Tag amanda
Eu me perdi em algum “E viveram felizes para sempre.” que estava escrito num daqueles folhetins de rua que a gente nunca lê. Talvez eu tenha me enrolado um pouco nas definições de amor colorindo o céu de vermelho apenas para me apaixonar pelo teu todo, sei lá.
Dizem que o amor de um escritor nunca morre, e mesmo morto dentro de tudo que eu sempre achei bonito, estais por aqui, estranho. Entre tantos que me arrancaram risos estrondosos, gargalhadas vergonhosas, apenas você rouba as minhas palavras e sucumbe tudo que há de bom em mim. Sinto-me mal por não ser o teu bem, me sinto mal por você ser o meu mal, mesmo que você nem saiba disso.
Sabe menino, eu escrevo sobre tudo o que já morreu aqui dentro.
Escrevo sobre as metáforas que crio para justificar minhas fugas rumo ao infinito. Inicio da maiúscula até o ponto final milhares de tracejados que combatam a memória ruim. Bordo em palavras sobre o dia que passou, sobre as chances que perdi. Você é a minha chance perdida, você ainda está vivo em algum canto aqui celebrando carnavais. Está aqui, talvez, navegando em uma das veias, controlando um bocado de nervos. Está aqui. Por isso ainda não merece um texto meu, pois eu ainda não te esqueci.
Entrelaçávamos os dedos, porém não os planos, e eu até esquecia os infortúnios no exato momento em que as costas da tua mão direita deslizavam pelo meu rosto. Disse que me amava, e eu não entendia como os teus olhos não eram tão mentirosos quanto a tua boca. Era uma exceção entre todas as exceções, a melhor consequência, a melhor coisa que nunca tive.
Você me amou apenas uma vez. Eu te amei apenas uma vez entre todas as vezes que nunca demonstrei, mas estavam ali, gritando por uma resposta urgente, aturdidas por ouvirem os teus ecos de reciprocidade num único momento de vontades vorazes.
Vou esquecer o outono enquanto te embalo nos meus pensamentos, não existe tempo seco quando o úmido da tua saliva desconecta os meus sentidos. Barganhava o meu zelo, movia-me de acordo com os seus acordos. Ele me desarmava com dois sorrisos e duas mordidas no pescoço.
Porque até o coração vende uma imagem errada de si, não é?
Continuo sentada no muro da existência verbalizando os meus anseios, como se traduzi-los em poemas fossem me fazer voltar num tempo que nem sei ao certo se quero voltar. Quem sabe isso tudo me convença de quê eu choro poesia só para não te perder pro esquecimento, ou apenas para não me perder nos meus próprios devaneios. Embriago-me de possibilidades, rodopio em um olhar que sempre achei que fosse meu. E morro a cada vez que concordo com a cabeça baixa, a cada vez que aperto a mão do destino, engolindo a seco as coisas que poderíamos ter sido – e não fomos.
Enlouqueço aos pouquinhos quando até o moinho de vento canta o teu nome.
Andando por essas ruas não tão familiares sem a tua presença, percebo que nem eu me familiarizo mais comigo. Acho que vai ser assim que vou marcar os teus hábitos na lua e te encontrar a cada eclipse. Eu poderia ter sido o teu sol se você não preferisse as noites estreladas.
Pelo menos alguma coisa sobrou da gente.
O nosso eclipse.
E eu nunca mais te encontrei.
Eu moro num quase, naquele cantinho no infinito que ninguém parece ver.
E é ali que me embriago de incertezas e rodopio numa valsa enquanto o último acorde da música exige o teu nome. Sentia-me perversa por cerrar os olhos ao mundo real, sentia-me uma causa perdida dentre tantas outras, talvez comum demais, sonhadora na mesma proporção. Gostava de ligar os pontos brilhantes das estrelas esperando que a esperança se formasse e despencasse feito chuva de fim de tarde. E era num desses devaneios que eu desejava a gente numa dessas passagens de estrelas cadentes. Elas eram tão rápidas quanto as tuas vindas e tão passageiras quanto a tua presença. Talvez eu tenha te perdido num desses horizontes de céu rosa, ou quem sabe você apenas não pertencia ao meu céu, não sei. Talvez eu tenha até te perdido para a tempestade, porque além do meu porto seguro, você era a minha calmaria. Acho te dedicaria uma orquestra de trovoadas se você quisesse. Eu sempre me desacelerei por sua causa, sempre quis que os relógios congelassem, o tempo parasse, queria guardar para mim um sorriso que só cumprimento por fotografia. E nas somas de tudo que é finito, o resultado para nós nunca será positivo, meu bem. Improvisei a vida inteira esperando pelo momento certo de te encontrar e perceber que era você o tempo todo. Mas não é você, não é? E não importam quantos muros eu piche, quantos outdoors eu espalhe pela cidade ou quantos porta-retratos comprimam o teu sorriso. Eu te perdi para um tempo que nunca tivemos. Era como se todas as belezas do mundo me traíssem e se transformassem no mundinho que nunca conhecemos. Acho que as covinhas das suas bochechas são os meus maiores traumas. E no meio da procura interminável e preguiçosa por tua loucura em outras pessoas, eu me perdia num mundo desconfortável e vazio. Lembrava então que sentia tristeza bonita ao teu lado, pelo menos eu sentia. Prometi então que você seria o meu vício só até o sol se pôr e aqui estou esperando por um solstício de carinhos teu. Enquanto me envergonho de preferir os teus cheiros aos meus perfumes, aperto os olhos com toda força como se fosse capaz de fazer as coisas voltarem para os seus respectivos lugares. A desordem é confortável no entrelaçar dos nossos sorrisos. Você dizia que tudo estava bem e, por um segundo, realmente tudo estava. Não queria ser tão clichê ao ponto de dizer que “o que é pra ser, tem que ser”, até porque essa não sou eu, este é você e nós não somos nada. E quando eu não dormia cedo para evitar a ressaca de uma noite sem tuas reclamações, eu ria sozinha lembrando o colorido da tua alma, no brilho do teu rosto, das estrelas orbitando o teu mundo de fantasia que eu mesma criei. Percebi então que jamais voltaria a ver o brilho dessas estrelas, eu nunca mais seria o motivo do brilho delas. Depois de duas puxadas de ar constatei que não esperava que a esperança despencasse do céu, eu ligava os pontinhos brilhantes justamente pra decorar o mapa do teu sorriso. Você sempre vai ser o meu “quase”, o meu cantinho do infinito que ninguém conhece. Vai ser sempre você.
Hoje não tinha estrela do céu.
E nada pareceu mudar.
sonhei contigo noite passada
O amor está entre um “sim” e um “com certeza”, nunca é um “talvez”, até porque não se ama pela metade, não se sente quarenta por cento de amor ou essas coisas, por exemplo. Amor é ajustar-se. Se acomodar no tempo do outro, harmonizar os passos, conciliar as respirações. Amor é um clichê multicolorido, o mais belo, quem sabe. Amor é, entre todas as coisas, saber ser simples pelo outro, se apaixonar pelo compreensível, malícia recatada. Amor não é escolha, é convicção. Amor é esquecer os medos, desafinar num riso alto, amor é correr na veia do outro, sentir o pulsar do outro e mesmo assim, costurado a outro corpo, soldado em outra alma, estar confortável como se fosse apenas outro lar. Amor é acertar de primeira e nunca, jamais barganhar, porque o amor é trapaça, golpe de sorte, arritmia inesperada. Amor é se apaixonar pelos mesmos olhos e pela mesma boca todos os dias. É gostar de rotina por saber que nela alguém lhe faz esquecer-se desses dias compridos. Ah o amor, que é a porta do espírito, é preencher o vazio do medo de ser sozinho, é acomodar-se. Amor é um nome, tem mais ou menos o tamanho de um abraço apertado, amor é sentir paz e estar em paz. É nunca roubar o que lhe pertence. E há quem diga que amor é estar com sono, mas esperar a pessoa ir dormir primeiro apenas para não perder momento algum ao lado dela, porque amor também é doar-se, amor também é um momento. Amor é ouvir um “Eu te amo” e revidar com um “Eu também te amo” e não apenas com um “Eu também”, justamente por não existir metades, todavia sim um bocado de encaixes esperando o instante certo de amoldar-se. Amor é não duvidar do destino, desafiar a morte, o amor acontece feito uma bomba implosiva de ações e reações. Amor é sonhar a dois, dançar sempre com o mesmo par. Ah esse amor, que faz agradecer todos os dias por respirar o mesmo ar, o amor esse que caminha por anos, sem resposta para as perguntas, talvez, mas quem se importa? Amor é um terminar a frase do outro, é cuidar, é importar-se. Amor é recomeçar todos os dias a mesma história e nunca enjoar dela. Ah mais amor, este que move o mundo, que muda pessoas, amor é renascer dentro de si e ficar surpreso pela batidas do coração que se parecem tanto com tambores sem ritmo. Amor é dançar sem música, escrever poesia no ar, amor é olhar o nada e lembrar-se de alguém, porque amor também é insignificância, amor é jamais esquecer. Amor é perder-se na pele do outro, decorá-la, enfeitá-la de felicidade recíproca. Amor é não hesitar. O amor nunca morre, apenas adormece. Ah o amor! É não saber nem quando, nem onde. Amor é zelo excessivo, rota de fuga das fugas. Amor é perder-se com outrem sem fazer questão de ser encontrado. O amor não tem êxito, porém urgência sim. É amar os pés, os dentes, a curva da orelha. Amor é dizer não ao peso do tempo nos ombros e viver intensamente o eterno dos dias. Amor também é esquecer-se de prever o imprevisível. Amor é perdoar o que pode ser perdoado, o justo pelo justo. É unir fio de sangue, criar raízes como a natureza e ser infinito feito ela também. O amor, ele adoça a vida, ele adoça o ser humano. Ah o amor! É a espera do que vale a pena. Amor é conquista.
E quando o amor da sua vida bater à sua porta, você não irá hesitar. Já vai saber.
Amor é nunca se arrepender.
Eu amo você. Amo os seus dois pés esquerdos. Amo quando você prefere o seu orgulho ao encarar os meus olhos. Porque eu também amo os seus olhos e o modo como o sol os deixa mais claros. Amo os pontinhos pretos no contorno da tua íris, as tuas pequenas conexões de caos. Eu também amo o teu caos, o paraíso do teu inferno. Eu amo você. Eu amo a forma como planejamos bêbados naquele final de festa que tudo daria certo entre nós. Porque eu também amo o aviso “Canalha!” marcado em letras invisíveis na tua testa. Amo você por não gostar de café. Amo você por desafinar Cazuza. Eu amo você. E também o futuro que ainda não conheço, mas vejo nas palmas das tuas mãos. Porque eu também amo quando tuas linhas encostam-se às minhas e a gente fica rindo. Eu amo você e os seus pés por caminharem ao meu encontro. Percebo então que amo as tuas artérias, o ar que enche os teus pulmões. Porque eu te amo de dentro pra fora, te amo de longe sussurrando os meus carinhos na curva da tua orelha. Eu amo você. E o teu olhar de criança no mundo adulto. Amo a inocência das tuas expressões e a suavidade dos teus passos. Amo a cegueira, porque também consigo te decifrar em braile. Amo a constelação dos pontinhos das tuas costas. Amo o tremer das tuas mãos apertando a minha cintura. Porque eu também amo o menor dos espaços que nós, assim como amo o teu beijo morno e sequencial. Eu amo você. E as rugas de preocupação da tua testa, o suor que corre despercebido por teu pescoço. Porque eu também te amo nos detalhes, te amo pelas falhas breves e por tudo que você nunca me disse. Eu amo você. E essa junção de todas as canções de Chico Buarque que você consegue ser. E tudo que você faz para eu me afastar de tudo que jamais pensei em ter para sempre, mas também nunca me imaginei sem. Eu amo. Porque amor também é liberdade, céu infinito de outras vidas. Eu amo você. E o modo como você ri da primavera e dos traços tortos nas ruas. Amo a tua sobrancelha arqueada, o cabelo bagunçado, a mordida discreta no canto da boca. Amo como você calcula o tempo em momentos e não em minutos. Porque eu também amo fazer parte dos teus minutos, ser alvo dos teus momentos. Eu amo você. Amo somar o tempo em quantos beijos meus conseguem caber na extensão da tua clavícula. Amo confundir os danos e te trazer pra perto. Amo os acréscimos das tuas costelas. Amo o arrepio dos meus dedos dançando na linha rígida da tua coluna. Amo as tuas queixas, a curva do teu queixo. Eu amo você. Também amo os focos de relâmpagos do teu abraço, o mistério da tua alma e a sedução trivial das tuas paranoias. Eu amo você. E a composição do teu cheiro, amo o amontoado de solidão que você carrega nos ombros. Porque eu amo saber que o teu todo se encaixa nas minhas metáforas mais bonitas. Eu amo você.
“Foi numa dessas estradas que a gente se perdeu, não foi?
Esbarramos no acaso e sumimos junto de nossas pegadas nas ruas. Depois de tanto tempo escasso, você ainda pesa sob minhas pálpebras antes de dormir. E não há tempo líquido, tempo de chuva, tempo em ampulhetas desenfreadas, não há como sepultar os teus traços nos becos e vitrines. Foi estranho. Eu não tinha motivo algum para me arrepender do que não fomos, muito menos de querer voltar para uma estante e posar por lá como quem espera pela sorte, mas era triste pensar no fato do chão não sumir diante dos meus pés a cada vez que sentisse o teu perfume. Às vezes me pego pensando em tudo o que já te disse e em quanta prosa banal gastei apenas para evitar o tom debochado dos teus olhos. Quebro a cabeça imaginando se as frases que lhe dediquei já escaparam por outras bocas. Talvez, por ventura, eles conseguiram ter o que nunca tivemos: Um final feliz.
Você nunca foi fã da minha literatura barata e cheia de repetições. Eu nem ligo.
Acho que você nasceu num dia assim: ensolarado e sem nuvens brincando no céu, não que isso me entristecesse, mas é que cantarolei saudade o dia inteiro hoje. Era em dias assim que eu costumava adorar o inverno, era nesse mês que descobria uma romancista por trás da minha aparência. E até gostava. Era o momento da consciência menos pesada por lembrar de ti sem parecer tão sentimental, apenas por ser uma estação tão tua. Sentia as rajadas de vento que se encaixavam nas estalactites da tua alma. Tinha a desculpa de pensar “estou tremendo de frio e não de saudade”, e isso até me confortava.
Eu te ouvi dormindo lá do outro lado da cidade, até ouvia os teus cílios exaustos acompanhando os teus olhos de insônia. É que você carrega os sete pecados capitais nos olhos, e talvez até seja um deles. Deixa eu ser a tua nicotina, menino. Vicia em mim num trago manso. Me despe, desce. Desce mais uma dose e deixa eu apreciar você.
Percebi que você não era só inverno, virou também equinócio de primavera e chuva de verão que nunca acaba. Eu podia ouvir as tuas queixas, o teu silêncio e a agitação dos teus vasos sanguíneos. Eu inventaria um ritmo para cada extensão deles, assim como eu própria te inventei. Eu ainda podia ouvir as sirenes dos teus instintos atraindo os meus.
Quando Renato Russo falou sobre a tempestade dos olhos castanhos, certamente não conhecia o mar de ressaca dos teus. Talvez eu tenha te visto além do espelho embaçado do banheiro, além das veias azuladas do teu pulso, até das fitas de DNA.
É que eu não tenho anticorpos suficientes que tirem você de mim, entende?
Tu és feito de arestas escorregadias, menino, junto de um bocado de lacunas ainda não preenchidas. Os caminhos das linhas das tuas mãos também atraem as minhas, mas esse caminho da perdição que corre despercebido pelo teu abdômen ainda é o meu mapa favorito.”
Deixa eu fazer parte da tua história, menino, deixa eu amar você.
Ele perguntou se eu sentia saudade de casa.
Senti saudade do passado.
Foi estranho.
Escapou ali então um beijo sussurrado ao vento
Palavras tão doces quanto a Dona Moça
Tinha uma risada tão única
Como quem compôs sozinha
Ela sorria doce como quem solta frases bonitas
Distribuía beijos na ventania
Nada que precisasse ser dito
Enquanto cada relicário meu se acomodava a ela
Escapou ali as minhas epifanias e o meu mal de poeta
Ela sorriu
Eu deslumbrei nos seus olhos
Eu quis migrar em seus braços
Ela falou baixo em francês
Um Je T'aime que não se lê por aí
Escapou ali então a alma perdida
Que não se encontra em qualquer mesa de bar
Do vinho tinto com gosto de cerveja
O corpo pedindo um porre de qualquer coisa
Naquele instante surgiu a certeza
Do amor que não precisa ser dito
Que o importante é esperar
Esperar alguém tropeçar na sua vida
E encontrar a paz
No sorriso de outra pessoa
Sei o quanto amo você.
Amo mais, que o equivalente a toda a massa de grãos de areia necessários para encher toda a Terra.
Amo mais, que o equivalente a todos os octilhões de átomos que constituem o corpo humano.
Amo mais, que o equivalente a toda força e velocidade de expansão do Universo.
Amo mais, que o equivalente a todos os cosmos.
Amo mais, que o equivalente a todos conjuntos de sílabas, mais que todas as letras e todos os números.
Amo mais, que o equivalente a todas as regras ortográficas e gramaticais de todas as linguagens.
Amo mais, que o equivalente a todas as Culturas.
Amo mais, que o equivalente a toda a Arte e criatividade do Mundo.
É mais caloroso que o Sol, mais lindo do que toda a magnitude e grandeza esplêndida, das Auroras Boreais.
Te amo hoje, na perspectiva de te amar sempre.
Não sei se vamos ficar juntos para sempre como eu queria, n sei se vou te ver mais nem mesmo se vamos ter uma ultima conversa ou uma simples troca de olhares, ou se vamos desejar adeus um pro outro, nem mesmo se vou te sentir, mais caso agente venha Nos encontrar mais alguma vez, quero pode te abraçar bem forte, sentir o teu cheiro e sentir o gosto do teu beijo, e guardarei vc em minha memoria e nunca me deseje a deus Se vc n quer me ver longe de tu, me deseje um ate logo pq pode demorar hrs,dias,noite,meses ou ate anos eu Voltarei a te ver um dia, Só desejo o teu bem
Não sei se vamos ficar juntos para sempre como eu queria, n sei se vou te ver mais nem mesmo se vamos ter uma ultima conversa ou uma simples troca de olhares, ou se vamos desejar adeus um pro outro, nem mesmo se vou te sentir, mais caso agente venha Nos encontrar mais alguma vez, quero pode te abraçar bem forte, sentir o teu cheiro e sentir o gosto do teu beijo, e guardarei vc em minha memoria para sempre,e nunca me deseje a deus Se vc n quer me ver longe de tu, me deseje um ate logo pq pode demorar horas,dias,noite,meses ou ate anos mas eu Voltarei a te ver um dia, Só desejo o teu bem, Até logo amor
To com saudades de tu, com medo de te perder ): to com o coração super apertado, fala pra mim que eu nunca vou te perder que agente vai ficar juntos para sempre. Para sempre não que sempre acaba mais junto eternamente, diz: :D
Olhe eu penso assim, se tu quer realmente ficar comigo não importa o passado,o que importa é o presente e o futuro que vamos viver
Sonhei que estavamos caminhando na praia ao por do sol de mão dadas, e dps quando escureceu subimos uma colina e chegamos ao ponto mais alto, deitamos na grama e ficamos contando estrelas.
Estranho eu ainda não ter me desfeito do nosso antigo apartamento, acho que são pelas paredes cor lilás. Estávamos juntos há quase dois anos, pode-se chamar isto de um encontro de almas. Às vezes as pessoas estão juntas há um mês e você sabe que é muito importante. E às vezes estão juntas há dois anos e você acha que vai acabar a qualquer momento. Nós éramos assim, sempre por um triz, apesar de que ao mesmo tempo nossa essência era quase igual.
Sempre fui uma menina que nunca gostou de andar de ônibus. Na verdade, tinha medo de não alcançar a campainha ou de embarcar para o rumo errado. Também nunca gostei de finais de livros ou finais de estações. Eu sempre esperei por um grande final das coisas, aliás, eu sempre esperei muito de tudo. Isso sempre acabava me decepcionando. Deve ser por isso que nunca aceitei o nosso fim. Não gostava de recomeço e novas histórias. Não gostava de pensar num futuro sem que você fizesse parte dele.
Eu vivia confinada nas paredes da minha própria liberdade.
Reposicionava os móveis, trocava as cores das cortinas tentando esquecer a tua paz apenas para ficar em paz. Contudo, mesmo te exorcizando aos pouquinhos, te sepultando a cada vez que cochilava no sofá ao invés de ir para a cama, ainda tinha a proeza de posicionar dois lugares à mesa e duas xícaras de café na cômoda. Tinha a esperança de que, se colocasse o copo sujo em cima da pia, você apareceria com aquela expressão doce-furiosa, assim como fazia antes. Que engano.
Eu não queria ser uma daquelas pessoas desesperadas que procura o amor a cada esquina da cidade. Você me transformou num ser analfabeto tanto de metáforas quanto de sentimentos. Você amaldiçoou meus verbos enquanto eu me sentia perdida em meio as tuas veias. Não importa quanto tempo passe, eu sempre vou te admirar com os olhos transbordados de passado e amargura sustentados pelas lacunas que você deixou ao sair da minha vida. E agora, quando um dia a mais se torna um dia a menos, eu penso na vontade de te doar os meus segundos, já que os pensamentos estão me lembrando que você também está morrendo a todo o momento. Mas onde estás agora?
Afinal, quanta maldade existe no mal? Quanto amor cabe no sofrer? Desmentir o amor é uma maldade, mas alimentá-lo em vão desafia o castigo que é sentir sem estar vivo na alma de outra pessoa.
Desculpa, mas eu acho que nunca vou superar você.
É lilás a cor do teu riso.
“Me dá só mais um motivozinho pra desistir. Anda! Me xinga, me expulsa do teu quarto, da tua vida, dos teus problemas. Bate com a porta no meu rosto, queima as nossas lembranças, o meu telefone. Esquece o meu endereço que eu prometo esquecer o teu gosto. Muda de perfume e faz outra garota decorar a essência dele e levá-la aos sonhos também. Vamos! Troca de cidade, de nome, de arcada dentária. Some! Aprende outra língua, aprende a dizer “Eu te amo” em francês e ilude mais algumas outras. Por favor! Eu que nunca chorava por nada agora te transbordo de dentro de mim todas as noites. Estou cansada! Desta obsessão pela tua respiração e por esse sorriso que tirou a graça de todos os outros. Nasce de novo, se joga da janela do oitavo andar e sinta a dor de não ter notícias tuas. Anda, me promete! Diz que nunca mais vai ligar, que vai arranjar amigos novos, que vai pintar a íris com giz de cera preto. Pega os meus ombros, balance com todas as tuas forças. Diga-me que tudo foi um sonho, que no mundo real nós nem nos conhecemos. Me manda uma carta pedindo desculpa pelos mais de cem textos iguais ou pelas horas de insônia e até pelos rostos tão borrados nas ruas. Porque eu te procuro em todos os corpos desde o dia que te vi pela última vez. Vamos! Diga que nunca foi ao meu apartamento e que sequer sabe o nome da minha rua. Fala pra mim que você nunca deu “bom dia” pro porteiro ou pegou os jornais na porta. Murmura que não tem a menor noção de onde eu escondo a chave reserva, que não sabe os tons das cortinas e dos meu olhos. Morre um pouquinho, só um pouquinho. Experimenta a agonia do impossível que é te olhar sem te tocar. Sinta a falta de ar que é a dor comprimindo os teus pulmões e ossos. Diz que eu estava meio grogue quando disse que queria tatuagens iguais e entrar de branco na igreja. Risca o nome dos nossos futuros pequenos que eu risco as quatro paredes para que elas nunca contem os nossos segredos. Você vai ter que morrer para me entender. Vai ter que amar a sua metade até se dar conta de que, se ela se for, uma parte de você também irá partir. Se não quiser me assombrar, pelo menos me passa a fórmula mágica para esquecer as tuas risadas e vocabulário sacana. Me ajuda a ser mais eu e menos você. Eu só te peço paz, trégua, carta branca. Ainda não percebeu? Você precisa estar morto para que eu possa viver.”
Ou quem sabe renascer.
"Não havia mais concordância, afinal.
Nos teus olhos, estes versos tão rimados, tão completos e dissimulados, eu via no teu mundo o meu “onde”, resposta de todas as perguntas que ainda não fiz. Estava mesmo ficando louca. Rindo com os sussurros do vento nos teus cabelos, tentando te colocar dentro de mim junto das tuas melhores metáforas e bebidas fortes. Assim eu te reescrevo, rascunho a lápis os teus traços de provocação e cabelos escuros como a noite.
Brilhando como um amontoado de constelações era a estrela mais bonita. Rara, cadente. Desejo proibido que rasga o horizonte do meu mundo. Ainda não sabia se o furacão da tua presença era melhor do que a consternação da tua ausência e isso me matava aos pouquinhos. E no meu peito o gosto suave do teu amor, levando-me a pensar que mesmo com rotas totalmente opostas, os nossos caminhos tinham que colidir. É uma sorte na minha vida ter achado você, até mesmo quando procuravas a beleza dos céus, mal sabendo que estava o tempo todo em seu olhar. Constatei, sem muito esforço, que suas pernas são os demônios dos meus olhos. Precisava te desvendar para me compreender melhor. Eu precisava entender o porquê de você brilhar tanto.
Descobri que és feito de versos por si só, que não precisa de ninguém para se escrever.
Fui embora.
Fui perdendo os meus passos a cada ramificação de saudade que me acusava o corpo. Corpo. Teu corpo. Corpo feito de estrelas como se tivesse o meu próprio sistema solar dentro dos meus olhos.
Tragando o cigarro como quem prova o teu hálito e gosta, - te tenho entre os meus dedos. A fumaça vai deixando ecos e marcas de caos, nenhum estrago que não tenhas feito aqui por dentro. Nesses momentos de últimos suspiros, contemplava o infinito de segundos incessantes e a solidão dispersa, desejando que o tempo acelerasse nessas tediosas tardes vazias. Meus olhos flamejavam ressaca, impacientes. Eu queria adiantar os meus “quase” apenas para amar as tuas rugas. Este é o problema das minhas crises de insanidade – pensei; não perceber que a alma é imortal, mas o corpo também cansa.
Eu quero as linhas do teu corpo junto do incalculável de linhas que é o teu universo. Eu quero olhar o deserto que é a tua alma, através dos teus olhos, para dizer que ainda te amo."
Você, moço, é belo como um poema que eu ainda não li.
Vamos dançar aquela valsa que nunca terminamos. Daquela vez que rodopiávamos na sala, eu com a sua camisa e você com o meu coração. Vamos! E quando terminar, me diga que vai apertar o repeat, vai mudar de música e estaremos ainda sim dançando no mesmo ritmo. Seja o meu par esta noite, seja meu par para a viva toda e guie os meus passos. Mata a minha sede. Desafoga a tristeza do meu peito e abre um caminho entre as costelas até o meu coração. Fica por lá. Constrói uma cabana, junto de uma história nova, e vamos contar as estrelas do céu do meu peito. Não me larga e me gira mais algumas vezes. Deixa eu desmaiar nos teus braços e aceita a condição de que eu more entre eles também. Esquece tua camisa no chão do quarto de propósito, deixa eu dormir com ela e te imaginar em mim. Vem, vem pro meu mundo de nuvens cor de rosa! Causa um alvoroço nos meus nervos, me deixa dormente, me traga, me corrompe. Me faz de refém, me sequestra, me prende. Sacia essa crise, essa guerra que levo na mente. Me alimenta de esperança e vamos ferver. Venha! Faça o verão comigo, querido! Deixe os teus rastros na cozinha, na sacada, deixe esse teu cheiro sinuoso de problemas sobre os meus lençóis. A chuva começou a cair, não vá! Tem um mundo tão cruel lá fora. Fica! Assopra hálito doce no meu pescoço, descobre os meus pés, descobre as arestas do meu corpo e me usa pro teu bem. Ou pro nosso. Espetáculo majestoso, atraente. As gotículas de chuva tocando as janelas lembraram-me os teus traços. Ecoavam uma sinfonia desajustada, como se induzissem a mais uma valsa. A chuva tinha o seu próprio brilho, seu próprio show. Você dormia, tão inofensivo. Ouvia as tuas pulsações, o teu corpo falando por ti. Juntei as orquestras. As lágrimas silenciosas da chuva em harmonia com a tua respiração ritmada. Aquilo com certeza era mais uma música. A última música. A última valsa. Não se sabe. Não tinha a menor noção do tempo que demoraria para a chuva cessar e você partir. Eu tinha que aproveitar ao máximo esse barulho tão silencioso. A chuva permitiu ser amada. E por um momento eu também te amei.”
“Você pode chamar de magia ou encanto, hora errada no lugar certo, superstição boba, carência inusitada. Eu chamo de amor. Chamo de amor a explicação que a tua alma me dá, junto da verdade que habita em ti - que nem tu próprio conhece. E nas músicas tão lentas quanto o teu bocejo, no meio desse temporal breve que é a vida, eu fico procurando no céu a estrela mais bonita para te presentear. Na medida que minha postura é prejudicada, contrastando a falência dos órgãos, me pergunto qual deles vai ser o último a resistir para conseguir te amar por mais um meio segundo. Quando a minha memória enfraquecer, peço que não se perca nela, meu amor. Mesmo na morte certeira, nos nós tão cegos quanto nosso futuro, um brinde as rugas, aos calos das mãos, a visão turva, pois até assim eu consigo amar o teu temperamento ranzinza e os horários dos medicamentos. Eu prometo amar essa tua mania de não achar respostas para todos os mistérios que habitam o universo, compartilhando um silêncio agradável e sem questionamentos. Amar é encontrar sua metade na metade de outra pessoa. Talvez isso seja a mágica. Saber que o infinito não passa de momentos ligeiros - porém intensos. Saber que você aceitou o compromisso de cuidar do outro até o último suspiro, não se arrependendo da escolha final. Eu prometo amar toda a extensão da tua pele, desde as constelações de sinais até as tuas cicatrizes. Prometo que posso esquecer o teu nome, mas jamais a cor dos teus olhos e os rabiscos do teu coração. Te prometo a cada dia até o último que te olharei com os mesmos olhos e que você ainda vai me fazer corar quando tentar desvendar a minha alma cansada através da íris. Amor é nunca temer. É o apoio, estepe quântico. É encontrar segurança no meio do caos. Eu te prometo, meu amor, que serás o meu zelo, minha oração e libido. Prometo o arrepio do toque, o sorriso de orelha a orelha. Prometo amar nossos futuros pequenos, nossos netos, e porque não bisnetos. Prometo ser o teu alicerce, teu desejo, tua força. Prometo deixar este corpo e continuar te amando na eternidade tão desconhecida. Acho que isso é mesmo mágica, afinal.”
“E mais uma vez a euforia do teu sorriso me desfez em pranto. Me ensina a ser assim, me ensina a achar graça da vida de novo. Te invejo. Te amo.”
“Você me amou como um daqueles seus carrinhos que colecionava quando criança. Desculpe a comparação meio besta e sem sentido, mas é que nunca passou disto, certo? Bem, não responda! Nunca tive nenhum atributo que me diferenciasse das outras gurias que você conhece, além do coração fraco e irregular. Desculpa também a falta de introdução nesta história que mal teve começo e já tratou logo de desenrolar o final. Você foi como um daqueles momentos importantes que a gente espera a vida toda. Mais uma vez te peço desculpa por dizer que sou um pouco dos teus restos também. Olhos opacos, eu te preciso tanto! Sempre tive medo que você melhorasse a minha vida, medo de que me jurasse amor eterno até a manhã do outro dia. A verdade é que me acostumei com as tuas repentinas ausências e até tentei amá-las. Eu te amei através das quedas, do caos e do cosmos, e nestes instantes, até achava que seríamos infinitos se fossemos apenas letras de músicas. Você despertou um lado bom meu que nem sabia que poderia ter, fazendo-me tatuar ao vento que eu namoraria qualquer verso que viesse de você. E assim como o grito involuntário do corpo, você se tornou uma característica minha. Desculpe-me pela saudade também, olhos opacos. Teus olhos, estes, mãos que deslizavam sobre minha pele.
Nas vezes que pensei em desistir do seu sorriso, lembrava das tantas outras vezes em que sussurravas o meu nome no escuro como se conseguisse a proeza de fazer carinho nele. Infelizmente, a gente sente quando termina, e junto daquele quase-outro-mês, quase-outro-ano, você virou o meu quase. Você se perdeu no meio dos meus caminhos e seguiu em frente. Eu procurava saídas pela tangente e becos escuros, me convenci de que não somos almas gêmeas por não possuirmos o mesmo ascendente. Talvez eu tenha perdido muito tempo sentindo inveja de quem você conheceu antes de mim, sentindo ciúmes do seu passado, das outras bocas, dos outros abraços. Eu tentava te fazer esquecer das cicatrizes enquanto o próprio mundo já estava se encarregando de te mudar.
Sabe, os meus joelhos, antes o encosto da sua cabeça para aqueles dias que o universo parecia conspirar contra você, eles se sentem abandonados também. Era como se entre a pele e a carne ainda existisse algum resquício dos teus espasmos. Eu perdi para um espaço vazio na tua vida, quem sabe até você tenha se assustado com o peso dos meus ombros e isso tenha te feito ir pra longe. Não sei.
Só sei que preciso te odiar todos os dias para lembrar que você existe. Porque, bem no fundo, somos todos substituíveis - eu sou a prova, somos também restos daquilo que nunca compreendemos, infelizes restos de amor.
Na última vez que te vi, fiquei surpresa por não tremer ao te encontrar. Observei teu reflexo através das poças d’água e não vi nada além de um perfeito estranho. Reparei no seu cheiro de hortelã e percebi o quanto sentia falta disto. Naquele dia eu te enterrei e bebi para comemorar, senti falta de ar por enterrar junto de ti pequenos fragmentos de mim. Eu nunca serei tão eu sem a parte de mim que foi embora.
Você me fez criar preguiça do mundo, preguiça das pessoas, preguiça de recomeços. Você vai seguir sozinho, acariciando o vácuo, fazendo carinhos apenas em objetos, como se implorasse dá-los uma vida. Vai conhecer alguém de mente tão vazia quanto o teu coração. Você vai ser aleatório, inofensivo e melancólico. Talvez eu te mande um cartão-postal de uma paisagem bonita. Talvez eu te esqueça. Talvez eu te leve na bagagem dos meus olhos em segredo apenas para não me sentir sozinha. Nada é definitivo.
Até qualquer dia.”
“Peguei-me, de olhos semicerrados, encarando uma das tuas fotos. Tinha vergonha de encará-la por mais de meio segundo, não sei. Ficava com medo de que ela se mexesse, de que ela também soubesse ir embora, assim como você fez. Eu evitava admirá-la por não saber exatamente lidar com a vontade de levá-la comigo para qualquer canto feito um amuleto. Não queria perder nenhum detalhe dos teus olhos pequenos e fundos. A imagem não envelheceria, não escaparia. Ela apenas eternizava a melhor coisa que eu nunca tive.
Eu era muito metódica. Desde muito cedo aprendi a conviver com um pai que foi embora e me acostumei a não criar laços. Você chegou de mansinho, sem pedir licença. E numa dessas noites patéticas eu cometi a burrada de emprestar um pedacinho do meu peito para você morar. Logo você, que ria de tudo o que eu dizia, brincou de adulto enquanto minha boca tremia falando que te gostava. Você deveria ter me calado com um beijo na metade da frase, poderia ter uma crise de pigarros ou simplesmente fingir que foi só mais uma piada minha e rir daquilo também. Mas não. Você me surpreendeu olhando nos meus olhos, repetindo a mesma frase e apertando a minha mão. Naquele momento, não sei porque, me pareceu que este verso estava atravessado em sua garganta há muito tempo. Parecia ser algo que sua alma sempre esperou ouvir apenas para flamejar o seu ego. Abaixei a cabeça aceitando o erro mais bonito que já havia cometido na vida. Isso só me mostrava o quão frágeis somos nesses assuntos sentimentais.
Você não reparou, mas eu pintei as unhas com a cor de um café fresco. Queria te saciar, queria que até as pontas dos meus dedos matassem a tua sede. Eu vivia pra isso, não? Sanar os teus demônios e dançar com eles. Uma vez você me disse para ser menos “sei lá”. Fiquei por horas procurando uma definição disto, mas logo percebi que eu era intensa demais para a sua superficialidade, e que você mal sabia se definir, quanto mais outra pessoa.
“sei lá”
Porque talvez eu tenha te dado o que ninguém nunca deu: Paciência, colo e oração. Sim, eu aprendi a rezar por você, pedia por um coração mais leve, dias não tão cinzas. Eu te pedia sorte na vida e nos engarrafamentos das quintas-feiras!
Você deveria ter vindo com um daqueles alertas que estampam as caixas de cigarros. Enquanto o seu adeus estiver camuflado em um até-qualquer-dia, eu vou continuar me enforcado nos meus próprios finais. Talvez seja por isso que eu não consiga me adaptar a mais ninguém agora. Sempre vai ter um espaço vazio no meu peito. O teu espaço. Ninguém nunca vai ter a capacidade de preenchê-lo justamente porque nenhum novo amor vai ser o suficiente para acabar com o abismo que você me tornou.”
— Faz de mim teu abismo.
“Como se fosse tão fácil, feito as ondas do mar; levar o amor embora. E ele continuar velejando calmo através do tempo; sem precipitações. Quem dera o amor ser um pássaro e voar pra longe nos momentos de nostalgia; sem rancor. Quem dera o amor uma doença benigna que se cura; e some. Quem dera. Como se fosse belo, abrir o próprio coração e arrancar a dor de si. Como se fosse alívio te tirar de mim. Como se eu não quisesse navegar nas ondas do teu corpo; e quero. Quem dera o amor soltar-se do passado; soltar-se de mim. Quem dera o amor um abismo; e por lá sumir. Quem dera o amor um grão de areia que move-se junto ao vento; indo pra longe. Como se fosse certo te apagar dos cadernos rabiscados de ti. Como se fosse fácil te apagar de mim. Quem dera o amor fosse apenas o nosso amor.”
“Sabe, está sendo tão, mas tão difícil. Tão, mas tão vago e sem graça. Não tem mais cor, mais nada. Você levou tudo. Tudinho. Você levou a parte que mim que eu mais gostava, a minha risada mais engraçada e o meu abraço mais confortável. Talvez eu ainda os use, inconscientemente. Talvez tenha apelidado um dos beijos com o teu nome, não sei. Eu tive que me tornar tão má e ir além de fazer das pessoas que eu conheço apenas uma imagem em preto e branco ao redor de mim. Nada mais importa, entende? Não faz diferença quem cruza o meu caminho agora, até porque, algum beco daqui de dentro tem um outdoor com os teus olhos estampados e, com certeza, alguma rua também traz o teu nome completo.
Eu te quero tão bem ao ponto de me fazer mal. Quero o meu nome gravado em um dos teus sentimentos confusos, - porque não em uma das tuas melhores lembranças. Você me deixou uma marca tão profunda, mais que profunda; você tatuou em mim as tuas birras e hesitações. Ensinou-me a ser medrosa e aparentemente convincente, cigana dissimulada feito Capitu, me ensinou a ser do mundo, das crises, dos elementos água, terra, ar e ah, o fogo. Aprendi a ser fria, dormente por dentro, desconfiada, ranzinza, chata, metódica. Aprendi a ser tua.
Fecho os olhos por você ainda, ontem e amanhã. Na verdade, bem verdade, eu nunca vou amar alguém como amei você. Como eu amo você. E como eu amo o modo como o meu batom fica borrado na tua boca. Eu respiro você, eu zelo pela tua vida, pela tua morte, pelas tuas faltas. Eu sinto a dor de um parente querido que foi embora. Mas, sem eufemismo, o seu “você” meu, morreu. Morreu pra sempre. Morreu tão fatalmente que eu simplesmente mal consegui acompanhar. É o que dizem, morreu tragicamente em um acidente. Acidentes acontecem. E foi um acidente desde o primeiro “oi”.”
— E quem disse que quem não é visto não é lembrado, certamente não te conheceu.
“Então, Helena, quando tua recordação for apenas cinzas, você irá sentir falta dos dias coloridos e das pessoas arco-íris que te sorriam todos os dias.
Minha doce Helena, quando o vazio estancar o teu sofrimento, sentirás saudade da própria dor.
Helena, enquanto tuas células morrem, eu sinto a perda delas, pois assim como eu amo as sardas do teu rosto, também amo o que se regenera em ti.
Sabe, Helena, quando eu me for, sentirei falta das tuas pálpebras cansadas silenciando lentamente o teu olhar.
Mas te cuidarei lá de cima para que não lhe falte raios de sol para iluminar os teus dias.
Pequena Helena, quando a solidão se alojar no teu peito, a cumprimente como uma velha amiga. Abrace-a e recite uma de minhas tantas poesias sobre o brilho dos teus olhos.
Quando eu me for, Helena, ainda te amarei por mais alguns segundos antes de passar pela porta dos céus.
Então, Helena, caso sinta vontade do meu gosto, beba aquele chá no fim de tarde de domingo assim como fazíamos, conte as tuas queixas ao silêncio que lá estarei te escutando.
Minha doce Helena, quando os anos passarem e o último grito da tua garganta ser o meu nome, lembre-se que estarei te esperando do outro lado.
Um lado tão belo quanto as nebulosas da tua íris.
Um lugar tão tranquilo quanto o encosto da tua clavícula.
Quando eu me for, Helena, conte as estrelas por mim e pelo futuro que nunca tivemos – porém que já amo.
Helena, quando o céu não for tão azul, o mar não tão calmo, a tormenta não tão assustadora, você perceberá que cresceu e tomará um rumo diferente.
Minha Helena, lembre-se sempre: Nada é tão assustador quanto crescer.”
— eu te espero do outro lado
Hoje eu entrei em outro coração.
O assoalho não rangeu e a luz não se apagou.
Eram batimentos ritmados e esperançosos.
Estranhos.
Aceitou-me que uma forma tão sutil, serena.
Eu vi paz nas ramificações, nas veias azuis, vermelhas e multicores.
Porém percebi que ali não era a minha casa, e que, apesar de muito querer ficar e aprender o que pudesse sobre uma felicidade real, eu levaria tristeza para este mundo tão bonito e orquestrado.
O queria bem.
O queria regular e sem arritmia.
Queria que alguém realmente merecesse e ocupasse este lugar.
Certamente não aguentaria a minha solidão e teria uma parada cardíaca dos meus dramas.
Não me suportaria.
Não que seja fraco ou irregular.
Apenas não quero acabar com a sua paz.
Fica bem.
PRA ELE.