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Líquido Seco
Líquido, desfaz-se e busca a solidez,
na solidão eterna de um momento líquido.
- Barman ou Bauman?
- Ambos, por favor!
Há pontas, há ondulações,
há mágicos atritos que arranham e acariciam.
Líquido seco que o caos acalma,
que a calma tinge de guerra,
com a cor do sangue, sem a dor da alma.
A língua morre aos poucos,
entrega-se à morte do mundo que não vive.
Língua morta de uma mente viva
que nunca morre, que nunca dorme,
que sangra na taça.
É assim que lembro do meu tio alcoólatra, bebia até cair, a família cansou de buscá-lo na sarjeta, era uma decisão infeliz, ele não se sentia doente e nós não conseguíamos mudar seu ponto de vista.
Ele não era aparentemente saudável, usava roupas inapropriadas, cabelos assanhados, com uma vontade súbita de morar na mesa de um bar. De forma esplêndida ele se destruía a cada dia. Fiel a cerveja, whisky e cachaça.
Era um otimista incorrigível, a vida estava sempre pedindo comemoração com um copo de bebida na mão, havia mil razões para convencê-lo do contrário, mas ele estava completamente feliz com sua escolha.
A família foi paciente, passou por momentos de vergonha, por dúvidas sobre uma internação compulsória, sob o olhar de julgamento de quem não entende da cruz de ajudar quem não quer ser ajudado.
Às vezes damos mais importância às drogas ilícitas do que ao alcoolismo, mas o sofrimento é o mesmo de toda dependência, principalmente para a família que não sabe como agir.
Por várias vezes ele foi encontrado molhado de xixi, com frio de uma madrugada ao relento quando resolvia mudar de bar e sair de casa sem avisar, com dívidas exorbitantes de vendas no fiado.
Foi tudo repentino, uma dose aqui, outra ali, uma vontade de beber de dia, de tarde, de noite, de madrugada, uma vontade de não sair do bar até ser expulso porque o estabelecimento precisa fechar.
Nem ele acreditaria que fosse possível se viciar, de jeito nenhum, essas coisas acontecem com os outros, ficamos imunes, não sofro de nada, posso parar quando quiser, bebo porque gosto e me faz bem são as respostas de sempre.
Essas pessoas não afundam sozinho, não sabem a gravidade de adoecer a família inteira com preocupações, com emoções desgastantes, com falta de dinheiro desviados para o bar, meu tio foi rico, poderoso, político, importante, porém perdeu tudo, se afundou.
Perdeu principalmente a dignidade, o respeito, o amor-próprio, perdeu seus neurônios, perdeu o que a vida tinha a lhe oferecer, perdeu a bondade, se espatifou no chão, se destruiu.
Álcool,
A raiz
dos teus medos,
o brilho claro
em teus segredos,
o teu sonho rasgado,
teu mundo alterado.
A déspota da alcoolatria, atrai o trágico ser. Tal indivíduo vitimado da embriaguez social! Seria como dizer; os estressados embebedaram-se no desfalecimento da ética pedida com a sobriedade do consolo vivido.
Se o álcool é a sua resposta para tudo... você provavelmente não vai durar muito tempo no "Quem quer ser um milionário?"
O café e a bebida têm a mesma funcionalidade, você toma por uma finalidade. Ou na ordem inversa. (12/11/2017)
O álcool é o maior destruidor do discernimento do mundo, não quero porém defender os bêbados, ou aqueles que bebem, só vejo como ingenuidade de muitos, matar a Sede com Veneno, com droga livre que destrói tanto quanto as proibidas!
A coragem embriagada vem fácil. Quero é ver a transparência sóbria, que nos coloca de frente – e por inteiro – com as dores e as delícias do viver.
O álcool da meia-noite
Palavras… são elas tais, sem tirar nem por, muitas vezes, razão dos meus ais.
Essas que rastejam pela sombra da noite e não precisam ser verbalizadas para serem ditas.
Proferem algo que o insano fará e o são achará louco.
Vício esse que já não posso largar.
Um tanto contraditório, pois tenho leveza e não sinto mal-estar.
Indiferente, mas ainda assim feliz de um jeito que não sei e até se faz preferível não explicar.
Distópico, convexo e módico.
A dor já não me acomete mais, pois ontem cometi sincericídeo.
Chegar a uma conclusão de que Deus não existe é uma estima tão tola e estupida, que é como se um alguém inexistente pensasse em existir, o que é impossível, pois não existe. Tal pensamento e argumentação veio de alguém que perdeu a lucidez pelo álcool da insensatez.
Rapazes, fiquem longe do cigarro, não bebam álcool e, não deixem a escola. Na verdade eu gosto de cigarros, então que tal não tomar álcool e não sair da escola? Humm... O.K.! Fiquem pelo menos na escola!
Quando me deitei eu estava nas nuvens, senti que estava no caminho certo, com a cabeça leve embriagado de vivacidade e álcool.
Se mais de 70% do nosso corpo é água,o meu deve ser de álcool,raramente bebo água! Se acender um fósforo, tô ferrada então!
Com o tempo percebi,
Que não só a droga entorpece,
Não só a bebida embriaga,
A fumaça do cigarro,
Não é a única à intoxicar,
O THC não é o único à fazer viajar,
Sentimentos são assim,
Tanto quanto ilusão pra mim,
Balão de gás hélio,
Em seu mais alto vôo,
Estourou,
Tornando-se em partículas,
Sopradas pelo vento,
Parte à parte,
Entre aprendizados e tormentos,
Sigo adquirindo conhecimentos,
Inebriantes,
Escaldantes ou congelantes?
Que seja.
Ritual de purificação feminina
Certo dia cansada estava, chamei minha amiga que tanto sofria para beber. Peguei o papel e o isqueiro que a muito já anda na bolsa. De copo cheio então brindei:
O álcool a gente bebe
Papel a gente escreve
e depois queima
Se o ritual funcionou eu não sei, mas fiquei muito mais leve com a vodka. Minha amiga ria e eu tinha menos um caminhão de palavras entaladas na garganta. Que noite feliz meus amigos, que noite feliz.