Tag agosto
Mesmo sendo espírito é impossível não ver Deus.
Pois, o mesmo se revela a nós, a todo instante, por meio dos nossos sentidos.
23.08.16
EM BUSCA DA FELICIDADE
Ainda que a subjetividade advinda das miragens e da razão,oculte o mover do meu destino;
e a estigma autêntica da "felicidade",me for negada em dado instante,não desistirei da busca e do desejo de me envolver em sua energia inebriante;
e em momentos de pura emoção,perpetuar o meu futuro em sua grandeza.
25.08.15
ALGUNS DOS PROBLEMAS DE MARIA DAS DORES
CRÔNICA
“Maria” é um nome bom, por causa da mãe de Jesus (homem) que assim se chamava. Por isso é o mais "querido" até hoje pelas famílias.
A agregação da palavra “das Dores” ao nome de Maria, não vejo graça nisso!
Num passado não muito distante era mais comum esse nome “Maria das dores”.
Mas isso vem mudando ao longo do tempo; os pais mais "modernos" estão mais caltelosos quanto ao registro de suas filhas com esse complemento “das Dores”.
Todos nós temos problemas na vida,independente do nome que temos; mas, dá pra se pensar que as pessoas com esse nome “Maria das Dores”, tendem a ter muito mais complicações e dores, ao longo de suas existências, do que outras, com nomes diferentes.
Minha amiga a Maria das Dores daqui da região do Céu Azul é um exemplo disso; sempre vivia com problemas de toda ordem: quando não era um problema de saúde, era outro qualquer.
Certa ocasião foi buscar socorro espiritual numa congregação evangélica onde congregava: na época, vivia num relacionamento conjugal muito conturbado.
- Pastor Geny, não tô mais agüentando o home lá de casa! ... Ele tá impossível!... Bebendo, jogando, dançando,... ainda me agride constantemente.
Quero que o senhor ore, para que Jesus dê um jeito nesse problema; tenho urgência, estou em tempo de fazer uma “loucura!”...
- "Bem, quanto as agressões... A princípio, a senhora deveria registrar uma queixa contra ele numa delegacia de polícia, mas...
"Vamos orar sim, minha irmã. E mais: se você quiser podemos fazer uma campanha de oração nesse sentido."
- Sim pastor! Se o senhor puder fazer isso por mim serei eternamente grata!
O Reverendo convocou os fiéis naquela mesma noite, nesse propósito.
Dias depois a Maria das Dores voltou com um problema ainda mais grave:
- Pastor o senhor não devia ter feito aquilo!...
-“Aquilo” o “quê” minha irmã?!
- Depois que o senhor começou a fazer a campanha de oração, não demorou nada o home “bateu as botas!” Foi atropelado e não resistiu os ferimentos e morreu!
Se tava ruim com ele, agora, ficou pior. Com toda ruindade do mundo, era ele que levava o pão de cada dia para nossa mesa, e agora?! ... Somente Amarildo trabalhava lá em casa. Agora estou sem marido e sem emprego... Sem nada no mundo! A minha vida virou de "ponta cabeça".
O pastor fez uma cara de quem não gostou:
- Quero deixar bem claro minha irmã, que não oramos pro seu marido morrer. Oramos pra Jesus resolver o seu “problema” como a irmã pediu. Sabe de uma coisa, desde que lhe conheço por gente que a senhora sempre está clamando de uma coisa ou outra; isso é devido o complemento do seu nome: sugiro que tire o “das Dores” dele.
Mas era difícil demais... pois antes dela nascer já carregava consigo essa "cruz"- das Dores.
Dona Rufina sua mãe, não se cansava de bater na "tecla". "Se for uma menina se chamará Maria das Dores."
Aquilo era uma homenagem que sua mãe gostaria de fazer ainda em vida, à sua comadre Maria das Dores.
E todos da sua região só a tratavam de das Dores.
Além disso, o custo financeiro e burocrático do processo para a modificação do registro de nascimento de uma pessoa o inviabilizava a tomar tal decisão.
O pastor levou mesmo a coisa a sério:
encerrou definitivamente aquele tipo de campanha de oração que fizera em prol daquela irmã:
jurou no Santo altar com a mão sobre a bíblia que nem orava, e nem faria mais aquele tipo de intercessão coletiva em favor “desse ou daquele casal de cristão.
Ele lembrava de um trecho sagrado: “De que se queixa o homem vivente? Se queixa de seus próprios pecados.” E ainda: "Na hora de arrumar o 'homem' não orou nem pediu ajuda a ninguém,agora..."
Então, a viúva Maria das Dores com seu três filhos pequenos Carlos, Marcos e Cleide seguiam a sua via sacra sobrevivendo da ajuda dos irmãos de fé e de algumas outras almas bondosas do lugar. Pois, o marido não contribuía com a Previdência Social quando em vida.
Portanto, não pode deixar uma pensão para família.
Por volta de julho ou agosto do ano desse acontecimento, ela foi ter comigo querendo que lhe arrumasse um golinho de álcool-líquido; eu ainda tinha mais de meio litro desse produto, no seu frasco original, lá em casa; então prontamente tirei do recipiente uma porção do mesmo e lhe dei.
Todo dia ela estava lá na minha porta querendo mais um pouco.
Como naquele período somente o álcool gel estava disponível à venda no mercado (o álcool líquido estava proibido por força de uma Legislação estadual vigente) e, como eu fazia pouco uso daquilo, fui lhe cedendo sem maiores problemas toda vez que ela vinha a mim; mais para o final, disponibilizei todo o restante do álcool a ela.
Um belo dia, bem cedo, adivinha caro leitor quem queria mais álcool?! A própria: Maria das Dores!
- Não tenho mais, minha irmã. Mas, tenho uma cachaça muito boa de Serra dos Aimorés, que ganhei de um baiano que viera de lá recentemente.
- Eu aceito com todo prazer; nem precisava ser tão boa assim, não é pra eu beber mesmo... Sou evangélica: só bebo água e o vinho da Santa Ceia.
- Uai!... E quem está fazendo uso de bebidas alcoólicas em sua casa?
-Eu mesmo,mas,porém pra pôr na carinha de um “bicho de pé” (inseto, semelhante à pulga), que tá atazanando a minha vida há muito tempo.
Preocupado e desejoso de ajudá-la na resolução daquele problema, pedi para dar uma olhada em seu pé; vendo aquelas bolinhas escuras e seu pé bastante inchado, percebi que era muitos “bichinhos” que já estavam instalados naquele local há muito tempo e, naturalmente, ovulando bastante, então, concluí que havia a necessidade de uma intervenção cirúrgica mais criteriosa e o orientei que fosse ao posto de saúde mais próximo.
Dias depois, voltando do Hospital Evangélico onde estagiava, e chegando ao local aonde morávamos, a nossa rua estava tomada de curiosos e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), parada na porta da casa de Maria das Dores.
Pronto!...
“Pelo jeito morreu alguém nessa casa!” Pensei. Só se pensa o pior nessas horas.
Mas, graças a Deus não era nada do que eu pensava!
Não havia morrido ninguém!
Maria das Dores estava sendo assistida por uma equipe de trabalhadores da saúde, e sendo conduzida ao Pronto Socorro João XXIII.
Para a retirada dos pobres “bichinhos de pé” “tontos” que nem “gambás” que pareciam ter adorado a ideia da sua hospedeira, de regá-los dioturnamemente com álcool e cachaça;
e com certeza insistiam o quanto podiam, para não sair daquele ambiente “etílico” que estavam envolvidos.
Se pudessem cantar, cantariam: “Daqui não saio / daqui ninguém nos tira /...”
Coitada da Irmã Maria das Dores!...Tem vivido, mas, tem sofrido!
“Se seus pais tivessem o cuidado de não pôr “ Dores” compondo o nome da filha, ou se Maria das Dores, tivesse seguido a orientação de seu pastor: removendo o 'das Dores' do seu nome, com certeza sua vida seria menos “dolorida”.
Há palavras que devem ser omitidas se for possível.
Tenho uma sugestão para os futuros pais:
na frente do nome "Maria" coloquem "Dolores", e a "dor" da sua filha,ao logo da sua caminha, ficará mais amena;
além de ser uma palavra mais romântica.
Fica a dica!
21.08.16
ALGUNS DOS PROBLEMAS DE MARIA DAS DORES
CRÔNICA
“Maria” é um nome bom, por causa da mãe de Jesus (homem) que assim se chamava. Por isso é o mais "querido" até hoje pelas famílias.
A agregação da palavra “das Dores” ao nome de Maria, não vejo graça nisso!
Num passado não muito distante era mais comum esse nome “Maria das dores”.
Mas isso vem mudando ao longo do tempo; os pais mais "modernos" estão mais caltelosos quanto ao registro de suas filhas com esse complemento “das Dores”.
Todos nós temos problemas na vida,independente do nome que temos; mas, dá pra se pensar que as pessoas com esse nome “Maria das Dores”, tendem a ter muito mais complicações e dores, ao longo de suas existências, do que outras, com nomes diferentes.
Minha amiga a Maria das Dores daqui da região do Céu Azul é um exemplo disso; sempre vivia com problemas de toda ordem: quando não era um problema de saúde, era outro qualquer.
Certa ocasião foi buscar socorro espiritual numa congregação evangélica onde congregava: na época, vivia num relacionamento conjugal muito conturbado.
- Pastor Geny, não tô mais agüentando o home lá de casa! ... Ele tá impossível!... Bebendo, jogando, dançando,... ainda me agride constantemente.
Quero que o senhor ore, para que Jesus dê um jeito nesse problema; tenho urgência, estou em tempo de fazer uma “loucura!”...
- "Bem, quanto as agressões... A princípio, a senhora deveria registrar uma queixa contra ele numa delegacia de polícia, mas...
"Vamos orar sim, minha irmã. E mais: se você quiser podemos fazer uma campanha de oração nesse sentido."
- Sim pastor! Se o senhor puder fazer isso por mim serei eternamente grata!
O Reverendo convocou os fiéis naquela mesma noite, nesse propósito.
Dias depois a Maria das Dores voltou com um problema ainda mais grave:
- Pastor o senhor não devia ter feito aquilo!...
-“Aquilo” o “quê” minha irmã?!
- Depois que o senhor começou a fazer a campanha de oração, não demorou nada o home “bateu as botas!” Foi atropelado e não resistiu os ferimentos e morreu!
Se tava ruim com ele, agora, ficou pior. Com toda ruindade do mundo, era ele que levava o pão de cada dia para nossa mesa, e agora?! ... Somente Amarildo trabalhava lá em casa. Agora estou sem marido e sem emprego... Sem nada no mundo! A minha vida virou de "ponta cabeça".
O pastor fez uma cara de quem não gostou:
- Quero deixar bem claro minha irmã, que não oramos pro seu marido morrer. Oramos pra Jesus resolver o seu “problema” como a irmã pediu. Sabe de uma coisa, desde que lhe conheço por gente que a senhora sempre está clamando de uma coisa ou outra; isso é devido o complemento do seu nome: sugiro que tire o “das Dores” dele.
Mas era difícil demais... pois antes dela nascer já carregava consigo essa "cruz"- das Dores.
Dona Rufina sua mãe, não se cansava de bater na "tecla". "Se for uma menina se chamará Maria das Dores."
Aquilo era uma homenagem que sua mãe gostaria de fazer ainda em vida, à sua comadre Maria das Dores.
E todos da sua região só a tratavam de das Dores.
Além disso, o custo financeiro e burocrático do processo para a modificação do registro de nascimento de uma pessoa o inviabilizava a tomar tal decisão.
O pastor levou mesmo a coisa a sério:
encerrou definitivamente aquele tipo de campanha de oração que fizera em prol daquela irmã:
jurou no Santo altar com a mão sobre a bíblia que nem orava, e nem faria mais aquele tipo de intercessão coletiva em favor “desse ou daquele casal de cristão.
Ele lembrava de um trecho sagrado: “De que se queixa o homem vivente? Se queixa de seus próprios pecados.” E ainda: "Na hora de arrumar o 'homem' não orou nem pediu ajuda a ninguém,agora..."
Então, a viúva Maria das Dores com seu três filhos pequenos Carlos, Marcos e Cleide seguiam a sua via sacra sobrevivendo da ajuda dos irmãos de fé e de algumas outras almas bondosas do lugar. Pois, o marido não contribuía com a Previdência Social quando em vida.
Portanto, não pode deixar uma pensão para família.
Por volta de julho ou agosto do ano desse acontecimento, ela foi ter comigo querendo que lhe arrumasse um golinho de álcool-líquido; eu ainda tinha mais de meio litro desse produto, no seu frasco original, lá em casa; então prontamente tirei do recipiente uma porção do mesmo e lhe dei.
Todo dia ela estava lá na minha porta querendo mais um pouco.
Como naquele período somente o álcool gel estava disponível à venda no mercado (o álcool líquido estava proibido por força de uma Legislação estadual vigente) e, como eu fazia pouco uso daquilo, fui lhe cedendo sem maiores problemas toda vez que ela vinha a mim; mais para o final, disponibilizei todo o restante do álcool a ela.
Um belo dia, bem cedo, adivinha caro leitor quem queria mais álcool?! A própria: Maria das Dores!
- Não tenho mais, minha irmã. Mas, tenho uma cachaça muito boa de Serra dos Aimorés, que ganhei de um baiano que viera de lá recentemente.
- Eu aceito com todo prazer; nem precisava ser tão boa assim, não é pra eu beber mesmo... Sou evangélica: só bebo água e o vinho da Santa Ceia.
- Uai!... E quem está fazendo uso de bebidas alcoólicas em sua casa?
-Eu mesmo,mas,porém pra pôr na carinha de um “bicho de pé” (inseto, semelhante à pulga), que tá atazanando a minha vida há muito tempo.
Preocupado e desejoso de ajudá-la na resolução daquele problema, pedi para dar uma olhada em seu pé; vendo aquelas bolinhas escuras e seu pé bastante inchado, percebi que era muitos “bichinhos” que já estavam instalados naquele local há muito tempo e, naturalmente, ovulando bastante, então, concluí que havia a necessidade de uma intervenção cirúrgica mais criteriosa e o orientei que fosse ao posto de saúde mais próximo.
Dias depois, voltando do Hospital Evangélico onde estagiava, e chegando ao local aonde morávamos, a nossa rua estava tomada de curiosos e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), parada na porta da casa de Maria das Dores.
Pronto!...
“Pelo jeito morreu alguém nessa casa!” Pensei. Só se pensa o pior nessas horas.
Mas, graças a Deus não era nada do que eu pensava!
Não havia morrido ninguém!
Maria das Dores estava sendo assistida por uma equipe de trabalhadores da saúde, e sendo conduzida ao Pronto Socorro João XXIII.
Para a retirada dos pobres “bichinhos de pé” “tontos” que nem “gambás” que pareciam ter adorado a ideia da sua hospedeira, de regá-los dioturnamemente com álcool e cachaça;
e com certeza insistiam o quanto podiam, para não sair daquele ambiente “etílico” que estavam envolvidos.
Se pudessem cantar, cantariam: “Daqui não saio / daqui ninguém nos tira /...”
Coitada da Irmã Maria das Dores!...Tem vivido, mas, tem sofrido!
“Se seus pais tivessem o cuidado de não pôr “ Dores” compondo o nome da filha, ou se Maria das Dores, tivesse seguido a orientação de seu pastor: removendo o 'das Dores' do seu nome, com certeza sua vida seria menos “dolorida”.
Há palavras que devem ser omitidas se for possível.
Tenho uma sugestão para os futuros pais:
na frente do nome "Maria" coloquem "Dolores", e a "dor" da sua filha,ao logo da sua caminha, ficará mais amena;
além de ser uma palavra mais romântica.
Fica a dica!
21.08.16
O MAIOR SONHO DE LUDOVICO
CRÔNICA
Os sonhos é que nos movem. No dia que deixarmos de sonhar morreremos. Há sonhos de tudo quanto é jeito: os sonhos possíveis de serem realizados e os impossíveis; sonhos bons e sonhos ruins, sonhos estranhos, sonhos bobos...
Veremos a seguir um sonho não muito comum de se ver; que o achei engraçado.
Ludovico já estava com a família criada e aposentou-se ainda com uma boa idade.
Mas,só alcançou esse benefício devido a um acidente de trabalho; segundo comentários que circulam a “boca miúda”, entre a torcida do Cruzeiro, Atlético e América...
É que, foi o Ludovico que adiantou esse processo: provocando sua propria queda do quarto andar de um prédio em construção, onde trabalhava como ajudante de pedreiro.
Quebrou-se todo, e foi tido como morto por muito tempo, por populares e pela equipe de saúde do Serviço do Atendimento Médico de Urgência (SAMU).
Depois de dezenas de cirurgias...
Ficou internado numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) sobrevivendo com o auxílio de aparelhos, um ano e oito meses.
Abaixo de Deus uma árvore, plantada no passeio, também deu uma demão para sua sobrevivência: amortecendo o impacto da queda. Hoje, ele leva uma vida quase normal.
Se foi verdade o fato de ter sido ele o autor dessa loucura, apesar do sofrimento, o plano deu certo:
pois, logo depois desse ocorrido ele já estava recebendo seus parcos recursos da Previdência Social. Mesmo antes de receber alta do hospital.
Mas... Por um triz não perdera a sua tão preciosa vida!
Ludovico vivia dizendo que o dinheiro da sua aposentadoria era muito pouco, então, complementava sua renda fazendo pequenas “catiras” de celular,relógio etc., e, compras e vendas de ferro velho;
apesar de Messias, sua esposa, viver implicando com ele principalmente por não ter na casa um espaço adequado para acondicionar os materiais que ia adquirindo, e por não haver tanta necessidade daquele serviço extra.
A mulher estava certa: é sabido que o saldo de Ludovico no banco era “gordo”. Até já andou emprestando algum dinheiro a juros altos,tempos atrás.
Mas, depois de levar alguns "calotes" desistiu dessa atividade.
.
Ludovico não serviu ao Exército para não “prestar continência”- continência se presta com a mão aberta.
Pensa num sujeito “seguro”! "Mais seguro do que papagaio no arame". Assim era ele. “Não comia banana para não jogara a casca fora”.
Dona Messias, mais católica do que o Papa,era mais “mão aberta” digamos assim; e sempre carregava umas pratinhas na bolsa para dar de oferta,na congregação que frequentava;
mas o Ludovico...
Messias vivia pelejando com o marido para levá-lo ao santuário católico; mas perdia o seu tempo: ele só ia mesmo à igreja, quando a missa era de “ações de graças”.
Não se via coletores de ofertas nessas liturgias.
Estava explicado então, o verdadeiro motivo de tanta resistência de Ludovico em não cumprir suas obrigações da fé religiosa,com denodo como Messias gostaria.
Havia mesmo "cobra em seu bolso!"
Muito bom vizinho, o Ludovico, de vez enquanto vinha ter comigo: para propor um negócio qualquer, contar causos; quando era novo bebia "umas e outras" e bateu num delegado. Disse em certa ocasião.
E, numa dessas muitas prosas revelou-me, o seu “maior sonho na vida”, que me deixou de cabelos brancos:
Ele gostaria de ser enterrado no Cemitério de Ribeirão das Neves; sendo que morava em Belo Horizonte; numa região bem servida por outras opções de sepultamento.
“Como é que pode uma pessoa ter um sonho assim!" ... esse questionamento insistia em ficar comigo.
Se ele fosse residente ou natural dessa cidade, ou tivesse parentes por lá, seu desejo seria mais justificável.
Como, quase mineiro que já sou, fui matutar aquilo.
E, “Zé matuta matutou... matutou... Matutou”. E não achava o motivo do seu desejo maior de Ludovico;
“Não tenho pressa mesmo, uma hora dessa eu descubro o verdadeiro motivo disso.” Pensei.
Passaram-se quinze longos anos até que a verdade veio à tona!
Pela boca do próprio Ludovico:
“O bom de ser enterrado em Ribeirão das Neves é o preço baixo da taxa de enterro: é bem menor do que na capital.”
Pronto!!! Mistério revelado!
Eu já tenho visto muito sujeito “pão duro”, ”mão de vaca”. Mas como esse foi o primeiro!
Onde já se viu uma pessoa se preocupar em obter um desconto financeiro depois de morto! como dizia os antigos: É "vivendo e aprendendo!"
28.08.16
UM JOVEM LOBO ENTRE NÓS
CRÔNICA
Para quem não sabe “lobo” é um termo que as comunidades evangélicas usam muito para denominar o personagem que se veste de pele de ovelha; surge de fora ou do próprio seio das instituições religiosas, e se aproveita da boa fé dos fiéis, para levar alguma vantagem qualquer.
O "joio" nasce e cresce, juntamente com o "trigo". Há uma informação tipo assim no texto Sagrado.
E, praticamente torna-se muito difícil viver longe do joio, ou evitar um dano que ele causa; o lobo é sempre muito astuto.
Percebi uma particularidade curiosa quanto a esse “intruso”:
quando o lobo é de fora - de lugares distantes -, ao se dirigir a uma localidade qualquer, a sua boa fama vai a sua frente e chega primeiro que ele, a tal destino;
isso facilita muito suas ações de “trapacear” e aplicar seus “golpes” fatais.
Todo lobo têm uma boa “lábia” - como geralmente são os estelionatários-,daí mora o perigo das pessoas serem ludibriadas mais facilmente!
No início da década de 1980, poucos anos depois da minha conversão ao cristianismo e o meu ingresso numa entidade religiosa;
a mocidade era “fogo puro” (muito espiritual),na fé, no evangelismo, nas orações nos ensaios e nos louvores... E dávamos bom exemplo no testemunho cristão.
Uma vez por mês havia um culto sob a direção dos jovens nessa igreja que eu congregava.
Esse evento era muito “badalado” (era anunciado aos quatro cantos) por lá.
Convergiam ao lugar, jovens de algumas cidades da redondeza para participar conosco daquele trabalho.
Alegrávamos muito no Senhor, e na comunhão com os jovens irmãos visitantes.
Era um intercâmbio interessante aquilo!
Eu, naquele grupo de jovens era o mais “erado” (o mais antigo da turma),e já acumulava um pouco de experiência na fé, apesar de ser ainda um novo convertido.
Próximo da edição de mais um desses cultos mensais de jovens, estávamos todos ansiosos e desejosos que chegasse logo aquele dia.
A fama de um jovem “muito abençoado” havia chegado a Campos Belos, exatamente por ocasião do culto que iria ser ministrado por nós, jovens, daquela comunidade;
o mesmo, viria da cidade vizinha de São Domingos-nordeste de Goiás (mas, ele não era morador daquela instância, ninguém sabia sua origem), e poderia sim ter uma chance de ministrar a palavra de Deus naquele evento que iríamos realizar;
pois, já se sabia que ele era “muito usado por Deus com o "dom da pregação”.
Geralmente o presidente da mocidade dirigia aqueles trabalhos religiosos.
Nos dias que antecederam o referido culto; e, fazendo o papel de um conselheiro, orientei o Jamil, que na época estava como presidente da mocidade (posteriormente fora consagrado a presbítero);
que, não seria bom dar muita “liberdade” (no decorrer do culto) àquele visitante; nosso desconhecido, e que apenas permitisse a ele somente a oportunidade de uma pequena saudação.
Fiz tal sugestão pensando evitar um mal maior na seara do Senhor...
No ensaio dos louvores do conjunto de jovens na tarde do dia “D” do tal evento, quem estava lá?!
Exatamente o jovem visitante, tão esperado por toda da irmandade;
o Levigone! "De carne e osso!"
Ninguém imaginaria a que veio. E o que predominava em nós era a inocência.
Ele não perdeu tempo pois tinha urgência...
Levigone nesse ensaio, já teve logo sua primeira oportunidade de dizer alguma coisa;
mas, teria que ser breve as suas ponderações.
Na verdade Levigine nem queria falar naquele momento: pois como uma cobra ele sabia a hora certa de "dar o bote".
Mas, para não “chegar calado e sair mudo”...
Abriu sua ferramenta de trabalho a “arma de dois gumes” – a bíblia, que a usava como facilitadora do cometimento de seus delitos e como esconderijo.
E cravou em minha memória e na memoria de muitos para sempre, as palavras de Deus saída da boca de São Paulo:
"Mas como está escrito: as coisas que o olho não viu,e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam "(I Cor 2.9).
E baseado no referido texto acima, que lera para nós, fez um emocionante comentário em que muitas lágrimas rolaram dos olhos “simples” daqueles jovens.
E no pouco que falou deu para se vê, que Levigone era mesmo "terrível" na arte da oratória!...
Mas, "suas unhas" só mostraria mesmo, depois...
Ele não teve a receptividade que gostaria de ter, por parte da mocidade e da igreja; foi recebido com uma certa frieza.
Mas, ”tem problema não: se não dá de um jeito dá de outro.” pensava o jovem lobo.
Mudou o foco e já pensava em alguma possível vítima fora da igreja, na sociedade campo-belense.
Então,o joio irmanou-se ao trigo de maneira que não dava para saber “quem era quem”. E, andava com os crentes como se fosse um dos tais.
Para cima e para baixo lá ia ele “enturmado” com os servos do Senhor como se fosse um dos escolhidos de Deus.
O tempo passou...
Não é que o culto estava ruim naquele dia, longe disso. Mas naquela noite não sentimos muita alegria no espírito.
O clima na congregação estava meio tenso, e com poucos “glórias a Deus e aleluias”; para um povo pentecostal aquilo não era muito comum.
Percebi que havia algo estranho no ar...
Após o término do trabalho ofereci uma carona para o primo Jamil, que ainda morava com sua mãe no Brejinho – saída para Brasília.
Parei o fusca na frente da sua casa e ele já foi me dizendo:
- Primo, você não imagina quem passou hoje à tardinha, aqui em frente, dando tchau pra mim!
- Não tenho a menor ideia! Disse a ele.
- Foi o Levigone, o jovem lobo que estava entre nós.
- Como você soube que ele era um lobo?! O interroguei.
- Fiquei sabendo que o mesmo, fora embora, depois de roubar o corcel II de Zé da farmácia.
Sabemos que Deus fala de muitas maneiras...
Então resolvi fazer uma prova disso e lancei um desafio:
Combinei com o Jamil: - vou abrir a minha bíblia no escuro da noite, e você vai pôr o dedo na página da mesma;
e vamos ver qual vai ser a palavra de Deus para esse tipo de pessoas?
- Vamos! Concordou comigo.
E, segundo as sagradas letras “o que for acordado a cerca de uma boa causa aqui na terra será confirmado no céu”.
E assim o fizemos: abri a minha bíblia, e o primo colocou o dedo indicador da mão direita em uma das páginas do livro Santo, e acendi a luz interna do veículo;
e qual foi a palavra do Senhor para o jovem lobo que estava entre nós?!
Fora a seguinte:
"Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior,enganando e sendo enganados" (II Timóteo 3:13).
E São Paulo nos revela o verdadeiro perfil moral e espiritual dos lobos que podem está por aí entre nós:
“... os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo,mas a seu ventre: e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples (Romanos 16.18).
31.08.16
JOGOS DE AGOSTO!
Eu sempre fui apaixonado por cartas de baralho,
Até o vento me levar um Valete de Paus que eu tinha na mão,
Para os outros era só mais uma carta no meio de muitos outras,
Mais pra mim valia mais que uma Dama de Ouro ou até mesmo Mais que um Ais de copas na ultima partida de Biriba.
Disseram pra mim uma vez que jogar cartas é viciante,
Tantas coisas são viciantes, porque só o meu baralho faz mal e é ruim.
Cada um joga de um jeito tem mais quando se joga de dupla o fim do jogo é sempre mais gostoso.
Eu era viciado nesse Valete,
Ha como era bom tê-lo nas mãos!
Até que apostei tudo e fiquei sem nada.
Eu jogava contra o tempo e o vento ao mesmo tempo.
Me dei mal era mês de Agosto,
Todo mundo odeia agosto!
E eu odeio ainda mais que antes.
E quando venta forte eu penso que meu calendário ta voltando os dias.
Tenho calafrios.
Hoje não jogo mais. Eu leio livros
PARA OS NASCIDOS EM AGOSTO
Segunda OBS: vários leitores nascidos no mês de agosto, reclamaram da minha fala: segundo a lenda, mês do desgosto...
Mais uma vez vou corrigir a minha gravíssima falha, pedindo perdão aos que se sentiram ofendidos. Mesmo porque agosto me trouxe várias preciosidades: minha bela irmã Eleuza. Minha bela sobrinha Aline, e muitos amigos lindíssimos: verdadeiros presentes de Deus. Portanto, agosto estará no meu coração como um tempo lindo de muito mais ganhos do que perdas.
OBS: muitos leitores entraram no Hangout reclamando do meu egoísmo, por isso acresci um parágrafo para fazer às pazes com eles.
Quarta-feira 13 de agosto, mês em que o menino, posso chamá-lo assim do alto dos meus 60 anos, completou 49 primaveras. Não podia ir tão cedo, que Deus me perdoe pelo destempero. Agosto o trouxe. Agosto o levou embora.
Por coincidência ou ironia, ventos do seu mês natalício, ou uma fatalidade mais perversa derrubou o pássaro de ferro que o acolhia o garoto no seu bojo.
Parecia indestrutível, enganamos... Não protegeu o nosso sonhador.
Um pouco depois das 10 horas, eu navegava na minha rede social como faço nos meus horários livres e como costume, a minha televisão fica ligada, sempre no noticiário para eu, aposentada, me sentir incluída. Se não ativa, ao menos conhecedora das coisas que giram pelo mundo afora.
Uma repórter de fala mansa e pausada anuncia uma nota: O Comando da Aeronáutica informa que nesta quarta-feira (13/08), por volta das 10 horas, uma aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu na cidade de Santos, no litoral de São Paulo.
A fumaça negra emergia sufocando os curiosos e os repórteres que já chegavam ao local em busca de informações mais precisas. Dei uma olhada apenas, por curiosidade, e voltei pro meus contatos.
Ah! Caro leitor, não me condene, caem aeronaves quase toda semana. Por que iria me alarmar com mais essa? Depois o que me interessa se tinha algum João ou José lá dentro? Não, não sou fria, apenas sou conformista. O que eu posso fazer para colocar um fim nestes calamitosos desastres?
Chorei copiosamente alguns deles: os sobreviventes, a tragédia dos Andes foi o primeiro, ao menos o que mais ficou marcado na minha alma tenra. Depois, vieram outros tantos dolorosos que seria impossível descrevê-los todos.
Parei de chorar a algum tempo, com a couraça do conformismo vestida e tentando me passar por uma fortalecida diante dos revezes da vida.
Levantei-me, cansada de tanto dizer olá pros meus amigos e voltei para os afazeres domésticos. Quando regressei pro meu quarto, a televisão ainda ligada trouxe a punhalada afiada e penetrante até o âmago da alma.
“Morre Eduardo Campos”, e diante dos meus estupefatos olhos, os destroços gritavam o horror agonizante e fatal.
Parei de chofre, desacreditando nos meus olhos e ouvidos. Chocada, soltei um grito silencioso que ecoou pelo infinito.
Rasga-se a cortina do indiferentismo:
“Nãoooooooooooo! O Eduardo Campos não, não pode ser. Estão enganados, deve ser outro Eduardo. O que importa o seu sobrenome? Silva, Freitas, Nunes... Qualquer outro, não o Campos.
Por que iria o menino partir no meio de um sonho arrojado e grandioso como o seu caráter?
É claro que ele estava nos meus planos de eleitora por razões que passavam pela postura política exemplar, pelo novo olhar que lançava para os problemas do Brasil, pela integridade do homem pai e esposo, governador com a maior aceitação dos eleitores. Enfim, por uma série de motivos sérios e verdadeiros.
No entanto, eu quis, quando da sua oficialização da candidatura, brincar de poetisa e lhe enviei um recado, também pela televisão. Recado que nunca chegou aos seus ouvidos, e, claro, não era mesmo pra chegar.
“Ah! Eduardo, não peça o meu voto me olhando com esses olhos tingidos de mar, pois eu não darei de negar.”
A minha alma de eleitora está em luto e negra como aquela fumaça assassina que levou o nosso Eduardo.
Refeita do choque brutal, reflito: Qualquer ser não merecia tal tragédia, fosse ele o João, ou o José, ou qualquer outra pessoa dona de um sonho, uma família, amigos, um projeto. Repenso e peço perdão pelas minhas considerações egoístas. No entanto, insisto que, minha alma está perplexa e politicamente vazia de esperanças.
Caraíbas de agosto.
400 sóis iluminando alegremente a paisagem gris.
Mesmo meus olhos brilhantes refletem
o sorriso da manhã.
Outro dia navegando estradas
rumo ao mesmo destino:
A vargem do Piancó,
a Vertente da Moeda.
Acordei sem desgosto.
Com meu andar bem disposto.
Vivendo com gosto e esquecendo o alvoroço.
Com um sorriso no rosto.
Bem-vindo, agosto!
Venha agosto!
A gosto de Deus!
A gosto da felicidade.
A gosto do amor.
A gosto da riqueza.
A gosto dos milagres.
A gosto dos sonhos.
A gosto da paixão.
A gosto da verdade.
A gosto das realizações.
A gosto do recomeço.
A gosto da saúde.
A gosto da esperança.
A gosto da compreensão.
A gosto da fé.
Agosto de uma Vida Feliz!
Sergio Fornasari
Em Agosto vem o desgosto que trás o oposto e mesmo assim nasceram rostos pra provar o gosto que a vida continua numa linha em alta estima
Aparecem os lobos, e o nosso poço tende a afundar na lama.
Faz na cama sua trama, que os desejos nos chama!
E suas plantas murchará em seu pleno dia de outono faça do nosso sonho a minha e sua realidade..
E a secura vem do vento, A todo tempo eu tento me dedicar a você.
Fiz meu presente esquecer seu passado há que chato essa ideia que agosto é o mês do outros menos o meu.
Ventos agustinos penteiam as guarirobas.
A rede balouça meus signos ressaqueados.
E segue o domingo
magro de deleites.
Todos poderão ver nossas virtudes e ficarem calados; mas no mínimo uma pessoa irá ver nossos defeitos e se empenhar em propagá-los, para que o mundo inteiro saiba (14.08.15).
COMO FAZER FELIZ MEU FILHO - Drummond
Como fazer feliz meu filho?
Não há receitas para tal.
Todo o saber, todo o meu brilho
de vaidoso intelectual
vacila ante a interrogação
gravada em mim, impressa no ar.
Bola, bombons, patinação
talvez bastem para encantar?
Imprevistas, fartas mesadas,
louvores, prêmios, complacências,
milhões de coisas desejadas,
concedidas sem reticências?
Liberdade alheia a limites,
perdão de erros, sem julgamento,
e dizer-lhe que estamos quites,
conforme a lei do esquecimento?
Submeter-se à sua vontade
sem ponderar, sem discutir?
Dar-lhe tudo aquilo que há
de entontecer um grão-vizir?
E se depois de tanto mimo
que o atraia, ele se sente
pobre, sem paz e sem arrimo,
alma vazia, amargamente?
Não é feliz. Mas que fazer
para consolo desta criança?
Como em seu íntimo acender
uma fagulha de confiança?
Eis que acode meu coração
e oferece, como uma flor,
a doçura desta lição:
dar a meu filho meu amor.
Pois o amor resgata a pobreza,
vence o tédio, ilumina o dia
e instaura em nossa natureza
a imperecível alegria.
E AGOSTO chegou! Que chegue com gosto. Gosto de algodão doce, doce como a felicidade e o amor. Entre AGOSTO, a porta está aberta, traga o gosto da VIDA, entre como brisa suave beijando o rosto. Adentre AGOSTO e traga as conquistas não realizadas nos meses passados. Agosto, não traga nenhum desgosto nem desapontamentos, traga as realizações ao seu gosto, ao meu gosto, a nosso gosto e principalmente AGOSTO de DEUS!
JOÃO GUIMARÃES ROSA
Belas e perfumadas rosas
A nossa pátria abrigou,
E tantas outras ainda virão;
Mas, como as rosas de Minas...
Não serão.
Deus fora tão generoso com os mineiros...
Que lhes dera a melhor rosa;
Colhida do seu jardim, por Ele mesmo:
João Guimarães Rosa.
(24.08.17)
SE VOCÊ DESCOBRIR!
Nesse nosso viver
prefiro dizer que é somente
uma amizade -,
o xodó que cultivamos um pelo outro.
Mesmo correndo o risco
da verdade aparecer -
e venha saber
que, algo mais existe entre nós.
Terei por certo,
que assim sendo,
não haverás lamentos -
não nos maldizemos.
Pelo contrário:
Transbodaremos de contentamento -
pela recíproca verdadeira dessa ternura velada!
Foi a ardente sede desse nosso querer,
que nos levou a vivermos nesse grude.
Colados um no outro
somos guiados
pelo amor,
o tempo todo.
(27.08.17)
ELA AINDA SONHA...
Uma pomba-trocal deixou seu ambiente natural
para aninhar em minha árvore,
no passeio.
Ganhei de Aristeu, a plantinha,
e logo a plantei em terra boa.
Hoje, serve de aporte para alguém dividir o amor e o aconchego do seu ninho e de suas asas,com quem mais sonhara: sua cria.
A criança já veio ao mundo! E está aparentemente saudável. Só sei que é uma fofura!!... ainda não teve o prazer e nem sabe como é bom voar.
Sua mamãe, provavelmente ainda não superou os traumas de um episódio recente,mas com a chegada de gente nova, já demonstra uma pontinha de felicidade!... Cantando pro seu bebê,se aquietar no berço.
Outro dia estivera tensa, aflita,atenta... com as folhas que caíam ao chão,no tempo certo; e a deixa desprotegida... O frio que viera primeiro, depois o vento, o incomodam.
A confiança vai regressando lentamente,na medida que os brotinhos vão surgindo pouco a pouco nos galhos, trazendo de volta a proteção e o frescor da sombra, para ela e seu rebento.
Mas, a preocupação continua... Ao lado,mora o bicho papão de verdade; que,de uma bocada só, nutriu-se dos sonhos,da sua penúltima ninhada.
(22.08.17)
Homenagear João Guimarães Rosa é uma tentação que nos faz pecar. Porque sempre iremos omitir uma coisa ou outra dele. Algum causo ou uma estória de sua vivência, mateira ou urbana; uma palavra ou um feito qualquer que não deveria ficar fora de nossa fala. (29.08.17)
ROSA DE MINAS E DO MUNDO (III)
Nemilson Vieira de Moraes (*)
Poderia muito bem recorrer ao princípio da insignificância e ater-me, da responsabilidade dessa homenagem.
Mas, as rosas que despertam admiração e desejo não me permitiram ignorar tão belo sentimento, descansando na inércia e no indiferentismo.
Quem não se render à formosura das rosas é porque lhe falta no peito, um coração pulsando e na alma a sensibilidade.
As rosas!...
Desejamos muito ganhá-las e amamos ofertá-las!
No percurso da história brasileira, ganhamos e perdemos tantas rosas valiosas que, nem sabemos quantificá-las.
Belas e perfumadas rosas a nossa pátria abrigou e tantas outras ainda virão; mas, como as rosas de Minas,
não serão.
Deus, fora generoso com os mineiros: ofertando-lhes uma rosa encantadora!! conhecida em seu jardim como João Guimarães Rosa.
Quis o Pai, que a roseira, nascesse nos gerais, juntinho do sertanejo, das veredas,dos buritis e mananciais.
Mesmo Minas, sendo muitas, ainda foram poucas, para reter unicamente para si em seus domínios tanto talento e brilho dessa Rosa.
Então, o Criador dividiu com outros povos, línguas e nações, a grandeza de sua dádiva.
Agora, a Rosa, não é mais só de Minas Gerais: transpôs os mares.
A vida e obra desse expoente máximo da literatura e da cultura da nossa amada terra,não se restringem ao berço que nascera – Cordisburgo.
Ganhou o mundo.
E desde então, através da arte da escrita tornou um cidadão que tem contribuído para firmar sua cidade no contexto nacional e mundial!
Por certo que a fragrância dessa Rosa até hoje perfuma o orbe terrestre e nossa imaginação.
BH, MG, 24 Agosto 2017.
(*) Nemilson Vieira de Moraes - Membro efetivo Cadeira nº 03 da Academia Nevense de Letras Ciências e Artes (ANELCA); membro vitalício da cadeira 23 da Academia de Letras do Brasil, Minas Gerais, Região Metropolitana de Belo Horizonte (ALB/MG/RMBH); Membro do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa (NALAL); e membro do Conselho Municipal de Cultura de Ribeirão das Neves-MG - representando a Sociedade Civil Organizada.
ÉRAMOS SEIS
A princípio éramos seis,quatro homens e duas mulheres
- ,que iriamos numa missão especial.
Mas somente quatro confirmaram presença.
O desânimo apareceu repentinamente, em um de nós.
Sofremos mais uma baixa; ficou mais um, pelo caminho.
Restaram três.
Mas, a morte que vem para todos e,
não avisa dia e hora de sua vinda...
entrou no negócio; e a coisa desandou mais ainda:
houve choros, lamentos e sonhos desfeitos.
Perdemos mais um.
Restaram somente dois. Eu e o Vla. O que fazer agora?
quanto ao nosso propósito de seguir adiante?
Iremos ou ficamos, eis a questão.
Como não gostaria de ficar lamentando
o resto da vida pelo leite derramado...
Pensei o seguinte:
"como é para o bem de todos
E felicidade da nação..."
Mesmo indo os aneis e ficando os dedos, ainda me importa.
Iremos sim, caminhar um pouco mais
no caminho que nos fora proposto!
“Dois é melhor do que um”.
Fomos e viemos na graça de Deus,
e a certeza de que vencemos
os obstáculos,
nos basta.
(16.09.17)