevo a me perder por essas terras, amor. E isso não é uma declaração de amor. É perceber que eu era boa com palavras até precisar caminhar no sentido contrário a elas só para ter certeza da minha força, ou das sobras dela. É te esquecer por um segundo e recordar do que nunca pareceu fazer sentido nas outras horas do dia. É te querer não querendo, evitar ouvir as batidas do teu coração justamente por decorar os trechos acelerados. É sentir o silêncio pro conforto da minha arritmia. Me despe e não se despede, aprende que na despedida eu me torno perecível ao resto do mundo e insensível aos outros dias. Aprende que se por acaso isso tudo parecer uma declaração de amor, é coincidência. O que não significa nada para ti é o meu fim distribuído em pequenos fragmentos, e ou eu te mato agora, ou continuo me deteriorando aos pouquinhos. E “se dessa vida nada se leva”, por que eu ainda insisto em te levar comigo? Eu não entendo, realmente não entendo. Ninguém nunca disse adeus e a esperança ainda é superlativa. Ainda acredito em tudo que eu não disse, mas jurava que tu compreendias.
Mas se eu voltasse, nunca me permitiria partir novamente. E pela primeira vez te vi à toa e pensei: “Por favor, não sinta a minha falta”. Desculpa, moço, é que eu interpreto pro meu mundo até o que você não diz. E isso não é uma declaração de amor.
Utopia
Ela tem uma constelação tatuada um pouco a baixo da costela e eu me pergunto se faria mal eu dedilhar aqueles traços escuros em uma noite qualquer. Ela tem calos nos dedos da mão esquerda e eu nunca tinha associado as coisas. Ela canta baixinho na cozinha quando faz o café e cruza os braços quando aparentemente está sem paciência. Ela traz o tom do fogo nas tramas do cabelo e a relva nos olhos. Ela é diferente, quando a tristeza lhe inunda a vida, ela não alaga os olhos, ela apenas escreve, escreve, escreve... Ela é perfeita. É o que completa a minha insuficiência. Logo eu, vazio da realidade, tratei de ocupar-me com os sonhos. E a quem engano? Ela não existe. Ela é minha realidade inventada. E me aventurar num mundo perfeito sem sair da minha zona de conforto não me transtornava tanto. Por ora.
Pra Ela
"Então ali está, a menina do sorriso misterioso que transcende os dias. Ela é dotada de vários vícios e o sonho lhe inunda os olhos a cada hora do dia. Ah os olhos. Traz com si duas esferas de céu azul e a cor rosada da fruta proibida do paraíso nos lábios. Ela é a Branca de Neve que não precisou morder a maçã para descobrir os venenos do mundo. Bem no fundo, ela compreendia que quando o coração apertava, um amor de meia estação atravessava o vento como possibilidade seca, e que se uma lágrima lhe escapasse, parte de uma frase não dita saía junto. E ela é feita de mares de frases não ditas, amor. É a tempestade intensa e tanto quanto intempestiva que abala as estruturas de quem não ousa ser atingido por tal sensação. Ah o sentimentalismo visível que exala por seus poros como cheiro de poesia fresca. Porque a Branca de Neve deste conto não precisa de castelos para que a felicidade lhe capte, tampouco da brutalidade do mal-me-quer para que a tristeza lhe instigue. A Branca de Neve não precisa de meias palavras, mas gosta delas. A menina destes versos eu encontro num conceito textual de Caio F. Abreu e até ouso cogitar que a expressão “Que seja doce” fora escrita especialmente para quando o gosto amargo e efêmero da incerteza a raptasse. E ela gosta de ser desafiada pelas incertezas, não? E até se sente extraordinariamente sagaz assim que o efeito de tendenciosidade lhe atiça os sentidos e o proibido agrada a saliva úmida. Pra ela, que ainda acredita na boa fé do mundo, que deixa um pedacinho de verdade jogada pelos cantos da existência. É ela que tem esperança no que já é invisível, assim como não exibe sua armadura cética uma vez que ainda acredita no amor. Ah ela, que me cativa quando se mostra frágil, que almeja um afeto imensurável. Acho que escreveria outras dúzias de frases para cada tristeza que lhe consome justamente para que as palavras nunca a ferissem. Eu estancaria feito sutura, uma vez que sua tristeza é parecida com a minha nas diversas lacunas de hesitação, a diferença, a sutil diferença é que, os olhos dela meio que lampejam a qualquer sinal de notícia boa. O que a muito não me consolidava. Mas ora veja, quando ela sorria eu até conseguia ficar contente. A Branca de Neve desta história não faz a menor ideia de quê é mais forte e autossuficiente do que imagina."
Pra ela.
“Ela gosta de ser desafiada ao erro e ser provocada instintivamente. A menina é daquelas que sai faísca ao menor toque. E você gosta disso. E fica admirado por saber que ela é assim só com sua presença. Você fede à precipitações, meu bem, e tem um aroma doce de convencimento com boas doses de mau caminho. E ela é indiferente, te faz de tapete, pisando e se enrolando à pior circunstância. Ela te tem nas mãos e você nem nota, pois está enfeitiçado, enfeitiçado pela menina que te atiça, que entra em sintonia com tua boca suja e atitudes inconsequentes. Ah querido continua fingindo que ninguém percebe. Talvez, se você for bonzinho, ela te dê dois beijinhos no rosto e um prêmio de consolação. Só não a subestime. Ela se apaixona por detalhes, menino, desafie-a a esquecê-lo, garanto que basta dois tempos e ela encontra alguém que a provoque, mas não vá embora depois. E há quem diga que o teu olhar desvia quando ela passa rasante por perto. Tudo é estranho quando o olhar é insano. Tudo é estranho onde o sentido é não se conhecer mais o que já não tinha explicação. Mas você não entende, não é? Você não consegue compreender que ela só queria alguém que cantasse pra ela, na sua casa, em sua varanda num domingo qualquer...”
“La Petite Fille
O espelho diz todo dia que tenho uma aura branca envolta no corpo, mas como? Por que não reconheço o reflexo que parece tão vívido diante de mim? E ali está quem não conheço, ela possui os olhos grandes de excitação e não dispõe de nenhuma marca de ressentimento. Sim, fille, tua farsa começa nas pontas dos teus cabelos, desce pelos becos que percorrem teu corpo e chega ao teu coração, mostrando a todos que tua vontade de vencer e ser sempre a última a mover as peças do tabuleiro era maior do que qualquer vício de presença, e que tuas intenções vazias de serenidade acertavam em cheio os corações desesperados por manhãs ensolaradas. E tu eras uma esfinge, menina, surgia como manhã ensolarada, tarde fria, noite seca, ou qualquer outra forma que se adaptasse ao que tu ambicionavas. Teu mundo era uma mentira, assim como a fraude dos olhos doces que sucumbia os enamorados, teu vestido vermelho justo apresentava o paraíso inconsciente para os amantes insensatos. O sorriso de Mona Lisa que trazia exorbitante enfeitiçava os imaturos e persuadia os inquietos. E eu não me encontrava nessas horas de impetuosidade. E por dentro a bile esgotava-se, e a carnificina do próprio ego me destruía em pequenas frações de luto. Refluxo, refluxo, refluxo. Como o movimento da maré que se afasta da margem, como se carne e alma não estivessem mais nas pregas da mesma costura. E a sensação intrínseca que não surte mais deliberado efeito corrói a animália do ponto de não-retorno, alimentando a fera devoradora de males errantes. Aí eu me dou conta de quê guerra mesmo ocorre aqui por dentro, e as paredes do corpo não permitem a notoriedade do eco, e eu até me conformo de que minha parte sombria não seja exposta contando que a máscara de “mundo justo que no final não vale a pena” ainda instigue. E mesmo com mantras desconexos e o veneno do bálsamo escarlate, o meu arsenal de desafeto implica a morte uma fase bonita, contudo não dos sentimentos necrosados. E para continuar viva, eu precisava morrer um pouco por dentro apenas para que a minha subjetividade não alternasse. O espelho pode assumir diversos significados simbólicos e quase todos estão ligados à verdade, à sinceridade e à pureza. E eu ficava aliviada quando os seres à minha volta acreditavam na aparência do olhar que não vê direito. A porta abriu sozinha com a força do vento, e pela primeira vez pensei: “Fique tranquila, fille, os fantasmas cá estão dentro de nós”.”
Infinitos Universos Paralelos
"Pra quê se preocupar com um momento que já está perdido em algum outro campo infindável por aí, não é mesmo? Espaço e tempo estão ligados, e o minuto passado se encarregou o próprio tempo de deixar de existir. Não que isso assuste, entretanto consegue confortar-me a partir do pressuposto das relações humanas e suas afetividades. E nesse mundo de caos, meus caros, a dor da lembrança egoísta é o pior veneno, contudo doce, que pode estar correndo por suas veias. E eu respiro passado, confesso, e não só exalo decepções como sou amante da memória, aspirante a fotossíntese de intuições. Sou a agonia de um looping reminiscente e invariável de desencanto. E aqui estou. Por não saber o caminho dos trilhos, o peso das bagagens nos vagões eu não me permito seguir viagem. Não. E há quem diga que pior do que não reencontrar o passado é descobrir o que se perdeu do futuro, tarde demais. E eu sofro de dores fortes de antecipações agudas o tempo todo, enfim, por entender, mesmo não entendendo, que para alcançar o que desconheço, preciso primeiramente me conhecer. E ponto. Sou dotada de um pseudônimo oblíquo que ainda não se localizou pelas veredas desse mundo. Na inexatidão do ser, eu consigo compactar os meus anseios e até fingir que estou feliz selecionando uma de minhas tantas outras máscaras. Aí sim, tomo por conta de quê em algum universo paralelo, talvez, só talvez, meu nome seja sinônimo de partidas. E eu até gosto. Porque o desejo de bater as asas para uma terra que ninguém conhece ainda é mais aceitável do que permanecer. A ilha da fantasia dos que não tremem ao enfrentar palavras sólidas e cheias de trepidações ao mesmo tempo, local este onde eu consiga distinguir os sentimentos bagunçados na gaveta e jogados pelos cantos de um poema que não cessa. Percebi então que nunca terminei de escrever um único livro. Nunca chegara ao final de um capítulo, tampouco matei algum personagem por sua péssima conduta e atos relativamente falhos justamente por não gostar de fins, exatamente por não saber justificá-los para alimentar os meus princípios. Acredite nas partidas, e quem sabe em um desses universos paralelos eu consiga, ao menor dos males, ter confiança na ilusão do que não existe e goste de ficar. Por ora. Trilha de dois caminhos irrevogáveis, uma vez que eu não posso esquecer o que ficou pra trás. Se por acaso me desfizer das lembranças, meu corpo esvai junto. Porque eu sou feita de recordações, amor, e ainda há quem diga que quando teu sol reflete na minha pele, eu até consigo sorrir e novo.
O que há muito não faço.”
Uma vez ele me falou que sou tão previsível tanto as Estrelas do Norte, disse também que sou feita de instantes, que fui um bem súbito em sua vida. Eu espero que tenha sido a estrela mais brilhante que orbitou naquele mundo sombrio. O admirava dormindo e apenas lamentava o gosto ácido da dúvida, meus olhos vacilantes denunciavam um “por que” a cada contratempo de sua respiração. Então me atingiu de inesperado o dia que o conheci, ele usava botas de couro, aquelas botas de motociclista, sabe, e um chapéu engraçado, me falou que estava terminalmente apaixonado por mim usando o termo “razões óbvias”. E eu não compreendia, mas apreciava que dançávamos no mesmo ritmo e sabíamos até descarrilar o mundo no mesmo compasso. Então, passo a passo, reconhecia um pouco de mim naquele enclave e me sentia confortável por isso, por fazer parte de um reduto de paz e, quem sabe até, ser a fonte desta sensação. Daí percebo que talvez ele seja o “de repente” que eu tanto aguardava e o frio na barriga que jamais cogitei provar. Mas como? Tantas perguntas e não esbarro com resposta alguma e sinceramente, eu não preciso. Daí descubro que também o encontro no meu “onde”. Na direção concreta, no ponto de referência confiável e exato, desvendo por trás do sorriso largo uma alegria recíproca, e na constelação de euforia, o desenho como Estrela do Sul. Minha estrela, jóia rara. E nós somos um. Por quanto tempo? Eu não sei, mas desculpa a falta de jeito, é que eu não posso resistir à tentação de pecar pelo excesso de desconfiança com o destino por ter o atravessado como um meteoro no meu céu. Era o tempo que cura fazendo cócegas no umbigo e ressaltando o meu gargalhar frouxo. E eu sentia isso também, todos os dias. Sentia as cócegas daquele riso baixo, do sopro leve na curva da minha orelha, sentia cócegas no olhar infame e até ousava a desvendá-lo.
- Razões óbvias? – Indaguei.
- Razões nucleares, menina, seu coração é uma bomba atômica e não sei se aguento o peso das explosões.
Tarde demais.
Acho que foi amor à primeira crise de riso.
Cherie
Parabéns prá você!
Todos os dias passam pelos meus olhos os parabéns que mães extremosas dão aos seus filhos, filhos amorosos aos pais, amigos e amigas exaltando o nobre sentimento da amizade.
Maridos e esposas brindam a união que faz dois terem a força de um exercito pronto a enfrentar as difíceis batalhas que aparecem na vida.
Cada um sabe como e porque diz o que diz para os seus queridos.
São treze anos que estamos juntos e foram raros os dias que nós não brindamos de verdade ou que eu deixei de te parabenizar pela menina mulher maravilhosa que você é.
Todos os dias na hora do almoço ou do jantar e até mesmo quando nos encontramos na geladeira ou no filtro para beber água, nós nunca deixamos de bater os copos, numa alegre exteriorização do que vai pelas nossas cabeças e que mora nos nossos corações.
Não raro quando vamos dormir eu te digo:-Boa noite, agora vou dormir e te encontrar nos meus sonhos e quando acordamos eu abro a janela e a luz logo me inspira, olho para você e digo: Boooommm diaaaa!!! Mais um glorioso dia ao seu lado. Tem gente que nem acredita.
Ás vezes leio que todos os casais brigam ou discutem. Nós não! Qualquer dúvida é resolvida na hora e não dá tempo para remoer frases ou palavras que são só frases e palavras e que se parecem ríspidas no momento é porque não foram bem empregadas. Nossa relação não tem senões.
Diferente da maioria dos casais, vivemos vinte e quatro horas olho no olho.Trabalhamos juntos, vamos juntos a quase todos os lugares.
O que nos motiva são gostos parecidos. Nossa sintonia é tão fina que eu desligado, só percebo quando você me alerta que colocamos roupas da mesma cor, lembramos de coisas incríveis ao mesmo tempo e quando um demonstra um desejo o outro vem com a ideia certa e pronta.
Treze anos e eu poderia ficar escrevendo palavras, linhas, páginas e até um livro desse nosso companheirismo a toda prova.
Acho que essas palavras são suficientes para marcar a data.
O resto vem depois, veio antes e virá a cada momento em que continuarmos respirando o mesmo ar, olhando na mesma direção, para os mesmos objetivos e coisas, tendo os mesmos ideais.
Se eu escrevesse só três palavras, com a força que eu as sinto, elas seriam suficientes para dizer tudo.
Eu te amo!
“E mais uma vez, mais um maldito final de semana, eu comprovo a teoria de que você não consegue viver sem mim. Talvez o álcool no seu sangue tente nunca me matar dentro de você. E isso é bom. Talvez, só talvez, eu nunca tenha morrido aí por dentro, quem sabe eu estava adormecida este tempo todo apenas esperando um momento vacilante de guarda baixa. Ou, eu seja tão sua, de uma forma tão especial que você só lembre de mim em momentos especiais. Contudo, querido, preste atenção, a coisa mais especial que aconteceu na tua vida, você jogou de um penhasco e parece não se importar com os hematomas. Eu explodi por dentro, amor, eu explodi todos os dias aos quais eu sabia que estavas respirando sem a minha ajuda e conseguindo se reconstruir sem mim. Ai vem a minha sorte por ser o primeiro número da tua agenda, porém não tua primeira prioridade, vem o meu pensamento de sempre atender aos seus chamados para que, ao menos, eu possa te salvar do que você se transformou. Ou talvez que tente me salvar do que eu me tornei.”
Você me chamou e eu te devolvi um “hoje não dá, desculpa”.
o coração explodiu, mas a alma ficou em paz
AMANDA SEGUEZZI
“A solidão ficou sem par por minha causa a partir do momento que decidi desistir de você. Eu tinha pena dela. Porque, mesmo me abandonando, ela assombraria as paredes do teu coração pra sempre, meu bem. E não há nada pior do que gritar até os pulmões queimarem e perceber que o amor tapou os ouvidos para você."
"Neste último mês eu pensei em tantas formas que te encontrar casualmente e perguntar como vai a sua vida de um modo aleatório e desinteressado. Pensei na possibilidade de você estar feliz e isso me matou. Pensei em como eu sou descartável pra você e tentei me refazer. Pensei na expectativa de você sentir um pouquinho de saudade das sardinhas do meu rosto e fiquei feliz. Eu gostava de me iludir com essas coisas. Tinha a esperança de que, se tocasse nossa música no rádio, você pegasse o telefone pensando em me ligar.
Possui teu cheiro o cheiro da ilusão.
Você é como uma daquelas valsas tristes, poesia que não rima no final. É um vazio tão inexplicável este teu, dá vontade de saltar nele só para te curar. Talvez você não queira a cura, por que não? Eu te imaginava numa daquelas danças a dois que alguém cisma em dançar sozinho, com um cigarro na boca e um copo entre as mãos. E no meio da euforia de ser um par tão ímpar, senti o teu vermelho de dentro petrificando. Senti o teu vazio gritando por mais vazio. Senti que a nossa poesia jamais rimaria. Eu estava apaixonada por um homem morto ao qual a solidão tratou ela própria de querer enterrar.
Penso na vantagem ser o primeiro nome da tua lista telefônica. Penso na possibilidade de você estar à toa, abri-la e se deparar com o meu nome. Talvez você pense num "Será?”ou "Mas porque não?“. Talvez você tenha o meu número por educação, por casos emergenciais. Talvez, talvez, talvez. Talvez eu tenha te apagado da minha lista simplesmente porque, mesmo não tendo a vantagem de estar no topo dos meus contatos, ainda permanece na escala de prioridades da minha vida, e se eu não fosse tão estúpida e nem um pouco burra, não tentaria excluir o que eu já decorei. Isso vale tanto para você quanto para o seu número. Acho que te ligaria só para saber como foi o seu dia.
Eu te queria pra mim feito uma conquista, um troféu exposto numa estante empoeirada. Queria-te para obter novos inimigos, novas pessoas me invejando. Tanto esforço por um pouco de reconhecimento, eu também queria. Porque eu devo ter batido o recorde mundial de alguém que te quer nesse mundo. Eu queria mostrar a todos que vale a pena esperar por você. Queria te guardar pra sempre num porta-retrato, te levar no bolso e fazer disso algo suficiente. Queria esfregar na cara de quem não te aprecia o quanto te conhecer me mudou. Eu queria mostrar ao mundo que você é bem mais do que aparenta. Eu muito queria mostrar as tuas belas qualidades ao universo, tirando aquelas que fui inventando ao longo dos anos. Eu queria te provar que você é sem graça sem o meu brilho, mas isso todo mundo já sabe. Menos você.
Então, tigre, faça aquela tatuagem que você sempre quis e eu sempre odiei, vá morar na praia, já que eu nunca gostei de verão. Faça tudo que me impeça de gostar de você, e talvez eu te esqueça. Talvez eu volte para os teus braços te desejando em dobro.
Vai entender."
“”Hoje eu contei as estrelas até cair no sono, e antes disso fiquei procurando uma aresta da escuridão ao qual nós despencamos. Sim, nós despencamos! Você caiu primeiro e ficou tão horrorizado com os tons de tristeza quanto eu. Você me conheceu no hiato das minhas pieguices e resolveu desfazer as malas, marcar o sofá sentando sempre no mesmo lugar. Eu entendia os teus dramas obscenos e deixava de lado os meus próprios dramas. Você tentou minimizar minha poesia e, por você, eu canalizei os meus excessos escrevendo-os apenas nas paredes sólidas do meu corpo. Implodia-me todos os dias para viver a tua realidade – tão triste. Perdia-me entre os teus atritos e achava que os meus beijos te despertariam para o meu mundo de fantasia. Tive então que dosar o meu amor justamente para não me afogar nele. Fui obrigada a conviver com um fantasma, ensiná-lo a ser menos solidão e mais nós. Já não tinham mais cores os olhos que tanto dançaram com os meus e, no lugar do brilho intenso, a imagem do caos ficou marcada em sua pupila como a última coisa que vira. Dói ter que transformar a primavera em inverno por tua causa. Doeu transformar-me num jornal velho que ninguém lê. Tive que refazer alguns versos, lidar com a presente ausência, juntamente com as tempestades, precisei fechar os meus olhos para me encontrar por dentro feito uma fugitiva. Precisei brincar de adulta enquanto virava um dos teus fantoches, ah meu amor, eu abri mão de tudo que tinha por um sentimento movediço que cisma em escapar pelos meus dedos. Eu era a louca das sílabas sem sentido que acreditava em horóscopo e você o menino dissolvido em ego e aceitação. Faças as tuas malas, meu amor, esgotou o estoque de piedade e covardia, porque você foi covarde, foi sim! Você não se adaptou ao meu conjunto de abismos e abreviações. Descobri então que assim como as estrelas mais brilhantes do céu, você já havia morrido há algum tempo também. É que eu preciso de um incêndio, sabe? Desordenar as frases, confundir os caminhos. Eu preciso mudar a cor do cabelo, tentar chegar à Lua apenas pisando em certezas inventadas. Porque, talvez, a realidade seja a minha parte insana que te quer por perto enquanto me mata de solidão e sede de ti. E no meu mundo de literatura barata você nunca morre. É por isso que me salva da própria loucura, amor. Insanidade. Foi o que sobrou de você em mim.”
Louco é pouco
As vezes é a loucura que te faz virar de cabeça para baixo ou apenas o ser livre.
Lembro-me de quando não era louco!
Eu pulava e corria!
Louco eu que viciei no sorriso teu?
Ou livre tú que vira a cabeça?
De louco tenho até um pouco, já de livre não tenho nada.
Pois msm de cabeça para baixo eu me prendo ao teu sorriso!
Meu presente no dia dos namorados.
Dia desses peguei carona numa postagem do Facebook, onde uma senhora reclamava veementemente que seu marido havia lhe dado de presente no dia das mãe uma Air Fryer.
Chego a duvidar que alguém não saiba o que é uma Air Fryer pois temos uma aqui em casa e depois dela, minha querida Amanda tornou-se uma “quase-chefe”, digna de ser convidada para o programa da Ana Maria Braga.
Quando começamos a namorar a Amanda não sabia nem fazer café, hoje, depois da Air Fryer ela elabora uns pratos realmente gostosos, a partir de produtos básicos semi-preparados, comprados no Pão de Açúcar.
Fica tudo muito bom e eu recomendo para qualquer um que não seja um gourmet, como eu não sou.
Lembro-me ainda, que quando eu tinha uns dez anos, meu pai perguntou para minha mãe o que ela queria de presente no dia das mães e ela pediu uma processadora, seja lá o que fosse essa coisa, que para mim parecia um liquidificador. Minha mãe usou por muito tempo a engenhoca até que eles se desquitaram e ela definitivamente desistiu do meu pai, da processadora, do forno e do fogão.
Mas até onde eu sei, presente é aquilo que nos é útil e o presente que mais uso, de todos o que a Amanda me deu é uma cafeteira Dolce Gusto da Arno.
Não sei se você imagina meu prazer em fazer meu próprio café expresso a qualquer hora, sem ter que seguir receitas, sujar a cozinha toda e descobrir finalmente que o café ficou fraco ou frio. Praticamente todas as vezes que eu faço o café lembro que a cafeteira foi presente da Amanda e quando ela está por perto faço com que ela saiba o prazer que ela me proporciona.
Encerrei meu aprendizado na cozinha depois de fazer barbaridades com uma pipoca e queimar os braços ao tentar fazer um chá de saquinho, ambos no micro-ondas.
Hoje nem olho para ele e tenho que esperar uns dez minutos que o sorvete descongele em cima da pia para poder tirar da embalagem. Micro-ondas assassino nunca mais, só opero a Dolce Gusto.
Mas voltando ao presente que a Amanda me deu nesse dia dos namorados, tenho que confessar que depois de dezessete anos juntos tenho certa prática em saber o que ela pretende a partir da primeira frase. Ainda assim esse ano ela me surpreendeu.
Dias antes da data festiva, ela veio com aquela conversinha a respeito das minhas lembranças da infância e da juventude e eu contei a ela mais algumas passagens da minha tumultuada estada de dois anos de internato no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Campinas.
Contei como eu fugi várias vezes e embarcava sozinho e clandestinamente nos ônibus da Cometa (eu tinha quatorze anos), contei que para voltar ao colégio eu chantageava meu pai e assim consegui meu primeiro gravador de fitas de rolo Geloso e minha segunda moto uma Leonette de 50cc.
Contei que a comida no internato não era das melhores e que minha mãe levava todas as semanas bolachas, chocolates, queijos e enlatados para complementar as refeições.
Tive que explicar o que era uma fiambrada pois ela nunca havia visto ou ouvido falar e acreditamos que isso não era mais produzido.
Fiambrada para quem não sabe, é uma mistura de várias carnes únicas ou misturadas, que vêm numa lata diferente, com um dos lados maior que o outro para facilitar a retirada sem que saia em pedaços etc.
Não foram poucas as aventuras que eu tive naquele colégio interno e tenho muitas lembranças, a maioria péssimas, principalmente porque além das férias a gente só tinha duas saídas, uma na Semana Santa e outra na Semana da Pátria e eu por mau comportamento perdi todas durante todo o tempo.
Bem, mas voltando às boas lembranças e aos excelentes presentes que a Amanda me dá sempre, nesse dia dos namorados ela me deu um embrulhinho bem-feito com um cartão.
No cartão, como de costume, lindas palavras e abrindo o pacote tive a grata surpresa de descobrir uma legitima fiambrada de R$4,80.
Amanda não quis nem experimentar, mas eu estou amando!
Paixão Goiana
Tão belo
Como o doce som
De um violino
És teu sorriso
Amanda Marcelino
De olhar encantador
Pequena flor de azucena
Delicada e serena
Uma jóia rara
Que a cidade de Itumbiara
Ao mundo, revelou.
By: Antenor Castro
Essa aqui é a Amanda
menina sonhadora
vive com a mão na massa
pois aprendeu de cedo na raça
que não basta sonhar tem que ser batalhadora!
Isso não é propaganda
nem mesmo elogio
é fato de um caráter de mulher verdadeira
e cheia de brio!
Se espera dela uma conversa branda
já desencana,
pois ela dirá tudo o que achou,
tim-tim por tim-tim, sem esconder nada
papo reto, palavra franca!
O Significado do seu nome:
"Mulher para ser amada"
diz o sabedor,
como se precisasse de indicação
Para sentir por ela o mais puro amor!
Cozinheira de mão cheia
dizem as pessoas:
"-Essa é a sua vocação"
isso porque não fazem ideia
de quantas coisas boas
é cheio seu coração!
Se achou muito
imagine se conhecer
os dois presentes
que através dela veio ao mundo
nos trazendo esperança
Isso sim é mulher, esposa e mãe
essa é a minha linda Amanda
Sinto latente a angústia de registrar minha vida, como se isso fosse me salvar, como se pudesse! Suspiro, sentindo uma crença quase vã no impossível, fortalecida pelo amor que ainda pulsa forte no meu peito. Sempre pulsará!
Ah, a alegria! Shakespeare disse que ela prolonga a vida e que evita mil males. Eu concordo, mas o contrário, a tristeza, parece que nos puxa para o fim de tudo… Sinto que eu poderia sobreviver às mais profundas dores, mas não conseguiria suportar ao desalento de me casar sem amor. Além de tudo, hoje sei o que é ser amada e isso não é algo que se possa esquecer. Meu coração agora conhece o pulsar prazeroso de estar apaixonada…
— Eu nunca conseguiria pintar o tom de azul dos seus olhos, mais belos que o oceano, ou seus lindos lábios, mais rosados e saborosos que uma fruta, o contorno das suas sobrancelhas e os seus cílios, ou a maciez da sua face — falou, acariciando meu rosto. — Há algo que preciso confessar… Meus sentimentos vão muito além de estar apaixonado. Eu a amo! Sim, eu a amo com ardor e êxtase, Lolla! — E, assim que James terminou sua confissão, puxou-me para um beijo intenso e deleitável que deixou minhas pernas instáveis e minha respiração ofegante.
Eu adoro tudo neste lugar, especialmente porque a senhorita está aqui agora. Não importa, Lolla, se eu estou em um gazebo, em um jardim ou em um baile, eu sempre vou amar o lugar onde a senhorita estiver. Aqui dentro ou lá fora, onde o mundo é imenso, não existe nada que me seja mais adorado, mais querido do que seu amor, e nada é mais importante do que amá-la.
Cinco minutos ao seu lado será mais vida do que a que teremos de agora em diante, se ficarmos separados.
Um dia você será minha. E essa sempre será minha visão preferida, você assim, tão perto dos meus lábios, sorrindo, corada e feliz…
Vivam de peito aberto, com coragem e, se sentirem medo, resistam e o dominem para que não sejam dominados.